30 de abr. de 2018

Oasis

Quando o deserto vem
As lagrimas secam
Nem as estrelas
Conseguem alegrar
A saudade solidão
O que nunca foi
Tem a ilusão
A espera do oásis

Nunca vi o amor

Nunca vi o amor
Em tua superfície
Ficar quieto
Entre as marés
Nem tão pouco
As ondas
Querendo espalhar
O que as gaivotas
Insistem pescar
O que só coração
Pode dar

Como não despir tua flor

Despir a flor
Pelo desejo
De explorar
Cada pétala
Do malmequer
Margarida jasmim
Orquídea rosa
Vitória régia
Lírios do campo
Girassol cacto
Tem até copo de leite
Lindas tulipas
A natureza coleciona
Bem os paladares
E olhares distraídos
Como não despir
Tua flor

Fora do aquario

De um jeito exaltado
Largado na lagoa
Um esconde esconde
Que não sai do olhar
Quero pescar
Acho que estou
Sem prática
Quando o peixe
É um amor
Fora do aquario

Alicate

Parece que esmaga
Só prende pra ajudar
Destampar namorar
Cada desafio
Abrindo as mãos
Solta o que não precisa
Nesse movimento constante
De apertos sempre
Dando luz
Alavanca a vida
Sendo o momento
Um amigo e tanto
Alicate

Encontro você

Preciso ver
De outro ângulo
Está na altura
Que possa
Pousar o sentimento
Segredo lembrança
Onde menos se busca
Encontro você

29 de abr. de 2018

Parafuso solto

Gostaria de jogar fora
Do que nada sou sempre
E montar o quebra cabeça
Esquecendo alguns pedaços
Se ficar faltando alguma coisa
Todos temos esse lugar
Parafuso solto

Um outro amor

Quando ficar sem forças
Não esqueça de abrir
As janelas nem as portas
Se o beco for sem saída
Escute bem devagar
O silêncio leve
Vem do coração
Nada vem por acaso
A tempestade só passa
Pra quem atravessa
Mesmo que seja
Um outro amor

28 de abr. de 2018

Jeito de águia

Sem ver escorrego
Perco o degrau
Medos e dúvidas
Receios no peito
Um suor quente
De quem subiu
Montanha na unha
Jeito de águia

Na solidão do cometa

Perco a trajetória
Entro em órbita
Atravesso as nuvens
Dou um abraço
Forte na lua
Encaro marte
Quase entro
Em guerra
Descubro saturno
Pra que tantos
Anéis sem pretendentes
Lá longe plutão
Júpiter querendo
Tudo com abundancia
E tantos outros
Só sei que risco
O céu com amor
Na solidão do cometa

Voo livre

Não faz mal
Pode voar
Escapar
Sempre
Se perder
E nunca
Nunca mesmo
Se encontrar
Se possível
De novo
O que antes
Precisou
Quando te vejo
Eu sei o mar azul
Voo livre

Trilha

Querendo ouvir
Tuas trilhas
Ousando no coração
O que não determina
Tesouro nas mãos
A cigana lendo
Teu destino

27 de abr. de 2018

Lenha

Não abandone em mim
O desejo esquecido
Sentimento despido
A lenha pede
Muito mais
Quando o coração
Arde

Lagartixa

Escorrego
Sinto
Tua coluna
Esticar
Estalar
Tanto
Como lagartixa
Eu subo
Pelas paredes

Ronco do estômago

Na mesa faltou espaço
A fome caminhava
Sem pedir aos pés
E no descanso
Veio o embaraço
Alguns confundem
O ronco do estômago
Com o amor
Que mora ao lado

Sinta a poesia

Faço um trato
Não esqueça
No prato
O sabor
Que de fato
É a essência
Do teatro
Caio no ato
A plateia delira
Fico de quatro
Não acabou
A bebida
Sinta a poesia

Vagalumes doidos

O que tem nos olhos
E passeia passeia
Menina dos olhos
Estrelinhas
Que não pousam
Fora do coração
Preciso entrar
Ganhar passagem
E bem no escurinho
O que restou
Estou melhor com você
Radiante alegria
Voltando pra mim
Pra mim pra mim
Vagalumes doidos

Bêbado equilíbrista

Quando penso
Que tenho o direito
De me sentir melhor
Que o outro
Perco o sentido
O senso a liberdade
De acreditar na balança
Fico bêbado quem nem
A música equilibrista

26 de abr. de 2018

Dengo

Um jeito simples
Que explora
Cada canto
Com detalhes
Passeio carinhoso
Leva um tempero
Que aquece
Ninguém esquece
Apontando o coração
Cheio de dengo

Colo

Como fugir
De onde
Ninguém
Quer sair
Pousar sempre
Olhar em volta
E descobrir
Muito mais
É difícil
Não querer
Colo

Teu vento

Quando distraído
Não consigo
Esconderijo
Fazem a festa
Tenho que aguentar
Qualquer música
Quero de volta
O silêncio que
Você faz
Quando encontro
Teu vento

Lua vazia

Olha pra lá
Dança sente
Sem prender
Pés descalços
Areia molhada
No coração
Uma maré
Que não tem
Lua vazia

Todas as palavras

Invadir teu espaço
Tua escova de dente
Escolher o lado da cama
Deixar pingados no banheiro
Feito toalha esquecida
Comer entre os lençóis
Quase um acampar sem destino
Cozinhar com temperos estranhos
Esquecendo que algumas coisas
Viram churrascos quando no fogo
Nada disso parece importar
Quando o silenciar come bem
Todas as palavras

25 de abr. de 2018

Fiquei sem chão

Fiquei sem chão
Eu sou sua água
Fria ou quente
Se eu pudesse
Abraçaria
Toda vez
Não deixaria
Que o cristal
Caísse em pedaços
O coração conhece
Caminha sem pisar
O medo teme o amor
Fiquei sem chão

Zumbi

Num lugar escondido
Onde ninguém
Quer estar
Descubro
Como encontrar
Esconderijo
Subo além
Me afasto
De tantos andares
Como uma caverna
Nada solitária
Perco o sono
Um sozinho a dois
Zumbi

Um

Senti um
Um arrepio
Um alívio
Um beijo
Um delírio
Um colo
Um pouco mais
Um bastante
Um tempo
Um infinito

Almas antigas

Quando o outro diz
Que precisa ir
Pra o deserto
Sentir melhor
As estrelas
Um mar revolto
Coração esquenta
A lua parece
Abandonar
O sol
Acorda o oásis
Almas antigas
Não sabem brigar

Mordendo os lábios

Mordendo os lábios
Pele macia magia
Ilha que vicia
Que não demora
Passa tão rápido
Não há quem resista
Me diz como faço
Pra não ir embora

Imã

De rosto colado
Suor pingando
O sol encara a lua
Sagrado e profano
Me dê um sinal
O que tanto afasta
E aproxima de fazer
Inveja a qualquer
Imã

24 de abr. de 2018

Cafuné e suor

O que demora
Conhece a alma
Que passeia
Entre os dedos
Conhecendo a pele
Cafuné e suor
Se misturam
No colo de cada beijo

Abajur amigo

Fiquei a ver navios
Sem saber o que fazer
Desprotegido do ninho
Cheio de sentimentos
Estranhos fora da luz
Abajur amigo

Despindo a saudade

Como pousar
Se insisto
Em voar
Amar
No chão
Entre as folhas
Descubro
Teu passeio
Simples
De formiga
Mesmo que me pise
Despindo a saudade

Olhar de águia

O retrato na parede
Não guardou a vida
Que tanto queria
De lembrança e saudade
Todos somos um pouco
Durante os olhares
E o som de suas ondas
Não quebram o amor
Que une muito
O que antes era
E onde estou
Olhar de águia

Sorrir

Quando esquecemos
De sorrir
Prestamos atenção
No que é bem amargo
Alguns confundem
Que sorrir é perder
Perder a seriedade
Das coisas da vida
Eu digo que sorrir
É a essência do amor
Do amor na vida
Sorrir

23 de abr. de 2018

Olhar de gato

Tenho o desejo guardado
O apelo da bandeira
Com o vento apontando
De que lado vem
A distância entre o beijo
E o brilho da lua
Quando cai no chão
O que reflete
Dentro do olhar
Olhar de gato

22 de abr. de 2018

Namorando o vento

Não me atrevo
Nem tenho fôlego
Pra segurar
O prazer da flor
Que faz sempre
Um passeio
Aqui dentro
Namorando
O vento

Querendo você

Como não se apaixonar
Peixe fora do aquario
Estranho no ninho
Na flor da pele
Nem a música cala
Voe mais alto
Cilada do tempo
Outras vidas
O que tanto vem
E me faz pensar
Querendo você

Perdido em mim

Tento lapidar
Sem perder
O desejo
De sempre
Encontrar
O que antes
Só era
Um lugar
Longe
Perdido
Em mim

Furacão

Não sei
O que tanto
Olha
Admira
E ninguém
Se atreve
Acompanhar
Como pode
Um doce coração
Ser tão manso
Com a essência
De um lindo
Furacão

Coração estelar

Deixo entregue
Solto sem direção
Pra descobrir
Onde nasce
A ilusão
Quero rir
Sem amarras
No barco que se perde
Bússola âncora lua
Desejo louca paixão
Suor pele calor
Beijo infinito sabor
Sentindo o canto
O canto das ondas
Coração estelar

Ainda cedo

Já muitas vezes
Pensei que era tarde
Perceber que o fim
Era o por do sol
E após o apagão
Um céu manso
Vestia de estrelas
O cenário no escuro
Daí que vejo a poesia
No silêncio de cada palavra
Nasce muito o jeito
De ver a vida
Ainda é cedo

Sincero

Pensei que fosse sincero
Quando a chuva caísse
Só restariam as nuvens
E as lágrimas seriam
Uma correnteza livre
Não escolhendo as margens
Do que um dia foi um rio

21 de abr. de 2018

Luz e sombra

Alivia
Segue meu olhar
Um pouco
Afrouxa o sentido
Que te faz
Afastar
Tanto de mim
Luz e sombra

Como não desejar

É o que me faz
Mergulhar
Sentir mais
Não existe
Maneira melhor
Que arrancar
Sem esperar
Arrepiar
Onde mesmo
Mistura de silêncio
Sabor maduro
Como não desejar

Desenhando muita saudade

Feito uma joia
Ostra escondida
Pérola tesouro
De onde sou
O vento desejou
Sentei a beira
Do riacho
Deu sede
Faltou muito
De longe fiquei
Desenhando
Muita saudade

Estou de passagem

Estou de passagem
Me visto em suas árvores
Busco os galhos e gravetos
Descubro novos ninhos
De um canto ecoa
As folhas que se soltam
Sabem fazer o voo
Um chão de estrelas
Começo a pintar
Estou de passagem

*levels - avicii

Maria fumaça

Deixa rolar quebrar
Mudar esquecer
Muitos vagões
Curvas estranhas
Lembrar querer
Ferver até sair
O vapor subir
O que antes
Era carvão
Sem sair dos trilhos
Maria fumaça

Pousei em você

Não pedi teu jeito
Perdi o meu
Coisas do coração
Ninguém desembrulha
O presente sem ganhar
Bem debaixo do nariz
Como não vi
Tão claro
Como o sol
Senti tua vez
Pousei em você

Essência

Estou surpreso
Que não tenha
Adivinhado
Ou chegado perto
Nem sentiu o perfume
Que guardei
Será que perdeu
A essência

20 de abr. de 2018

Desengonçado

Desengonçado
Praticamente
Prato virado
Manteiga com pão
Quando cai no chão
Sempre do lado errado
Quem derrapa
Sabe o gosto
Batendo na ponta
Como uma formiga
Ninguém ver
O que todos temos de sobra
Desengonçado

Seduzindo a lua

Quem fica de longe
Do outro lado da mesa
Pedindo pra chegar
Cadê a ponte
Que não sai do lugar
Como jogar a rede
A isca não valeu
Jogo de lábios
E olhares distraídos
Derramam pela noite
Seduzindo a lua

Mudar

Mudar
É remexer
Nas pedras
Dosar a vontade
Amar o equilíbrio
De descobrir
Mais você
Mar ondas maré
Gaivota mergulho
Saindo do fundo
Mudar

Prisioneiro de mim

Pra se libertar da dor
Fiz o que pensei ser
Necessário sempre
Vacilei muitas vezes
Não tive coragem
Ganhei com o medo
O impulso pra voar
Sair do ninho
Deixei pegadas
Que irão sumir
Só ficará a essência
Talvez o exemplo
Prisioneiro de mim

Pedi pra você cantar

Pedi pra você cantar
Exagerar abusar
Animar o coração
Dar o sabor equilíbrio
Enquanto houver tempo
Ousarei cada estação
Dançar sentindo
O ritmo do amor

19 de abr. de 2018

Dentro da música

Incrível apaixonante
Delírio fico suspenso
Batida desconcertante
Uma bateria de sentidos
Faz muito mais barulho
Não quero deixar
Será que tem como
Conter tanta alegria
Quando te ouço
Dentro da música

Utopia

Tive todo tempo
Do mundo pra achar
Cada grão de areia
Perdido no coração
O tesouro que é viver
A todo momento
Descobrir que nada
É diferente quando
Só muda a bandeira
A cor língua costume
De querer andar
Pensando que tem asas
Utopia

Se amar fosse fácil o difícil desistiria

Existem pessoas
Que não são fáceis
De conviver
E outras que parecem
Que conhecemos
Como na palma da mão
E algumas que mudam
Saem da aparência
Pra mostrar
O que ainda são
Numa caminhada
De poesia e vida
Se amar fosse fácil
O difícil desistiria

18 de abr. de 2018

Fila

Se rasgo o céu
Vem chuva
Lagrimas na janela
Devagar conta gota
Esgotando a paciência
Quase esquenta
Humor na balança
Página que não vira
Quando entro
Numa fila

Namorando a dor

Como me desculpar
De tantas vezes
Se o erro acompanha
Quase sempre a ignorância
Aparar as arestas
Sentir a farpa
Como espinho
Arde sempre
Namorando a dor

Eu sou como as estrelas

Para por um pouco
De carinho no dia
Quando pequeno
Sereno olhar
Cresce mais
Nada distrai o coração
Diante o amor
Esperando as estrelas
Lá longe
Eu sou com as estrelas

17 de abr. de 2018

Tua poesia

Já te chamei tanto
Fiquei rouco
Quase sem voz
Da teimosia restou
Uma árvore com seu nome
Na madeira o presente
Quem sente falta
Conhece o que pede
Em cada momento
Tenho saudade
De tua poesia

Estranho no ninho

Cadê o beijo perdido
A lágrima não ignora
Nem a saudade seca
Desse jeito tímido
Escolho teu abraço
Bem abertado
Estranho no ninho

Sempre um novo dia

Por mais que disfarce
A arte de um arco íris
O entusiasmo dos pássaros
Vestindo o amanhecer
São de uma emoção
Que transcende
Mantém acesa
O que faz pulsar
O coração com amor
Sempre um novo dia

16 de abr. de 2018

Sede

Cismei com teu olhar
De fruta gulosa
Caldo na boca
Querendo fugir
Entre os lábios
Azedinho doce
Para refrescar
A sede que sinto
Que nunca passa

Engarrafamento

Será que disfarço tanto
Que vejo embaraçado
A dança sem jeito os pés
Não é que esteja nublado
Sem paradeiro crio a curva
Dou retornos e fico no meio
No meio fio no encostamento
Esperando o próximo passo
Engarrafamento não parece
Tem cheiro de poesia

Cais

É com alívio
Que sinto
O instante
Nem mais
Ou menos
Um equilíbrio
Dando ordem
Na bagunça
Quando o barco
Aprende com o cais

15 de abr. de 2018

Timidez

Me faço de distraído
Escondido na ostra
De leve um olhar
Sem ninguém saber
Fico a espreita
Quase uma tocaia
Pra dar um bote
Na timidez

Reprises

O que repousa no peito
O jeito não perde
Enrosca a pele
O cafuné sincero
Silencia no olhar
A respiração suave
Aterrisa tão bem
Dar vontade
De voltar no tempo
Pena que não existam
Reprises

Degraus do amor

Quando o coração
Fica triste
Busco o colo
Do que penso
Que conheço
Nem sempre
Funciona bem
Dar asas
Sem saber
O chão
É pular
Degraus
Do amor

Toda parte

Seria tão apaixonante
Me perdi nas margens
Sentindo a correnteza
Levar um pouco
Do que não quero
Nem pra mim
E pra ninguém
Há beleza em toda parte

Elo

Vivo correndo
Descendo a ladeira
Esbarro no sentimento
Que deixo no encontro
O sorriso fácil fica
Sereno guardado
Pensei que fosse
Lhe tirar o sossego
Desse olhar de paz
Que admiro de verdade
Elo

Sorriso anjo

De trás do monte
Um facho de luz
Sorriso anjo
Que desperta
Tanto brilho
Pra que asas
Se tu voas
Tão bem
Com o coração

Saudade de você

Como fugir
De cada encontro
Sem partir o coração
Quando os pés doem
De tanto caminhar
E nunca chegar
O que se esconde
Atrás do horizonte
Ainda tenho
Saudade de você

14 de abr. de 2018

Quando tenho fome

Estou ouvindo
O que tem dentro
Faz um eco danado
Uma mistura de vazio
E cheio chacoalhando
Sem transbordar
Parece que entope
Fazendo um silêncio
Em intervalos
Quando tenho fome

Mundo quântico

Traga me o desejo
Que esconde
Cada sentimento
Segredo lembrança
Onde a fogueira
Nasce sem brasa
Do carvão ao diamante
Nem tudo que esquenta
Torna o brilho melhor
Mundo quântico

Basta olhar a estrela

Basta olhar a estrela
Que passar dando sinal
Misturado sem jeito
Entre tantas outras
Constelações
As noites levam
O pensamento que custa
No amanhecer lembrar
Que não foi um sonho
Espero o dia ficar
Mais rápido
Esperando o por do sol
Basta olhar a estrela

13 de abr. de 2018

Choque

Tive um pressentimento
Como um arrepio
Subindo a espinha
Levantando os pelos
Da forma que veio
Foi embora correndo
Choque

A poesia era outra

Será que deixei
Quieto calado
Gota d'água
Pingo inocente
Quebrado sem corda
Girava ao redor
Da praça o balanço
No rosto a poesia
Deixa as marcas
Insistentes
A poesia era outra

E não saio do sonho

Sofri pra descobrir
Enterrado na areia
Do tempo e solidão
Entre as páginas
Uma folha amarela
Perfume no ar
Que traz de volta
Toda saudade
Como não pintar
Um quadro único
Quando penso
Que estou acordado
E não saio do sonho

Muito mais pra se viver

Quando me dou espaço
Sei aonde quero chegar
Não implico com a ilha
Dou um beijo que estala
Tipo tapa nas costas
Se o olhar arregala
É quem tem muito
Muito mais pra se viver

Nuvens distraídas

Andar na chuva
Um capricho
De poucos
Vendo a cortina
Cheia de lágrimas
Caindo do céu
Nuvens distraídas

12 de abr. de 2018

Fantasia

Sabe que não faz falta
Vestir a fantasia
Rasgando a ilusão
O desejo corre
Pra que não acabe
A paciência devora
O coração do tempo
Quem é você mesmo
Aproveite a música
A inspiração costuma
Esquecer o poeta

Vácuo

Se falo pouco
Não encho o saco
Deixo vazio
Dou espaço
Crio o vácuo
No silêncio
Que se perde
Quando escuto
O vento soprar

Estações

Demorei um pouco
Pra responder
O que não vem
Nem são palavras
Levadas ao vento
Como pedir
Aos raios de sol
Que espere
A chuva passar
Sem as estações
A vida nunca mudaria

11 de abr. de 2018

Palhaço

Tento escapulir
Fugir do tédio
Sério mesmo
Que não confundo
O que tem no fundo
Do copo vazio
Solto o riso
Entra em cena
Como não acordar
O imenso palhaço

Saudade não se esconde

Desconfio do coração
Quando solitário
Pede o espinho
Sem conselho
Último a apagar
A luz no fim
No fim do túnel
Entre o avestruz
E o tatu veio
Um amor com pétalas
Que ganham a poesia
Saudade não se esconde

Beijo da lua

Vamos lá
Despejar
O que tá chato
Quem sabe
Leve o vento
Pra longe
Humor doido
Impossivel beijo
Beijo da lua

Dentro

Dentro
Um sincero
Silêncio no olhar
Que não faz
Nem cócegas
Aceitando o jeito
De ser com amor
Se for pra sorrir
Que possa acompanhar
Servindo o melhor prato
Sem matar a fome
Existe uma ponte
De todos os lados
Teu jeito me ensina

10 de abr. de 2018

Tanto amor

De uma beleza
Estonteante
Um brilho assim
Nunca esperei
A escada perde
O degrau fica
Sem chão
Ainda escuto
Como pode
Esse olhar
Ser com tanto
Tanto amor

Água na boca

Sei que te deixo
Com água na boca
Sede boa
Que nunca passa
Vem cada vez mais
Manjar dos deuses
Alegria contagiante
Distante que nada
Estou com você
Nessa música

Nasce com amor

Aquele que me chamou de mar
Volto a te ouvir na imensidão
E de tantos outros caminhos
Nunca é tarde demais
De cada sonho um pedaço
Como grão de areia
Ninguém corre
Do que ainda
Nasce com amor

9 de abr. de 2018

Invisível luar

Não é raro
Me perder
Pensando
Em você
Me encontrar
Pra que
Se o caminho
Abraça melhor
Com a poesia
O junto vem
Invisível luar

Chocolate

Coração dispara
Fora do alcance
Qualquer grito
Perdendo o eco
A lua corre
Pra que o tempo
Deixe no clima
Veio pra ficar
Mais perto
Chocolate

Só pra te dizer

Só pra te dizer
Como machuca
Tão mágico
Dilacera cria
Outra pele
Tirando do avesso
É certo a lágrima
Que derrama o amor
Só pra te dizer

Acendo a tempestade

Coleciono teu olhar
Perdido entre as nuvens
Um jeito diferente
Me derrubando o coração
Sem sossego mexo
Acendo a tempestade

Te perco

Te perco
Quando voa
Soltando sempre
A folha encontra
O pensamento sente
Devora  o que está
Longe no fundo
Cachoeira
Na beira
De cada olhar
Escondo o beijo
Escorrego
Te perco

Cabe política na poesia

Estou aonde havia cor
Coragem de prosseguir
Hastear a bandeira
Sem tomar partido
Ver pra que lado
O vento indicava
Sem açúcar
Fiquei amargo
Destinei o coração
A só lembrar
Da saudade
Cabe política
Na poesia

Sem sair da cama

Sabe quando
Se apaixona
Não quer desgrudar
Cola muito
Num desespero
Como peixe
Fora do mar
Então quem
Não é assim
Sem sair da cama

Teto de nuvens

O que será
Que nos separa
Tanto
Que preciso
Esticar
Sempre
Até a ponta
Dos pés
Descalço
Quero tocar
O teto de nuvens

8 de abr. de 2018

Quando nascem as dúvidas

Quando nascem as dúvidas
Saio do esconderijo sempre
Caverna ostra beco sem saída
Não espero a chuva apertar
A vocação do cacto no calor
Mata a sede no deserto
E por mais que corra
Só o tempo leva
A lição de cada estação
De que vale a semente
Quando nascem as dúvidas

Na poesia está seu coração

Parece longe o pensamento
O que se aproxima com a brisa
Olhos que vagueiam
Surgindo o momento
De que tudo é breve
Nas páginas da vida
Nasce todo poeta
Na poesia está seu coração

Onde o vento mandar

Não é nada demais
Sonhar com a borboleta
Lembrar o pássaro
Ser a asa sempre
Deslizar muito
Eu vou te buscar
Onde o vento mandar

Saber teu lugar

Distraído
Pisando em nuvens
Calor nos pés
Desejo nas mãos
Suor no olhar
Quem me dera
Saber teu lugar

Ouvindo estrelas

Ouvindo estrelas
De um amor assim
Alma gêmea
Feito o mar
Muitas ondas
Nunca calando
Bagunçando
Coração doido
De tanto querer
Chegar na praia
Ouvindo estrelas

Encontros simpáticos

Se não bastasse o susto
Veio o soluço expressivo
Solução papel na testa
Meio úmido faz efeito
Simpatia de gerações
Como também
Tapinha nas costas
Quando engasga
Na garganta
Quase entopindo
Também a língua
Encontros simpáticos
Simpatia e poesia

7 de abr. de 2018

Olhar mastigado

Olhar mastigado
De quem sabe
Que ninguém pode
Segurar o roteiro
Personagem livre
Vestido de tantos
Tantos sentimentos
Olhar mastigado

Gosto de saudade

Não espero o reencontro
O que une os elos
Ferrugem tempo destino
Maresia onda areia praia
Ficou pra lembrar a poesia
Livre sentimento palavra
O que agrada tem gosto
Gosto de saudade

Muita poesia no beija flor

Do seu olhar admirei
Encantado voou
Tentei manter
O horizonte
Quase longe
Ficou uma trilha
Que não escondia
O prazer da flor
Muita poesia
No beija flor

6 de abr. de 2018

Eu sou como poesia

De um absurdo
Veio a música
Estonteante
Embriagado
Mergulhei
Absorvi
A borboleta
Com a flor
Foi embora
Deixando
A essência
O sinal
Eu sou
Como poesia

Sentimento louco de viver

Se houve um jeito simples
Daria o braço a torcer
Despencaria do orgulho
Abriria a porta da razão
E no colo da intuição
Um longo encontro
Partindo na madrugada
Rompendo o amanhecer
Sentimento louco de viver

5 de abr. de 2018

Derretendo satélite

Na noite um olhar
Longa procura
Uma espera infinita
Sabe que vai além
Além de cada estrela
O desejo lembra
Estou aqui embaixo
Espero que esteja
Vendo em  silêncio
Habitando o coração
Derretendo satélite

De volta ao mundo

De um sopro
Veio a vida
Estrela brilha
Não cansa
De guiar
Pra que sofrer
Se o caminho
Abraçando
É leve o olhar
De quem pede
De volta ao mundo

Do beijo que nunca esqueci no coração

As vezes vem a faísca
O desencontro das nuvens
A paisagem pede chuva
O sol não reclama
Passeia forte na pele
Arracando o couro
Do beijo que nunca
Esqueci no coração

Retalhos poéticos

Olhar para mim mesmo
Esperava um espelho
Forte sem medo de ser
Sem saber o que viria
Do outro lado mistério
Enchendo o pensamento
De lugares e sentimentos
Entre o abismo e a ponte
Retalhos poéticos

Queria ficar sozinho

Queria ficar sozinho
Não sabia como
Como a solidão é forte
Tem garras afiadas
Penetram fundo
Tiram do alcance
Qualquer tristeza
Um poço sem fim
Lagrimas secas
Queria ficar sozinho

Não ver mais o mar

Eu me rendo ao coração
Saudade única e direção
Suave seriam os espinhos
Que deixam marcas
Insistentes no tempo
Se por um momento pudesse
Diria o quanto faz falta
Não ver mais o mar

4 de abr. de 2018

Beijando as estrelas

Tive um pressentimento bom
Quando vi a onda namorar
Namorar a gaivota
Querendo o peixe
Um amor estranho
Que se rompe no horizonte
Quando o sol desmaia
Beijando as estrelas

Pra que a lua não vá

Gostaria de ficar
No canto quieto
Lambendo o silêncio
Trocando frases
Que não saem
Ficam na boca
Balbuciando gemidos
Como gatos nos telhados
Que imploram
Pra que a lua
Não se vá

3 de abr. de 2018

Sabor do quero mais

De tantos detalhes
Sobrou um em especial
De tirar o fôlego e a maçã
Esqueci o espinho
Ganhei a dor preferida
Que sempre traz
O sabor do quero mais

Basta provar

Parece que não fui
A lugar nenhum
Tapete mágico
Saindo dos laços
Da realidade mergulhando
Em nuvens de sonhos
Descobrindo com a imaginação
Que o recheio tem tudo
Basta provar

Conto xamanico

Encontre o caminho de volta
Estabeleça a confiança
Alie o desconforto
Deixe o equilíbrio guiar
Como uma chama da vela
Pela noite a luz voa
Até descobrir o amanhecer
O que restou da fogueira
Em brasas arde no coração
Através dos tempos
Um conto xamanico

2 de abr. de 2018

Planeta azul

Vejo a natureza
Como bússola
Navega com as estrelas
Rios mares florestas
Montanhas vento brisa
De suas mãos nascem
O esplendor de todas
Todas vidas de longe
É o que somos
O planeta azul

Poesia e África

Fico te devendo uma
Quem sabe muitas
Pra quem aguenta
Segura o abraço
Sacode o pescoço
Não existe pressão
Se for pra esticar
O tambor mergulha
No sentimento mais
Mais profundo
Poesia e África

Defeitos

Sem exagero
Descobri
Que não era
Igual
Nem parecido
O reflexo
Fugia
Entregava
Sempre
O que fazia
O equilíbrio
Eram os defeitos
Com efeito
Na vida

Sorriso interior

Pra que esconder
A beleza a solta
Ecoa por onde anda
Tira suspiros
Conflitos sutis
Quem não conhece
Esquece o jardim
Que plantamos
Quando brota
O sorriso interior

Ficando a vontade no coração

De tanto pedir veio
Um deserto forte
Pra que aprendesse
Que o oásis vive
Esperando que venha
Sem pressa de chegar
E saiba que a sede
Não mata o desejo
Quando desperta
Ficando a vontade
No coração

1 de abr. de 2018

O medo só prende a coragem de viver

Tinha um desejo pequeno
Tão pequeno que cabia
Escondido no pensamento
Como uma formiga
Que ninguém ver
Só pisa sem saber
Até que um dia descobri
Que não são as paredes
Nem janelas e portas
O medo só prende
A coragem de viver

Águia e o mar

A águia sobrevoa as alturas
Não esconde o medo
De quem olha pra baixo
Na vida quem não levanta
Não levanta o olhar
Esquece de abrir o coração
Pra que veio ao mundo
As estrelas só brilham
Na noite em que sonha
A semente é sempre a escolha
Que faz com que as pegadas
Na areia encontrem o mar

Ninguém segura o tempo

Ninguém segura o tempo
Que amadurece em cada estação
Um olhar que fica pra trás
Pelo que já foi feito
Na pressa escapa a lição
Do que não quero aprender
Ninguém segura o tempo

Dando um beijo na esperança

Por um momento
Senti que voava
Tinha asas
Que deixavam
Tudo em volta
Tão longe
Do olhar
Tive que pousar
Ver de perto
O que de longe
Parecia um espelho
Quebrado de sonhos
Dando um beijo
Na esperança

Na Páscoa a poesia não escolhe a dor

Por mais
Que tenhamos
Respostas
A dúvida mexe
Tira do lugar
Pedra sobre pedra
O caminho nasce
Quando os pés
Tocam sem ver
Como a Páscoa
Renovando
E em alguns corações
Que só aprendem
Através do amor
Na Páscoa
A poesia não escolhe a dor