30 de nov. de 2015

Olhar nas nuvens

Olhar nas nuvens

Estonteante sono

Abrigo singelo

Nem a lua sabe

Como é bom

Sentir as estrelas

Se eu soubesse estaria no seu olhar

Se eu soubesse

Estaria no seu olhar

Ouvindo mais

A chuva cai

Como gotas

Vem o pensamento

Que dança

Dando muita saudade

Só de longe

Só de longe

Atravessa o rio

Descobre o mar

De onde vem

Essa música

Que toca

Abusa demais

Dar a melhor

Cantada de todas

Só de longe

Tesão

O calor no degrau

Em demasia o coração

Delira no jazz

Namora o blues

Faz do sonho

Não alivia

O tesão

Piramide branca

O que jorra

Vem de você

Do cume ao infinito

Da esfinge vem o deserto

A duna é a montanha

Que muda constamente

Após cada tempestade de areia

O brilho do ouro não engana Só

A água da vida

Oásis

Piramide branca

Buscar as coisas boas da vida

Preciso apaziguar

A bagunça que criei

Lavar as mãos

Levantar a poeira

Matar a sede

Deixar a saudade nascer

Buscar as coisas boas da vida

Olhar da primavera

Não causa transtorno algum

Ver que o vento levou

Descobriu as folhas

Nas arvores descabeladas

Despiu a estação dando cores

Vestindo de flores

Levantou forte

O olhar da primavera

29 de nov. de 2015

Tenho pra você

Tenho pra você

O que as ondas

Esperam do coração

Uma dança que envolve

Uma lágrima de saudade

Revela a lua cheia

Tenho pra você

Ninguém acorda de olhos fechados

Ninguém acorda de olhos fechados

Nem tão pouco mata a sede

Sem sentir a água

Até o sol sabe

Que o dia nasce

Quando existe a semente

Ouse brilhar

No sentimento do poeta

Se falo pouco

O silêncio abraça

O olhar predomina

Dando o ponto

O lugar que nasce

No sentimento do poeta

28 de nov. de 2015

Não tem tempo feio

O que faz brilhar

O coração vai longe

Atravessa sempre

Levanta o olhar

E encara mesmo

Não tem tempo feio

Perfume azul

Não deu jeito

A natureza levou

Fez da brisa

E no sentimento virou

Um perfume azul

No papel de pão

Gostaria de ter amnésia

E no absurdo esquecer

Que a música que passou

Ficou no vento

No papel de pão

Amor tutti frutti

Só queria que o desejo

Nunca fosse embora

Ou mudasse de lugar

Que o sabor ficasse

Bem mais que momentos

Amor tutti frutti

Experimente o que acontece dentro de você

É com muita energia

Que se absorve

A clareza de mais um dia

Se os olhos só abrem pra fora

Experimente o que acontece

Dentro de você

27 de nov. de 2015

Aventura urbana

Hoje tomei banho de chuva

Andando de bicicleta

Boné e óculos

Sem para lamas

Parecia um lava a jato

O freio gritava

Pelo asfalto e calçada

Aventura urbana

De quem está em paz

De quem está em paz

Esquece a distância

Abraça a diferença

Dar colo ao coração

Ilumina sem ofuscar

E de um olhar em silêncio

Namora a saudade

Porque é próprio mesmo

De quem está em paz

Do coração em eclipse

Eclipse lembra o sol

Querendo piscar pra lua

Num intervalo imenso

E quem dar valor

Sabe o sentimento

Que é o desencontro

Do coração em eclipse

Tempestade no olhar

De uma brisa um descanso

Que passa tão rápido

E outra missão

Já se apresenta

Anuciando o desafio

Tempestade no olhar

Com um sorriso no coração

Sabe o que é

Tirar de letra

Gol de placa

Dar aquele drible

Inesquecível

E ainda olhar

Bem de lado

Eu sei

E me ponho

No seu lugar

É muito bom

Te ver brilhar

Com um sorriso

No coração

Oração nunca é por você

Seria um gesto generoso

Agradecer o dia

Novas chances

Reconhecer melhor

Que a diferença está lá

Em quase todo lugar

Que ainda não ousamos

A chuva só molha

Quando a terra precisa

Nunca é por você

26 de nov. de 2015

Arpoador

O tempo pode mover tudo

Menos os pensamentos

A saudade que atinge

Profundamente o por do sol

No belo inesquecível mar

Essa praia me atinge

Em cheio o coração

Arpoador

O coração nasce com o dia

Longe ninguém está

De ver o sol nascer

Existe um horizonte

Que brilha e acalenta

O coração nasce

Com o dia

25 de nov. de 2015

Oração do preto velho

Faça valer sua vez

Encoraje o coração

Saia da encruzilhada

O que faz brilhar

Vem de você

O caminho

No capricho do universo

Um delírio envolvente

Me cercando de um sorriso

Que não disfarça

Sem entregar o o motivo

Que faz o momento unico

No capricho do universo

A poesia de viver

Tenho inclinações

Que até estranho

Exagero no olhar

Talvez seja

Porque ouso colorir

O inimaginavel surreal

Que de tão surrado

Já estou

Que só me resta

A poesia de viver

Planeta terra

O tiro não sai mais

A munição acabou

A pólvora perdeu o pavio

A bandeira pede a trégua

O desafio das fronteiras

Um absurdo repartir

O que é junto

Todos num barco só

Planeta terra

Pão com manteiga

Não há o que discutir

Cria um delírio

Faz o paladar voar

Olhar discreto

Se mistura na mesa

Amanteigando o dia

Pão com manteiga

24 de nov. de 2015

Um lugar pra você

O vento empresta o lenço

Não abandona o encanto

Na noite a magia

Descobria as nuvens

Desnudava o luar

De tão sincero

O chapéu acenava

Um lugar pra você



Numa xícara de chá

Numa xícara de chá

Guardo muitos segredos

Fazendo com que

O rumo da prosa cresça

Arvoreça o caminho

Interminavel olhar

Digam bem mais

Que os lábios

A águia admira

Me deixa a vontade

Sem o laço do presente

Fico sem a surpresa

Que instiga

Alimenta o curioso

Sem saudade

A águia admira

Penso logo enlouqueço

Penso logo enlouqueço

Não sei como me distrair

Tirar a âncora da razão

Mergulhar na intuição

Afogar o melhor argumento

E num namoro sem fim

Beijar todas evidencias

O balanço voa

O balanço voa

Será que ainda existe

O cuco do relógio

O pendulo vai e volta

Sem campinar

Perco a trilha

O balanço voa

Um pouco do dia

Um pouco do dia

A poeira que desperta

O café no bule

Pão que namora

A manteiga derrete

Uma preguiça legítima

De sair da cama

Acordei dormindo ainda

O bem te vi tá de olho

Parece um banquete sem fim

Alegria que transborda

Lá vem num brilho

Um ponto no horizonte

Despertador natural

O bem te vi tá de olho

Um passeio azul

Ganha-se o espaço vazio

O eco espera

O grito que não vem

E no silêncio um descanso

Que reflete a lua na madrugada

Um passeio azul

Ilha rasa

Uma fogueira pela madrugada

Esperando o amanhecer

Um luau de estrelas

Olhares na roda

A maresia desperta

O mistério da ilha do farol

Ilha rasa

No trem da vida

Num estalar de dedos

Faz piscar o olhar

Uma fila enorme

Na estação cada vagão

A paisagem passa correndo

Nos trilhos um caminho

De idas e voltas

No trem da vida

23 de nov. de 2015

Um pouco da noite

Já fiquei tão amarrotado

Que nem sei

Como eu era antes

De tão torto de tudo

Em mim caiu

O peso e desconforto

Sobrou um pouco

Pouco da noite

Em qual constelação se esconde o seu coração

Tem que esperar

Pra ver as estrelas

E ficar de olho

Pra descobrir

Em qual constelação

Se esconde o seu coração

No pulo do coração

No pulo do coração

Que nunca abandona

Dar luz e impulso

Conhece a escada

A espada e o sonho

Atravessam o desafio

Cadê o guarda chuva

A chuva desnuda

O que está seco

E o que é feito de açúcar

Não esquece

E pra não se molhar

Capa e galocha

Cadê o guarda chuva

Só mergulhando

Perfurar o poço

Saber onde

E como encontrar

Ir lá no fundo da terra

Quando a superficie

Tem ânsia

Só mergulhando

Dar sede essa saudade

O vento espalhou

Na calçada

Folhas esquecidas

No tempo

Iam fugindo

Pelas esquinas

Perdendo de vista

Também os galhos secos

Dar sede essa saudade

Faz muita falta

Faz muita falta

O sorriso do mar

As espumas das ondas

O espinho do ouriço inesquecível

O golfinho no Arpoador

Tinha um olhar

Um desafio e tanto

Faz muita falta

Cores no céu

Aquela pipa sobrevoava

Muito longe numa linha

Quase invisível

Era uma magia

Que encantava

Cores no céu

Ato de fé

Houve um tempo

Que a dúvida habitava

Criava raíz

Quase não se saía do lugar

E mudar era um ato de fé

Nem todas as pontes te salvam do abismo

A correnteza leva

Qualquer momento

Pra que venha outro

O filme não tem roteiro

E por mais que improvise

Nem todas as pontes

Te salvam do abismo

Despenco pelo dia

No olhar da manhã

Caindo uma chuva

Forte como lágrimas

Difícil sair da cama

Dou um jeito

Despenco pelo dia

22 de nov. de 2015

Cada olhar que você fez

Queria disfarçar

Não consegui

Delirei mesmo

Quase surtei

Em silêncio

Cada olhar

Que você fez

Esperando meu olhar

Numa sombra eu guardo

Tranquilo o coração

Sentindo o vento

Que arrepia a pele

E um livro solto

Pelo canto da casa

Esperando meu olhar

O por do sol no mar

O por do sol no mar

Tem outra viagem

Descansa bem

Qualquer pensamento

Encontra a maré

Namorando as ondas

Faz bem ao coração

Ninguém escapa

Do beijo bem dado

Nem do sorriso

Que invade

Faz bem

Ao coração

De cada encontro com você

Desenho o por do sol

Esperando o anoitecer

Ganho a saudade

Sem esquecer

A inspiração

De cada encontro com você

O sorvete derrete

O que tanto faz

Na diferença

Descobre o sentimento

Estica muito

Não complica

Vai até aonde

O sorvete derrete

Nas margens do rio

Dar um nó

Esfrega o som

Flutua bem

Despeja o prazer

Derrete a paciência

Sentimento satisfaz

Conhece a distância

Nas margens do rio

Seja além do espelho

Não existe

Momento certo

O agir habita

Cria o lugar

Faz o eco necessário

Pra que saia do reflexo

Seja além do espelho

Poeira inquietante de idéias no café da manhã

O teu brilho invade a janela

Liberta o nevoeiro

Vem devagar

Tateando a mente

Poeira inquietante

De idéias no café

Da manhã

O giz

De um terror único

O arranhar do giz

No quadro negro

Uma agonia ajuda

Tirando muitos suspiros

Um antagonista que virou passado

O giz

Minha auto crítica

Minha auto crítica

Nunca  me acolhe em paz

Me sinto estacionado

Num pensamento infinito

Esse cara é um vilão por excelência

Minha auto crítica

Curiosei

Tenho um interesse estranho

Talvez seja um hobby

Criando palavras diferentes

Onde não existiam pontes

Curiosei

Acreditei que as linhas criaram vidas

Fui buscar inspiração

Encontrei um lugar

Cheio de essencias

Experimentei o gosto

O gosto de escrever

Acreditei que as linhas

Criaram vidas

Na lenda da abobora

Na lenda da abobora

Nasce a carruagem

Que não ousa a madrugada

Namora o baile

Até a meia noite

Ganhando o olhar

Seria um passeio

Sem guia

No Improviso da emoção

A música emudece

O sentimento tranquiliza

Ganhando o olhar

É dura a vida de uma pluma

Tão leve

Não pousa nunca

O vento me leva

Longe e sem direção

É dura a vida

De uma pluma

O vira lata

Na lareira aquece

A lembrança de um olhar

Na lenha o estalar da madeira

Que distrai como pipoca

Se espalhando pelo tapete

O vira lata

No sorriso a emoção de um arco iris

Veio num barco

Uma pintura de luz

Nasce pintando o dia

Desenha sem compromisso

Passeia entre as nuvens

Vira arco iris

No espelho das águas

No sorriso a emoção

De um arco iris

21 de nov. de 2015

A paciência não cansa insiste na paz

De um delírio nasce

Tecendo a pele

Ganha a tatuagem

Que espalha

O suor e o momento

A paciência não cansa

Insiste na paz

Fiz força pra quebrar a noz

Fiz força

Pra quebrar a noz

Que resiste forte

Casca vigorosa

Só na marra

Sem gentileza

Tento buscar

Sem perder

O alimento da vida

Parecem formigas

Ergue firme

Assim é a ponte

Atravessa o vale

Dando a paisagem

O olhar do abismo

Lá embaixo

Parecem formigas

Cachorro perdido

Quem está por aí

Que não volta pra casa

Parece perdido

O que tanto busca

O cachorro perdido

Mordendo o próprio rabo

Encontros que dão fome

Seria capaz de comer

Uma torta inteira

Admirar a cereja

Combinar com recheio

Que tudo nunca

Foi um engano

Encontros que dão fome

De um lado para o outro

De um lado para o outro

Buscando a janela

Que não esconde a chuva

A cortina tenta

As  gostas não disfarçam

Mostram como lágrimas

Pelo vidro

Café com canela

O sentido acontece desaparece

Não esquece de levar as nuvens

Conhece o brilho e amanhece

Nem disfarça o sorriso

Que vem com o horizonte

Café com canela

Descobrindo a vida

Pra subir pelas paredes

Escalar montanhas

Vencer abismos

Só tem jeito

Tirar o peso

Sentir o balão

Perceber quem voa

Reconhece os pés

De mãos dadas

Descobrindo a vida

O desafio do encontro

É preferível

Aprender sempre

Mesmo que eu esperneie

Faça bico

E correr não adianta

O tempo esquece a pressa

Pra tenhamos momentos

O desafio do encontro

Quem sabe o pão com manteiga tenha a resposta

Bebo apressado

O café quente

Nem saboreio

O momento foge

Perco a paisagem

O sentimento

Quem sabe

O pão com manteiga

Tenha a resposta

O que desnuda

O que desnuda

Não esconde a roupa

Ganha a cor da pele

Outros olhares

Uma dedicação

Que exala o perfume

Por onde passa

Como uma semente no pensamento

Bem quieto o amanhecer

Me distrai com o silêncio

Esperando o bem te vi

Abrir o olhar

Como uma semente

No pensamento

Maresia no coração

É bom olhar o mar

Descobrir cada onda

Que a vida leva

Caminhos que mudam

O tempo todo

Ver que o sentimento

Cresce com a maré

Maresia no coração

20 de nov. de 2015

Uma folha no coração

Com sua leveza

Me fez chorar muito

Criar coragem

De vencer cada desafio

De ver com a grandeza

De um olhar pequeno

O que iria surgir

Bem mais adiante

Uma folha no coração

Te ver nascer

Esculpir

Talhar forte

Na madeira

Descobrir

O que não tem nome

Nem forma ainda

Assim aos poucos

Te ver nascer

Porque amo bagunçar a vida

Eu sou minha própria música

Faço o meu próprio barulho

Pertubo pra valer

Tudo que está em paz

Aqui dentro de mim

Sim reclamo

Porque amo

Bagunçar a vida

Pensamento aquatico

Pensamento aquatico

Me leva pra longe

Deixa o submerso

Do que restou

Sem se afogar

Saindo do mergulho

Abismos do coração

O louco entra em cena

Quando a sede aperta

O pouco não sacia

A língua seca

Não abandona

O louco entra

Entra cena

19 de nov. de 2015

Dia da bandeira

A bandeira não perde a importância

O símbolo carrega o sentimento

Que permite guiar

Dando sentido

Hasteada voa

No coração dos times

Que levam no coração

Sonhando com uma pátria

Ninguém brilha sem amor

O amor não espera

Atravessa em cheio

Descobre qualquer

Esconderijo

Ninguém brilha

Sem amor

Chover no molhado

Chover no molhado

Descreve bem

Acolhe sem dar colo

Redundância implícita

Como também

Enxugar gelo

Deve ter alguma lição

A alegria continua

Confundi desapego

Com parar de respirar

Deixando o sério

Lubridiar o palhaço

No amasso da vida

O coração grita

A alegria continua

Onde ficou aquela onda do mar

Talvez não esteja

Sentindo nada

O significado tem nome

Estou com muita saudade

De encontrar novamente

Onde ficou aquela onda do mar

18 de nov. de 2015

Vivendo a inspiração

Pense nisso

Não demore muito

O tempo urge

Apressa o sentimento

Além do mais

O sonho só nasce

Vivendo a inspiração

Tempestade num copo d'agua

O clima tenso

Mede o medo

Que atinge

Dilacerado momento

Sentimento frágil

Talvez ilusão

Tempestade num copo d'agua

Concha do meu olhar

Jogo a concha

Que quica

Entre as ondas

Afunda sem fôlego

E outra concha vai

Tentar o mesmo caminho

Dando novas surpresas

Concha do meu olhar

Dentro do mar

Dentro do mar

A vista da terra

Um conforto surreal

Quanto mais se afasta

Sentimos falta

Do que a principio

Pudesse ser visto

O silêncio não cala nunca

Quem muito descansa

Tem algo guardado

Demais ou não sabe

Usar porque não ver

Que é capaz

O silêncio não cala nunca

17 de nov. de 2015

Não podia resistir

Como sabia

Quando ia

Longe demais

Simplesmente

Não sabia

Até ser

Tarde demais

Não podia resistir

Eu era apenas um peixe

Não parecia uma pescaria

Fisgavamos vidas

Antes afogadas

Em iscas de ilusões

O anzol não tinha idéia

Nem sabia que a maré

Era o tempo necessário

Eu era apenas um peixe



Acho que entrei no clima

Quando a gente diz

Entrei no clima

Quer dizer que

Estava aonde mesmo

Comeu o entusiasmo

E agora mudou o cardapio

Outra sintonia talvez

Acho que entrei no clima

Cura sem ver a cura

Não seria nada demais

Se desprender um pouco

Sentir o corpo voar

Perceber que o silêncio

Cura sem ver a cura

16 de nov. de 2015

A onça

O desespero e a agonia

Não estão longe

De tocaia aguardando

Pra dar o bote

No desfiladeiro a onça

Esperando o momento

Saindo do casulo

A palavra grita

Ganha o significado

Apaixona o silêncio

Que sai do lugar

Vai de encontro

Saindo do casulo

Momento frio na barriga

Momento frio na barriga

Medo extremo

Desafio mesmo

De superar

E de algum jeito

Vem o agir

Respira fundo

É a vez

Pedindo bis em qualquer canção

Uma pessoa falando sozinha

Resolve muitas coisas

Privilégio de poucos

Um troféu de asas

Que libertam

Pedindo bis

Em qualquer canção

O que vale a pena

Existe outro lugar

Melhor do que está

De bem com você

De atravessar cada dia

E sentir que a noite

Dar o descanso

O que vale a pena

Clareia um pouco de você

A ponte traz mudança

Favoravel a nuvem passa

Segue o vento

O sentimento reflete

E entre as arvores

Bom te ouvir

Clareia um pouco de você

Foi por te buscar

Foi por te buscar

Que encontrei a flor

Por mais ingenuo

Que fosse a palavra

Abri o sorriso

Que afastou a tristeza

De um dia nublado

Beirando a loucura

Beirando a loucura

Exploro o abismo

Insisto na ânsia

Um beijo no vazio

Cria um eco

Que espero

Que retorne ao coração

Abandona quem precisa apenas de um olhar

Fala-se  muito

De um conteudo

Fraco e pobre

De idéias simples

O complexo fascina

Deixa o mistério no ar

Abandona quem precisa

Apenas de um olhar

No Improviso das emoções

No Improviso das emoções

Vem a aula

Roteiro completo

Rasgando a palestra

O que parecia duro

Ganha a flexibilidade

Para aprender com amor

Queimou na largada

Queimou na largada

Perdeu a emoção

Esqueceu de acreditar

Que o desejo é a estrela

Deu tudo

Pensando na troca

Virou saco vazio

O abrir da vida

Num consentimento único

O que agrada o coração

Dando o abraço

Que acolhe

Com descanso

O abrir da vida

O pensamento saía do chão

Tinha um passo leve

Andar elegante

Na orla uma garça

Enebriava os sentidos

Balançava o sorriso

O pensamento saía do chão

Nuances de um olhar

Nuances de um olhar

Sorrateiro e sedutor

Namorando os detalhes

Caixinha de surpresas

Só tem valor

Quando o coração pede

Vamos ver o sol nascer

Vamos ver o sol nascer

Regando o bonsai

Folhas abertas

Um passeio na casa

Entre a janela e a porta

Vou vislumbrando a poesia

O cais parece longe

A dúvida permeia

Toma conta

Dar o sinal

Que sem colorir

O preto e branco

Esquece o leme

O cais parece longe

15 de nov. de 2015

Uma faísca de felicidade

Numa trajetória

Colidindo com as estrelas

Uma fusão

Reflexões no chá

Conquistando em segundos

Uma faísca de felicidade

Na poesia e sentimento

Só acreditar

Não basta

Ter fé é pouco

Esquecendo o simples

Escrevo o impossível

O surreal pensamento

Que brota no paradoxo

Na poesia e sentimento

Na ilha tem um coqueiro

E se ele não sabe

O que faz

Do carvão ao diamante

Distante passeio

Que habita no sonho

O tesouro cava sozinho

Na ilha tem um coqueiro

Amoroso olhar

Aquilo que lhe falta

É o que mais dói

Nada quebrado

Pedaço sem encaixe

Quebra cabeça

Amoroso olhar

14 de nov. de 2015

Que nada mais é que você no meu olhar

Quero chorar

Aprender o que vem

Nadar sem se afogar

Lágrimas livres

Pra poder soltar

Lembrar o beijo

Que nada mais é

Que você no meu olhar

Quero me despedir

Quero me despedir

Sentir a pipoca

Estalar na panela

Explodir e saborear

Amanteigando o coração

Levando a saudade

Quero me despedir

De viver bem o que o momento pede

Fiz de você

Uma estátua

Talhado no coração

Um sentimento doce

Que embala o calor

De viver bem

O que o momento pede

Perdi o disfarce

Perdi o disfarce

Ganhei o beijo

Olhos amendoados

Cabelos cacheados

Pele morena

Vem de tão longe

De um horizonte

Perdi o disfarce

Era um namoro que seguia a maré

Caminhar a noite

Sentir a orla

Maresia

Detalhes das ondas

A areia molhada

Era um namoro

Que seguia a maré

Um perfume bem seu

Nas estrelas descubro

Um véu infinito

Que desembaraça

Nebulosa visão

Na falta de um abraço

O tato aumenta

Chegando nos olhos

Um perfume bem seu

No bar da vida

Sinto as pessoas escondidas

Dentro de si

Um baú de tão enferrujado

De tantas desculpas

Que pra sair

Só saem quando enchem

Enchem pra valer a cara

No bar da vida


Um pequeno gigante

Até hoje impossível

De se esconder

Nem na sala de aula

Ponto de referência

Me sinto uma torre

Jogador de basquete

Três pontas na cesta

Agraciou assim a vida

Um pequeno gigante

Pelo que já passei faria muitos livros

Pelo que já passei

Faria muitos livros

Meu amor era outro

Revista em quadrinho

Hoje essa poesia

Me dar o afago

Do coração que espreme

De prazer a inspiração

Montanha russa

Entre um abismo e outro

Existem muitos vales

De alguns não quero sair

E tem aqueles

Que a saudade

Passou longe

Montanha russa

Bola de gude

Bola de gude

Tinha o charme

Lembra sinuca

Onde o taco

Era o dedo

Nunca aprendi

Tenho trauma

Perdia sempre

Do que se assusta o soluço

É de costume

Assustar o soluço

Nunca entendi

Deve ter uma lenda

Que saiba

Do que se assusta

O soluço

Esqueci de olhar a panela queimou

Esqueci de olhar

A panela queimou

Churrasco nasceu

Passou do ponto

Será dar pra comer

Sem sentir o gosto

Direi que é uma nova receita

A mordida do papagaio

Lembro como hoje

A mordida do papagaio

Ria sem parar

Meu dedo tem

A cicatriz que atravessa

O tempo da semente

Semente de girassol

Comia muito

Gravata borboleta

Gravata borboleta

Sempre admirei

Esconde o pescoço

Entre o esportivo

E o clássico

Faz um bom

Meio de campo

Quem inventou

Devia temer

O nó da gravata

Dor de barriga

Tudo que como

Quer sair logo

Tremenda dor

Dor de barriga

Suor frio

Dar um desespero

Quem tem

Sai correndo

O travesseiro não tem lugar briga comigo

Fico me contorcendo

Entre uma soneca

E outra

Resisto a agitação

Peço descanso

O corpo não se acomoda

O travesseiro não tem lugar

Briga comigo

Bicho papão

Como um fantasma

Atravesso paredes

Carrego correntes

Assusto sempre

Entre a dimensão

Do medo no escuro

Bicho papão

Quero brincar

Quero brincar

Mais ficou sério

Futebol de botão

Bola de meia

Amarelinha e queimado

Correr até cansar

Quero brincar

Lagoa

Essa lagoa me encanta

O vento desliza em suas águas

Escolas de remo e ciclovia

Escoa no Jardim de Alah

Encontrando o mar

Ipanema e Leblon

Rodeia Humaitá

Gavea aos pés

Do Cristo Redentor

Lagoa

Quanto mais demorar a vida ganha mais graça

Essa maratona

Não cansa os pés

Que pedem mais

Explora mesmo

Cada pegada

Quanto mais demorar

A vida ganha mais graça

O que não falo vem na música

É bom te ver cantar

Mergulhar na melodia

Aproximar o coração

O que não falo

Vem na música

O silêncio não te apagou

Tem nada a ver guardar

É um sonho assim

Veste o jardim

De girassol

E rodeia a casa

Dar o colorido

Que o coração pede

O silêncio não te apagou

Minha princesa

Minha princesa

Faz um carnaval

Rasga a fantasia

Destrona o reino

Que não tem nada

Nada de simples

Sem complicar

Perde a graça

Sem discurso

Sem discurso

As palavras beijam

O silêncio diferente

Ganha a palavra

No olhar que sorrir

Sem discurso

Que não vejo que sou

Tem muita coisa

Que me causa dor

E nem assim

Desisto do prazer

De saber

Que tudo faz parte

Do grão de areia

Que não vejo que sou

O gosto se agita sempre

Nada é tão calmo

Até que venha

A provocação do desafio

Amargo ou doce

Tanto faz

O gosto se agita sempre

Nas águas claras do coração

As margens de um rio

Descobri a correnteza

Que tudo leva

Muda por onde passa

A natureza fala

Nas águas claras

Do coração

Um olhar no infinito

Nunca é tarde

Pra se Libertar

Trazer de volta

Fazer surgir

O que clareia

E mesmo esses

Que ainda ignoram

Não podem calar

Um olhar no infinito

13 de nov. de 2015

O que antes era um rio virou mar

Vou desembrulhando

Escolhendo o vento

Que possa me fazer

O favor de desenhar

E assim acompanhar

O que antes era um rio

E virou mar

Um momento com você

Queria ser a semente

Que faz brotar

Num desejo um sorriso

Na memoria a nuvem

Tem o formato

Que desfaz

Varrendo as folhas

De outra estação

É o que peço

Um momento com você

Preto e branco

Desnuda o cenário

Preto e branco

Outra arte

Ninguém apagou a luz

A cor está ali

No sentimento

Que apura

Na cor do coração

Preto e branco

Acordei com a absurda vontade

O absurdo está

Onde menos esperamos

Não foge

Vai ao encontro

Encarando o momento

O absurdo compra a briga

Despreza a imaginação

Acordei com a absurda vontade

Goiabeira

Tem sabor de fruta

Esse beijo

Que não se cansa

Esqueci guardado

Como pode

Era um caminho

De galho em galho

De muita coragem

Aquela goiabeira

No escurinho do cinema

Era uma fantasia

Teatro vivo

Sem pessoas

No palco

Uma luz mágica

Criava vida

A platéia delirava

Principalmente os casais

No escurinho do cinema

Me jogo no espaço

Me jogo no espaço

Vale perdido

Doces pensamentos

Alguns me enganam

Ficam salgados

Perco as asas

E o horizonte abocanha

Meu coração sempre

Me permito

Sentimento proibido

Pura plenitude

É um atravessar especial

Que contemplo

Sereno e agitado

Da cabana um lago

Da praia a montanha

Não são os lugares

Sou eu que ouso

Colorir intensamente

O que sinto

Tem o pra sempre

Amo viver assim

Pura plenitude

O velho e o mar

De tão natural

Te abracei

Criei ilusões

E muita coisa

Aconteceu

Me preocupei

Como criança

Aprendi o sorriso

Ainda vou ser

E pintarei de verdade

O caminho que fiz

O velho e o mar

O quanto o olhar precisa descobrir

Há muito

O que se ver

Não tinha idéia

Que de onde estava

Nem podia saber

O quanto o olhar

Precisa descobrir

12 de nov. de 2015

Prato fundo

Prato fundo

Desperta a fome

Dar água na boca

Longe ainda

Feijoada e mocotó

Suculenta sobremesa

A vontade não sai

Tô com pena

De comer devagar

Quero acordar

Quero acordar

Sair da cama

Missão quase impossível

Necessária mesmo

Ainda invento um jeito

De levantar

Exercitando os olhos

11 de nov. de 2015

Cavaquinho seduz

Aquele samba

Não sai

Invade muito

Tamborim menino

Surdo no equilíbrio

Mais que um amor

Cavaquinho seduz

É bom voltar

Os olhos nas nuvens

Pedindo descanso

Nas estrelas um sorriso

O leão abranda

Um outro lugar

O sino da igreja

É bom voltar

Numa gota de orvalho

Numa gota de orvalho

Nasce o beijo

Delírios de uma janela

O que mudou

Está além

De cada sentimento

Numa gota de orvalho

Quem dar a luz aprende o coração

O mago ver as trevas

Estrela e o cálice

Nas mãos a chama

O capuz não esconde

Guarda o caminho

Quem dar a luz

Aprende o coração

Vôo livre

O que não calou jamais

Ganha um eco absurdo

Assola a paixão

Asas especiais

Abismo sem paraquedas

Vôo livre

Tem marcado seu nome

Te ouvir

Num tom baixo

Arranca mesmo

Pedaços de muitos

Lugares e uma névoa

Que aquela árvore

Tem marcado seu nome

Aprendendo com o olhar

É bom despencar

Deixar o coração

Bater até ao chão

Se arrastando

Eu te reconheço

Aprendendo com olhar

Até quem sabe morra de saudade

Você faz de propósito

Ironiza esculacha

Joga fora

Me poe no lixo

Diz cada coisa

Que eu pensava

Nem existir

Até quem sabe

Morra de saudade

O outro deixa de ser o outro

Numa constelação

As estrelas não se separam

Acreditam que cada um

Pode brilhar sem ofuscar

O outro deixa de ser o outro

Os melhores momentos

Quando o amor nos faz próximos

Atinge um grau de luz maior

Parece congelar de verdade

Num lugar bem guardado

Que pulsa com vontade

Porque é daí

Que nasce

Os melhores momentos

Um livro aberto

Um livro aberto

Tem disso

Não se assombra

Nem surpreende

A personagem passeia

Ganha coração

Desfila sem ilusão

Que as páginas são

O caminho e destino

Foi ainda a pouco

Foi ainda a pouco

Forte no olhar

O sentimento

Eclipse natural

Quando sol e lua

Ignoram o tempo

Num único fôlego

Derrama a vez

Foi ainda a pouco

10 de nov. de 2015

O garçom sorrir

Você ecoa forte

Despertando desejos

Nem sei o que dizer

O talher e os pratos

Voam pela mesa

A cadeira desaparece

O garçom sorrir

Agradecendo a lagarta

O que vou sendo

Se desprende

Crescimento

Semente de luz

Nada demais

Tecendo a vida

A borboleta acena

Agradecendo a lagarta

A esperança é a essência

A esperança é a essência

Natural e exala forte

Por onde passa

Deixa o brilho

Faz presença

O que antes era

Virou milagre

A esperança é a essência

Meu coração explode assim

Meu coração explode assim

No delírio desse saxofone

Que insiste no sentimento

Dilacerado da emoção

Enxugando gelo

Pra de novo

E de novo

Voltar com mais

Muito mais saudade

9 de nov. de 2015

Nada como um dia de fúria

Não tenho o quilate do teu olhar

Nem o sabor do teu beijo

Quem dera ser o ritmo de sua respiração

Como iria aprender a gentileza

Desse tão dourado coração

E em suas tempestade

Desprender muita paciência

Nada como um dia de fúria

Que tudo está em seu lugar

Pernas bambas

De tantas peripécias

Olhar desgovernado

Lábios que falam

Sem emitir

Um único som

Qualquer sinal

Não é mera coincidência

Que tudo está

Em seu lugar

8 de nov. de 2015

Seria bom

Seria bom

Ter nas mãos

O calor do sol

O banho do mar

E sentir no olhar

No olhar do vento

Disparando o coração

Alimentar a vida

Seria bom

Gostaria de ser artificial

Gostaria de ser artificial

Perder o suco

Não ser real

Acordar do sonho

Fazer o filme ter

Outro começo

Desaprender os vícios

E dessa vez acreditar

De verdade nos hábitos

Gostaria de ser artificial

Nasceu o silêncio

Um estrago e tanto

Esquecer a fantasia

Lembrar que ficou

Sem graça

Durante tanto tempo

E nem assim

A luz se apagou

E no que calou

Nasceu o silêncio

Talvez seja o próximo

Gostaria de ser próximo

Mas, nem de mim mesmo

Eu sou

É um tão distante

Aqui dentro

Que me perco

Querendo encontrar a saída

Ou seria a entrada

Talvez seja o próximo

Um banco no tempo

Eu devo muito

Não sei como pagar

O que usei

E deixei pra lá

O resto que ainda tenho

Não esquece

Que assim que terminar

Preciso devolver

Um banco no tempo

Guarda o sentimento como pano de chão

É profundo o olhar

Que não deixa pra trás

Nem dar alarme

Um quieto abandono

Guarda o sentimento

Como pano de chão

O universo com um abraço

Eu vou pensar

Libertar a idéia

Espremer bem

Até sair

Um caldo de esperança

Enquanto não vem

Arrisco o desejo

De encarar

O universo com um abraço

Espero a música chamar

Espero a música chamar

Encontrar e perder

Esvaziar de cada vez

Desejo no olhar

Animar o vazio

Ganhar a melodia

Dar vida

Espero a música chamar

Nirvana

Onde estou

Ninguém quer

Entrar e pular

Além do abismo

O eco não responde

Desejo inconfundível

Nirvana

Eu me visto assim

Eu me visto assim

Tão pelado e sozinho

Esquecido da roupa

Que foge sentindo

A pele arrepios

Que não passam

Eu  me visto assim

Não esqueça do detalhe

Não se esqueça do detalhe

Aquele mesmo

Que só você reconhece

Ninguém ver

Mas, pra você

Está lá

Não esqueça do detalhe

Olhar macio

As mãos tem calos

Que reconheço

Como montanhas

Percorrido por momentos

Em que o esforço

Era o fôlego que precisava

Tornando o olhar macio

Não daria certo

Não daria certo

Espremer o limão

E sentir doce

Libertar a vida

É ser preso

Amar as idéias

E não realizar

Os sonhos

Não daria certo

O tempo não existe pra quem tem foco

Nem de longe

Deve ser sim

Pensamento bom

Que irradia

Atravessando nuvens

E tantas tempestades

O sentimento sabe

Pode demorar

O tempo não existe

Pra quem tem foco

A paisagem sem fim

Foi assim nadando

Que veio o fôlego

Tranquilo no cais

A espera de outro lugar

Desatando a saudade

A paisagem sem fim

Conhece bem o coração

O que a lucidez lembra

Não traz à tona

O sonho namora a razão

Dando o beijo necessário

Sem dar despedida

A solidão parece sumir

De uma forma ou de outra

Conhece bem o coração

7 de nov. de 2015

Do coração do olhar

Me deixe sozinho

Pra que possa

Mergulhar na solidão

Preciso do silêncio

Que foi embora

Encontrar a solidão

O descanso que fugiu

Do coração do olhar

Olhando o teto

Olhando o teto

Sem luz

Um passeio meu

Nos cantos da sala

Um teatro vivo

Olhando o teto

Não vi você passar

Não vi você passar

Fiquei triste

Sem o calor

Que antes desejava

Na ânsia da surpresa

Quase sem fôlego

É na sinceridade do seu olhar

É na sinceridade do seu olhar 

Um mergulho sério

Que limpa a alma

Desnuda o beijo

De uma vida

E agradecer sem culpa

Tenho que perder

A mania de chorar

Chorar por tudo

Derrotar a conquista

Desvalorizar o sentimento

E agradecer sem culpa

Soltei a âncora

Pedi desculpas

Esqueci de tirar

O peso da saudade

Naufraguei o olhar

Soltei a âncora

Pra alegria do seu olhar

Aquele pedaço

Escondido de todos

Ninguém viu

Estava lá

Guardando o silêncio

Pra alegria do seu olhar

Escalada da vida

A montanha não ver

O que está aos seus pés

Custa a perceber

O que vem debaixo

Não facilita

Nem dar atalhos

Escalada da vida

Que estarei aprendendo

Desse negócio

Não entendo nada

Nem disfarço

Pode me enganar

A vontade

Fazer a festa

Que estarei

Aprendendo

Fui adiante

Olhei em volta

Abrindo os braços

Estiquei tudo

Respirei fundo

Tive dúvidas

E mesmo assim

Fui adiante

6 de nov. de 2015

Oásis da vida

O deserto não ilude

Dunas e  mais dunas

A caravana levava

O valor legítimo

A liberdade de um povo

Nas noites claras

Oasis da vida

Hieróglifo

O lápis marca o papel

Que antes estava

Tão amassado

Indecifrável enigma

Estranhando demais

A própria letra

Hieróglifo

Lágrimas da primavera

O balde enchia

Caia a chuva

Intensamente

E nada de parar

Muita água

De uma vez

Lágrimas da primavera

Vitória régia

Nem daqui

Nem daí

De onde vem

Semente feliz

Giz da vida

Não se cansa

De boiar

Vitória régia

Só olhar o bolo

Só olhar o bolo

Dar fome

O estômago ronca

Nada romântico

Essa espera dói

Ainda quente no forno

Só olhar o bolo

Sem semelhança

Sem semelhança

A coincidência perde

Qualquer sentido

A matemática do acaso

Namorando a probabilidade

Ganhando o prêmio

Estatísticas da vida 

5 de nov. de 2015

Que o melhor vem depois das pegadas

Será que esqueci

De apertar

De onde vem

Dança forte

Que fazem voar

Os pés sentem

Que o melhor

Vem depois

Das pegadas

Quebrando o silêncio

O sino balança

Agita com a badalada

Ecoa longe

O vilarejo sabe

É chegada a hora

Dividindo a atenção

Quebrando o silêncio

Ervas daninhas

Apertado o coração

Tenta suportar

Vencer pelas beiradas

O furacão tem um olho

Devorando o sentimento

Que fica perto

Encarando as sombras

Firme arracando

Ervas daninhas

A pintura nasce

A pintura nasce

Na janela do sonho

Ganha o pincel

Dança num mergulho

De cores que casam

Sem saber

No que vai dar

Trânsito parado

Trânsito parado

Sem saída

Um caos e tanto

Naufragando no asfalto

Quase sem fim

Parece que  o mundo

Está tropeçando

Nos próprios pensamentos

Trânsito parado

Sem pedir ao coração

Se pudesse te daria

Um sorriso lindo

Que te levasse de volta

Pra alegria que passou

Criando um novo lugar

Acreditando mais

Sem pedir ao coração

4 de nov. de 2015

Oração da amizade

É por estar em silêncio

Que estou em você

Celebrando cada momento

O que abraça o coração

Esticando os braços

Da longa amizade

Que nasce pelo dia

Acordo bem no seu olhar

Acredite porque eu sou

Onde habita a fé

3 de nov. de 2015

Machuca muito

Machuca muito

Perder a unha

A águia tem esse olhar

Trocar de roupa

Assim como a estação

O tempo muda

Machuca muito

Mercúrio

Pra que discutir

Escorrega pelos dedos

Líquido e pesado

Senti a temperatura

Quando há febre

Envenena no sabor

Está no céu

Diz a lenda

Que corre muito

Mercúrio

Quem foi que embaralhou sem saber a vida

Criar distância

Lugar vazio

Enchente no olhar

Nas cartas tem um jogo

Descubro o naipe

Do ouro e coração

Paus e espadas

Quem foi

Que embaralhou

Sem saber a vida

Só cavar bem que chega no coração

Existe um tesouro

Que todos têm

Namora a menina

Dos olhos

Escondido no óculos

Inspiração vira respiração

Só cavar bem

Que chega no coração

Dia nublado

Dia nublado

Cabelo largado

Atravesso a rua

Sem sentir a calçada

Onde encontro

A luz escondida

Nas nuvens

O coração esticou

Foi de passagem

Sorriso brando

Confortável sofá

Elevador escondido

No  meio do saguão

Lembra um chafariz

O coração esticou

Em outro trem

Não faz mal

Tanto assim

Esperar o que não vem

Tem outro caminho

Ou curva esquecida

Quem ficou pra trás

Talvez esteja

Em outro trem

Oração do caminho

É importante que saibamos o manso

Que a direção seja a luz

E onde menos se espera

Possamos ajudar

Que o mais próximo

Seja uma dádiva

Que revele a oração

Do caminho

Aquecendo a emoção

De alguma maneira

Acredito que seja

Aquele olhar

Que veste assim

Querendo dizer

Aquecendo a emoção

2 de nov. de 2015

Essa fila é de que mesmo

A fila não tem pé

E anda

Tem mãos sem dedos

Conversas surreais

Engorda e emagrece

Nem lembra

Que faz dieta

Essa fila é de que mesmo

O chuveiro me faz cantar sem desafinar a vida

O sabonete cai

Parece escorregar

Com propósito  claro

De me tirar do sério

O chuveiro me faz cantar

Sem desafinar a vida

É desse brilho que falo

É desse brilho

Que falo

Essa cor

Lembra o dia

Que ficou

Lá dentro

Pra não perder

Toda saudade

Quando o entusiasmo come pelas beiradas

Quando o entusiasmo

Come pelas beiradas

Assombra os mais quietos

Sensualiza de verdade

O dominó cria

Efeito borboleta

Pedra sobre pedra

Cai abrindo

O melhor presente

Do ninho veio o pássaro

Do ninho veio o pássaro

Saiu e voou

Muito mesmo

Ganhou asas

Abraçou o mundo

E quando chega

O dia de voltar

Do ninho veio o pássaro

E só muda de lugar

Como um vaso frágil

A qualquer momento

Pode partir

A luz que não se apaga

E  só muda de lugar

Dando muita saudade

Viemos assim

Sem jeito

Pra nada

Do olhar da criança

Até atingir outro lugar

Dando muita saudade

1 de nov. de 2015

Com vontade no cavaquinho

Pra descobrir encontrar

Ouço a música

Olho no olho

Mergulho impossível

Deslizo os pés

Estico as mãos

Ponho no colo

Com vontade

No cavaquinho

No vôo da gaivota

No vôo da gaivota

Vejo bem

A onda e o peixe

Alimento da vida

Nessa brisa suave

Inesquecível maresia

Por do sol no Arpoador

No vôo da gaivota

No tambor do mundo

No tambor do mundo

Vai ecoar

Até cansar o eco

Vamos acordar

Do lugar tirar

Plantar o próximo

É lindo o que faz

Tão bem ao coração

Contos africanos

Jongo da vida

No tambor do mundo