Bom filme

Se eu soubesse
Que não valeria
A pena correr
Tanto das coisas
Aprenderia sempre
Com os detalhes
Desafios quebra cabeças
Guardo cenas
Que dariam
Um bom filme

É você se encontrando

Sentimento puro
Respira com a esperança
Transpira o que falta
Sem arrancar o coração
Como anestesia enxuga
As lagrimas de muitas saudades
O que faz eco
Não é o vento
É voce se encontrando

Sistema fora do ar

Quando precisa
De espaço
Não conversa
A cerca fecha
Ganha o silêncio
Tudo emperra
Diz que não é
Nada pessoal
Sistema fora
Fora do ar

Vamos fazer as pazes

Vamos fazer as pazes
Encarar nos olhos
Deixar as palavras
Suspensas no coração
Sem alarme soltar
Quem caminha
Reconhece os erros
A flor nasce
Onde menos se espera

Cabeça na lua

Não sei lidar
Com o alvoroço
Que cria
A correnteza
Sentindo a margem
Quase virando
A canoa cheia
Tão cheia
Falta pouco
Pra virar a cabeça
Cabeça na lua

Prosa surreal

Somos o que chamam
De silenciosos na vida
O ajudar sem forçar
Mostrar a janela
Sentir a porta
Debruçar o coração
Pra que aprenda
Entre lágrimas e sorrisos
Existe o nosso olhar
Prosa surreal

Sem chão

Divã solto
Cabeça na lua
Tudo torto
Esticando bem
Até sentir
Cada músculo
Perder seu lugar
Em pedaços
Sem chão

Caminho do meio

Esqueci que não havia sossego
Só intervalos que pensava ser paz
Nuvens sem destino
Entre as paredes
A janela pedia
Saia antes
Que seja tarde
A poesia é uma concha
Que ecoa muito o coração
Caminho do meio

Riscando a vida

Não dar pra ver
Pra onde vou
Entre as estrelas
Um lindo clarão
Passou despercebido
Como um cometa
Riscando a vida

Coroa de espinhos

De cada olhar
Busco a vez
Sem pressa
Tudo vem
Invisível aos olhos
Como o vento
Que traz e leva
O eco não esquece
De devolver o que fez
Coroa de espinhos

Buraco da agulha

Fora do foco
Sinal fechado
Caminho estreito
Quase sem visão
Desafio e tanto
Os que são do contra
Acreditam que chorar
É o jeito de se libertar
Quem insiste sabe
Onde vai dar
O buraco da agulha

Além sempre

Estou longe
De casa
Na essência
Muitas viagens
Pra soltar o gatilho
Preciso voar
Sem asas
Ser a ponte
Que une
Todos os dias
Cada infinito
A poesia é um universo
Além sempre

Quero ficar mais perto

Quero ficar
Mais perto
Como faço
Escapulindo
Como gota d'água
Entre os dedos
Não resisto
Ao sorriso
Que nasce
Cresce
Sempre
Quero ficar
Mais perto

Raios de sol

Antes que tudo
Ficasse perdido
E fosse tarde
Esperei chegar
Abrindo os olhos
Com desembaraço
Sem jeito
Desengonçado
Lá longe
Horizonte quieto
Cabia na janela
Apertada como pintura
Um quadro único
Raios de sol

Xamã

Me permito sair
Encontrar de novo
Como uma pedra
Imóvel lugar
Observar de leve
O peso de cada sentimento
Numa balança
O equilíbrio convive
Namorando o extremo
Se ficar no meio
Une todos os pedaços
Sem segredos
Xamã

Há muito café

Há muito café
Muito pouco
Humor ao acordar
Sair de casa
Ver o que tá fora
Fora do coração
Uma engrenagem
Que freia
Até pegar no tranco
Na marra falta equilíbrio
Há muito café

Círculo

Também estou
Com saudade
O vento escondido
Em alguma curva
Sem pegadas
Nem pistas
Só o sentimento
De um círculo
Que vai e volta
Fazendo o coração
Pular muito

Vida cigana

Não é a toa
Cada esquina
Tantas direções
Corações e olhares
Nem juntando daria
Pra ver o tamanho
Que tenho de saudade
Dessa vida cigana

Te trago luz

Te trago luz
Pra que possa ver
Ser mais um
Um ponto de vista
Não existe o botão
Que desliga
O que já é aberto
Em luz em você
Se torna uma onda
Que se espalha
Em silêncio
Te trago luz

Tocar o mundo

Tocar o mundo
Perceber o contexto
Espremer a dúvida
Reconhecer a dança
Como a paisagem
Das pedras as flores
A folha só cai
Quando consegue
Ir fundo na vida
Tocar o mundo

Pra que o sabor

Pra que o sabor
Se sei a cor
Que faz
Todo arco íris
Desenhando o céu
Mesmo sem estrela
Decoro nas nuvens
Toda vez teu rosto
Em todo lugar
Tem um pouco de você

Longo beijo

Não vejo a chance
A possibilidade
Oportunidade
De como abraçar
O que não toca
Segue no vento
Sem cara nem boca
Longo beijo

De ser com amor

É na ilha da fantasia
Que me escondo sempre
Do que não quero aprender
Também o que vive me contrariando
Penso que assim não existirá dor
Só o prazer de me iludir
Perdendo o tempo precioso
De ser com amor

Coração infinito

O que nunca alcanço
Demorei a imaginar
Nem soube sentir
A música no ar
Com vários silêncios
Insistir até chegar
Onde estou
Triste ou alegre
Sol e chuva
Quando nublado
O céu aberto espera
Que eu volte sempre
Coração infinito

Quando quebra

Quando quebra
O vidro despedaça
Lança acerta
Por cada canto
Pedaços e dor
Não dou conta
Farpa destino
Cor sabor desejo
Quando quebra

Um passeio no coração

De todas as vezes
Essa marcou muito
Como uma estrela
Beijando o por do sol
Na crista da onda
Um passeio no coração

Louco amor

Já me afoguei tanto
Bebi cada mar
Perdi o rumo
O rumo da praia
Deixei a correnteza
Ter o prazer
De levar meu coração
Feito ilha deserta
Na garrafa tinha um recado
A maré encontrou
Louco amor

Nem todas as chaves

Nem todas as chaves
Podem abrir o coração
O que já é aberto sempre
Não precisa de portas
Ou janelas na vida
Se a ilusão ganha
Algo se perde
E vem com sede
O que se aprende
Vira o melhor tesouro
Pra quem leva adiante

Arrastando a poesia

Do que tanto
Me escondo
O sonho longe
Se desperta
Com saudade
De muitos beijos
Arrastando a poesia

Cadê o brilho

Cadê o brilho
Vidro limpo
Nem assim
Vejo através
Pelo avesso
A ilusão ilha
Sonho isolado
Misturado jeito
Bagunça e arruma
Cadê o brilho

Atiro no louco

Atiro no louco
Descubro o cenário
O chapéu perde
A cabeça
De tanto sol
Cozinhou
Passou do ponto
Com o calor
Evaporo devoro
Faminto a emoção
Vou com as nuvens
Atiro no louco

Lembrança doce

Não tive dúvidas
Desde a primeira vez
Olhar entrelaçado
Voz rouca
De tanto gritar
Pra que o vento
Parasse de expulsar
A saudade que conforta
A lembrança doce

Barulho do mar

Preciso chegar
No lugar
E o  silêncio
Sozinho
Ecoar
Como a concha
Na areia
O barulho do mar

Fruto da vida

Tive medo
De não ver
Que tudo muda
A paisagem
Não existe
O sempre
Que o crescer
Faz da árvore
Da semente
O fruto da vida

De um jeito diferente

De um jeito diferente
Um encontro surreal
Através da distância
Que nem um fio de cabelo
Não existe o toque
Nem o olhar
O que não enlouquece
Vem com a amizade
De um jeito diferente

Um palco de estrelas

Quero chegar perto
Você não deixa
Me espanta
Com vários
Humores
Olhares
Gestos
Uma dança
Que nem espera
Abrir a cortina
Um palco de estrelas

É bom estar aqui

É bom estar aqui
Te ver de novo
Sentir teu calor
Saber que vem
Sem pedir nada
Em troca
Dando a claridade
Que mesmo de fora
Ainda aprendo
Como nascer
Num novo dia
É bom estar aqui

Essa consegue

Essa consegue
Ir fundo
Sorriso largo
Apavora qualquer
Qualquer tristeza
Tira do lugar
Não tem vez
O corpo dança
Faz a festa
Essa consegue

Pele suave

Pele suave
Transpira
Tira o sério
Deixa de lado
Abraço solto
Sente o momento
Dança acena
Pra que letra
Se a música
Deixa a dúvida
A ilusão tem
Sem vestir
Melhor lugar
Pele suave

Encara a vida

Olha que procurei muito
Acabei em muitas
Muitas despedidas
É cada nó de dar inveja
A qualquer marinheiro
Quem sabe o cais
Conhece o mar
Não faz onda
Encara a vida

Não quis misturar

Só sei
Que te vi
Passar
Fazendo
Sombra
Incomodando
O brilho
Um pouco
De outro olhar
Não quis
Misturar

Ilha e poesia

Não seria
Nada demais
Te ver sair
Além do horizonte
E voltar com a lua
Quem sabe seja
Essa certeza
Que me faz
Olhar sempre
E muito pra o mar
Dessa ilha
E poesia

Sentindo teu coração

Queria muito
Que soubesse
Onde o vento
Pousa sempre
Estou mais
Mais perto
Sentindo teu coração

Será que perdi o jeito

Será que perdi o jeito
De ver que amanhece
Sempre mesmo
Que não tenha sol
Tudo muda
Nada se esconde
Será que perdi o jeito

Transparente

Qual cor que pode
Mudar o sentido
Ver através
Também pelo avesso
Na chuva escorre
Como lágrima
Porque tinha
Que ser
Tão transparente
Diante da vida

Livro solidão

Ninguém traz de volta
O grito abafado
Teia de aranha
Tudo empoeirado
Enferrujado
Na estante
Sem ler
O livro
Conhece
Cada vez mais
A solidão

Só vi desabar

Só vi desabar
Quando transbordei
Como barreira de rio
Precisei inundar
Ficar cheio
Até sentir
Que nada é mais importante
Do que deixar fluir
A vida no coração
Só vi desabar

Totalmente a vontade

Totalmente a vontade
Vencendo o capricho
Querendo tua cor
Alaranjada manhã
Nublado coração
Mãos pés cabelos
Orquestra pronta
O que vamos tocar

Saindo por aí

Saindo por aí
Querendo encontrar
Teu canto encanto
Despedaçando a pétala
Que um dia já foi
Saindo por aí

Acontece a poesia

Entre a gente
Não tá valendo
Corre o suor
Das palavras
Destila muitos sabores
O que sai de horrores
Jorra na inspiração
Sem desafinação
Acontece a poesia

Tocar com sentimento

Tocar com sentimento
Tem um que a mais
Envolve o instrumento
Quem toca voa
Alça o voo livre
Nem precisa de asas
Já sendo no tocar
Tocar é a essência
Que faz da poesia
De todos lugares
Um só
Tocar com sentimento

Melhor

O que te torna melhor
Está nos detalhes
Que nunca ver
Quando ver
Deixa de ser
O melhor estaciona
Quando não avança
Você é diferente
Todo dia
O que não muda
Esconde o melhor

Sem beijo

Sinto falta
Ausência
Do que está
Em volta
Nada preenche
Esse vazio
Silêncio
Sem beijo

Vontade doida

Qual a cor
Do teu segredo
Brilho na boca
Vontade doida
De sorrir

Nada é bom o tempo todo

O que tanto
Me atinge
Não finjo
Nem disfarço
Embaraço sempre
Quem insiste
Precisa ver
Viver no passado
Sem avançar
Nada é bom
O tempo todo

A vida é cheia de curvas

Não tem de novo
Não tem bis
Nem repetição
Só o agora
O estúdio puro
Sempre outra música
Se passou perdeu
Senão aconteceu
Faça acontecer
Veja os sinais
Verde amarelo vermelho
Chute o balde
Pise na jaca
Não perca o entusiasmo
A vida é cheia de curvas

Deixa o sol entrar

Foi de encontro
Um namoro inesquecível
Encontro das águas
De uma margem a outra
Onde os rios se tornam
Muito mais que a paisagem
Flui no coração a correnteza
Deixa o sol entrar

Distúrbios

Parece que levei
Um choque forte
Dedo na tomada
Fio desencapado
Arrepio na pele
Quando vem o desafio
Nenhuma âncora segura
Distúrbios

Pensando em você

Não tive notícias
Perdi o contato
Levei o olhar
Pra cada canto
Onde poderia
Estar perto
Suave folha
De tão leve
Encontrei
O que voava
Veio forte
Pensando em você

Amor flor dor

Difícil de escrever
Por pra fora
Idioma dos sentimentos
Vem em ondas
Caem na praia
Não se importam
Querem qualquer
Cor sabor desejo
Amor flor dor

Piano doido

Um jeito bom
De chegar
Sem pedir
O abraço vem
Invisível entram
Entram pelos olhos
Piano doido
Impossivel calar
O coração canta

Refresco

Sem matar a sede
Busco a vez
Queria nadar
Mergulhar fundo
Quem sabe
Perdendo o fôlego
Ganho algum refresco

Só quando o silêncio vira poesia

Como se despedir
Pétala sem cor
Vem dançar
Me tirar do sério
Mistério na boca
Que nunca se cala
Só quando o silêncio
Vira poesia

Muitas pedras

Vento a favor
Sem fazer força
Rede esticada
Água de coco
Poucas nuvens
Ilusão boa
Refresca muito
Quem nunca mais
Teve um sonho
Que atire
Muitas pedras

Casulo

Por mais que viaje
Não mudo de lugar
Aqui dentro
O brilho se perde
Vira saudade
Espero chegar
Sem olhar diferente
A borboleta não sai
Do casulo

Estranho sentir

Estranho sentir
A solidão devora
Acompanha o sanduíche
Sem recheio
Perco o sabor
A conversa
No pé do ouvido
Um arrepio
Foi pra longe
Estranho sentir

A poesia fala do desejo

Descobri que despertar
Não é abrir os olhos
Que o deserto não esconde
A água sempre
Quem insiste sabe
O oásis onde
A poesia fala do desejo

Obrigado vida

Corro perigo
Quando despenco
Desenho a ladeira
Adrenalina no vento
O freio só ver a curva
Quando consegue sorrir
Pra o que vem depois
É muito bom
Te ver chegar
Obrigado vida

Pensei que fosse possível

Pensei que fosse possível
Imitar a estrela
Esperar o sol partir
Mergulhar no mar
Como criança
Fitei o olhar
Busquei de onde vinha
Toda a vez
O sorriso do horizonte
Ainda tenho aqui guardado
Pensei que fosse possível

Poesia e solidão

Pra que atravessei
Outra margem
O rio tem
Dois lados
Que abraça muito
Quem fica no meio
Correnteza sempre
Não larga nunca
Leva até o mar
Poesia e solidão

Teu lugar

Derrubei levei
Não existe engano
Mais adiante
Fila de intenções
Aumenta a música
Faz o pássaro
Liberta a luneta
Quero ver
Onde fica
Teu lugar

Dando um recado a poesia

Dando um recado a poesia
Admirar o caminho
Reconhecer a paisagem
Vestir as palavras
Cantar o sentimento
No ritmo que pede
Sem isolar o momento
Como um todo dar a cor
Dando um recado a poesia

Todos olhares

Como espalhar no vento
Sentir as folhas fugirem
Irem de encontro
Nas nuvens o coração
Lembra na música
Eu não canso
O corpo mudou
Aqui dentro também
O coração não sai do lugar
Está em todos olhares

Mãos abertas

Essa alegria que impulsiona
Nunca sei onde estou
E vou estar
Um bem estar
Desconforto
Deixa inquieto
Essencia forte
Que mistura
Agita o coração
Mãos abertas

Seta de luz

Onde o sol se esconde
Desperta a estrela
Que sobe lá no fundo
Quando tudo se apaga
Vem com uma ponta
Seta de luz

Dando ouvidos a poesia

Talvez fuja
Pra algum lugar
Que não seja perto
Sem lembranças
Pra pendurar
Certo sempre
É decidir
Mesmo que errado
A tartaruga caminha
Sem pressa de chegar
Dando ouvidos a poesia

Soltando no teu coração

De que valeria
Se fugisse
De cada desafio
A lágrima não ignora
Desmancha a dor
E só assim nasce
Pela correnteza
Do rio ao mar
Tudo que precisa ser
O importante é não
Se perder nas margens
Por mais que as curvas
Sejam atraentes
O que conta no aprender
A poesia traduz
Soltando no teu coração

Momento de ser feliz

Quando enxergo  o raio
Que cai rasga a árvore
A natureza gritando
Sinto o abismo forte
Um grito no coração
Alarme solto
Pra onde correr
Momento de ser feliz

Com sabor de você

Como faço pra refletir
Tão bem o que passa
Por cada sorriso
Durante a mesa
O prato voa
Sem perceber
Corre o risco
Entre a sede
E a fome
Existe uma ponte
Quem desconhece
Merece a surpresa
Onde nasce o paladar
Com sabor de você

Pura poesia

Será que foi
O que disse
Entre os lábios
O suspiro fugiu
Deixou sem graça
Onde termina
A música em você
O que faz teu olhar
Ser mais
Que a estrela
Tem um pedaço
De mim
Só seu
Pura poesia

Uma pequena oração de luz no coração

Sem a transformação
A vida não vem
Os sinais apontam
Pra que seja breve
O descanso é a ilusão
Dos que não querem
Sair do lugar
Quem viaja não retorna
Vai mais adiante
O que clareia
Está dentro
O que chamamos
De fora
É o reflexo
Do que ainda somos
Uma pequena oração
De luz no coração

Escravo não tem cor

Se te deixei longe
O fôlego veio
Profundo olhar
Dilacera cria calo
De tanto repetir
A canção virou lenda
Ainda me sinto no tronco
Escravo não tem cor

Derretendo em lágrimas

De cada traço
Rabisco a linha
Namoro a curva
O que vem de trás
E na frente
Ouso encarar
Derretendo em lágrimas

Metamorfose

Quando a certeza
Muda de lugar
O beijo sabe
Que não pode
Nunca pedir
O passado
Por mais
Que venha
O que faz
A diferença
Metamorfose

Olhar desconfiado

Olhar desconfiado
Sem saber
De onde vem
O brilho do dia
Quando pequeno
Esperava o instante
Quem apertava
O liga e desliga
Sol e lua
No encanto da magia
Como o coelho
Tinha vida
Morando na cartola
Olhar desconfiado

Algo mais

Algo mais
Tinha que ser
Domina o coração
Lembra na música
Faz o pássaro sair
Dar adeus a gaiola
Se houvesse um ninho
Despertaria de vez
Algo mais

Poesia nos pés

Poesia nos pés
Descalço livre
Diferente cada chão
Do azulejo ao barro
No frio arrepia
Com o calor arde
Dar bolhas
Que doem
Poesia nos pés

O que ninguém ver

Não sei como te fazer sorrir
Lembrar do que era
E que pode ser
Bem mais
Em cada momento
Que chorar também
Tem o melhor gosto
De tirar o está preso
Também choro de alegria
Quando consegue sorrir
Por mais bobo que seja
O que ninguém ver

A tristeza parece uma viagem

A tristeza parece uma viagem
Que nunca termina
Demora muito pra chegar
Dando muitas voltas
Paradas sem motivos
Um suplício que se convida
Não tem humor que resista
A um mar de lágrimas
A tristeza parece uma viagem

Aprendi com uma estrela

Aprendi com uma estrela
Que o melhor quebra cabeça
É bagunçar tudo
De todas formas
Se possível inimaginável
Caso possa também
Namore forte o infinito
E quando encontrar
Cada pedaço
Celebre como se fosse
O último momento
Aprendi com uma estrela

Morto vivo

Acho que sou cego
Penso que toda cura
Está ao meu redor
Vivo mudando de lado
Abraço cada conselho
Perco até os pentelhos
Da sobrancelha
Franzindo a testa
Descubro que nada disso
Tem valor se não está
Dentro como um tesouro
Que devo aprender a abrir
Pra me lembrar
Que fico morto
Quando não vivo

Caldo da vida

Como me segurar
Em cada vez
Um novo olhar
Sabor maduro
Tenho medo
De espremer
Muito e perder
O caldo da vida

Quero logo você

É bom estar acompanhado
Sentindo a brisa
Um desejo enorme
Que não confunde
A saudade no tempo
Quero logo você

Um mar

Onde buscar
Fugir do silencio
Impossivel calar
Como estar
Sem voce
Um mar

Flor na noite

Pode clarear
Preciso sair
Como dizer
O que sem palavras
Canta o amor
Flor na noite

Tenho sim um pouco

Tenho sim um pouco
Se quiser mais
Ganhe o horizonte
Deixa a roleta
Perder a banca
A aposta aprende
Que nem sempre
Consegue o melhor
Tenho sim um pouco

Gira do apaixonado

E só voce estrela
Que não se esconde
Namora a lua
Fica de longe
De olho
Presenteia a noite
Que venha
A gira do apaixonado

No fundo do mar

Pensei que podia
Esticar o tempo
Dizer pra nuvens
Não correrem tanto
Até tentei
Esqueci que as pegadas
Apagam quando encontram
O que sobrou ficou
No fundo do mar

No que faço brilhar

No que faço brilhar
Estou sendo
O que abre
Faz o caminho
Dando equilíbrio
E de muitas outras
Formas de amor
No que faço brilhar

Sem respostas sinceras

Sem respostas sinceras
Congelando as palavras
Piloto automático
Pra que explicar
Quando o superficial
Satisfaz o rebanho
O importante se tornou
Manter a distância
Sem respostas sinceras

Alcança ganha a poesia

Sabe que não vou
Esquecer o medo
De toda primeira
Vez por outra
Ouço o sonho
De tão inquieto
Alcança ganha
A poesia

Que a ilha se move

Pra te ouvir melhor
Sentir o ninho
O galho e as folhas
Caindo como pensamento
Um cochilo na rede
Me dar a sensação
Que a ilha se move

Nada fica preso

Fiquei de abrir
As janelas
Explorar a cortina
Ver o que tinha
De tão diferente
Nesse filme
De tantos enredos
Acho que não existe
Sinopse
Nada fica preso

Quando você sorrir

Não perca a sensibilidade
Deixe o abraço vir
O beijo no ar
Fôlego aumentar
As palavras voam
E só pousam
Quando você sorrir

Seja luz

Tudo está no lugar
Mesmo sem asas
O olhar voa
Dar cores
Faz o pensamento
Ser o tempo todo
Muitas viagens
O que muda
É como ver
Seja luz