Só sei que é muito bom
Te ver invadir as nuvens
Como um mar imenso
Invadir o coração
Mergulho na poesia
Viver é um pulo
Só sei que é muito bom
Te ver invadir as nuvens
Como um mar imenso
Invadir o coração
Mergulho na poesia
Viver é um pulo
Ainda hoje
Vem pra cá
Não esqueça
De trazer
Não vire
Está debaixo
Da bandeja
Lembra
Ainda hoje
Se eu pudesse
Esticar o braço
Sentir o soco no ar
Grito estrangulado
Nada pede o silêncio
Talvez seja isso
O que escorrega
Traz de volta
Bumerangue sempre
Esconde o horizonte
Sem derramar o mar
Na encruzilhada
Um vento doido
Arracando o cabelo
Da árvore sem galho
As folhas tropeçam
Escondendo as pedras
Corri pra ficar perto
Escorreguei na chuva
Deslizei o pensamento
Enquanto não seca o chão
Sorrir é o caminho
O que foi isso
Veio como tempestade
Pousou no coração
Como uma pedra
Sem sair do lugar
Erosão no olhar
Se acaso deixei
Escapou o momento
O que parecia água
Flui como a vida
Ninguém prende
O que não ver
Os olhos enganam
A vitrine vende
Tudo com espelho
Seria bom
Se pudesse
Acordar
Só dessa vez
A incerteza move
Acerta o coração
Lapida a dúvida
Desacelera o dia
Bem devagar
Ousado silêncio
Eterno namoro
Pra que o desejo
Espalhe o perfume
Dance com a paisagem
E volte o jeito
De sorrir com saudade
Me sentindo
Sem gosto
Sem sal
Onde perdi
O tempero
Acho que queimei
Ou passei do ponto
Se fosse pedir desculpas
Perderia as farpas
O preço da mágoa
Daria a lágrima
Um monte de sorrisos
Nem digo nada
Deixo que o silêncio
Engula sempre
O barulho doido
Que faz a multidão
A espera do milagre
Queria ficar molhado
A chuva demora
O vento anuncia
Ritmo da natureza
Admiro a diferença
Agradeço o sentimento
De estar nesse mundo
Gostaria de agir rápido
Pular o tempo
Aprendendo
Que não é bom
Esquecer o degrau
A escada só ajuda
Quem tem paciência
Se tivesse dúvida
Estaria mais perto
Voaria no seu olhar
Abriria o sentimento
Que abandona
A solidão
Um mar de sonhos
Parece desabar
Quando a vontade
Esperneia
Como criança
Acordando com sono
Quando uma estrela nasce
Parece que nada no céu
Tem seu lugar
Tudo muda
A cada dia
Até a poesia
É um novo brilho
No coração
Estranho olhar
Não passou
Sem lua
Só havia
Muita chuva
Como enxugar
Se preciso
Das lágrimas
Essa é a loucura
Que eu gosto
Não desperdiça
Espaço
Preenche
Diz que entende
E sai correndo
Acho que esqueço
De juntar os cacos
Pedaços de mim
Vou misturando
O sabor sempre
Talvez seja isso
O paladar mudou
Como assim
Será invisível
Sensação boa
Foge na solidão
Pra encontrar
É um junto sozinho
Que não é poesia
Quando sou
Me sinto solto no vento
Sabendo que não existe
Destino pra pousar
Entre as ondas
Deixo aqui
Um pouco
Olhar de praia
Como senão bastasse
Perdi o ritmo a direção
A âncora parece
Que criou vida
Não quer sair
Sair do lugar
Virando ostra
Parecia simples
Veio de longe
Como uma folha
Solta no vento
Ganhou o sorriso
Me lembrou você
Além da conta
Um desperdício
Esquecer de sorrir
Se o tempo voa
Crie asas desperte
Não existe final
Junte que a vida cuida
Pra que possa
Sempre aprender
Não sei pintar
O quadro responde
Solte o dedo no coração
Qualquer que seja o erro
Terá o interesse dos olhos
Os que admiram irão dizer
É ilusão ou um sonho
Vamos de novo
De encontro
Ao inevitável
Mesmo que pareça
Tudo no lugar
As gavetas guardam
O que precisa sair
O que acontece
Fica na montanha
Por um momento
Quando a confiança
Aquece e vem
Sabe onde
Deixamos de ser
Nuvens
Gostaria de tornar natural
O que me causa estranheza
Como um peixe que foge da rede
Sem que o pescador saiba
O que fazer com a dúvida
Se fosse tão simples assim
A poesia descobriria
O amor que existe
Em você
Pensei que fosse
De propósito
Com intenção
Ou até charme
Só depois pude
Acordar o coração
Não era um espelho
Meio molenga
Tem cara sim
Que tem fome
Corre sempre
Termina cansado
Sem olhar
Um prato
Cheio de poesia
Quero tirar um pouco
Desse vento que não para
Ver o chão cheio de folhas
Desarrumar o sentimento
Que vem da saudade
Resolvi buscar
O que tanto
A água faz
Por onde anda
De tantas lições
Uma me fez
Acreditar
Que a vida
Tem sede
Queria que fosse verdade
Uma paranoia perdida
Batendo em paredes
Encurralado no tempo
Permitindo mais
O sentimento de voar
Pra ver as coisas
Mais claras
Perdi os óculos
Óculos escuros
Agora sei
Não preciso
Da escuridão
Nem me esconder
Pra que ficasse perto
Deixei um pouco de silêncio
Vestindo seu coração
Pra que não soubesse
Que tenho muita saudade
Olhei pra o mar
Muitas vezes
Do que se alimenta
A solidão e o silêncio
Parece tomar conta
Conquistar quase
Todos os momentos
Se eu pudesse
Largaria a mão
Desse sentimento
Diria que ficou tarde
Para não perder
A eclipse que vem
Nessa confusão toda
Devo chegar perto
Do que pensei
Cadê meu coração
Estiquei o olhar
Perdi de vista
Poderia jurar
Que se escondia
Atrás do horizonte
Esse jeito que tem
Do mar beijar
A vida
Era um sorriso
Que lembrava muito
Despia a saudade
A solidão tímida
Conseguia ver
Cada por do sol
Acho que perdi
Muito tempo
Me escondendo
Sendo teimoso
Demorei a perceber
Que sol e a lua
São amigos
Estão do mesmo lado
Do lado da vida
O quanto de tão longe
Preciso pra te encontrar
Aqui dentro batendo
Sem parar de sentir
As ondas do mar
Nas lágrimas do tempo
Já caí tantas vezes
De tantas árvores
Nem os galhos souberam
Agradecer as folhas
Que soltas faziam
Um tapete no chão
Regando as sementes
Ousei traduzir
O sabor de cada fruta
Como deixar pra trás
O que me faz avançar
Vencer o medo
O deserto e solidão
Quieto nada mais é
Descobrir o caminho
Caminho de volta
Aproveita o eclipse
Dispensa o beijo
Acredita que viu
Debaixo da escada
O gato preto passou
Escutando os sentimentos
É o que faço quando insisto
Que por mais que corra
O que faz sentido
Está um passo a frente
Corro atrás do sol
E só encontro a lua
Não tem sobrado
Tempo pra saudade
O longe sentiu falta
Como concordar
Se o amor foge
De lugar
Sem frio
O que seria do calor
Sem luz
O que seria da escuridão
Sem amor
O que seria da paixão
Sem poesia
O que seria da vida
Fugiu entre os lábios
Um desejo incontrolável
Sobremesa escondida
Debaixo da mesa
Os pés ansiosos
Seria uma dança
Onde o apetite
Vira poesia
Que venha
Jeito bom
De dizer
Que nada
Pode apagar
O sorriso
De ver o amigo
Conseguir na vida
Um novo sorriso
Sorriso amigo
Sabe o que mais
Quieto assim
Vejo o tempo
Como nuvens
Não sei
Pra onde
Vão
Sinto um alívio
Ver você chegar
Vejo a borboleta passar
Num vôo suave
Faz meu olhar brilhar
Querer descobrir
Onde vai dar
Quieto
Entre a porta
E a janela
É frágil
Desbota
Com o tempo
O eco distrai
A voz do vento
Abraça
Quem olha
Com o coração
Difícil de acreditar
De rachar o espelho
Descer o degrau
Não doi tanto
De tanto imaginar
Escutei a sobremesa
Não tive a certeza
A aspereza ganhou
O que demorei admitir
Quem colhe vento
Namora o coração
Com tempero de tempestade
Estou triste
Preciso ficar
Em silêncio
Quieto
Estou alegre
Preciso ficar
Em silêncio
Quieto
Quando pedem ajuda
Não preciso ficar
Em silêncio
Quieto
Ajudo
Sei que não esqueci
De te lembrar
Foge como um fôlego
Sem esvaziar o olhar
Encontro sempre
Dançando com a lua
Se acaso eu partir
Sem te dar um abraço
Um olhar com sorriso
Não se esqueça
De que nada na vida
Substitui o coração
Quando o mar
Encontra o vento
Preciso estar sozinho pra pensar
Soltar o que incomoda o lugar
Atravessar as paredes
O que for inseguro
Deixar o vento levar
Existem muitas coisas
Que ainda me entristecem
E outras me dão vida
Para prosseguir
Por mais que perceba
Que a natureza de cada um
Tem seu momento de mudar
Entre o sério e o amoroso
Nasce a ponte do arco íris
Quem acordou
Perdeu o sono
Descobriu os olhos
A janela aberta
Tirou os lençóis
Pos os pés no chão
Eu acredito
Que esteja no coração
De um sonho despi
Quase nua a lua
Se encarregava
Chamava bem
Até que veio
A estrela
De tantas pontas
Uma estava você
Outra levou o sonho
O beijo da lua
Não sei se sou capaz
De acreditar que vivi
Em outros tempos
Sentindo a carruagem
Os cavalos soltos
Até perderem a liberdade
No retrovisor do passado
Eu sei que não
Posso te tocar
Menina dos ventos
Só te amar
Sentindo
A brisa do mar
Acreditando
Onde as ondas
Podem levar
O coração
Aprendi a desrespeitar
Os espaços
Joguei o relógio
Contra a parede
Espremi o tempo
Corri de mim mesmo
Agora só me resta sorrir
Tenho meio século
Nada como despertar
Sentir outro dia
Soltar o coração
Reclamar muito
Porque não
Se ainda sou
Muito teimoso
Insista seja
Poesia feliz