31 de jan. de 2018

Deixa fluir

Se perco a paciência

Ganho um pneu furado

A casca de banana

Não tem culpa

Quando desisto

De cada sorriso

Deixa fluir

Tudo muda

Poderia lhe dizer

Muitas coisas

Existe o que falta

Preencher o vazio

Que sempre escapa

E volta sem saudade

Siga em frente

Tudo muda

30 de jan. de 2018

Sermão da montanha

Se existe um lugar certo

Devo parar de ficar

Dando voltas na montanha

Escalar e aguentar a altura

Os que ficaram ainda precisam

Aprender que a montanha

É a ilusão que criamos

Sermão da montanha

29 de jan. de 2018

Goiaba

Está uma tempestade

Aqui dentro

Sacudindo tudo

O coração grita

Pra desapertar

Tirar o nó

Vontade doida

De comer goiaba

A poesia tem fome

Preparando o prato

Tantos temperos

Do sal ao doce

Com recheio ou seco

Molhado quase afogado

Assado e cru

Um ritual que arranca

Muitos aplausos

A poesia tem fome

Sobremesa

Fiquei de olhar

Um tanto tímido

Dando colo

Feito criança

No balanço

Ainda sei correr

Comer depressa

Sem esquecer

Meu nome é sobremesa

Sentindo teu silêncio

Pra que a chuva soubesse

Fiquei olhando as nuvens

Vendo passar como um espelho

Que não fazia diferença

O brilho sempre voltava

Sentindo teu silêncio

28 de jan. de 2018

Domingo no olhar

Pra que lado

Que eu vou

Já não vejo

As pegadas apagadas

Lambidas no tempo

Pensando bem

Não existe lado

Existe eu esticando

Cada vez mais a vida

Domingo no olhar

27 de jan. de 2018

Longe de mim

Querendo acariciar

Sentir na pele

Quem sabe

Pedir ao vento

Que volte

Com força

Longe de mim

Quando o sono vem

Quando o sono vem

Carrega o coração

Dando colo

Abraça o silêncio

Nada parece incomodar

Quando os olhos pedem

Um pouco paz

Quando o sono vem

O universo vira faísca

Como não atravessar a noite

Encontrar a madrugada

E quase amanhecer

Sentir o teu mistério

Desvendar o  coração

Quando acontece

O universo vira faísca

26 de jan. de 2018

Balança coração

O que me atinge

Em cheio

Sinto falta

Os lábios tem

Sede sempre

Posso correr

Que não saio

Do lugar

Balança coração

Cadê a vontade

Cadê a vontade

De sair do lugar

Alcançar o vento

Onde faz a curva

Quem é sóbrio

Perde a ilusão

Cadê a vontade

25 de jan. de 2018

A fruta caiu

Será que tira pedaço

Estragado ou amadureceu

Passou do ponto

De tão doce

A boca cheia

Corri o que deu

A fruta caiu

24 de jan. de 2018

A poesia é meu diário

A poesia é meu diário

Onde solto as pedras

Flores no jardim

Namoro as ondas

Fico descalço

Arregaço o coração

Sentimento doido

Que não pára

A poesia é meu diário

Sem você

Prato parece cheio

A fome escondida

Um enjoo que não passa

A mesa farta

Um oásis

O que mudou

Acho que esqueci

Que nem tudo

É bom sem você

Se fosse simples

Se fosse simples

Admiro o complicado

Olhar no avesso

Espelho quebrado

Tesoura cega

Roendo a unha

Até encontrar

O que incomoda

Se fosse simples

23 de jan. de 2018

O que não tem dono

Fiquei na superfície

Namorei o raso

De algum modo

Sei o que me fez

Mergulhar bem

O medo tomou conta

Como soltar

O que não tem dono








Sempre um café

Olhar com sono

Tirando a preguiça

A tiracolo vem

Sede que desperta

Quero beber muito

O que te faz sorrir

Sempre um café

22 de jan. de 2018

Olhar da bússola

Todo gesto ecoa

Sobressai na brisa

Uma formiga despercebida

Desordenada pelo caos

Se existe um caminho

Onde vai parar

Quem sabe perdi

O olhar da bússola

21 de jan. de 2018

Aprendendo com a solidão

Tive medo

Mergulhei no susto

Abri sem ver

Que não tinha

Nada a perder

Aprendendo com a solidão

Narciso

Pensativo coração

Selvagem desejo

O que dar fome

Não tem lugar

Se fosse espelho

Daria um jeito

De namorar muito

Narciso

Poesia das estrelas

É o mar

É o peixe

Alegria de viver

Quando a ilha

Sai por aí

Não tem maré

O dia sabe

Que senão sorrir

Perde a noite

A poesia das estrelas

Inesquecível mar

Não me faltaram

Despedidas desencontros

Atrasos diversos

Olhares perdidos

As ondas estão lá

Da poesia o amor

Inesquecível mar

Celular

Sabe quando

Sinto câimbras

Nos dedos

De tanto segurar

Olhar ardendo

E só paro

Já quase

Sem forças

Pra repousar

Lembra algo

Que deveria

Ser pequeno

Celular

20 de jan. de 2018

A estrela e o beijo

Vou voltar pras luzes

Lá no céu

Talvez encontre

Em outro momento

O sonho que ficou

Virou pintura

Ninguém viu

O que somos de coração

A estrela e o beijo

Que o sorriso vem de longe

Se o tempo leva

O vento traz

Um sentido único

De prosseguir

O palco aberto

Não se prende a platéia

Quem aplaude reconhece

Que o sorriso vem de longe

19 de jan. de 2018

Como tá o tempo dentro de casa

Como tá o tempo

Dentro de casa

No aconchego vem

As vezes um temporal

De repente um deserto

Um silêncio no corredor

Em cada canto um quadro

Lembranças esquecidas

Num desfile quieto

Como tá o tempo

Dentro de casa

Coração bruto

Já nasci

Com a cabeça

Batida

Parece cazuza

Iceberg louco

Coração bruto

Cada curva tem um nome

Estive distraído

Percebendo teu olhar

Passei despercebido

Perdi o medo de errar

Cada curva tem um nome

Estou fugindo

Estou fugindo

Não querendo

Encarar o dia

Na ilusão o conforto

No sofá da vida

Perdendo o momento

De ganhar mudar

Crescer sem dor

Estou fugindo

18 de jan. de 2018

Tá na praia

Procurei muito

Fui a tantos lugares

Atravessei o horizonte

Descobri outras ilhas

Então olhei pra trás

As ondas apontavam

Tá na praia

Sentimento quieto

Sentimento quieto

Esperando passar

A dor de cabeça

De tanto esquentar

O que era beco

Virou saída

Sentimento quieto

Quando nascemos esquecemos da árvore

Que de um abraço

Venha a semente

O que une

E nunca devia

Separar

Quando nascemos

Esquecemos da árvore

A folha que cai sem dizer onde

O céu parece se rasgar

Rompendo as nuvens

Como um sinal aberto

Os olhos correm

Pra saber de que lado

Que vem outra vez

A folha que cai

Sem dizer onde

17 de jan. de 2018

Um passeio de amor

Num mundo de incertezas

O colibri voa entre as flores

Pólen da vida

Uma dança diferente

Não vejo suas asas

Só imagino

Como não cansa

Um passeio de amor

Amigo sol

Olhando o sol

Quase fico cego

Como criança

Não entendo

Do que tanto sorrir

E faz dormir nas noites

Esse ser tão quente

Que faz brilhar a vida

Amigo sol

16 de jan. de 2018

Deixe a tristeza ir embora

O que me resta de visão

A beira de ficar cego

Cego para o amor

Quem movimenta o universo

Um olhar sereno

Sabe quando e quanto

Vale a pena abraçar

Deixe a tristeza ir embora

Estranhamento

É na fuga que me deparo

Com o amanhecer solitário

Espremo a vontade

Reconheço o início e o fim

A língua sem palavras

Estranhamento

Na madrugada um mar de estrelas

Esqueci no silêncio

Eco perdido

Desejo veio

Pra despertar

Tirar o anseio

Na madrugada

Um mar de estrelas

15 de jan. de 2018

Ninguém vive de querer

Toque de recolher

Esconder a mão

O caminho  de volta

Trocando a solidão

Perceber a chuva

Que nunca cai

Quando quero

Ninguém vive de querer

14 de jan. de 2018

Dance comigo

Dance comigo

Deixe o  barco velejar

Descobrir o beijo

O que não faz sentido

É te ver  perder

O melhor de você

Dance comigo

Chorinho na praça

As vezes a vontade de chorar

É forte como o horizonte

Deixa rastros

Que nem o tempo apaga

Gostaria de dizer

O quanto foi bom

Te conhecer de novo

Chorinho na praça

13 de jan. de 2018

12 de jan. de 2018

Eu sou um viajante

Num chão de palavras

Vem pra cá me ver

Sair do olhar

Pintar a janela

Se alguma cor faltar

Não deixe de lembrar

Eu sou um viajante

Sem pétalas

Talvez os calos sejam

A certeza de cada esforço

Do  que passou

O valor tem o momento

O tempo esvazia

Ninguém enche a lembrança

Se o copo está vazio

A sede soube dar alegria

Sem pétalas

11 de jan. de 2018

A folha namora o vento

O que não se distingue

Se mistura liquidificador

Carne moída

De tantas dores

Só quero repousar

Quem disse que deixou

Quebrou o espelho

Não viu o tempo passar

A folha  namora o vento

Muito com a poesia

Sabe quando

Encontro oásis

Fico muito feliz

A sede não abusa

O sentimento vai

Muito com a poesia

Arrumando o arco íris

O que está

Fora do ar

Perde a sintonia

Como encaixar

Parece torto

Quando tento

Arrumando o arco íris

10 de jan. de 2018

9 de jan. de 2018

Estou a flor da pele

Estou a flor da pele

Olhar marejado

O arrepio foi no vento

Brincou fez cócegas

Me trouxe de volta

De onde a música habita

Estou a flor da pele

A poesia não desiste

Acho que já fui

Longe demais

Os pés doem

Sem poder mais

Como ficar de pé

Se todos insistem

A poesia não desiste

Na falta de amor

Na falta de amor

Não durma

Ficar esquecido

No canto

Só faz demorar

Pra que te encontrem

Se esperar do lado fora

A solidão acaba ficando

Você só pode dar o que é ainda

Quando sai fácil

E perguntam

De que tanto  sorrir

Se vejo muitas lágrimas

Invadindo cada olhar

E um eco retorna brilhante

Você só pode dar o que é ainda

8 de jan. de 2018

Saindo dos trilhos

Sei que sou

Um bom passatempo

Palhaço de circo

Até as lágrimas

Tem o sorriso

Que não disfarça

Saindo dos trilhos

O calor não implora

O calor não implora

Deixa  o suor

Ilusão mente

Sente o vento

Pousando o pólen

Unhas decoradas

De onde que sou

Estou vestido

Personagem camaleão

Vitrine escondida

Fogueira acesa

Unhas decoradas

Eu sou sua praia

Se fosse simplesmente

Um motivo entre as águas

A  correnteza cria

O espaço vira pensamento

Quem pesca mata a fome

Eu sou sua praia

7 de jan. de 2018

Tamborim sabe

Taça vazia

Largado na mesa

Um silêncio que pousou

Tirei um sentimento

Guardado no coração

O tamborim sabe

Sentir outra vez

De que vale um sorriso

Perdido no salão

A dança passou

O convite não veio

Fiquei de voltar

Desejei muito

Sentir outra vez

É muito bom tocar

O leão ruge

Dentro o coração

Rasga tudo

Que faz mal

Liberta sem palavras

Com o quero

E sou muito mais

Essência calor frio

Se misturam

É muito bom tocar

Na poesia eu sou a gaivota

Quando a corda estica

Ou vai junto como âncora

Escolho quando canso soltar

Vejo o barco  deslizar nas águas

De uma saudade em ondas

Na poesia eu sou a gaivota







6 de jan. de 2018

Quando os dedos se tocam

Ao sabor do vento

Desliza o beijo

Deixando perto

Um desejo doce

Que dar sede

Quando os dedos

Se tocam

Não tem fronteira

Se é tarde demais

Grite não sufoque

Coloque o sorriso

Sem visto a viagem

Não tem fronteira

Sem beira

Tem gosto de quero mais

Bagunça o coração tambor

Arranca dos pés

Ervas daninhas correm

Tem medo da paz

Que nada prende

Difícil de não se acostumar

Amo acordar assim

Sem beira

Pedaços de poesia

Só pra te despertar

Sacudir a poeira

Deixar em paz

Toda coceira

A sede não abusa

Só avisa bem

Pedaços de poesia

5 de jan. de 2018

Momento de dor

Momento de dor

Pede silêncio

Tenho a atenção

A solidão dar o abraço

Quase esmaga

O barco pediu a brisa

Que esqueci de viver

Momento de dor

Com suas pegadas

O que está lendo

O tempo  não serve

Leve o vento

Segue a luz  fria

Que escolhe a janela

A lua não viu

O amor conhece

Com suas  pegadas

Só ficou a saudade

Faz muito tempo

Que não vejo

Passar esse olhar

Voando com o tempo

E pousando no coração

Perdi teu nome

Só ficou a saudade

4 de jan. de 2018

Vida cigana

Quando chorar

Vira um lago

Que transborda

É chegado o tempo

De muitas despedidas

Vida cigana

Saudade de mim

Se esqueci

Talvez perdido

Na bússola o sentido

Coração aquecido

Ficando  derretido

Saudade de mim

3 de jan. de 2018

Carne de pescoço

Carne de pescoço

Desafio sem cor

Preto e branco

Língua presa

Como engolir

Com sede

Sempre esteve dentro

Preciso que você

Alcance lance mão

Estique o arco

Sem esquecer a flecha

O que está fora do alvo

Sempre  esteve dentro

Sorrindo no olhar

De um mistério lanço

Uma pedra esquecida

No tempo de criança

Jogada no sentimento

Que aproxima sempre

Como não amanhecer

Sorrindo no olhar

2 de jan. de 2018

Feito poesia

Parece delírio que voa

Ecoa um prazer

Olhar nada quieto

Uma música no coração

Conquista o silêncio

Feito poesia

No elo do coração

Onde que você está

O que tem feito

Olhar vago

Acho que perdi

Como uma pétala

Reconhece o caminho

De volta pra casa

No elo do coração

1 de jan. de 2018

Eu não sei dançar

Entre as estrelas

Encontrei você

De tantos olhares

O que estava perdido

Saiu das nuvens

Eu não sei dançar

Sentimento de amar

O presente só se torna

Novo e atraente

Quando mudamos

No agir repetindo

O que machuca

Está fora da solidão

Sentimento de amar