31 de ago. de 2018

Silêncio

Tenho ciúme
Do tempo
Que não tenho
Com você
Um desalento
Sincero
No coração
Desagua
Saudade
Você sabe
Quando fico
Muito em silêncio

Deixa eu voar

Deixa eu voar
Sentir pelo menos
Um pouco de tua música
Invadir tomar de volta
O coração soltar
Deixa eu voar

Viver

Viver é está
Por sua conta
E risco
Rédeas da vontade
São como o vento
Dar pra sentir
Sem ver
Perceber
Que amar
Torna o desafio
Único caminho
A ponte deixa
De existir
No coração
Tem um abismo

Tempo de amar

De um deslize
Limpo é o rabisco
Sem deixar marcas
Beijando as curvas
Tortura quem
Procura um descanso
Onde não existe
Tempo de amar

Roupa

Tem que ficar de molho
Se pendurar no varal
Sentir no pregador
O apertar pra não soltar
O que precisa
Ficar suspenso
No abraço da roupa

Poeta das estrelas

Eu sou a floresta
A mata virgem
Tribo de lugar nenhum
Nenhum olhar
Estou em vários sons
Eu sou o rio sem margens
Correnteza que leva
Os sentimentos que resistem
Teimam com o amor
Eu sou o que mais
Mais desejar
Poeta das estrelas

30 de ago. de 2018

Cinto

Eu seria justo apertado
Se tirasse o cinto
A fivela não perde tempo
Sabe pra onde ir
Sem dar rodeios
Quando quer
Namorar muito

Coração de poeta

Se de tudo um pouco
Pudesse conhecer
Estaria muito
Muito satisfeito
Sei que dessa vida
O tempo é curto
E o espaço nunca
Nunca mesmo
Consegue dizer
Onde mesmo
A poesia dar vida
Coração de poeta

Saudade sempre

Entendo errado
A solidão o silêncio
Beijo partido
Encontros e despedidas
Salada sincera
Sentimento despido
Louco pra vestir
O calor que você
Faz em mim
Quando estou
Com frio
Saudade sempre

Viajante

Se eu fosse
Me distrair
Iria procurar
O que faz tanto
Teu olhar sorrir
Lagrimas soltas
Criaram rumos
Foi no canto
Do pássaro
Que se fez
Poesia
E veio
Nasceu
O viajante

29 de ago. de 2018

Onde a lua escolhe

Onde a lua escolhe
Uma paisagem
Que não vi
Respirou
Quem sente
Mente esconde
Quando penso
Que cheguei
Nunca descubro
Onde a lua escolhe

Geladeira

Me sinto cercado
Teia de aranha
Gaveta doida
Que emperra
Quando mais
Mais preciso
Guardado no freezer
Tem um frio
Que não adormece
Abrindo a geladeira

Águas rasas

Quando se olha
O coração esquenta
Pra que detalhes
Se o que faz bem
Remexe fundo
Pedindo carinho
Não se afogue
Em águas rasas

Redemoinho

Os momentos são sóbrios
Quando presenciamos
A clareza de cada sombra
Donos de muitas vontades
Como um redemoinho
Não sabe em que lugar
Vai parar o amor

Até você

Pra que soubesse
Que não adianta
Se afastar
De onde estou
Também sei
Que olha
A diferença
Que faz
As ondas
Que só querem
Encontrar
Teus pés
Na areia
A praia
Tem o gosto
Da poesia
Pra chegar
Até você

28 de ago. de 2018

Lenda azul

Depois de tudo
Fui te buscar
Não sei
Em qual vida
Te deixei
Teatro filme
Série sem fim
Não tem você
Como contar
A lenda azul

Batida

Correndo
Pra todos
Todos os lados
Arregaçando
As mangas
Abrir os braços
Se não der
Pra por no colo
Acompanhar
Cada batida
Doida
Que faz
O coração

Jumento

Acho que me perco muito
Não sabendo encarar
O sentimento simples
Enrolado vem o tímido
Pra se esconder
O palhaço salva
Quando vem
A multidão
Quem carrega
Tenho o tamanho
Que pede
O jumento

Estou muito perdido

Estou muito perdido
A depressão abismo
Me visitou
Deixei entrar
Fez a festa
Então olhei
Voltei pra alegria
Dei um beijo
Na tristeza
Na dor
Escolhi o amor
A incerteza
Sem espinho
Perco a rosa
Estou muito perdido

Pescoço

Eu sinto
Um alívio
Quando consigo
Te fazer
Sorrir
Abrir
A porta
Me penduro
Não quero
Largar
Teu pescoço

Fruta

Tento alcançar
No que precisa
Desliza
Como escorrega
Quem sabe
Eu caia
No chão
De maduro
A fruta
Namora
De onde veio
Teu coração

Pensando muito em você

Como de costume
Não deixei
O café esfriar
Avancei com a fome
De mil olhares
Namoros perdidos
Na lembrança
Que tive ausência
No abraço e beijo
Longínquo reside
Na solidão
A poesia
Do que fui
Pensando
Muito em você

27 de ago. de 2018

Óbvio virou saudade

Se fiquei
Lá atrás
Há um propósito
Óbvio virou
Saudade
Pendurado
No vento
Que parou
Simplesmente
De soprar

Açúcar

Correndo
Aqui na chuva
Sou de açúcar
Derreto fácil
Os sentimentos
Quando sei
Que amanhece
Teu olhar

Ferrugem

Fazia acontecer
Perder o medo
Querer a vida
Beijar o momento
Espantar a tristeza
Tirar do lugar
Ferrugem

26 de ago. de 2018

No colo um beija flor

Você é uma música
Que quero cada vez mais
Aprender a solar
Melodia harmonia
Cantar sempre
No colo
Um beija flor

Saber amar

Eu tenho um sonho
Aqui dentro vivo
Que toca
Muito a música
Saber amar
Como não te peço
Nada como o mar
Pode viver
Sem ondas
Eu chego
Num inesperado
Amor

Amor sincero

Olhando aqui debaixo
Uma luz mansa
Olhar de águia
Descendo
Fica aqui
Do lado
Como tivesse
De fora
Sorriso forte
Abrindo o caminho
Amor sincero

Olhar de poesia

Se fosse apenas
Um passeio
Diria
Que foi
Um sonho
Descobrir
Que havia
Sentimento
Sentido
Nas palavras
Soltas
Feito folhas
Na mudança
De estação
O chão beijando
Tantas flores
Olhar de poesia

Louco vinil

Se fosse dar
Dar voltas
Nessa agulha
Estaria muito
Muito apaixonada
Romântica flor
Que tece
Toda música
No seu tempo
Acredito na essência
Que jorra
Quando diz
Amor
Louco vinil

Castanho

Tento abrir os olhos
Pra despertar
Sentir o horizonte
O que diz
Em silêncio
Tem tom suave
Cor castanho
Do teu olhar
Buscando
O mel
Do seu
Dia

25 de ago. de 2018

Menina do Guarujá

Um pouco distante
Eu diria tá chato
Ver que a vida
Pede de boa
E prefiro
Bater a cabeça
Buraco na parede
Que nunca acaba
Largado no mar
Querendo praia
Só faltou a maré
Dizer é contigo
Mesmo que a vida
Tem mais sabor
Menina do Guarujá

Perco as paredes

Perco as paredes
Quando estou com você
Nada faz sentido
Quando o impossível
É permitido
De que adianta
O freio
Se evito
Cada vez
Perco as paredes

Estrela sem mar

Quando estou longe
Fico assim sem jeito
Apelo pra o silêncio
Quando mar está manso
Sem ondas viro concha
Estrela sem mar

Lampejo

É de um lampejo
Teu beijo
Jeito próprio
De crescer
Como andar
Pendurado
Quase caindo
Do ninho
Querendo ver
O chão

Ser de verdade

Me debruço
No teu peito
Pra descobrir
Teu receio
Creio
Que são
Nesses momentos
Que não deixo
A vida escapar
Ser de verdade

Quântico

Onde desapareci
Foi ontem
E estou presente hoje
Futuro que não lembro
Lento eu sou
Como o tempo
Que pode
Ser atrás
Na frente
E no meio
Quântico

Energia

Não sei
Se guardo
Bem
Só sei
Que vivo
Perturbando
Geral
Versos
Palavras
Soltas
Ideias
Lambidas
Aquecidas
Pra não serem
Esquecidas
Digeridas
Com energia
Na poesia

Luz

Estou muito
Dentro
De você
Que quase
Não vejo
É um grude
De fazer
Inveja
A qualquer
Sombra
Ou encosto
De tanto
Que irradia
Me cega
Com tua luz

Colchão

Só me lembro
Que a chuva caia
Muito forte
Relâmpagos
E trovões
Atingiam
Com sustos
E arrepios
Cama quebrada
Colchão no chão
Um olhar
No tempo

Abandonado

Nada do que me diz
Causa efeito
Estufa
Pra que surja
Quem tem fome
Na rua
Abandonado
Calçada
Nua
De sentimento

Pássaro calado

Já passei
Por apertos
Antes
E não é
Diferente
O sabor
Perdendo
A música
Que não sai
No assobio
Pássaro
Calado

Cavalo

É num celeiro
Repleto
De palavras
Que encontro
O feno
Cavalo
Cocheira
Solitária
De tantos
Carinhos

Opostos

Não deixe de amar você
Agora só presto mais atenção
No que diz e como diz
Percebo melhor
Os vários olhares
Cores roupas vestidos
E até vestem seus pés
Só falta ainda entender
Como o silêncio namora
O barulhento
Opostos

Mundo poesia

Pensei que poderia
Transmitir alegria
Com o calor do sol
E a lua o descanso
Descobri que cada
Cada um
Tem uma natureza
De como ver
Mundo poesia

Desafios

O desejo contamina a razão
Que por sua vez derrama
A ilusão de só beber
Das aguas que levam
Pras margens
Deixando de fluir
A correnteza
Basta abrir
Que o coração
Torna o caminho
Claro com teu ser
Desafios

24 de ago. de 2018

Não estou envolvido

Não estou envolvido
Me sinto um deserto
Sem chuva árido
Nem posso plantar
Pra que venha
A fruta
Que não provei
Detalhes
Não estou envolvido

Sabor cafuné

Sabe que nunca
É de leve
Encostar
Sentir
No cangote
Um quero mais
Sabor Cafuné
De muitos olhares
Tem você
Na poesia

Flutua

Caso fique
Descontente
Atire a concha
Pra quicar
Nas ondas
No olhar brilhar
Jeito de criança
Aprender
Que a vida
Só flutua
Quando amamos
Por cada desafio

Coqueiros

Quero escutar
O que tem
A dizer
Costurar
Cada momento
Retalho no tempo
Havendo uma pausa
Pra lembrar
Que a rede balança
Entre os coqueiros
Que ousei sonhar
Na poesia existem
Esses presentes
Sempre

Sementes do amor

Já que não tenho
Espaço suficiente
Pra pedir desculpas
Escrevo mais
Que uma poesia
De páginas abertas
Que ficarão
Em branco
Sementes do amor

Óculos

Queria te ver
Além da lente
Das cores
Luz escondida
Neblina no olhar
É assim o mundo
Pra quem
Precisa do amigo
Sempre na cara
Óculos

23 de ago. de 2018

Coração vagabundo

Coração vagabundo
Não se entrega
Fácil não
Namora a lua
De olho no gato
Que não cai
Do telhado
Nenhuma bebida
Consegue matar
A sede
Que faz a noite
Coração vagabundo

Aproximação

O que existe
Na aproximação
Está no fato tato
Que vai além
Além da pele
Dando ao olhar
A simples paisagem
De um quadro
A ser pintado
Esquecendo o pincel
Só sobrou você mesmo

Cristal

Já trouxe de volta
O pedaço que peguei
Emprestado quando tinha
Outra agenda tempo
No corredor um olhar
Sem palavras atingia
Em cheio o sentimento
Onde deixei o reflexo
Que imaginava
No espelho
Cristal

Diferente

Só queria que tivesse
Sido diferente
Outra onda
Sorrir com o mar
Que a maré
Soubesse
O quanto
Tenho de saudade
Sem tentar
Segurar tanto
Muitas lágrimas

Paixão

Só os loucos
Se apaixonam
Ignoram
O abismo
Não temem
A altura
Das emoções
Se alimentando
Da paixão

Dança

Seu corpo dança pra mim
O que não demora mora
Bastante tempo sendo
Muitas páginas letras
E canções melodias
Instrumento na mão
Escorrego dentro fora
Ninguém adia o amor
Seu corpo dança pra mim

Nos olhos da memória

Nos olhos da memória
Embarco em desafios
Anseios pra descobrir
Um esquecido sentimento
Segredo amor lugar
Longe do tempo
De quem andou
Querendo o sol
Pra adormecer
Com a lua
Nos olhos da memória

Coração distraído

Sou prisioneiro
De minhas emoções
Penso que me libertam
As vezes me sinto
Um balão vazio
E em outras
De tão cheio
Que não vejo
O espaço vazio
Que vivo deixando
Tanto no coração
Distraído

22 de ago. de 2018

Sem nome

Naquela parte do livro
Da minha memória
Diversas ilhas
Não saberia
Navegar
E por mais
Que ninguém
Soubesse
Eu me atreveria
Me perder
Num encontro
Que não tem nome
No coração

Asas de borboleta

Você fez o impossível
E agora onde estou
Só vejo estrelas
Caminho de cores
Infinitas vidas
Melhor do que sonhar
É saber que respira
Tão perto de mim
Asas de borboleta

Amor azul

Será que deu tempo
De pedir a saudade
Estrela cidade
Urbano asfalto
Olhar simples
De tua onda
Ouço falar
Amor azul

Fugir de mim

Não tenho dúvidas
O sentimento rola
Atropela a emoção
Se eu fosse um pneu
Já estaria careca
De tantas curvas
Que fiz pra te encontrar
Impossivel fugir de mim

Bicão

Tenho um pouco
Do teu sorriso
Solto aqui dentro
Fazendo cócegas
Quando vem
A solidão
Bicão

Sem solidão

De princípio
Veio o beijo
A forma solta
De abraçar
O carinho
Do olhar
Quero
O perto
Sem solidão

21 de ago. de 2018

Música

Eu sinto falta
Do que não vejo
Em ninguém
Da música
Que não cala
Conversa
Abraça
Namora
Sem parar
Não quero
Deixar pra trás
O que vem junto
E nunca separa
O que muito
Me habita

Duo

É bom ouvir
Alguém
Que te faz
Vibrar
Sentir
O som
Sair
Lá do fundo
Dando um arrepio
Calado
Eu sonho
Em te ver
Tocar
Duo

Nosso amor em paz

Nosso amor em paz
Recanto perdido
Perdido vale
Cores fortes
Tem o arco íris
Que nunca descansa
Após a chuva
Nosso amor em paz

Suspiro

Como posso desejar
Um suspiro se não vejo
A gema nem o ovo
Só ficou a clara
Que viesse
O suspiro
Quem sabe
Seja
A receita
Da emoção
Na poesia

Na mão do poeta

Nadando na contramão
A poesia ver a correnteza
Um sinal de libertação
Dos sentimentos
Emoções palavras
Imagens de uma folha
Quando pousa
Na mão do poeta

Coração você

Coração de pedra
Parece que nada
Te atinge
Nem montanha
Coração de papel
Se molhar vira
Muitas lágrimas
Coração de saudade
Tenta segurar
O tempo todo
Música retrato
Filmes locais
Coração amor
Doa sem pedir
Dar o caminho
Sem nada em troca
Coração você

Grama

Buscando libertar
As amarras
Limpar o horizonte
Andava sem olhar
Onde pisava
A grama falava
Me sinta bem
Que te darei
O caminho de volta
Pra o teu coração

Metáforas

Nada do que possa fazer
Trará de volta o sentimento
O momento que foi
Tudo se torna lembrança
Memória viva
Retrato no coração
Que mapeia sem gps
Nunca sabe onde vai dar
Outra curva na vida
Sorrir tocar no silêncio
É ver que mais a adiante
Pedaços de vários inteiros
Metáforas

Oração e poesia

Se vale de uma coisa
É um absurdo o universo
Acompanhar o que quero dizer
O que nos deixa tão próximo
Um infinito olhar
De que tudo que somos
É um presente de Deus
Oração e poesia

20 de ago. de 2018

Cigana azul

Tente
Sei que consegue
Dançar com as estrelas
Surgir com a lua
Um amor que atravessa
Muitos mundos e vidas
Oasis deserto amor
Cigana azul

Vento

Eu me rendo
Aos teus pés
O humor muda
Clareia muito
O coração sabe
Que não precisa
Da teimosia
Quando o vento
Chega e abraça
Teu ser

Piano

Me encontro
Melhor com você
Boquiaberto silêncio
Um passeio no piano
Sonho de te ver
Tocar sem saber
A canção sempre
Tem nosso gosto

Numa estante com você

Quando escrevo pra você
Tudo parece se consertar
O vaso quebrado
Perde a importância
As flores não precisam
Sair do jardim
Se o mundo fosse
Uma estante
Não teria tempo
De te ler tão bem
Como na poesia

Só nossa

Nada disso tem valor
Sem teu calor de viver
Um pouco seria muito
Perto de mim
Quando chega
A noite e vejo
Que nas estrelas
Juntos somos
Uma música
Que ninguém
Pode tocar
Só nossa

Fermento

Fermento é um cara estranho
Estica sem ninguém reparar
Dar um recheio sem recheio
Incha como um balão
Quando fica de cabeça quente
Segue um caminho que tem
Tem nome de receita
É do tamanho que a vida dar
Quando fica pronto
Todo sentimento
Tem sua cara
Fermento

Chorar

Como faço
Pra parar o mundo
Quero saltar
Já apertei
Campainha
Da solidão
Buzinei
Megafone
No coração
Tô rouco
De tanto
Pedir desculpas
Tá lotado demais
O pensamento
Do que me faz
Chorar com amor

Bola de meia

Bola de meia
Pé descalço
Esfolado
Muito prazer
Suor vivo
Água de bica
Calçada cheia
Trave de chinelo
Ou de qualquer
Detalhe pra se criar
Um estádio cheio
De emoções
Bola de meia

Bagunça

Tenho essa bagunça solta
Dentro do armário
Porta escancarada
Não tem como fechar
O que quer sair
Desentupindo a vida

Calma

Te peço calma
Nada em especial
Todo o teu jeito
Sabor que dar sede
O que não se ver
Alguns chamam
De amor

Cantar você

Ninguém me contou
Microfone desligado
Gritei a toa
Só percebi
Que não tinha
Altura volume
Pra te namorar
Sentir as coisas
Que nunca saem
De moda
Cantar você

Vento no peito

Ousei provocar
A vontade em ondas
Rasgar a camisa
Sentir melhor
O vento no peito
Jeans esfolado
No asfalto
Sobrevive
Muitas vezes
É duro sorrir

Gotas de saudade

Parece que escorreguei
Sem sentido nenhum
Saindo do esconderijo
Feito casco de tartaruga
Num ritmo impressionante
De suas mãos aflorarem
Gotas de saudade
Teu lugar é comigo

Chão

Se soubesse
Diria mais
Que faltaram
Momentos assim
Que tive ausência
Sem o silêncio
Ouvi a natureza
Por outras trilhas
Pensei que o horizonte
Andava sem parar
Devagar fui descobrindo
Queria pintar um quadro
Do que estava vivo
Dentro de mim
Fui aonde não precisava
Nem ir tão longe
Me sinto uma folha
Pedindo chão

19 de ago. de 2018

Solar

Qualquer outro
Outro sentimento
Que embarca
Beijando o cais
Devora a noite
Aquieta a lua
E dorme engole
Quando o sol vem
Tem muito de você
Solar

Coração apaixonado

O que tanto pede
E não está fora
Farei poesia
Sobre a essência
Inspiração
Que vem
Por encantar
Cada vez mais
Coração apaixonado

Dramatizando

Nem quero nem ver
Quando fica assim
Num buraco sem fim
Dramatizando
Já sei demais
Quando vira
A escada
O degrau
Não esconde
O tombo
Pra que venha
A dor

Água de coco

Estou sujeito
Há tantas
Tentações
Que o juízo
Fica que nem
Nem coco
Querendo
Sacudir
A sapucaia
Matando a sede
Água de coco

Gentilmente você

Saberá dar valor
Bem no tambor
Solto o grito
Tão bem
Estampado
Que arrepia
Pedindo a pele
O canto no profundo
Olhar que bate
Teu coração
Gentilmente
Você

Vibrar o amor

O coração agradece
Com a música
Que você faz
Por essência
Num silêncio
Forte te escuto
Ecoando fazendo
Vibrar o amor

Que coração é o seu

Já fui
Há muitos lugares
E percebo que nunca
Estive junto
Só ia o corpo
A essência voava
Ia não sei
Pra onde
Aberto num olhar
Tive que pousar
Nesse mundo
Outras asas
Que coração
É o seu

Água com açúcar

Há quem goste
Água com açúcar
Fantasia sincera
De coisas boas
Navegar pelo mar
Mar calmo
Nunca mudar
Continuar
Onde está
Não existe dor
Quando somos
Água com açúcar

Luz no coração

Você que não disfarça
Quer sempre voar
Me sinto um boneco
Em tuas mãos
E quando pousa
Sabe como ninguém
O que diz o meu olhar
Luz no coração

18 de ago. de 2018

Exagerado

Meu coração está
Um exagero só
Como sabonete
Escorregadio
Ardente
Pra que decidir
Se pode se perder
Nas escolhas
Namorar a dúvida
Tenho pressa
Nada de comer
Pelas beiradas
Querendo colar
O sol com a lua

Te encontrei

Quero uma foto tua
Pra guardar
Não perder
Nenhum detalhe
Congelar o momento
Sendo mágico
Sentado num banco
O bem te vi canta
Me olhando
Em silêncio
Pode entrar
Te encontrei

Quando o poeta ama

No mesmo lugar
Velhas sílabas
Pra soltar
Nos lábios
Despejo
O solitário
Desapegado
Horizonte
De emoções
Quando o poeta
Ama

Saindo do abismo

Você sabe como mergulhar
Me tirar de onde estou
Tenho a impressão
Que o louco se apavora
Quando sente tua presença
Saindo do abismo

O águia e o lobo

Por mais distante
Que estejamos
O amor nos aproxima
Pra que horizonte
Se somos dia e noite
Lobo e águia
Que venha a borboleta
Lembrar que a vida
Muda sempre
O coração

Mar de poesias

Quando meu coração apagar
Minhas poesias estarão vivas
Pra quem quiser acompanhar
E criar outros e muitos mais
Mais que caminhos
Que esse mar
Precisar abrir
Eu sou
Um mar de poesias

No coração do poeta

Nada do que trouxe
Pode mudar
A fome de amar
Buquê de flores
Jardim suspenso
Desejo lugar
Por do sol
Vendo o mar
Um privilégio
De fazer inveja
A todos sentimentos
Que afloram no coração
No coração do poeta

Água

Está claro
Como água
Lagrimas
Existem
Sem elas
Secaria
O coração
De onde
Estou

Navio poesia

Estou inclinado
Com os desejos
Preso no corrimão
Escada doida
Que dar rodopios
Atravessando o teto
Cabelo preso nos olhos
Areia sereia desperta
Acerta em cheio
Navio poesia

Mãos dadas

De uma bela flor
Ligeiro abraço
Quis o tempo
Que fosse
Quem toma
Perde o melhor
Da correnteza
A escolha vem
Olhando as margens
O rio segue pedindo
Estou de mãos dadas
Que venha o mar

Na porta do coração

Sou um pouco disso
Que vem lá na frente
Mastigado arrotado
Cru na cozinha
Fundo de quintal
Fatal no sabor
Bastidores da vida
Não tenho campainha
É só bater forte
Na porta do coração

Ser vida

Já que deixei passar
Aproveitar vou
Que venha a onda
O delírio da nuvem
Que desagua meu olhar
De que a vez tem
Tem de tudo
Basta ser vida

17 de ago. de 2018

Quando a gente sorrir

Lendo a vida
Devoro páginas
Visitas inesperadas
Ouso esticar
Cada sentimento
Elástico coração
Quase não sobra
Tempo pra colorir
As lágrimas
Quase secam
Quando a gente
Sorrir

Oxigênio

O meu problema
É que respiro muito
Preciso descansar
O agito que faço
Sem parar no coração
Não entendo o alvoroço
De buscar o que está
Tão longe assim
Me perguntam sempre
O que você faz de diferente
Acredito que seja
O oxigênio

Olhar xamanico

Acho que estou
Sendo injusto
Cobrando
O que não sou
Nem quero
Ou pretendo
Ser
Como posso
Querer mudar
O que não largo
Da mão
Posso ser
Uma árvore
E se quiser
Asas
Preciso
Deixar
Que a natureza
Siga seu caminho
Olhar xamanico

Ser poesia

Sempre tive a impressão
De que o livro
Não perde o jeito
De abrir sempre
Novas páginas
Acredito que são
Corações entrelaçados
Na cor do som
Das palavras
Que descubro
Teu dom
De ser poesia

16 de ago. de 2018

Mesa vazia

Pra te traduzir
Revelar a sinceridade
Manteiga derretida
Pelo pão
O café vem
Nas tardes
Pra que conheça
O encontro sóbrio
Saindo do sonho
Mesa vazia

Pérolas

Nunca é o bastante
Palavra cheia
Espremendo quase
Como não sonhar
Sem tirar o chão
E ver nascer
Aquela pegada
De longe fiquei
Sabendo que viria
Me visitar
Sério é teu sorriso
Espalhado sempre
Pérolas

Barreira

O diferente contagia
E o igual estaciona
Barreira de rio
Que não encontra
Nem sabe
Que existe
O mar

Ilusão

De todas as vezes
O sentimento torna
A ilusão uma roupa
Que muito usada
Perde o valor
Mesmo distraído
Divertido é ver
Que danço sem música
E quem mais aplaude
Acenando com amor
Tenho você no coração

Por mais um dia

Não significa que vi
O tempo passar
Tantas páginas
O que não deu
Não ficou de pé
Erosão explosão
De sentimentos
Imaturos
A ignorância
Criou ferrugem
De cada esforço
Veio nasceu o suor
Mensagem viva
Agradecendo
Por mais um dia

15 de ago. de 2018

Tem dono

Teu toque alcança
Arranca suspiros
De olhos fechados
Não há segredo
Que resista
A pele revela
O arrepio
Tem dono

Outras madrugadas

De quem mesmo
Tive saudade
Sede de lembranças
Quando escurece
A noite estica
Alongando a insônia
Outras madrugadas
Lua diz pra mim
Onde está
Aquele olhar
Que não cansa
De confundir
Meu coração

Estátuas

Me sinto submerso
Afundando nas nuvens
De cabeça pra baixo
Devia ser assim
Chover pra cima
E o céu ficar no chão
Tem gente que não sabe
Sorrir e nem chorar
Caminha namorando
As estátuas da vida

Carrapato

Não precisa ser caro
Fazer soluçar o coração
Se fosse só sentir saudade
Parece música
De algum lugar
Quando existia
O violão cansado
Jogado no sofá
Vontade que não dói
E aumenta na solidão
Carrapato

Dando a vez a poesia

A gente se fala
De tempos em tempos
Não deixando o vento
Sossegar respirar
A paisagem que somos
Dando a vez a poesia

Horizonte

Se fosse tarde
Não estaria aqui
Esperando de novo
Outro olhar perdido
Pra que o amanhecer
Seja a música mais
Linda do mundo
Preciso abrir mão
E soltar o coração
Da lua pra que veja
Que o sol namora
Conhece a vida
Sem pressa
No horizonte

Horizonte

Se fosse tarde
Não estaria aqui
Esperando de novo
Outro olhar perdido
Pra que o amanhecer
Seja a música mais
Linda do mundo
Preciso abrir mão
E soltar o coração
Da lua pra que veja
Que o sol namora
Conhece a vida
Sem pressa
No horizonte

14 de ago. de 2018

Concha

Há quem duvide
Hesite bem
Sem jeito
De cuidar
Pérola
Colar
Concha
No fundo
Pedindo
O mar

Dar ideia pra maluco

Dar ideia pra maluco
Lavar roupa suja
Chutar o balde
Se nada disso
Funcionar
Desista
Já tá no caminho
Certo mesmo

Meu assunto preferido é você

Quando os olhos
Estão cheios
Não tem como
Segurar a maré
Me aproximo
E dou um beijo
Sincero no rosto
Do vento sendo
Agradecendo muito
Se segure coração
Meu assunto preferido
É você

13 de ago. de 2018

Conhecer você

De todos pensamentos
Não pude resistir
Nem quis evitar
Escapei do triste
Abandonei a solidão
E no abraço
O laço de um amor
Que de todas poesias
Veio pra conhecer
Você

Com você

Sinto que fico
Na mão dupla
Cadê o jeito
Não sei dizer
Como calo
O vento
Amarro
Deixando
Solto
A vontade
Que tenho
Sempre
Com você

Fica comigo

É mais do que tocar
Sentir tuas mãos
Muitas vezes
Em outro universo
Falar o que aproxima
Em cima de cada olhar
Estou te esperando
Não sei te dizer
Sem um silêncio
Nos lábios
Fica comigo

Asas

Me deixe um pouco
Do que deixou
Pra que eu saiba
O que vem no caminho
Acredito que já esteja
Vendo o que tanto preciso
Nas asas existe um anjo

12 de ago. de 2018

Eu não vejo

O que busco
Em você
Eu não vejo
Não existe
Nesse mundo
Sinto a música
Só sei
Que quero muito
Dançar sentir
Teu fôlego
Me perder
Nas alturas
Da águia

Travessia

Pra que enxugar
Se tenho tanto
Ainda pra molhar
O oásis só existe
Quando encontra
O deserto que
Cada um somos
Viver é uma travessia

Janela aberta

Durmo de janela aberta
Pra ver a lua entrar
Pra todas estrelas
Lembrarem
Que uma vez
Encontrei o infinito
Jeito de te amar

Uva

Tudo que tá acontecendo
Virando poesia harmonia
Beber da fonte inimaginável
Do que traz o cotidiano
Saborear o melhor vinho
Sem esquecer que a adega
Pede também o queijo
Um namoro imprescindível
Pra os que de fato amam
Uva

Ser pai

Os pais são mães
Sem jeito
De cuidar
E vão aprendendo
Desenrolar o coração
Com os filhotes
Alguns mansos
E outros rebeldes
De uma mistura
E essência sincera
Se fosse uma receita
O bolo certamente
Teria um sabor especial
As vezes  amargo e doce
Ser pai é perder o medo
De ver a vida
como mãe também

Coentro

É dentro
O coentro
Salada sendo
No desafio sento
Descanso o momento
Um lugar a menos
De tanto que aguento
Um quebra cabeça sedento
De peças que são sentimentos
Na poesia mantenho

Sem amor

Sabe do que mais
Sinto muita falta
São as vezes
Que sorria
Sem mais ou menos
Tantas bobagens sinceras
Roupas lavadas
Ando sem jeito
De dizer
Que o poeta
Não vive sem amor

Cantar

Pra reunir
Você é de casa
Conhece a porta
Namora a janela
Dessa parede
Todos suspiros
Segredos revelados
Num silêncio a pouco
Vem correndo atrás
Pra que a música
Não perca o cenário
Que faz sua boca
Quero muito cantar

Andrômeda

Caminhos
Dentro de nós
Vagueiam
Por um absoluto
Horizonte
Clareando
Todos somos
Mensagens
Espalhadas
Ao vento
Que nos fala
Sem palavras
Ao som da música
Que seu coração
Possa unir
Andrômeda

Beleza oculta

Só não deixe
De perceber
A beleza oculta
O que voa
Dentro de você
E tem asas
Pra te levar
Onde quiser
Não se esqueça
Estarei onde estiver
Vamos juntos
Lembra
Somos

11 de ago. de 2018

Nostálgico

Os passeios mudam de figura
As cores são outras
As vontades outro ritmo
O escolher tem a paciência
De não encher a vez do próximo
E o melhor de tudo
Vive sorrindo
Nem lembra
Do que tanto corria
Nostálgico

Vontade

Sem exageros
O sabor perderia
Quem ousasse
Por o dedo no bolo
Lamber escondido
Marcas profundas
Eu te sinto
Com muita vontade
De criar poesia

Enigma

Não preciso de amarras
Nem cordas
Pra te apertar
Gosto de você solta
Livre sentimento
Segredo no espelho
Só sinto falta
Quando não consigo
Te encontrar
Enigma

Estrela solitária

Gosto da vista
Parece lua cheia
O que me intriga
Que preciso
Do por do sol
Pra a ouvir
Tua estrela
Solitária

Dilúvio

Me fez lembrar
Aquela flor
Malmequer
Ninguém me quer
Nada pra se fazer
Quando a água cai
Quando a barreira
Não segura a cachoeira
Pra limpar pelo visto
Precisando de um dilúvio

Feio

Somos feios
Quando não ajudamos
Somos feios
Quando a ignorância prospera
Somos feios
Quando o umbigo é tudo
Somos feios
Quando a preguiça é a urgência
Somos feios
Quando é fácil dizer
A culpa é do outro
E somos de verdade
Quando abrimos
O livro bonito
Que todos somos

Tecendo a vida

As dores do seu lugar
Caminho cigano
Pé no chão
Machuca sempre
Ficção sentimento
Ilusão de que mesmo
De quem vive
Tecendo a vida

10 de ago. de 2018

Joio do trigo

Só posso te prometer
O que sou
E como estou
A corda estica
Pra que não
Se perca
Sem forçar
Dar o apoio
Joio do trigo

Excalibur

Em pequenas doses
Na desculpa do equilíbrio
Como um polvo
De tantos braços
Como não desejar
De suas águas
Sai do lago
A espada
Excalibur

Tornozelo

Estou tentando
Ver se ainda
Estou vivo
Quando torci
O tornozelo
Mundo parou
Como mágica
Tudo encolheu
Pra um só
Só lugar
Dentro de mim
Pedi raízes
E ganhei
O vento

Lugar

Não quero perder
De jeito nenhum
Esse namoro
Em poesia
Trilha sonora
Se sinto falta
Estou no seu colo
Até que me convença
Que é o teu coração
Meu lugar

Passeio

Um sorriso
Saindo do forno
Pra te encontrar
Onde estiver
Atravessar desafios
E ver que nada na vida
Fica parado no tempo
Ninguém veio
A passeio

Escolhas

Entre tantas escolhas
Colhendo chuva
Com inveja
Das nuvens
Escondendo o sol
Esqueci de dizer
Que a saudade
Acompanha
Só quem escolhe

Chama

É torrencial
Essa vontade
De querer
Ficar perto
O tempo todo
Arder na chama
Você me chama
Muito sempre

9 de ago. de 2018

Troca de olhares

Troca de olhares
Perigo eminente
Tempero picante
Elegante sabor
Pra seduzir
Te sinto melhor
Quando sorrir
Sem dizer
Uma só palavra
Troca de olhares

Chiclete escondido

Eu sendo
Seus olhos
De qualquer forma
Gostaria que fosse
Um momento mágico
Sentado num banco
Espremendo quase
Todo espaço
A bicicleta
E de alguns jardins
Em volta
Trem nos trilhos
Quem sabe
Uma foto
Criando um intervalo
E nos dedos
Um namoro
Chiclete escondido

Impossível

O que a idade
Não permite
A mente agride
Resiste
Não tem essa
De dar a volta
Escalo a montanha
Se precisar despenco
Da teimosia nasce
O que antes
Ousei chamar
De Impossivel

Leque

Numa abertura
De emoções
Te ponho
Sobre a mesa
Somos um leque
Que não esquenta
Com abano
Se for pra ganhar
Ganhar o suor
Eu sou com tudo
Em você

Intervalo

É no intervalo
Da vida
Que tenho
Teu vento
Abro as asas
Te ponho no ninho
Das alturas
Namoro a essência
Da borboleta
A águia mergulha
Até teu coração
Só pra mim

Beijo

Queria que estivesse
Feito tortura
Tortura chinesa
Fazer cócegas
Com uma pena
Em teus pés
Me debruçar
No sabor
De um beijo

Química

Por tua delicadeza
De cristal
Tenho a vontade
Que nasce
De tantos
Arrepios
É muita
Muita química
De uma vez

Diversas praias

Andei
Por diversas
Praias
Percebi
Que o mar
Tinha todas
As cores
Que o sentimento
Permite quando
O coração chama
Eu nado até você

Inevitável

Pra que consertar
Perder o melhor
De você
Quem me dera
Viajar muito
Descobrir a poesia
Que insistimos
Além de tudo
Inevitável
Encontro

Amar e amar

Queria me desculpar
Por não está presente
Em muitas ocasiões
Mesmo sendo sincero
Sinto que falta
Um espaço no universo
Disperso no olhar
Que ouso na poesia
Te desejar o melhor
O melhor de todos
O dias
Amar e amar

8 de ago. de 2018

Estou com você

Não perco
Por nada
Deste mundo
O que nasce
Nos lábios
Escorrega
Na boca
Namora a língua
Quando o amor
Sorrir pra valer
Estou com você

Devagar e sempre

Sente-se
Vai levar
Um tempo
Pra que
Eu mude
De ideia
Já percebi
Que correndo
Perco muito mais
Do que sou
Devagar e sempre

Olhar apaixonado

Não foi
Por falta
De aviso
Quero
Muito
Colar
O que tanto
A gaivota
Faz no mar
Olhar apaixonado

Ser com vida

Gostaria
De te ler
Sentir teus calafrios
Arrepios subindo
O olhar
Que não escondia
Muito o desejo
De misturar
Ser com vida

Passeio do amor

Tens o dom
De domar
O coração
Que se rebela
Amansa
Torna as águas
Mansas e também
Namorando a tempestade
Com qualquer faísca
Que todo ciúme
Consegue provocar
No passeio do amor

Erguendo a cabeça

O que nos traz
De volta
Pra superfície
Vem das profundezas
Que criamos
Tiramos a ponte
Querendo a ilusão
As cores do abismo
Na solidão o eremita
Erguendo a cabeça

Cuidando do coração

Seduz muito
Implacável
Atração
Forjada
Em chamas
Espada
Que sabe
Como a natureza
Tem seu caminho
Da semente a fruta
Teu escudo vem
Nas asas fortes
Que erguem os pés
Cuidando do coração

7 de ago. de 2018

Boca e olhares

É bom passear
Dentro de você
Me perco
O tempo todo
Pra que superfície
Se existe a vontade
Que não passa
Boca e olhares

Ninguém pesca ninguém

Impossível fisgar
Esse peixe
Que foge
Pela rede
Esticar
Nem assim
Só tem
Um jeito
Esperar
Que venha
Sem pressa
Ninguém pesca
Ninguém

Cachorro doido

Me sinto
Meio torto
Sem você
Dança doida
Querendo
Morder
Rodopiando
O próprio
Rabo
Cachorro doido

Atropelo

Eu sou
Um Atropelo
De gente
Que sente
Sem demora
Delira
Na fila
Longa
Morando
Perto
De cada
Poesia
De muitos

Poesia borboleta

Gostaria de mudar
O que sinto
Que transmuta
Fazendo longas
Viagens no olhar
Se todo chá
Fosse confusão
A fusão seria
Nossa única
Poesia borboleta

Toma conta de mim

Me dar um beijo
Segura minha mão
Atravessa a estrada
Diz que estou lá
Te esperando
Até encontrar
De onde vem
Toma conta
De mim

Amar tanto

Nos atracamos
Em várias poesias
Um duelo sincero
De quem agarra
Bem o coração
Tolera o silêncio
Que certas palavras
Fazem sempre
Quando ousamos
Amar tanto

Telhado

Não paro
De pensar
Em você
Quadro
Fixo
Na parede
Telhado
Molhado
Dando
A música
Que a chuva
Faz
Ecoa
Muito
Abismo
Desejo

Mergulhar em você

Quero mergulhar
Em você
Ficar dopado
De tanto desejo
Esquecido
No tempo
Onde a poesia
Repousa
Sem pressa
De libertar
Toda vez
Teu coração

Café colorido

Vamos tomar café
Um café colorido
Café da manhã
Agradecer sempre
Abrir o dia
Despertar o sentimento
Segredo em sonhos
Guardados na cama
Libertar a preguiça
Pão com manteiga
Desce bem
Inesquecível
Sabor

6 de ago. de 2018

Especialmente você

Eu não teria
Como te buscar
Estás dentro
Onde sempre
Soube ser
Um lugar
Que só cabem
Os que amam
De verdade
Especialmente
Você

Aquarela

De sua essência
Colorir
O desejo
Que desperta
De que nada sou
Quando estou
De verdade
Com você
Aquarela

Curvas

Pensando bem
Te quero inteira
Sem tirar
Os pedaços
Perdendo os traços
Que fazem a linha
Escolher outras curvas
Estarei de olho
Como consegue
Me ver tão bem

Dunas

Não ouso escrever
Teu nome
É quando some
Entre as dunas
Dilacerado ficou
Tempestade de areia
Varreu sem deixar
Um beijo no oásis
Acordando a saudade

Não escondo o rosto

Não escondo o rosto
Molhado em lágrimas
Tem um rio segredo
Que despejo no coração
Me segura nas margens
Quando a lua é cheia
Levando tudo embora
Não escondo o rosto

Fingir

Não é nada
Demais
Fingir
Está
Com
Alegria
O problema
Nasce
Quando
Nos contentamos
Em não mudar

5 de ago. de 2018

Luvas

Tá difícil de ser
Queria ter
A vontade
Sincera
Das luvas
Que vestem
Com carinho
As mãos

Mão azul

De que cor
É mesmo
O pincel
Escolheu
Perder
O sentido
Quando encontra
Lugar comum
Da inspiração
Mão azul

Conta gotas

No conta gotas
Demora a pingar
Cair a vez
Qual parte
Encaixe
Deixei
Pra trás
A gente
Quer mais

Cabeça na lua

Deixa rolar
O pé nú
De quando
Perdeu
A meia
Arrepia
Pedindo
Colo
Cabeça
Na lua

Pra que solidão

Pra que solidão
Pulando corda
Roda gigante
Não pára
O balanço
Não tire
A mão
Posso me perder
Pra que solidão

Olhando você

Ninguém pode arrancar
O que sinto muito
Quando se aproxima
Toda poesia nasce
Um pouco perto
Certo aperto
Na inspiração
Cheiro de mar
Quando sai do rio
Olhando você

Amor distraído

Amor distraído
Jardim despenteado
Flor descabida
Perdendo as pétalas
Medo de ficar
Vazio demais
O coração
Constelação
Porque não
Voltou a ser
Amor distraído

Estranho

Muito estranho
Não querer
Mergulhar
Sentir o oásis
De onde mesmo
Que veio
Essa sensação
De estranho
No ninho
Muito estranho

Brigadeiro de colher

Brigadeiro de colher
Delícia de tirar do sério
Desafinação no olhar
Desespero no coração
Te quero demais
Sede danada de boa
Elegante sabor
Brigadeiro de colher

Trocando ideias

Trocando ideias
É um caminho
Sem volta
Do vício
Vira um hábito
Um namorar
Que dar vontade
De colar
O tempo todo
Trocando ideias

Talvez

Talvez
Não goste
De ficar só
De lugares
Fechados
De corações
Tão apertados
É bom sentir
O coração
Do poeta
Abrir mão
Da solidão
Talvez

Estrela cigana

Estrela cigana
Na beira do rio
Nascente
De suas águas
Muito amor
Não espere
O sol se pôr
Além do mar
Nas estrelas

Borboleta azul

Não existe ponto final
Onde haviam reticências
Exclamações interrogações
Pra quem é viajante
Um olhar basta
Nem todas as palavras
Podem dizer
Um silêncio escapa
Quando a poesia
Encontra o amor
De cada encontro
A águia reconhece
A borboleta azul

Do seu jeito

De cada presente
É impossível
Não agradecer
Mesmo com bicão
Esperneia
Abre os braços
E grita
Eu sou vida
Isso é você
Do seu jeito

Dança cigana

Você é
Por pura
Essência
A dança
Que dar
Vida
Teu palco
Mostra
A todos
Todos lugares
Não existe
Tempo feio
Luz amor
Sabe espalhar
Mostrar
Pra que veio
Dança cigana

Nunca deixe de cantar

Me ensina
A Piscar
Tanto
Os olhos
Como você
Saltitando
O coração
Nunca deixe
De cantar
O que tanto
Tua boca pede

Quando somos

Nunca é fácil
Amar
O que ainda
É bruto
De uma eternidade
Somos como um grão
Nunca estamos perdidos
A solidão se perde
Quando somos
Ninguém pode
Apagar nosso sorriso

Namorar com o mar

Quero puxar
Teus pés
Te arrastar
Pra sentirmos
A maré cheia
Juntos
Sereia
Namorar
Com o mar

Amor das estrelas

Pensei que soubesse
Que de cada música
Sinto como a fantasia
Tem vida quando és
Além do jardim
Flor ímpar
Pétala de arco íris
Amor das estrelas

Colcha de poesia

Uma estrela
Que brilha
Ofusca
As sombras
Não teme
O desafio
Aprende
Com cada
Detalhe
Faz do retalho
Uma colcha de poesia

Poesia pra mim

O pra mim virou
Um tesouro no mar
Quando olho
Que veio
Como um vento
Sabe como ninguém
Balançar a árvore
Da vida

De coração

De tantas poesias
Veio a borboleta
Sincera de muitos
Muitos corações
Abrindo o caminho
Nas imagens
Voa sem pedir
Licença
Invade
Dizendo
Somente
Fique
Se for
De coração

4 de ago. de 2018

Em paz

Não fui embora não
Tô tão dentro
Que já não me ver
Me procura tão fora
Fora dos sentimentos
O deserto não abandona
Quem caminha em paz

Quero essa dança

Quero essa dança
Que nos faz melhor
Esnoba o caos
Lembrando que o cais
Se perde de vista
De suas lágrimas
Voltei com saudade
De que nada
Neste mundo
Pode mudar
O que sinto
Quero essa dança

O sorriso escorregou

O sorriso escorregou
Até encontrar
Quem soubesse
No delírio
Um cafuné
Que deslizava
Sem rumo
Fazendo cócegas
O sorriso escorregou

Segredos do amor

Deixei nas mãos
Marcas profundas
Cedendo a paciência
Me juntei a saudade
Do princípio ao fim
Ninguém viu as páginas
Que dediquei a você
Segredos do amor

Cinzas

Criei a despedida
Sentida
Fazendo frio
No coração
O que aquece
Saiu
Esqueceu
De por
Lenha
Virou cinzas

3 de ago. de 2018

Amor com chuva

Eu sei
Seu nome
Decor
Saudade
Não tenho
Medo
Que corra
Na chuva
Te alcanço
Onde estiver
Me chamo
Amor

Caboclo urbano

Nada do que disse
Me fez mudar de ideia
Geleia dando saudade
Da sobremesa e sabores
Mesmo que fosse possível
Desse relógio não me atrevo
Só falta ter que comer
Pelas beiradas sem queimar
A vida pede ritmo
Corre quem quer
Caboclo urbano

Leve com a vida

Não posso fingir mais
O que não sou
E vivo dando
Perdendo sangue
Que jorra muito
No coração
O balão só sobe
Quando somos
Leves
Leve com a vida

Adormecido

Posso ter demorado
Com a visão
Que tem
Do imediato
O que traduz
No que chama
De coração
Adormecido

2 de ago. de 2018

Pudim

Pode me dar
Seu pudim
Tô de olho
Encontro
Assim
Nenhum
Almoço
Merece
Passar
Em branco
Celebrar
Abrindo
O apetite

Não dou nome

Quando abro a janela
Penso ter o tempo exato
Tenho a presunção
Decolo perdendo os pés
Se nada tem o significado
Ponho sobre a mesa
Um jarro de flores
Não dou nome
Acredito que seja
Amor

Louco dentro de mim

Se estive longe
É porque não esqueci
De caminhar sempre
De ir além do olhar
O vento que sopra
As vezes tem
Um pouco
De onde estou
Tenho um louco
Dentro de mim

Cadê o grito

Dando
Uma mergulhada
Na memória
Vendo a imagem
De ver cada nuvem
Despejar chuva
Sombra viagem
Desse trem doido
Criei coragem
Me perco
Em estações
De nomes estranhos
Esquecendo algumas
Bagagens
Que não cabem mais
Dentro do bolso
Solto o que vem
Eu te digo
Cadê o grito

Poesia do coração

Eu me encontro
Melhor
Quando estou
Com você
Pendurado
No graveto
Pronto
Pra despencar
De bunda
No chão
Dessa árvore
Tenho toda lição
Poesia do coração

1 de ago. de 2018

Eu sou uma faca

Eu sou uma faca
Que provoca a dor
A ferida sem sangue
Me alimento do medo
Que trava censura
Cada passo
Sou o que dar
Todo motivo
Pra que a razão
Seja plena
O amor não deixa
Fazer o meu papel
Que é separar
Tudo e sempre
De todos
Eu sou uma faca

De vida e cor

Não somos
O que acontece
Fora
Querendo entrar
Dentro
Não pertence
O que voa
Ao redor
Na praça
Sento no banco
Vejo as pessoas
Passarem
Naquele momento
Estou como um lugar
Pintando um quadro
Que vive mudando
De vida e cor

Amor sem disfarce

Não tenho
A desculpa
De não te ver
E ser tão perto
De não reconhecer
O que diz sempre
Quando presente
Não existe ausente
O tempo pára
Pra que venha
Cada encontro
Amor sem disfarce

É o vento

Pode transbordar
Assim se ganha
O ritmo do amor
Abrindo o apetite
Se tem uma coisa
Que não passa nunca
É o vento
Em sua pura
Essencia

Cedo

De sua orla despir
Brincar nas ondas
Flutuar na música
Que habita o rádio
Correr era tudo
Só ficou o medo
Daqui pra frente
Cedo é meu nome

Apetecendo

Tento plantar
A sensibilidade
O gracejo da flor
Orvalho de lágrimas
Destino simples
De quem vai
Escrevendo
Percebendo
O acalanto
Apetecendo

Muito pouco

Coração inquieto
Beijo prolongado
Abraço justo
De tão apertado
Viramos
Uma confusão
Fusão
Quem é quem
Quando se quer
Muito pouco

Juntos

Desse delírio
Não quero
Descer
Demorei
A subir
Parece
Que cair
É tão rápido
Como um lírio
Pode encantar
Tanto o coração
Juntos na poesia

Em flores

Deixei assim
Esperando
Que viesse
Qualquer
Sorriso
E veio
Libertando
Em flores