Voltando pras estrelas

Admito que estou
Mais sozinho
Do que antes
Como um espelho
Quebrado de sonhos
Num lago resiste
Profundo o sorriso
De ver a vida
Perdendo o sentido
Voltando pras estrelas

Cansado de dormir sozinho

Tentei levantar
O braço
Alcançar o céu
Tocar as estrelas
Seguir o cometa
Trombetas fim do mundo
Riscando o pensamento
Lamento a borracha
Que não apaga
Nenhum erro
Passa esquecido
Voltando a amar
Passando a limpo
Cansado de dormir
Sozinho

Vagalume

Uma dança
Que não se esquece
Apontando demais
Quero tua flor
Sem arrancar
Do jardim
Crescer
Germinar
Aflorar
Brotar
Meu Vagalume
Me diz
Pra onde foi
A poesia
Que se vestiu
De noite

Fogueira

O que me causa dor
Não vem das lágrimas
Ouço como um soluço
Palpitante coração
Quem se atreve
Na fogueira
Encontrar
Teu olhar

A cor mudou

A cor mudou
Paisagem crua
Pintura nua
Sonho meu
Dedos presos
Sem anel
Perdi o laço
O presente
Sem embrulho
A cor mudou

Música sem letra

Como esquecer você
Na dor da separação
O que já não sou mais
Pede abrigo sem lugar
Muitos dias numa ilha
Não foram o bastante
Para aprender a nadar
Que nunca mais
Eu esconda
O que preciso
Sinto demais
Música sem letra

Ouvi e fiz poesia

Ouvi e fiz poesia
Só pra lembrar
Tocar
Você e eu
Música
Na lua
Vertente
Rede
Descomplica
Muitos sentimentos
Quando te encontro
No mar

Deu água na boca

Deu água na boca
Saber que não
Me tira do pensamento
Fico quem nem
Cimento
Sem tijolo
Querendo ver
Como faço
Pra perder
A timidez
Deu água na boca

Você é de sola

Você é de sola
No coração
Não tem
Meio termo
Ou mergulha
Ou mergulha
Quem quiser
Só superfície
Nem chegue
Perto
O amor queima
Quem tem medo
Do coração ♥

Estou com sono

Poxa
O que acontece
Quando esquece
A própria meia
No pé sozinho
Um jeito próprio
De querer carinho
Tento alcançar
Penso que as vezes
Consigo
Te ver melhor
Quando sussurra
Estou com sono

Acordei com você

Atirei o eco
Tão longe
Num precipício
De emoções
Que meu nome
Voltou diferente
Nem parecia mais
Um sonho
Acordei com você

Agradecer

É de teu calor
Também do frio
Que busco
O abrigo
A coragem
De viver
Merecer
Cada lição
As melhores
Vem com
Sorrisos
E lágrimas
Aprendendo
A agradecer

Tuas asas

Não tive tempo
De te contar
Que o pássaro
Não tem mãos
E que acredita
Que o vento
Segura sempre
Tuas asas

Reflexos

Tenho certeza
Que todos
Irão
Descobrir
A festa
Que fazemos
Cada vez
Mais
No coração
Inevitável
Seria
Esconder
A lua
Do sol
Somos mais
Que reflexos

Um beijo na solidão

Desculpe
Se não dou
Espaço
O que guardo
Não está
Na poesia
Quem sente
Sabe o que
Diz
Muito
Um beijo
Na solidão

Nas mãos

Segura
Que posso
Capotar
Permitir
Que a curva
Agarre
E perca
Outra vez
Um pouco
De tudo
Que a poesia
Nunca nos deixou
Nas mãos 👐

Sabor você

Não quero
Te tirar
Dos lábios
Nem morder
Sofrer
Com cada
Gota
Como de chuva
Torcendo
Pra não parar
De cair
No meu coração
Sabor você

Nós

Tem algo
De muito forte
Verdadeiro
Quando
Digo
Que não existe
Presença
Mais agradável
Mesmo que
Não esteja
Bem
Somos
Como nossa poesia
Nós

Quando o amor escorrega entre os dedos

Preciso tomar banho
Limpar a sujeira
Que vivo criando
Em cada pensamento
Que me leva
Ao encontro
Quando o amor
Escorrega
Entre os dedos

Correntezas do amor

Eu sei
Que não pode
Curar
Nem pedir
A música
Rolar junto
Dança muito
O pensamento
Não sabe nadar
Nas correntezas
Do amor

Eclipse

Quero me perder
Em cada olhar
Que faz
Não se preocupe
Irei culpar
Todas as vezes
Todos momentos
Inigualável
Calor
O mundo pára
Sempre
Somos como
Eclipse

Último cigarro

Sem abrigo
Frio muito
Muita saudade
Como aquecer
Quando apago
Teu desejo
Vivo perdendo
Teu isqueiro
Último cigarro

Doida estrela

A luz se apaga
Afagando
O por do sol
Namora
Sem esconder
Doida estrela
Me diz
Por onde
Anda você

Frutos da gente

Pode demorar
Pra amadurecer
Desejo por estação
Atravessando o tempo
Te digo
Que já fui cigarra
E também formiga
Que ninguém sente
Saudade sem querer
Frutos da gente

Sem você por perto

Não estou sozinho
Quando olho bem
Como faz cócegas
Sem permitir
Que a tristeza
Seja a música
Que nos afasta
Desejando solidão
Somos um vale a pena
Impossível poesia
Sem você por perto

Amor sem fronteiras

Tudo me leva
Ao teu encontro
Conto a lua
Que não dorme
Que estarei
No amanhecer
Pra te lembrar
Dou um beijo
Longo na dúvida
De cada bico
Que fizer
Pra mim
Amor sem fronteiras

Memória de pele

A tempestade
Não vai
Arrastar
O que temos
O que somos
Juntos
Nem o tempo
Pode levar
Sol lua coração
Memória de pele

Cobra na poesia 🐍

O que mais
Me incomoda
Na cobra
Que ela
Abraça
Dar voltas
Tem uma boa
Elegante fala
Te faz sentir
Em casa
Dar rodeios
Presentes
Confortos
Mimos
E quando
Menos se espera
Devora tua alegria
Eu sou também
Cobra na poesia

Cada mar

Sinto saudade
Lembro de você
Dizendo muito
Pra mim pra mim
Passeios loucos
Intermináveis
Vendo em silêncio
Cada mar

Ser livre

De cada conversa
Vou descobrindo
Que pra mudar
Não basta
Só sorrir
Quanto mais
Me aprofundo
Junto pedaços
Sentimentos
Enterrados
Querendo a superfície
E nessa peneira
Percebo melhor
Que tenho medo
De ser livre

Meu melhor

Me menti em confusão
Devido a não contar
Verdade sempre
A pessoa mais importante
Que existe dentro de mim
Quase destruiu minha vida
Me arrependo de muitas coisas
Não existe borracha no passado
Só existe o reconhecimento
Que posso melhorar
Cada vez mais
Quando acredito
Estou dando
Meu melhor

Torcida

Perco a voz
De tanto gritar
Ser com a torcida
Coração na boca
Sangue fervendo
Quero entrar
Em campo

Quando não sonha comigo

A lua está lá
Quase sumida
Entre as estrelas
Assumindo o papel
De ver o palco
Te pedindo muito
Vem pra cá
Tenho saudade
Quando não sonha
Comigo

Na poesia tua criança

Alguns tem medo
Amo carregar
No colo
Cabeça estendida
Corpo muito frágil
Qualquer susto
Mundo vem
Abaixo
De choro fácil
Quando tem fome
Na poesia
Tua criança

Óbvio

Óbvio que não seria
O bastante
Todo tempo
Do mundo
Sem exagero
Descobri
Que a tempestade
Quando nasce
No coração
Deixa rastros
Por onde passa
Pode correr
Que te alcanço
Onde estiver
Óbvio

Dejavu e poesia

Tive uma sensação
Que já estive
Nesse lugar
Sentado
Esperando
Alguém chegar
Brisa suave
Dejavu e poesia

Beijo da saudade

Só eu sei
Esse imã
Forte no coração
Não tem como ficar
Longe do inevitável
Tô nem aí
Pra que lado
Mesmo foi
O beijo da saudade

Abstinência de você

Você pode
Pode muito mais
Me ponho no lugar
Jeito olhar amor
Acredito que sim
Reagiria também
Ficaria sem comer
Com sede
Abstinência de você

Gaiola

Não sei traduzir
Deixo perto
O susto o medo
Que tenho
Quando tem
Muito ciúme
Do jeito
Que sou
Estou sem
Saber o que
Fazer
Quando isso
Sai da gaiola

Ciúme e poesia

Pra te mostrar
O que tem o ciúme
Que nada constrói
Descompassa o coração
Não confia na segurança
Se revela um atalho
E tem todas as razões
Pra que possa ser
O que tem o poder
De tudo separar sempre
Quando o amor
Não tem lugar

Original

De original
Faltou o papel
Amassado molhado
Quase sumindo
Pergaminho
Se desfazendo
Quase virando cinzas
De um fôlego só
Nem ouso soprar
De tão perto
Os pedaços

Casca do ovo

Saindo do casulo
Preciso criar
O próprio tempo
Destino caminho
Mesmo que mudem
Como nuvens
De direção
Explorar melhor
O que tem de fora
Da casca do ovo

Caminho cigano

Tô saindo
Da casca
Nu cru
Lembra
Que o céu
Sem estrela
Tem o teu sol
De dia
Pra que a lua
Saiba o caminho
Caminho cigano

Na marca do improviso

Na marca do improviso
Te tiro pra dançar
Me atiro me jogo
Seja a música
Que for
É bom
Te ter nos braços
Mesmo que ainda
Não saiba dançar
Com teu coração
Na marca do improviso

Maracujá

Teu lugar
Tem nome
De paciência
Maracujá
Ilha
Mesmo sendo
De leão
Tua música
Vibra
Sabe onde
Faz pulsar
Estrela anjo
Azul

Não sou um sonho

Como não piscar
O beija-flor
Cismou
Que nessa flor
Tem o ninho
De muitos
Outros lugares
E nada pode afastar
O tanto de amor
Que ousarei sempre
Não sou um sonho
Piscando os olhos

Sempre de volta

Descobri o som
Que me faz sorrir
Sempre de volta
Se tem nome
O coração sabe
E não me diz
Quem precisa
De uma âncora
Quando se ama
O vento 💨

Teu mar

Por onde tem andado
Não vejo ninguém
Como você
Vestido no olhar
Um colar de conchas
Brincos de pérolas
São inesquecíveis
Como é profundo
Teu mar 🌊

Voa como o vento

Amo essa fera solta
Que é você assanhada
Olhar inquieto
Pronta pra outro desafio
Desamarrando o coração
Abre a mochila
Não esquece nada
Que não possa usar
Abusa pra valer
Sabe que a paixão
Voa como o vento

Medo de amar

Estou perdendo
O medo de te amar
Segurando a mão
Sei que o vento
Ama a liberdade
De acreditar
Que vem das ondas
Teu olhar

Que esquecemos da sobremesa

Não quero te perder
Pra tristeza desencontro
Se tiver faltando alguma coisa
Me manda o número
Do seu lugar
Lugar predileto
Sabor maduro
De vida pra você
Sabe do que mais
Quero tanto
Que esquecemos
Da sobremesa 🍰

Dança das estrelas

Sei que olha a lua
Na solidão dos pensamentos
Dança das estrelas
Poucos sabem
Namorar
Preferem correr
Eu sei
Por onde foi
Veio
Com muito
Amor
Que deixei
Meu coração com você

Música e poesia

Não foi
O que a gente
Vimos juntos
Que nos uniu
E sim os pedaços
De tantos caminhos
Que nos fizeram ser
Sermos mais
O melhor dos presentes
Que venha o encontro
Somos música e poesia

Saturno

Me perdi passando
Por saturno
De tantos anéis
Não sei como ainda
Tenho dedos
Pra por nesse
Olhar solto
Solto no céu

Não sei amar

Como não gritar
Pelos cantos
Sentindo
O silêncio
Invadir
Tomar conta
Espinho farpa
Solidão não
Não aprendi
Que não existe
Solidão
Só ainda
Não sei amar

Dj

Quando a pele pede
Não cede o suor
Que só aumenta
Querendo colar
Escolhi pra vc
Que fosse
Tua vez
Coração ficou
Muito doido
Sem saber
DJ

Só saudade

Cuidado não pise
Na flor escondida
Que só abre
Quando o coração
Sai pra te lembrar
Por mais que seja
O desafio olhe
Eu não sou só
Só saudade

Lugar

Já te disse hoje
O quanto sinto
Falta do teu olhar
Que a música
Mesmo tocando
Muito alto
Não tem espaço
Mesmo que ocupe
Misture agite
Agite amanse
Só você me tira
Do lugar

Algo leve

Algo leve
Parece voar
Pensamento
Não tem distância
Nem os sonhos
Ama descobrir
Tem medo
Da bússola
Do coração
Nunca sabe
Onde deve
Ou pode pousar

Vem como um beijo

Febre louca
Que me enche
E faz saudade
Calor embriagante
Delírio na pele
Palpitante coração
Como não balançar
Quando você vem
Vem como um beijo

Eu me aproximo de você

Eu me aproximo de voce
E sinto as asas da borboleta
Esvoaçante que tem seu nome
Ruge como um leão
Pra acordar o distraído
Poesia cristal pedra dura amor
Manifesto dança brilho estrela
Fazendo a vida pulsar pra valer
Quando menos se espera
Sai voando em busca
Um aprender de fazer inveja
A qualquer preguiçoso
Que não ousa amar
Eu me aproximo de você

Malabarismo

No malabarismo
Das palavras
Te encontro
Com muito
Muito amor
Puro suco
Essencia
Divina
De querer
Apenas ser
Do silêncio
Ao som
De cada olhar

Me chamam de poeta

Tento escrever
Algumas coisas
Ainda resisto
Me chamam
De poeta
Discreta janela
Cortina furtiva
Que não rouba
O sorriso do sol
Me chamam
De poeta

Mundo paralelo

Estou me esforçando
Pra entrar
No teu mundo
Paralelo
Reflexo
Lapidando cada momento
Até sentir o brilho
Do carvão ao diamante
Palavras diferentes
Contextos surreais
É quando as mãos
Quase tocam
É que vem
O amor

Novas cores

Amanhã
Vai ser
Outro dia
Outra página
Vamos escrever
Sem se prender
Tanto
Pelo passado
Descobrir vendo
Novas cores

Sem horizonte

Quero seguir
Sentir o pé
Pisar firme
O que dói
Deixo levar
O rio não prende
Nas margens
O que é do mar
Eu fiquei
Sem horizonte
Quando esqueci
A poesia

Sobre as nuvens

Levantei o olhar
Muitas vezes
Será que existe
Uma altura
Que possa
Acompanhar
Quando estou
Sobre as nuvens

Maré cigana

De que vale
O céu limpo
Muitas constelações
Se não vejo
A única
Estrela
Que mexe
Com o mar
E faz ondas
Com a lua
Quem pediu
Pra namorar
Tão profundamente
Tua maré cigana

Vinil

Meu coração parou
O vinil chiado
Tinha o som
Da agulha
Dando voltas
Demorava
Pra saber
O que tinha
Dentro da capa
Letras e canções
Nem sabia
Que era poesia

Amanhecer com poesia

De onde mesmo
Te conheço
Sorriso aberto
Barco a vela
Esperando a maré
Gaivota mergulho
Desejo na pele
De sentir
Teu calor olhar
Quando o coração pula
Amanhecer com poesia

Pedacinho de mim

Te pedi pra dançar
E vi um cisne
Um passeio no lago
E da música
Um lindo vestido
Vitrine nua
Despindo a saudade
Pra que venha
Muitos encontros
Pedacinho de mim

Dando uma volta no mundo

Dando uma volta
No mundo
Quebrei
Tudo
Que prendia
Sem lugar
Encontrei muito
Muito mais
Dando uma volta
No mundo

Sentimento cigano

Nunca é demais
Querer a flor
Desejar a cor
Que pede
O arco íris
Quando se desenha
A magia mergulha
No sentimento cigano

A poesia que somos

Quero um gole
Dessa garrafa
Escondida tão bem
Dentro de você
Como tirar
A rolha da emoção
Como brindar
Cada encontro
Dando alegria
A poesia que somos

Pulando corda

Pulando corda
Muitas vezes
Caí de maduro
Beijei o chão
Joelho esfolado
Quem nunca
Nunca teve
Esse brincar
Outro século

Beijo que nunca esqueci

Não decorei
Perdi o caminho
Como voltar
Pra onde
Se nem mesmo
Lembro de verdade
O que ficou no coração
Beijo que nunca esqueci

Inesgotável amor

De um olhar sereno
Aceno pra paisagem
Pintura renovada
Por cada dia
Tantos retoques
Gostaria de ser
Nem que por um
Um breve momento companheiro
Desse universo
Inesgotável amor 😍

Em você

Como uma árvore
Observo a tartaruga
Rodear o lento
Ver crescer
Sem alarde
Coração compassado
Numa música
Que ainda não
Não aprendi
A escutar
Com amor
E agradecer
Tem sido
Um pouco
Do que sou
Estou com
Em você

O amigo em você

Você me ensina
A dar mais cor
Cor a vida
Entende o desafio
Agradece cada nó
E quando menos
Se espera
Está em outro
Outro cais
Ajudando o próximo
É um privilégio
Reconhecer
O amigo em você

Somos de muitas cores

Sim
Todo segredo
Guardado
Sinto tua praia
Areia deserto
Duna que cresce
Ao vento
Descabelo o pensamento
Pode mesmo
Se for com aquela onda
Irei sorrir
Até que termine
Namore meu coração
Quero tua música
Vestido diferente
Pra você tiro o chapéu
Sem perder a última dança
Somos de muitas cores

Despertar

Eu fico maravilhado
Quando ouço tua voz
Me chamando muito
Pra ficar mais
Mais perto
O que nunca cansa
Querendo muito
Despertar

Debaixo do chapéu

Debaixo do chapéu
O velho mundo
Unhas cravadas
Não conseguem
Soltar o passado
Eu não estava
Em paz
No furacão
Um amor
Debaixo do chapéu

Lambendo os dedos

Quando perco
A fome
Fico assim
Sem eixo
Cadê o sabor
O perfume
Perdi o prato
Principal
Fiquei sem
Sobremesa
Lambendo os dedos

Sem você

Quando a sedução
Vem à tona
Nada escapa
Das mãos
E por mais
Que se esconda
Quer sair
Fico assim
Sem você

Esquenta o gelo

É de arrepiar
E como derrete
Faz um passeio
Na pele eriçada
Se perdendo
Por caminhos
Ousados
Nunca se sabe
O que fazer
Quando o desejo
Esquenta o gelo

De longe com amor

Me pego cantando
Várias músicas
Quando penso
Em você
Tem um voo
No coração
Que diz muito
Nunca quer pousar
Se pudesse
Abraçaria sempre
Ainda só sei acenar
De longe com amor

Águia tem teu olhar

Pedi muito
Você veio
Num encanto
De uma flor
Jardim único
Que passeia
De verdade
No meu coração
Tento pelo dia
A poesia que somos
A borboleta não precisa
Do vento pra voar
A águia tem o teu olhar

Minha fé

Minha fé
Não mudou
De lugar
Cresce
No agir
Percebe
Os espinhos
Do que cada um
Se alimenta
Uns escolhem
O amor
E outros
A solidão

Poetisa cigana

Gostaria de te ouvir
Essa noite olhando
A lua escondida
Pelas luzes da cidade
Passear como um gato
Que lambe todos sentidos
Quem sabe poder
Mostrar cada poesia
Que talvez nunca
Saia do rascunho
Ouso conhecer muito
Muito essa poetisa
Cigana

Sem pena de viver

Fiz um olhar
Travesso
Investi
Na alegria
Forrei
A pele
Um Cafuné
De muitas
Tatuagens
E sabe o que
Descobri
Que vale
A pena
Viver
Sem pena
De viver

Dentro do teu olhar

Não te chamo
E me perco
Seu nome é ninguém
De tudo
Que já escolhi
Bebi muito
Ressaca sem igual
De novo outra dança
Só pra querer
Mais tempo
Dentro do teu olhar

Meu xodó a poesia

Ainda bem
Que guardei
No bolso
Quando senti
Entre os dedos
Tirei você
Fiquei muito
Muito doido
Sem saber
Como pode
Esse olhar
Me fazer
Amar tanto
Meu xodó
A poesia

Cereja

Quando toco
Sinto algo
Se libertar
Ir além
Do corpo
Do que sou
E estou
Transcende
Transborda
Se fosse uma torta
Diria que a música
É a cereja que amo
Sempre no coração

Namorando a ilha

Tentei chorar
O que secou
Na saudade
Me feri
Sem ver
Estava na praia
Em casa
Onde sempre
Estive
Namorando a ilha

Pétala quase caindo

Pétala quase caindo
Jeito delicado de dizer
O que amadurece
Não pede
Tem que ir
Pra outra pele
Vir a tona
Superfície que rodeia
O que está profundo
Sente a vez
Pétala quase caindo

Cor do amor

Já colori o sol
Pintei a casa
Cor de abacate
Mar de todas cores
Luas  que brilhavam
De cores muitas
Namorei o azul
Me vestindo muito
Me dei conta
Que a vida só tem
Uma única cor
A que os olhos
Não tem ideia
A cor do amor

Te levo nas mãos

Te levo nas mãos
De coração vem
Por te ver
Nas noites claras
Muitas luas
Ao redor da fogueira
Não tiro do olhar
A lembrança doce
Que voa no peito
E aterrissa
Te levo nas mãos

Você não olhou

Você não olhou
O beijo que deixei
Nem esperou secar
Os lábios molhados
De chuva
Sabe de uma coisa
Que nunca te disse
Descobri do que se alimenta
A saudade
Você não olhou

Como consegue

Como você consegue
Pousar no meu coração
Sem arrancar
Nem fazer doer
Que jeito é esse
Que nunca antes
Tinha conhecido
De onde você vem
Parece que nunca
Esteve longe
Como consegue

Eu sei novamente você

Quero presentear
Teu olhar distraído
De mansinho como calar
Um impulso que devora
Tempestade me tira daqui
Me leva pra onde você for
Nos dedos mergulhando
No violão nasce toda vez
Eu sei novamente você

Baú da poesia

O entardecer rodeado
De tantos amigos
É um momento único
Ficando em nossos corações
Uma fogueira que acalenta
Digno de um livro de memórias
Com o recheio de um nobre tesouro
Que ousamos abrir
Vale sempre celebrar
Abrindo o baú da poesia

Os loucos não evitam

Os loucos não evitam
Amam pra valer
Não abandonam
Por que mais os espinhos
Alimentem a ilusão
Do conforto pleno
Sendo um mar
Mergulhei
Absorvi
A borboleta
Encontrei
A águia
No que vai dar
Todos sabemos
Os loucos não evitam

Super poderes

Linda
A sereia não sou eu
Teu coração é
Amamos o mar
Lembra
Temos a magia
Mania de amar
Vou fazer poesia
Disso
Segredo
Super poderes

Beijo da vida

Não vim a passeio
Deixo o barco encher
Me sinto uma Veneza
De todo lado água
De tantos olhares
Escolhi o teu
Que me faz
Aproximar
O beijo da vida

Chuva com frio

Chuva com frio
Tem que se mexer
Sentir os ossos
Congelando
Nem edredom
Segura o abraço
Da pele
Que arrepia
Pedindo
Um pouco de calor
Chuva com frio

Outro dia

Se fico a vontade
Logo vem o desejo
Toma canto
Faz a festa
E quando vou ver
Parece um sonho
Não resisto mais
A cada amanhecer
Agradeço muito
A sua presença
Radiante alegria
De sermos outra vez
Outro dia

Salvando vidas

Pra te ouvir melhor
Acordar o coração
Ficar mais perto
Emociona muito
Te ver descansar
Um guerreiro
Que não perde
A vontade
De ser mais
Com amor e vida
Que venha
O desafio
Salvando vidas

Estou com você poesia

Eu sou
Essa explosão
Inquieta
Que agita
O espaço
Não tem essa
De ocupado
Que quando
Poe a música
Não fica
Lá no fundo
Alcança
A superfície
Só pra dizer
Bem mais
Estou com você
Poesia

Me faça um favor

Me faça
Um favor
Me diz
Onde
Começa
E termina
Você
Não quero
Perder
As batidas
Do teu coração

Tô esperando você

Tô esperando você
Voltar a dançar
Pra te ver melhor
Sorrir com os pés
Encher o coração
De ondas
Que se esparramam
Na areia
Pedindo não deixe
A borboleta ficar
Sem a sereia
A águia te guarda
No ninho

Ela é uma flor

Como saio do calabouço
Profundo lugar
Longe de tudo
Nada pra mim
Será que fugir
Ajuda um pouco
Ou só preciso
Agarrar mais
Não esqueça
Da pétala
Ela é uma flor

Fazendo amor com por do sol

Me dar teu Feitiço
Lembra do mar
Eu fiquei na areia
Brincando com o castelo
Maré cheia
Levou meu presente
Como faço de novo
Pra acariciar
Teu lindo horizonte
Que eu só sei admirar
Quando se põe
Fazendo amor
Com por do sol

Meu vento na noite

Essa noite
Vi minha estrela
Brilhar pra mim
Tocar a luz
O coração soltar
Acelerar a multidão
Não tive dúvidas
Veio de muito longe
Só pra mim
Meu vento na noite

Namorando a vida

De uma lenda
Através dos tempos
Tão longínquos
Nasce sempre
Pra nos trazer
Com a gratidão
Que veste a vida
Uns chamam
De almas gêmeas
Outros de complementares
Gosto mais desse
Que ouso afirmar
A todos a minha volta
Almas que aprendem
A namorar com intuito
De reconhecer que o outro
É a diferença que nos une
Pra que o amor seja
O caminho não é só da poesia
E de que todos
Que amam sem correr
Namorando a vida

Solidão no vento

Serve de prato cheio
Transborda em palavras
Entorno de um olhar
Que nada escapa
Delira a música
Que não cala
A solidão
No vento

Estou com saudade

Como agarrar o vento
Sentir pelas pernas
Dando um calor
Lembrando as curvas
Nunca esquecidas
Um suor invade
Dizendo somente
Estou com saudade

De subir em você

Tô deixando escapar
De levar pra algum
Lugar escondido
Pensei que fosse
Pra não sair
Do ninho
De galho em galho
Encontrei muito
Mais que um perto
Desejo louco
De subir em você

Feitiço de Aquila

Tive que despejar
O coração soltar
As rédeas bem
Bem no vento
Encontrei muito
Mais que um beijo
Quando o dia amanhece
Saio das nuvens
Pra aquecer
Te fazer lembrar
Temos o segredo
De cada mistério
Benvindo amor
Feitiço de Aquila

Quero seus pés

Você está
Muito dentro
Do meu coração
Nem sei mais
Vozes e memórias
Invadem sem pedir
Sem vergonha nenhuma
De olhar e ser
Não sei dançar
Quero seus pés
Pra mim

No meio fio do amor

Como faço
Pra teu desejo
Acordar
Não vejo
O sinal
Perdi a cor
Entrei
Na contra mão
Arranquei
O retrovisor
Esperei
No meio fio
Do amor

Folha

De uma folha
Maravilhosa
Caída no chão
Te faço poesia
Sozinha em silêncio
Respira um novo ar
De descoberta
Com a criança
Que não abandona
O coração

Queria ter coragem

Queria ter coragem
De roubar teu tempo
Desamarrar o cadarço
E perceber que é
Um mocassim
E não saber
O que fazer
Com as suadas
De tanto desejo
Queria ter coragem

Próximo passo

O que parecia impossível
Foi como num passe de mágica
Uma escada sem degrau
Ponte com abismo profundo
O medo nunca foi de poupar
No ingrediente da coragem
É quando se solta o sentimento
Que liberta o próximo
Próximo passo

Alegria

Nem disfarça
Alcança o sorriso
Percebe a música
Sente o perfume
Toda uma essência
Dando um olhar
Que sempre surpreende
Nem acredito
Você voltou
Alegria

Olhando com carinho pra você

Nada te provoca tanto
Que o encanto de ver
O dia sorrir sempre
Pode está com nuvens
Ou até chovendo
Dentro de você
Vem irradiando
Quer algo mais
E vai buscar
Olhando com carinho
Pra você

De encontro a lenda

De seu peito nasci
Me fez a alegria
De conquistar
O espaço
E andar
Por caminhos
Não trilhados
Pelo medo
Precisei ir
De encontro
A lenda

Teu olhar cigana

Deitado estou
Esparramado
Travesseiro largado
Olhar nas paredes
Coração esperando
Sem quadro nenhum
Perdi a lembrança
Quem anda
Pega a paisagem
E leva nas mãos
Teu olhar cigana

Edredom

Não consigo escapar
Nem iludir o tempo
Digo que é o frio
Que preciso do calor
Do teu corpo quieto
Querendo descansar
Não acredito
Que queira dormir
Quando tiver do lado
Edredom

Pitada amorosa

Pode arder
Além da pimenta
Aladim se enganou
Somos a garrafa
Sempre
Os desejos só saem
E vão pra vida
Quando esquecemos
De sermos rolhas
Cozinhe passe do ponto
Não importa o cardápio
Do sushi ao churrasco
A dor de barriga
Tem dono
Pitada amorosa

Teu olhar de praia

Quero destoar
Sentir teu tom
Surfar a melodia
Trilha sonora
Infinito mar
Seja pra mim
A essência estar
De quem olha
Namora longe
Eu tenho
Teu olhar praia

Fusão

Cheguei a um ponto
Que entre aspas
Nada concluo
Intruso ser
Muda conforme
A brisa namora
O vento enigmático
E quem não é
Inconclusivo amor
Linda confusão
Pra mim
Que venha
Não me sinto
Um chá
Tô mais
Pra café
Fusão

Tua música

Não perco
O entusiasmo
Busco o delírio
De cada encontro
Adrenalina
Sem partir
Coquetel tequila
Amarula vodca
Caipirinha
Quando ouso
Tocar do jazz
Ao samba
Meus outros
Lugares
Coração
Deixa eu tocar
Tua música

Contador de estórias

Foi mais fácil
Contar assim
Não era
Uma lenda antiga
Merecia um beijo
Que ficou
Na saudade
O poeta soube
Guardar sempre
O contador de estórias

Nuvem pra mim

Quero muito
Apanhar de você
Pra valer
Destrancar a porta
Arreganhar a janela
Merecer a vista
Ver que a nuvem acena
Muito pra mim
Pra mim pra mim

Pernilongo

Quando vejo
Na pele
A  coceira
O prazer
Incomunicável
Desejo
Que nasce
Pede cresce
Louco zumbido
Roubando
Sempre
A paciência
Pernilongo

É aquilo

É aquilo
Que transcende
Acende o tempo
Gota de chuva
Na calçada
Esparramada
Molhando o  tênis
Esqueci o chapéu
Sem capa
Admiro o trovão
Incendiar o céu
Namorando o risco
Que faz o relâmpago
Quando a poesia
Conhece o dilúvio
Vendo o céu desaguar
Palavras que molham
É aquilo

Vamos por amor

Vamos por amor
Onde faz falta
Ou mudou
De lugar
Será que tem
Como ficar
De costas
Pra o que
Impulsiona
O sangue
Nas veias...

A poesia tem cor

De um abraço nasceu
Como ponte
De um lado ao outro
Um passeio
O livro que perde a capa
Páginas arrancadas
Nunca a essência
De quem antes
Pode passar adiante
Pedaços de vários corações
Existe um elo na poesia
Muda conforme
Quem arrisca ler
A poesia tem cor

Experimentando você

Experimentando você
De uma salada muito
Verde amadurece
Ver se não esquece
Joguei o anzol
Pra que isca
Nem precisamos
Mais de rede
Só se for pra descansar
O meu peito
Em cada encontro
Dizendo mais
Experimentando você

Pedalo forte

Pedalo forte
Duas rodas
Um amor antigo
Largado na grama
Repousa no mar
Alcanço o vento
A brisa a montanha
Lugares muitos
E ainda levo junto
Ao ouvido a canção
Pra mim pra mim
Pedalo forte

Prove a vida

Prove a vida
Aproveite o momento
Liberte a luz
Seja a música
Ecoando forte
Chore de alegria
Agradeça
As lagrimas são
Como guerra
De travesseiros
Jogue com vontade
O carinho que deseja
De verdade ao próximo
Prove a vida

Perfume e solidão

Perfume e solidão
Essencia nua
Sem pele
Nem toque
Sentimento
Segredo
Por onde passa
Correndo vem
Fica comigo
Não deixe
Ir embora
Perfume e solidão

Quero teu chocolate

Quero teu chocolate
Mesmo que amargo
Branco doce misturado
Caos seduz dar prazer
O que não está aqui
Encontro com você
Quero teu chocolate...

Na bandeja

Na bandeja
Levo o prato
Todo desejo
Alimento
Com carinho
E deixo de ser
Um beijo com sabor
De bem passado
Na bandeja

Estou nos seus dedos

Estou nos seus dedos
Na cor das unhas
Vou da palma da mão
Escorrego sinto
No cotovelo
A curva pede
Não faça cócegas
Senão eu fecho
O sorriso fácil
Agarrando de vez
Estou nos seus dedos

Vestindo teu coração

Uma vela não sabe
O quanto prezo
Tua chama
Que arde
Somente
Pra te encontrar
Tirar das sombras
Eu sou
O que ilumina
Te faz ver
Vestindo
Teu coração

Pão seco

Você já sabe
Não adianta
O mergulho diz
Sem fundo
Pedindo mais
O recheio nunca
Nunca vem
Quando o coração
Tem fome
Pão seco

Olhar de formiga

E num olhar
De uma folha
Passeia a formiga
Que carrega
Nas costas
Um peso
Que não sente
E  seria uma
beleza solta
Ecoando leve
Na trilha

Amor perdido

Ei
Não esqueça
Você é uma essência
Que muda
De sabor
Cor
E tem sede
E fome
Sempre
E quem se encontra
Perdido
É quem
Não tem ama

Eu me chamo solidão

Não deixe de fora
O sorriso duradouro
De cada saudade
Que venham as lágrimas
Nunca esquecimento
De cada lição
Quando ousei
Te conhecer
Em muitas noites
Eu me chamo solidão

Amizade

Não se esqueça
Estarei em seus
Pensamentos
Na clareza
Que chama de dia
E no repouso
De cada estrela
Que avistar
Nas noites
De lua cheia
Olhe pra fogueira
A lenha estalando
Sou eu o alimento
De nossa eterna
Amizade

Eu me chamo sol

Não deixei de brincar
Acreditar que você
Tem o olhar
De fazer
O sorriso
Voar
Quero te ver
Dançar
Com as nuvens
Ninguém amanhece
Sem conhecer a lua
Eu me chamo sol

Estamos juntos

Deixe sair
O que não
É mais
Fluir
Quando souber
Volte sempre
Não abandone
Tanto o coração
Estamos juntos

Olhar feliz

De todos lugares
Tem um em especial
Que nunca sai
Do caminho
Como um farol
Enfrenta a névoa
A tempestade
Ressaca no mar
Libertando a âncora
De viver através
Do amor de ver ser
Está tua cor
Olhar feliz

Clarice Lispector

De nossos lábios
Não saem palavras
Os sentimentos
Aquecem o abraço
Dando um laço
Que não desata
É um nó
Que ganha muito
Aquecendo a vida
Sempre com amor
Eu sei o que tanto
Esconde
Clarice Lispector

Estamos de volta

Acho que alcanço
O que teu coração
Se predispõe
A ser
Não importa
Os tantos
Desencontros
Pedras
Desvios
O rio sempre
Encontra o mar
Estamos de volta

Flor ímpar

Flor ímpar
Não me deixe
Tão sozinho
Que posso
Sofrer
Secar
De saudade
Lembre
Que gosto
Da água
Que pra mim
São lágrimas
Quando saem
Do coração
E te libertam
Do que não és
Flor ímpar

Café com leite e pão com mortadela

Adoro um café na cama
Jeito bom de acordar
Nem lembro da última
Vez que sonhei
Café com leite
Pão com mortadela

Segredo de uma vida

Fiquei determinado
Em descobrir
Onde o dia
Esconde a noite
Sem preguiça
Namorei a tarde
Tentando ver
O que acontecia
Atrás do por do sol
O segredo de uma vida
Havia mágica na poesia

Balanço

Era um balanço
Que me fazia
Ver o mundo
Subir e descer
Me sentia
Com asas
Com super poderes
Quando olho
Aquele momento
Vejo o quanto
Era um balanço

Fera ferida

É um turbilhão
De pensamentos
A gaiola perde
Todo espaço
Te conheço
De todos lugares
Caverna ostra
De tanto cair
Esfolar o sentimento
Fera ferida

Vida rara

O que não desfaço
Como acontece
Fica nos poros
A pele reconhece
A cor na poesia
Se pudesse
Dar um corpo
Não caberia
A sede que tenho
De tanto amar
Vida rara

Outono

Dando o tamanho
Do caminho não percorrido
Dimensão outra
Pensamento paralelo
Tecendo a calçada
Sentimento o calcanhar
Levemente nos pés
A meia querendo
Calar o frio pequeno
Da linda estação
Outono

Quando sou poesia

Tenho que me esforçar
Me recolher ao chão
Dormir mais
Pra te poder sonhar
Me permitir a cadeira
Sentir a mesa
Passear no ambiente
Que ninguém sente
Ou percebo que não ver
Quando sou poesia...

Vamos voar

Sabe do que mais
Quero tanto
Com você
Respirar fundo
Pedindo
Que não venha
Sem soltar
Os pés
Cadê suas asas
Vamos voar

Esconderijo

Quero colher a semente
Que não vi passar
Tecer o horizonte
De um sonho
Que não ousei
E ficar com o mar
Bem junto a você
A poesia tem o dom
De te fazer encontrar
Esconderijo

Presente

Só seu entusiasmo
Me tira do lugar
Descobre o abismo
Se faz ponte
Nem de longe
Ouso imaginar
Amor assim
Não acontece
Aproveitem
O encontro
Um presente
Em forma
De poesia

Anjo meu

Amigo palavra sagrada
Que une muito bem
Vai como música
A língua nem pensa
Um namoro em paz
Com as palavras
Que não saem
Dos lábios
Teu olhar
Diz tudo
Meu anjo

Meu vento

Tem dias que são estranhos
Não percebo a alegria
Do lado de fora
Querendo beijar
Com vontade
Todo coração
Essa poesia
Fiz pra você
Quando imagino
Tua voz
Meu vento

Onde está você

Pra deixar
O corpo leve
A alegria dar
Muitos passeios
Bagunçar tirar
Tudo do lugar
Sem abrir
As gavetas
O melhor
Não encontra
O espaço
De viver
Onde está
Você

Veio pra mim

Foi pra descobrir
O vento manso
Vestia de estrelas
Poucas nuvens
Desenhavam
O beijo dando
Um ar de saudade
Disfarçando a lua
Sorriu
Veio pra mim

Sentimentos confusos

Dando um nó
Que aperta
Também a garganta
Como afrouxar
O que não reparei
Deixei muito tempo
Tempo dentro
O passo da tartaruga
Faz todo sentido
Sentimentos confusos

A música não parou

Como pode um pedaço
Encaixar tão bem
Sentir o equilibro
Que faz a onda
Sorrir quando
Te encontro
Mesmo em silêncio
A música não parou

Borboleta dos ventos

Se fosse
Pra dizer
Um pouco
Do que sinto
Não saberia
Quando vem
Habita de verdade
Nem precisamos
De palavras soltas
Borboleta dos ventos