31 de out. de 2017

Viver é um pulo

Só sei que é muito bom

Te ver invadir as nuvens

Como um mar imenso

Invadir o coração

Mergulho na poesia

Viver é um pulo

Ainda hoje

Ainda hoje

Vem pra cá

Não esqueça

De trazer

Não vire

Está debaixo

Da bandeja

Lembra

Ainda hoje

Nada pede o silêncio

Se eu pudesse

Esticar o braço

Sentir o soco no ar

Grito estrangulado

Nada pede o silêncio

Sem derramar o mar

Talvez seja isso

O que escorrega

Traz de volta

Bumerangue sempre

Esconde o horizonte

Sem derramar o mar

Escondendo as pedras

Na encruzilhada

Um vento doido

Arracando o cabelo

Da árvore sem galho

As folhas tropeçam

Escondendo as pedras

30 de out. de 2017

Sorrir é o caminho

Corri pra ficar perto

Escorreguei na chuva

Deslizei o pensamento

Enquanto não seca o chão

Sorrir é o caminho

29 de out. de 2017

Erosão no olhar

O que foi isso

Veio como tempestade

Pousou no coração

Como uma pedra

Sem sair do lugar

Erosão no olhar

28 de out. de 2017

Ninguém prende o que não ver

Se acaso deixei

Escapou o momento

O que parecia água

Flui como a vida

Ninguém prende

O que não ver

Os olhos enganam

Os olhos enganam

A vitrine vende

Tudo com espelho

Seria bom

Se pudesse

Acordar

Só dessa vez

Eterno namoro

A incerteza move

Acerta o coração

Lapida a dúvida

Desacelera o dia

Bem devagar

Ousado silêncio

Eterno namoro

27 de out. de 2017

26 de out. de 2017

Me sentindo sem gosto

Me sentindo

Sem gosto

Sem sal

Onde perdi

O tempero

Acho que queimei

Ou passei do ponto

Medo de amar

Não sei porque

Me afasto

Das coisas

Que mais gosto

Talvez seja

Medo de amar

Tecer a noite

De onde

Que você vem

Estrela que namora

Sabe acontecer

Tecer a noite

Um monte de sorrisos

Se fosse pedir desculpas

Perderia as farpas

O preço da mágoa

Daria a lágrima

Um monte de sorrisos

Espera do milagre

Nem digo nada

Deixo que o silêncio

Engula sempre

O barulho doido

Que faz a multidão

A espera do milagre

Queria ficar molhado

Queria ficar molhado

A chuva demora

O vento anuncia

Ritmo da natureza

Admiro a diferença

Agradeço o sentimento

De estar nesse mundo

A escada só ajuda quem tem paciência

Gostaria de agir rápido

Pular o tempo

Aprendendo

Que não é bom

Esquecer o degrau

A escada só ajuda

Quem tem paciência

25 de out. de 2017

24 de out. de 2017

Quando uma estrela nasce

Quando uma estrela nasce

Parece que nada no céu

Tem seu lugar

Tudo muda

A cada dia

Até a poesia

É um novo brilho

No coração

23 de out. de 2017

Como enxugar se preciso das lágrimas

Estranho olhar

Não passou

Sem lua

Só havia

Muita chuva

Como enxugar

Se preciso

Das lágrimas

Essa é a loucura que eu gosto

Essa é a loucura

Que eu gosto

Não desperdiça

Espaço

Preenche

Diz que entende

E sai correndo

O paladar mudou

Acho que esqueço

De juntar os cacos

Pedaços de mim

Vou misturando

O sabor sempre

Talvez seja isso

O paladar mudou

Junto sozinho

Como assim

Será invisível

Sensação boa

Foge na solidão

Pra encontrar

É um junto sozinho

Que não é poesia

Quando sou

22 de out. de 2017

Olhar de praia

Me sinto solto no vento

Sabendo que não existe

Destino pra pousar

Entre as ondas

Deixo aqui

Um pouco

Olhar de praia

Virando ostra

Como senão bastasse

Perdi o ritmo a direção

A âncora parece

Que criou vida

Não quer sair

Sair do lugar

Virando ostra

21 de out. de 2017

Me lembrou você

Parecia simples

Veio de longe

Como uma folha

Solta no vento

Ganhou o sorriso

Me lembrou você

Sempre aprender

Além da conta

Um desperdício

Esquecer de sorrir

Se o tempo voa

Crie asas desperte

Não existe final

Junte que a vida cuida

Pra que possa

Sempre aprender

É ilusão ou um sonho

Não sei pintar

O quadro responde

Solte o dedo no coração

Qualquer que seja o erro

Terá o interesse dos olhos

Os que admiram irão dizer

É ilusão ou um sonho

As gavetas guardam o que precisa sair

Vamos de novo

De encontro

Ao inevitável

Mesmo que pareça

Tudo no lugar

As gavetas guardam

O que precisa sair

20 de out. de 2017

Sabe onde deixamos de ser nuvens

O que acontece

Fica na montanha

Por um momento

Quando a confiança

Aquece e vem

Sabe onde

Deixamos de ser

Nuvens

O amor que existe em você

Gostaria de tornar natural

O que me causa estranheza

Como um peixe que foge da rede

Sem que o pescador saiba

O que fazer com a dúvida

Se fosse tão simples assim

A poesia descobriria

O amor que existe

Em você

19 de out. de 2017

Não era um espelho

Pensei que fosse

De propósito

Com intenção

Ou até charme

Só depois pude

Acordar o coração

Não era um espelho

Um prato cheio de poesia

Meio molenga

Tem cara sim

Que tem fome

Corre sempre

Termina cansado

Sem olhar

Um prato

Cheio de poesia

18 de out. de 2017

Que vem da saudade

Quero tirar um pouco

Desse vento que não para

Ver o chão cheio de folhas

Desarrumar o sentimento

Que vem da saudade

Que a vida tem sede

Resolvi buscar

O que tanto

A água faz

Por onde anda

De tantas lições

Uma me fez

Acreditar

Que a vida

Tem sede

O sentimento de voar

Queria que fosse verdade

Uma paranoia perdida

Batendo em paredes

Encurralado no tempo

Permitindo mais

O sentimento de voar

Óculos escuros

Pra ver as coisas

Mais claras

Perdi os óculos

Óculos escuros

Agora sei

Não preciso

Da escuridão

Nem me esconder

Olhei pra o mar muitas vezes

Pra que ficasse perto

Deixei um pouco de silêncio

Vestindo seu coração

Pra que não soubesse

Que tenho muita saudade

Olhei pra o mar

Muitas vezes

17 de out. de 2017

A solidão e o silêncio

Do que se alimenta

A solidão e o silêncio

Parece tomar conta

Conquistar quase

Todos os  momentos

Se eu pudesse

Largaria a mão

Desse sentimento

Cadê meu coração

Diria que ficou tarde

Para não perder

A eclipse que vem

Nessa confusão toda

Devo chegar perto

Do que pensei

Cadê meu coração

16 de out. de 2017

Do mar beijar a vida

Estiquei o olhar

Perdi de vista

Poderia jurar

Que se escondia

Atrás do horizonte

Esse jeito que tem

Do mar beijar

A vida

15 de out. de 2017

Cada por do sol

Era um sorriso

Que lembrava muito

Despia a saudade

A solidão tímida

Conseguia ver

Cada por do sol

14 de out. de 2017

Do lado da vida

Acho que perdi

Muito tempo

Me escondendo

Sendo teimoso

Demorei a perceber

Que sol e a lua

São amigos

Estão do mesmo lado

Do lado da vida

Nas lágrimas do tempo

O quanto de tão longe

Preciso pra te encontrar

Aqui dentro batendo

Sem parar de sentir

As ondas do mar

Nas lágrimas do tempo

O sabor de cada fruta

Já caí tantas vezes

De tantas árvores

Nem os galhos souberam

Agradecer as folhas

Que soltas faziam

Um tapete no chão

Regando as sementes

Ousei traduzir

O sabor de cada fruta

13 de out. de 2017

Caminho de volta

Como deixar pra trás

O que me faz avançar

Vencer o medo

O deserto e solidão

Quieto nada mais é

Descobrir o caminho

Caminho de volta

O gato preto passou

Aproveita o eclipse

Dispensa o beijo

Acredita que viu

Debaixo da escada

O gato preto passou

Pele que arrepia

Estou em órbita

Ar fresco

Suave vento

Desejo forte

Pele que arrepia

Escutando os sentimentos

Escutando os sentimentos

É o que faço quando insisto

Que por mais que corra

O que faz sentido

Está um passo a frente

Corro atrás do sol

E só encontro a lua

10 de out. de 2017

Se o amor foge de lugar

Não tem sobrado

Tempo pra saudade

O longe sentiu falta

Como concordar

Se o amor foge

De lugar

Sem poesia

Sem frio

O que seria do calor

Sem luz

O que seria da escuridão

Sem amor

O que seria da paixão

Sem poesia

O que seria da vida

9 de out. de 2017

Onde o apetite vira poesia

Fugiu entre os lábios

Um desejo incontrolável

Sobremesa escondida

Debaixo da mesa

Os pés ansiosos

Seria uma dança

Onde o apetite

Vira poesia

Sorriso amigo

Que venha

Jeito bom

De dizer

Que nada

Pode apagar

O sorriso

De ver o amigo

Conseguir na vida

Um novo sorriso

Sorriso amigo

8 de out. de 2017

Sinto um alívio ver você chegar

Sabe o que mais

Quieto assim

Vejo  o tempo

Como nuvens

Não sei

Pra onde

Vão

Sinto um alívio

Ver você chegar

7 de out. de 2017

Vejo a borboleta passar

Vejo a borboleta passar

Num vôo suave

Faz meu olhar brilhar

Querer descobrir

Onde vai dar

Quieto

Entre a porta

E a janela

Abraça quem olha com o coração

É frágil

Desbota

Com o tempo

O eco distrai

A voz do vento

Abraça

Quem olha

Com o coração

6 de out. de 2017

Escutei a sobremesa

Difícil de acreditar

De rachar o espelho

Descer o degrau

Não doi tanto

De tanto imaginar

Escutei a sobremesa

Tempero de tempestade

Não tive a certeza

A aspereza ganhou

O que demorei admitir

Quem colhe vento

Namora o coração

Com tempero de tempestade

Oração da ajuda

Estou triste

Preciso ficar

Em silêncio

Quieto

Estou alegre

Preciso ficar

Em silêncio

Quieto

Quando pedem  ajuda

Não preciso ficar

Em silêncio

Quieto

Ajudo

5 de out. de 2017

Dançando com a lua

Sei que não esqueci

De te lembrar

Foge como um fôlego

Sem esvaziar o olhar

Encontro sempre

Dançando com a lua

4 de out. de 2017

Quando o mar encontra o vento

Se acaso eu partir

Sem te dar um abraço

Um olhar com sorriso

Não se esqueça

De que nada na vida

Substitui o coração

Quando o mar

Encontra o vento

Deixar o vento levar

Preciso estar sozinho pra pensar

Soltar o que incomoda o lugar

Atravessar as paredes

O que for inseguro

Deixar o vento levar

Nasce a ponte do arco íris

Existem muitas coisas

Que ainda me entristecem

E outras me dão vida

Para prosseguir

Por mais que perceba

Que a natureza de cada um

Tem seu momento de mudar

Entre o sério e o amoroso

Nasce a ponte do arco íris

3 de out. de 2017

Eu acredito que esteja no coração

Quem acordou

Perdeu o sono

Descobriu os olhos

A janela aberta

Tirou os lençóis

Pos os pés no chão

Eu acredito

Que esteja no coração

2 de out. de 2017

Beijo da lua

De um sonho despi

Quase nua a lua

Se encarregava

Chamava bem

Até que veio

A estrela

De tantas pontas

Uma estava você

Outra levou o sonho

O beijo da lua

No retrovisor do passado

Não sei se sou capaz

De acreditar que vivi

Em outros tempos

Sentindo a carruagem

Os cavalos soltos

Até perderem a liberdade

No retrovisor do passado

1 de out. de 2017

Menina dos ventos

Eu sei que não

Posso te tocar

Menina dos ventos

Só te amar

Sentindo

A brisa do mar

Acreditando

Onde as ondas

Podem levar

O coração

Meio século

Aprendi  a desrespeitar

Os espaços

Joguei o relógio

Contra a parede

Espremi o tempo

Corri de mim mesmo

Agora só me resta sorrir

Tenho meio século

Poesia feliz

Nada como despertar

Sentir outro dia

Soltar o coração

Reclamar muito

Porque não

Se ainda sou

Muito teimoso

Insista seja

Poesia feliz