31 de jul. de 2018

Palavras de amor

Não é que seja
O momento
A pele dar
O arrepio
De soltar
Sem rodeios
O que o sentimento
Não sabe
A saudade lembra
Palavras de amor

Jeans

Preciso da diferença
Reconhecer o meio
Tirar o jeans
Bem velho
Rasgar
Quem sabe
Sentir
Os pedaços
E o que sobrar
De mim mesmo
Tenho em poesia
O teu coração

Mau humor

Detalhes são leques
Tentam imitar
O vento que não vem
Sem sal o tempero
Esquece o gosto
E pra provar
O que ninguém
Quer ver
Mau humor

Silencioso

Deixem a guerra
Lá fora
Se sirva
Do equilíbrio
A vida não negocia
Como um escorrega
Não nega oportunidades
Pra quem ver
Cada estação
Do teu brilho
Nasce o dia
Quando me aproximo
Do silencioso amor

30 de jul. de 2018

Ferida

Se tive esse sentimento
Deixei escapar
Ir pra algum lugar
Conheço a superfície
A ferida que prolonga
Na dor da solidão
Escreve o poeta
Quando perde
O amor

Memórias absurdas

Será que estou surdo
Ou não escuto
O que faz bater
Na parede
E voltar
Com tanta força
Pendurado é o quadro
Que me olha
Sem dizer nada
Memórias absurdas

Eterna onda

Se venho de longe
Foi pra te buscar
Pra caminhar
De pés descalços
Na areia
Sentindo o mar
Tocar dando
Arrepios
No sorriso
Que não cessa
Quando penso
Em você
Eterna onda

No varal da vida

Não espero nada
Que não venha
Solto no varal
Roupas esvoaçantes
Que o vento namora
Pra secar
Feito lágrimas
Limpando a vida
Nem preciso
Ver o que pendura tanto
O pregador aperta sempre
Pra que não caia
Não tenha medo de viver

Teatro do amor

De que adianta
O mistério
Se veio
Desvendar
O palco
Sem a cortina
Perdendo
Os bastidores
Estou no teatro
De cada gesto teu
Quero conhecer
Outra palavra
Que mude o amor
Quando fecho
Os olhos

Saputi

Bastaria um convite
Com gosto de saputi
Pra pousar
Nas  mãos
No suor
De quem
Beija a emoção
De ver como pode
O dia raiar
Pode chegar
Estou bem
Mais perto
Que teu olhar
Na poesia
Que habita
Teu coração

29 de jul. de 2018

Pedras

Tudo que fiz
Parecia
Não estar
Ao alcance
Qualquer
Atropelo
Tinha cara
De que nada
Ia mudar
De ideia
Mesmo
As pedras
Rolam
Pra mostrar
As diferenças

Vive brigando de solidão

Nada tem pressa
De chegar
Quando estou
Com você
Se faz de longe
Quem esconde
Cada momento
E não quer viver
Vive brigando
De solidão

Ilumine seu dia

Você me passa
Leveza de espírito
Suave dando luz
Traz solto
Um pouco
De cada
Coração
Que agradece
Numa só voz
Ilumine seu dia

Nascente

Você me atravessa a pele
Ver meus poros
Colorindo o ar
Com suor
Escorre o esforço
Que fez
Pra chegar
Até aqui
Nascente

Somos de casa (mantra tibetano)

Nada distrai
O que sempre
Nunca foi
Pedaço
O laço
Não existe
Sem o nó
Que sustenta
Todo corpo
Solto livre leve
Tece o coração
É o desejo
Se faz paz
Vontade
A montanha
É a ilusão
Que merece
Aprender
Respire
Traga de volta
Somos de casa

28 de jul. de 2018

Poesia ao vento

Não tem jeito não
Eu te acompanho
Como vento
Te vejo sussurrar
Nos cantos
Com as folhas
Varrendo as raízes
Cuidando com amor
Poesia ao vento

Perdido com você

Distante é um instante
Quando rabisco
O desenho incompleto
Que foge da folha
De papel e vai
De encontro
Ao teu olhar
Perdido com você

Expectativa

Não quero mais isso
Viver me apoiando
Boiando na praia
Onda que leva
Um olhar e coração
Que está
Tudo bem
Uma balança
Solidária
Expectativa

27 de jul. de 2018

Sei de um lugar

Sei de um lugar
Em você
Que quero
Sempre estar
Não tem nome
Nem tamanho
Só sei como
Admirar
E ficar quietinho
Aí dentro
Sem incomodar
Você me faz
Sorrir muito

Longe

Não leve pra longe
A lembrança
Que somos
De cada lágrima
Estou em cada
Pensamento
Que não fugiu
De você

Oasis

Foi um dia longo
Não perdi
Teu amor
Guardei
Numa taça
Aqui dentro
Sem balançar
Pra quem
É viajante
Ver teu coração
Como um oásis

Contramão

Só pra te lembrar
Por onde andei
Tive a impressão
Que ia na contramão
Insisti com a maré
Que mesmo sem humor
Não descansou
Cismou colou
No meu pé
A montanha tá lá
Tive que rodear
Nada é sem querer

Serpente

Esperei você chegar
No conforto de uma folha
Que deseja fazer
O caminho da serpente
Pousar no sentimento
Que renova
Tira a pele
Amadurece
O encontro
Quero de novo
Você pra mim

Estrela perdida

Fico olhando
Pra o teto
Cabelo nos olhos
Atrapalham
A paisagem
Silenciosa
Que faz
A lua na janela
Na parede
De tantas sombras
Escolho teu vagalume
Estrela perdida

Boca

Se fosse de uma vez
Te engoliria
Como uma cobra
Faminta
De sentimentos
Que não perde
A vontade
De reunir
O mundo
Em sua boca

Águia azul

Eu não te esqueço
Estou tão perto
Que não me ver
Preciso me afastar
Sempre pra que
Saiba através
Do que chama
Saudade
Aceitar
A lembrança
De quem anda
Tem a vida
Que o coração
Ama descobrir
Águia azul

26 de jul. de 2018

Eco

Se soubesse
Não teria dito
Subiria a mais
Alta das montanhas
Lá do pico
Namoraria o eco
Certo de que
Daria o que tanto
A saudade nunca
Irá devolver

Coração sorri

O que o pensamento
Não alcança
O coração sorri
Muito pra você
Eu sou
Eu estou
Onde precisa
Na poesia

Mundo mudou

Gostaria
De lhe escrever
Uma carta
Acredito
Que não faça
Sentido
Não existem mais
Carruagens
Nem tantas velas
As noites escuras
Ficaram longe de ser
Um beijo escondido
Esperando um lugar
Romântico
O mundo mudou

Verso vagabundo

Meu verso vagabundo
Acompanho de lá
De onde vem
Vem pra cá
Levantar a saia
Rodada no tempo
O vento lambendo
Sem prender
O fôlego
Deixe o sorriso
Entrar logo
Pra festa
Começar

25 de jul. de 2018

Pote de ouro

Pensei que fosse possível
Separar as nuvens
Dando um clarão
Pra que viesse
Um caminho
Com a clareza
De seus raios
Descobri
Que nesse vale
Encontro
Teu lugar
Tão guardado
Como um tesouro
Pote de ouro

Conheço teu olhar

Conheço teu olhar
Por isso só
Só fico
Rodeando
E não mergulho
Namoro as lágrimas
Quando transbordam
E com a lua
Você vem
Como uma eclipse
Pra um novo
E sempre encontro
Na noite
De todas as chaves
Sabe como reger
Muitas vezes
Nas mãos
Conheço teu olhar

Canela com pimenta

Cheiro de canela
No ar
Pimenta finge
Que não estou
De olho
Quero ver
Dessa vez
Você misturar
Largar
Na erupção
Um desejo
Que sempre
Está de volta
No coração

Jasmim

Veio de amigo a amigo
Presentear a você
De natural não tinha
Não tinha nada
Invisível arco íris
Vários ancestrais
Aura essência
Perfume de jasmim

Cotidiano

O que deixa
Meu coração
Cheio de alegria
Vem forte
Quando vejo
Que consigo
Ajudar de alguma
Forma o que torna
O que antes era
Desafio em aprender
A poesia é um fruto
Que só amadurece
Com o cotidiano

Perto de você

Se não fui claro
Não me esqueça
Na escuridão
Que eu seja
Distraído
Pode ser
Com mais
Paciência
Eu chego
Perto de você

24 de jul. de 2018

Mais uma vez

Não percebi
Teu olhar
No vento
Encontrei
A águia
Namorei
A cigana
Ganhei
A solidão
Pra que
Houvesse
Mais uma vez
A poesia

Areia

Vem pra cá
Estou pertinho
Do mar
Eu fiquei
Na beira
Sentindo tocar
A maré encontrou
Um pouco da gente
Em cada lugar
Eu escrevo
Nas ondas
Nem a areia
Pode apagar

Namorando o sol

Não existe carinho
Sem amor
Nem beijo
Que perde calor
Sabe de uma coisa
Quando menos esperamos
As nuvens levam
A chuva
Fico sem jeito
Como me esconder
Do teu olhar
Namorando o sol

Apenas amor

Eu te vejo
Nas teclas
Do piano
Insisto
Em pousar
Com mão
De poesia
Estou
Te chamando
Como um bruxo
Cigano anjo
Viajante
Como você
De muitos mundos
Nenhum feitiço
Apenas amor

23 de jul. de 2018

Nossa música

Acabei
Acreditando
Em ilusões
Como peixe
Fora do aquario
Morrendo de sede
Pode ser feliz
Liguei pra o coração
E ninguém atendeu
Acho que parou
De vez
De tocar
Nossa música

Dois seres

Tentei me espelhar
No que disse sempre
Na mira da amizade
Do salgado ao doce
Lagrimas e alegrias
Nada faltou
Quando dois seres
Habitam com amor
Tentei me espelhar

Silêncio amigo

Eu me misturo
Na multidão
Tento sentir
Seguir os porquês
Só sei que parece
Que ninguém consegue
Ficar tanto tempo
Em silêncio
Na poesia está
Um silêncio amigo

Cego

Não te deixei
Pra trás
Nem na frente
Quem diria
Se fosse
O meio
A dose
Teimamos
Em ver a posição
Na mão
Contra mão
Se na estrada
Somos mais
Mais que muitas
Muitas músicas
Nunca duvidei
Desse cego

Voar

Preciso voar
Quando puder
Aterriso
Te dou
Um abraço
Bem apertado
Pra de novo
Voar na poesia

22 de jul. de 2018

Saindo das sombras

Preciso de respostas
Olhar pra dentro
De mim mesmo
Descobrir
Do que tanto
Tenho medo
E não deixo brilhar
Saindo das sombras

Eu existo em vocês

Um brinde
A todos vocês
Que talvez
Lembrem
De minha
Passagem
De estranhas
E tantas fronteiras
Cobertas de tecnologia
Os sentimentos resistem
Nas palavras inspiradas
Pela visão do poeta
Eu existo em vocês

Eu chamo infinito

Tua linguagem
Destrava corações
De onde vem
Todas emoções
Criando caminhos
Escolhas
De um jeito simples
Diferente somos
Pra que sejamos iguais
No final
Pra quem acredita
Eu chamo infinito

Extrovertido

Do que eu saiba
Você nunca foi
Um silêncio
Nos lábios
Sempre admirei
Os gestos das palavras
Insaciáveis
Pedindo sempre
Mais espaço
Extrovertido

Arroto

Se sou frágil
Não me acabo
Recomeço
Esqueço
O estrago
O amasso
Amarrotado
Sinto forte
Cada hálito
Onde tinha
Um sabor
Desagrado
Feito um arroto

Tua pele

É quando
Pareço
Que vejo
O mundo
Se acabar
Olhos perdidos
Tentam fazer
Imagens
Que não fazem
Parte do coração
Os dedos sabem
Ainda sinto
Tua pele

Música

Preciso respirar
Um pouco de você
A fluidez a essência
Que passeia no ser
Dando voltas
Sem parar
Nem quando
A música para
De tocar
Não sossego
O coração não deixa
De amar mais a vida

Voz

Te sigo pela vida
Como uma sombra
Que só vem
Quando a luz
É presente
Amanheço
Conheço
Teu começo
Nada te escondo
Eu sou tua voz

21 de jul. de 2018

Memória desbotada

De tanto olhar
Sinto a memória
Memória desbotada
De razões que desconheço
Quando o pássaro pousa
Num ninho estranho
Tenho fome
De cada saudade

Puro jazz

Não sabendo
O que vai
Acontecer
Não prepara
Deixa fluir
Na liberdade
De expressão
Que a música
Vai pedindo
A trilha
Puro jazz

Lábios vazios

Gostaria de me calar
Lábios vazios
Se tornam
Sentimentos
Mantenho
Dentro
O que não tem
Lugar fora
Do coração

Essência

Se sinta a vontade
De falar
O que quiser
Já não estou
Mais aqui
Ficou a essência
De que um dia
Foi de sol
A lua demorou
E veio
Com o anoitecer

20 de jul. de 2018

De olhos fechados

De olhos fechados
Tento lembrar
As cores
O cheiro
Lugares
O que cresce
Ao vento
Vai embora
Sem pegadas

Cru

Só consigo
Ser cru
Quando estou
Amargo
Sem beira
Orelha
Cheio
De cera
Querendo
Chuva
Torcendo
Pra o dia
Passar

Estou com você

Em que pensa
Quando sente
A cadeira de balanço
Ir de um lado ao outro
Sem descansar
Até atingir
O conforto
Do ranger da madeira
Me vem uma música
Que nunca saiu
Do pensamento
Estou com você

Amor quântico

Não somos iguais
Sem encaixe
Mistério
De como funciona
A engrenagem
Universo
E ao mesmo tempo
Tudo tão junto
E separado
Somos
Por gostos
Interesses
E delicadezas
Amor quântico

Dor

Que o amor
Seja
A escolha
Sempre
Que o amargo
Em algum momento
Encontre
Quem adoce
Dando sinal
Que o equilibro
Tenha o sabor
A dor só vem
Quando precisamos
Acertar

19 de jul. de 2018

Farol

Havia uma luz
Parecia escondida
Só se abria
Como um farol
Nas noites escuras
Quase sem voz
Ecoava sempre
No caminho
De volta
Pra casa

Com poesia amar

Ouvir dizer
Que estava
Só de passagem
Senti uma leve
Leve brisa
Tocar lembrar
Mais uma vez
Me permitir
Com poesia
Amar

Uivos

Não queira me distrair
Me ver tombar
Árvore caída
No tempo
Da floresta
Cheia de mistérios
Uivos com o luar

Asas no vento

O que não me traz
De volta
Leva o sorriso
Carrega a pluma
Peso pequeno
Merecido olhar
Tento soprar
Parece criar
Asas no vento
Tento lembrar
De onde
Você veio

Rede moinho

Pra que correr
Se posso apreciar
Melhor o destino
Rede moinho
Crescendo
Nas margens
Do que era
Um rio
Precisei mudar
Ser poesia
Onde não havia
Como ficar

Muitos olhares

Sei que não posso
Escrever sobre
Tudo e lugares
O que me sobra
Vem da poesia
Inspiração
Natureza
Poesia
De muitos
Muitos olhares

Quieto com você

Atravesso a rua
Pra fugir da saudade
Do cheiro que vem
Quando o mar
Está de ressaca
Me vejo buscando
Por um sonho quieto
Com você

Abrindo o dia

Eu não dei conta
Abro de vez
Coração aponta
É bom amanhecer
Com você
Te ver feliz
Abrindo o dia

18 de jul. de 2018

Sereia azul

Gostaria de endoidecer
Quem teve a coragem
De inventar a solidão
Que faz a ilha
Lá longe
Querer tanto
O teu querer
E por mais
Que ninguém
Soubesse
Onde ficou
Te sinto
Sempre no mar
Sereia azul

Som

Namore o som
Não deixe
Desafinar
O que desagrada
Tanto
O coração

17 de jul. de 2018

Água e vinho

Eu sou como água e vinho
Ponte no desfiladeiro
O que tem lá embaixo
Que tanto me assusta
Loucura de lugar
Do que todos
Querem correr
Eu sou como água e vinho

Disperso

Você é tão antiga
Quanto o universo
Disperso olhar
Pra que lado estou
Perdido é quem
Não ver a poesia
Que sou

Sentir voce

No sussurro
Mais baixo
Do vento
Ouso existir
Sentir você

Janela

Você me ensina
Uma janela
No coração
Botar pra fora
A poesia estampada
Não importa a cor
Sentimento sabor
As ondas crescem
Quando começa
A ventar

Vizinho

Me fale de novo
Sobre o lago
Cabana lenha
Lareira tapete
Pele de urso
Lugar que nunca
Que nunca estive
Como vem tão forte
Existe um vizinho
Dentro de mim

Poeta solitário

Se fico
Dando voltas
Fico quieto
Olhar fechado
Distraído
Escondido
Querendo
Descanso
Um pouco
Do caos
Que é ser
Poeta solitário

Torcicolo

Quando estou no chão
Rastejo beijo
Sem eixo
Imploro o desejo
De sentar deitar
Sair daqui debaixo
O pescoço pede
Não ajude tanto
O torcicolo

Cenário

Não tenho
O cenário
Completo
Nem o quadro
Escultura
Altura
Montanha
Distância
Sabe o que mais
A salada ficou
Sem acompanhamento
Passou a fome
O cardápio pede
Outro prato

Ingratidão

Prefiro esperar
Que ser alvo
Da ingratidão
Do tempo
Que respeita
O ritmo
Jeito
Vontade
De se aproximar
Quando chega
O momento
A música não termina
Acompanha o coração
As vezes em silêncio

Viva a poesia

Eu acredito
Que substimei
O amor
Imaginei
Um destino
Vi o mar
Em toda parte
Não existe
Terra firme
Tudo é coração
A razão não abandona
A intuição das estrelas
Numa fração de segundos
Estou onde
Sempre estive
Viva a poesia

16 de jul. de 2018

Filhote

Adorei esse olhar
Que me faz sorrir
De graça
Quase tinha
Esquecido
Como é bom
Lembrar
O que dá vida
Ao coração
Filhote

Diálogo

É interessante
Pra você
Entrar
Na tua poesia
Ser o impossível
Na essência
Mesmo que faltem
Muitas palavras
Ninguém pode tirar
O som do olhar
Que somos
No diálogo
Existe amor

Coruja

Parece me conhecer
É só um pássaro
Num voo solitário
Entre as nuvens
Querendo encostar
Nas estrelas
Quando vem a lua
Coruja

Pra você na poesia

Pra longe
Onde não quero
Ir
Flor
Que inspira
Pólen
Pétala
Não me calo
Quando escapo
Pra voce
Na poesia

Teu silêncio é meu lugar

No mesmo lugar
Pra exercitar
A solidão
No pensamento
Remexe fundo
Não para não
Deixa de fora
Quero meditar
Teu silêncio
É meu lugar

Abismar

Gostaria de sair
Desse século
Abismar
Outras realidades
Voar no sentimento
Acompanhar o pássaro
Que nunca deixa
De ser livre
Mesmo estando
Muitas vezes
Numa gaiola

É uma longa estória

É uma longa estória
Entre vários mundos
Encontrei você
De todas as vezes
Não tínhamos
A desculpa
De ver
Disparar
Tanto
O coração
Aliás
Alegria
Pura poesia

Capa

Se tiver tempo
De olhar verá
Que aqui dentro
Tem mais
Do que
A capa
Que tanto aprecia

Cheiro de poesia

Não sou de decorar
O perfume na essência
Invade devora
Mora chora
De um  beijo jeito
Quando a paisagem
Quer a cor
Dos teus olhos
Cheiro de pele
De poesia

Pele de cobra

Tinha pouco
Pra dizer
O silêncio
Sempre soube
O que calar
No vento
De uns tempos
Pra cá
Tenho visto
O que mudou
Pele de cobra

Tédio

Estou tão amargo
Que se a vaca tossir
Não será nada demais
Perto do que estou
Tão enjoado
Desse encosto
Que chamo
De tédio

Outro amor

Não sei
Do que preciso
Carência contínua
Buraco guloso
Que tudo deseja
Insaciável medo
De nunca encontrar
Sempre outro amor

Fruta

Não tive certeza
Encarei o desconhecido
Perdi o que ficou pra trás
Não vejo mais a semente
Percebi que vem nascendo
Uma flor em cada lugar
Momento desejo vontade
De criar amar saborear
Ficar com você
Sentindo tua fruta
No amanhecer

15 de jul. de 2018

Olhar de cachorro

Jeito escorregadio
De amar
Olhar de cachorro
Pedindo carinho
Não dispenso colo
Carrego nas mãos
Muitas coisas
Mesmo parecendo
Tão vazias
Quando te quero
Tão por perto

Capim

Me despir
Do que não sou
Habitar o território
Ilusória ilha
Nem todo capim
Precisa mudar
Conhecer
A enxada

Dores na poesia

Quando estou
Áspero amargurado
Como fera ferida
Acuado
Orgulho ferido
Na tocaia
A vaidade
Me esnoba
Acha ridículo
Me entregar
Tanto ao coração
Se saio da zona
Zona de conforto
Em busca de aprender
Me visto de cigano
Pra te alcançar
Ganhar passagem
Dores na poesia

O tempo é o amor

O que muda
Surge
Num passe
De mágica
Não demora
Como fumaça
Vira uma linha
No horizonte
Até perder
De vista
O tempo
É o amor
Nos dizendo
Caminhe
Sempre
Estarei contigo

Gladiador

De muitas explosões
Se faz um coração
Gladiador nato
Explora a arena
Cria um absurdo
Entusiasmo
Por toda multidão
De sentidos
Enlouquece
O poeta
Na beira
Tem uma flor
Que arremessada
Com vigor
Acena pra o sol
Espere um pouco
A lua já vem

Peteca

Tipo querer
Merecer ter
Anima o ser
Sem se perder
No apetecer
A peteca quer
Na palma crescer
Da mão a mercê
Voar meu ter
Pra você

Amarguras

Aprendendo
A me desprender
Das amarguras
Que plantei
No coração
Ervas daninhas
Que só sugam
No que sou bom
Como agradecer
A alegria
Pura doação
A poesia não é
Uma troca
Está mais para uma
Uma união dos seres
Que começam
A lembrar
Do caminho
De volta
Pra casa

Loucuras iguais

Loucuras iguais
A estrela beija
Meu sentido
Sentimento
Poeta
De lavar
As palavras
Com cores
Sabores
Na inconquistavel
Imaginação
Que mergulho
Toda vez
Que te encontro
Vivo correndo
Atrás de você
Poesia
Loucuras iguais

Sorrindo de você

Me torturo
Quando esqueço
De fechar a porta
Me penduro na janela
Quero subir no telhado
Alcançar o pensamento
Que fugiu sorrindo
De você

Meu gorro

O frio me tira do sério
Tenho inveja
De quem gosta
O papo de poder
Usar outras roupas
Não me convence
Que esfriar o corpo
É algo agradável
Frio deve ser aquele
De quem tem lareira
Aquecedor
Chuveiro elétrico
Pensando bem
Gosto do frio
Época do ano
Que namoro
Muito
E não sai
Da minha cabeça
Fiel protetor
Meu gorro

Mapa do tesouro

Demoro quando dou
Rodeios fugas medos
Desejo louco de ser
Um beijo feito
De um recheio
Cheio de saudade
Como abrir
Uma caixa
Que não sei
Onde escondi
Mapa do tesouro

Café com sol

Me traz teu olhar
Tocando minha pele
Dando clareza
Calor vida
Perdido fico
Quando demora
Em nuvens
Venha logo
Adoro quando
Vem sorrir
Só pra mim
Café com sol

Que o amor não dói

Me distraí em preocupações
Sinceras que me levaram
Para um lugar oculto
Preocupei meu amor
Por me isolar
Por mais bobo
Que fosse
Me perdi
Em perdoar
Voltei a superfície
Tive que escutar
Que o amor não dói
Pedir desculpas
É ainda o melhor
Caminho de reconhecer
Que a vida é feita
Começos e recomeços
De erros e acertos

14 de jul. de 2018

Alicerce

O que não me atinge
Finge cresce tinge
Se esconde na mentira
Na cor da roupa
Eu ainda não sei
Distinguir teu gosto
De só acreditar
No que ver
Teu pensamento
Recorda pega a corda
Que não acorda
O que sobra
Obra que começa
O alicerce só pede
Muito amor

Tão azul

Triste ou feliz
Meu bem
Não me pede
Pra apagar a luz
Soluçar a lágrima
Esvaziar o peito
Soltar a alegria
Estica seja
Beleza deixa
Ficar tão
Tão azul

Estrelas nos dedos

Debaixo da mesa
Tem um segredo
Guardado
Sinto teus pés
Num encontro
Como não aquecer
O que faz tão bem
Tão bem
Que vejo estrelas
Estrelas nos dedos

12 de jul. de 2018

Fila longa

De uma fila
Longa
Vem
A reflexão
Um olhar
Tento perceber
O jeito
De quem está
Bem a frente
Uma alegria
Aliviada

Ateliê

Nem a calma
Do ateliê
Da Vinci
Pode
Curar
O rio que segue
De chegar
No mar
Nada consegue
Parar
Teu olhar

Perdoar

Queria que estivesse
Um pouco do meu lado
Mesmo que fosse
Em silêncio
Nem precisa
Me olhar
Pra que dessa vez
Eu possa aprender
Como perdoar
De verdade

Luzes

Uma parede
Refletida
De luzes
O que imagino
Ver
Saem da aparência
Das sombras
Você

O que você ver

O que você ver
Folhas no orvalho
Descendo em gotas
No sereno um ritmo
Simples de pedir
Fique um pouco mais
O que tanto balança
E sacode
Pra jogar fora
O que você ver

Demais

O vento não sopra
Sem tempestade
Nem o oásis mata
A sede sempre
E nem o melhor
Presente pode
Saciar o coração
Só o amor tem coragem
De abrir a ostra
Que cada um somos
Quando teimamos
Demais

Cangote

Será que existe
Melhor estação
Talvez sejam
Todas
Em especial
O inverno
Lareira
Fogueira
Nem sempre
Presente
Esse carinho
Não dispenso
Quero muito
Muito
Desse jeito
Assim
Cangote

Vento e poesia

Só fazemos
Do mundo
Um jardim
Quando abrimos
Sem receios
A semente
Que somos
E por onde
Passamos
Com vento
E poesia

11 de jul. de 2018

Lua nua

Escolhendo a solidão
Tenho o conforto
Do silêncio
De um beijo
Calado na noite
De olho na lua
Na lua nua

Casaco

Procurei despir
Sentir a pele
Percorrer
Sem pressa
O que fazia
O suor
Se esconder
Do frio
Agasalhando
A vez da estação
Quero pra mim
Teu nome
Vem me aquecer
Casaco

Preconceito

Estive
Muito tempo
Olhando
Outras coisas
E te conhecer
É abrir o segredo
Mistério
Ser livre
Pra viver
Onde o preconceito
Perde todo sentido

Vejo como você

Onde flutua
De que lado
Do papel
De um amasso
Estico
Deixando
Marcas
Ferro
De engomar
Apelo sempre
Se o significado
Foge aos sentidos
Acredite
Eu sei
Também
Vejo como você

Poesia nos olhos teus

Poesia
Nos olhos
Teus
Desejo
Nada escondido
De tudo
Conquistar
Cada momento
Um troféu
Dizendo
Obrigado
Coração
Não sei
Como agradecer
Cada encontro
Poesia
Nos olhos
Teus

Com mais vida

Tenho buscado
Olhares
Destinos
Lugares
Ninguém
Solidão
Um vale
Que mergulha
Entre vários
Caminhos
Disso tudo
Tirei o proveito
De ver
Como a poesia
Pode ser
Com mais vida

10 de jul. de 2018

Não sou de falar

Não sou de falar
Escolho ouvir
As dunas do pensamento
Que se formam
Nascem na boca
E jorram em palavras
Tecendo a poesia
Dando o caminho
Que tiver na vez
Na vez do coração

Sede

Já tive
Tempo
De reinar
Ser absoluto
Beber cada esperança
Esticar a corda
Ajudar doido
A pular
O precipício
Pra que ponte
Se podemos
Quebrar o nariz
Beber no chafariz
Tenho muita
Sede de tua poesia

Saindo do mar

Se você tiver
Alguma ideia
Eu aceito
Ponha
No meu colo
Pra que
Eu possa
Acariciar
Tua palavra
Sem tirar
A emoção
Que esconde
Quando aperta
Os lábios
É bom te ver
Saindo do mar

Nada é longe

Gostaria de alegrar
O que apaga a chama
Quando o vento sopra
Sopra forte
Pra chamar atenção
De que o amor
Está chegando
Através da tempestade
De cada encontro
Desejo lugar
Nada é longe
Quando se ama

Sombra com poesia

Não se preocupe
Eu gosto disso
Que você é
Que não pede
Consentimento
De ser feliz
Com lágrimas
Ou sorrisos
Que busca
Correndo
E andando devagar
Quando os pés doem
E querem asas
Eu sou sua sombra
Na rede
Quando descansa
E me chama
Como poesia

Não me mande embora

Não tive dúvidas
Mergulhei pra valer
Tempestade amansou
Desejo lembrou
Que nada disso
Tem valor
Quando não somos
Com poesia
De suas mãos
Entrelaçadas
Existe um cordão
Invisível que une
O coração
Muitas vezes
Perco a âncora
Que me faz
Voltar com saudade
Não me mande  embora

9 de jul. de 2018

Lenha

Não me sinto
A vontade
Jeito absurdo
Difícil silêncio
Apertado
Olhando
A chuva
Cair
Um frio
Que desaquece
Qualquer coração
Desavisado
Faltando
Lenha
Na poesia

Lado poeta

Eu namoro
Em poesia
Arrisco o verso
Seduzindo
Quando foge a rima
A rima que cisma
Acender a chama
De cada sentimento
Sendo acendendo
Incenso ambiente
Lendo lentamente
Todos tem
Seu lado poeta

Garrafa

O olhar se abre
Quando tudo
Se permite
Encontro
Quando
Somos
Como uma garrafa
Jogada no mar
Esperando
Uma ilha

Grafite

Eu nunca
Me esquecerei
De você
Que atira
Os sentimentos
Pelas paredes
Pedras
Por onde for
Dedica
A poesia
Da imagem
Símbolos
E cores
Numa coragem
Urbana
De mostrar
A diferença
No coração
Amor e dor
Na multidão
Cotidiano correr
Lata de spray
Grafite

Ócio natural

Nunca achei
Natural
Ver a preguiça
Animar o descanso
Vestir o trabalho
Com humor
De vez em quando
Tenho o discurso
Que o ócio só existe
Pra quem vive
Arrumando desculpa
De que está pensando
Muito no poeta
Que só se inspira
Quando parece
Que não está
Fazendo nada

Olhos abertos

Olhos abertos
Sincero jeito
De olhar a vida
Que repousa quando
Já sabe a partida
Ninguém amadurece
Sem viver antes
O que faz bater
De verdade o coração
Olhos abertos

Mar vermelho

Quando vem
O entusiasmo
O mar vermelho
Se abre
O impossível
Deixa de ser
Dono do destino
E acompanha
O poeta como
Um vento
Em troca
De um ninho
Em cada
Olhar

Céu de estrelas

O que vislumbro
Vem da vitrine
Invisível mundo
Trono sem rei
Cadê a coroa
Que reina
Cabeça ferida
De pensamentos
Espinhos
Que dissolvem
Em pensamento
Venho te revelar
Levante o véu
Céu de estrelas

Estórias

De muitas estórias
Essa ficou
Na estante
Escondida
Pra que ninguém
Soubesse
De sua existência
Na capa estava
Escrito
Bem empoeirado
Só abra
Se for me amar

Celular

Como fui esquecer
Fiquei sem memória
Acabou a bateria
Como olhar
O que tem
Dentro
Se minha vida
Ficou presa
Nesse genial
Retângulo
Que não sai
Das mãos
Celular

Tapete

Está aberto
Pra o novo
Faz uma diferença
Muito grande
Tirar o tapete
Sem deixar
Nada embaixo
É uma façanha
De poucos
De muita coragem

8 de jul. de 2018

Oceano

Um oceano de estrelas
Poderia voar em você
Lembrar que ficar
Passeando nas estações
Pra quem é viajante
Tem o jeito
De nome diferente
Em cada tempo
Outras vidas
Fui o que chama
De poesia

Silêncio

Pareço
Está
Sem palavras
Esperando
Que olhasse
Como pode
O silêncio
Namorar
Tanto
Sem pedir
Teu amor

Barulho

A poesia
Não faz barulho
Por nada
Usa o silêncio
Das palavras
Descobre o sentimento
Que liberta o próximo
Aproxima o coração
Deixa a música
Namorar a dança
E só descansa
Quando encontra
Quem ler
Sem olhos da razão

Tão só

Assim posso
Te encontrar
Melhor
Te conhecer
Decor
Quem sabe
Virar um nó
E viver colado
No teu coração
Só me soltar
Quando não sentir
Tão só
Na poesia

Disparou o dia

Eu assumo
Que quero rumo
Por um segundo
Qualquer dia sumo
E que nada é comum
Meu coração tem um
Um lugar incomum
Se faltou qualquer um
Que o amor assunta
Conheça a alma profunda
Segundo o chicote
O decote distraiu
A poesia sem corte
Derramou com a sorte
Eu já sabia
Disparou o dia




Ninguém

Eu não sei
Onde está
Ninguém
Só sei
Que quero
Está
Com alguém
E libertar
Sentir
No peito
Quase pular
Encostar
Sem partir
Me encontrar
Inteiro
Não me canso
De conhecer
Você

7 de jul. de 2018

Beijo de borboleta

Beijo a borboleta
Espoleta seja
Cereja deixa
Mexa o cometa
Cedo não esqueça
Quero que conheça
Minha tatuagem
Viagem pra dentro
Bem dentro voce

Adrenalina azul

Pra o que o desejo
Despeje sempre
Sem barreiras
Que toda inspiração
Supere medo desafio
Abrindo a vez
De cada encontro
Adrenalina azul

Metrô

Olhares obscuros
Pra onde
Se não existe
Janela
Enterrado
Subsolo
Ágil
As vezes
Tão apertado
Lembra muito
Lata de sardinha
Meu nome é
Metro

Cansaço

Pra te deixar
Em pedaços
Reconhecer
O cansaço
Quero
Que espalhe
O que sobrar
De mim

Toda bagunça

De uma temperatura
Que ninguém atura
Dar uma surra
Recebo uma dura
Teu olhar cura
Fruta madura
Teu jeito arruma
Toda bagunça

Qualidade e defeitos

Qualidade e defeitos
Que vivemos
Desnudando
Tirando da frente
Aquela névoa
De dúvidas
Que me fazem ser
Um aprender
Pela vida

O poeta que tem ciúme

O amor não se desfaz
Do ciúme nem tampouco
Esconde o que aborrece
O ciúme falece sempre
Quando perde o que já tem
Enquanto não tem
O ciúme precisa
Só precisa fugir
Correr muito
Do que mais ama
O poeta que tem ciúme
Perde o melhor verso
Que se chama vida

Mundo quântico

Algo se dissolve
Em mim
Quando escrevo
Sem ver as linhas
Nem os tropeços
Que limitam
A linguagem
E apelo sempre
Pra o antigo
Longínquo
Símbolo
Arquétipo
Que reúne
Além das palavras
O sentimento
Tem todos espaços
Não há porque
Não ser tudo
Tudo junto
Sem separações
Mundo quântico

Infinita poesia

Nunca foi uma despedida
Somos feitos de muitos
Muitos sonhos encontros
Desencontros olhares
Namoros soltos loucos
E se fosse apenas desejar
Não caberia no pensamento
No borbulhar do coração
A vontade de ficar a vontade
A vontade de olhar pra trás
E ver que é bem
Bem mais adiante
Os pedaços se encaixam
O que não tem começo
E nem fim
Infinita poesia

6 de jul. de 2018

Na pele do amor

Me traz você
Pra mim
Não ligue
Pra o exagero
Tem o tempero
Que cada momento
Pede com amor
Se tiver demais
Olhe
Até que saiba
Adoçar sem pedir
Ao outro
O que não tem
Na pele do amor

Pólen

Eu sou
Um acúmulo
Absurdo
Surdo tambor
Único olhar
Pra bater
Forte
Na porta
Que insistir
Esquecer
De amar
Eu sou
O que incomoda
Só se conforma
Quando te ver
Andar
Distribuindo
Mais vida
Por onde passa
Eu sou teu pólen

Holograma

Meus olhos
Ficaram cheios
Querendo transbordar
Além das margens
Do que ainda sou
E no peito
Uma sensação
Que nasce
Sempre
Um sol
Pedindo
Pra que
A lua
Me encontre
Em cada por do sol
Holograma da vida

5 de jul. de 2018

Acordei tímido

Esse colorir
De ver
Com a grandeza
Do ser
Aprendi junto
Com você
Desprender
Tem algo
Que nunca
Está no lugar
O chato é que
Consegue
Formidáveis
Chutes na bunda
Viver acho
Que é
Arrancando raízes
Acordei tímido

4 de jul. de 2018

As mãos não percebem os dedos

Pra onde que vão
Suas mãos assim
Sem direção
Que na verdade
É um caminho
De vários lugares
Os dedos olham
As mãos não percebem
Os dedos
O que é ser o vento

Beira do mar

Sempre soube
Que não existe
Cigano com paradeiro
Que não esconde
Nas brasas da fogueira
Eu não sou de ficar
Na beira do mar
Venho do fundo
Pra te levar

Ausência da lua

De uns tempos
Pra cá
As madrugadas
São longas
Deixam de ser
Um descanso
Quem sabe
O quanto
Sinto falta
Ausência da lua

Abismo

Na beira do abismo
Onde me seguro
Me sinto seguro
Pra que elevador
Se tenho dor
De sobra
Quando arranco
Pedaços do coração

3 de jul. de 2018

Salada de você

Sim
Você tem
Todo jeito
De escolher
Saber
Querer
Sem dúvidas
Se pendura
Nas certezas
Da criança
Que leva
De verdade
No coração
Salada de você

É estranho

É estranho
Gosto de você
De verdade
Tempestade
Calmaria
Quieta
Em silêncio
Ou falando
Pelos cotovelos
Quase perdendo
A respiração
Quando vem
O sorriso
De cada encontro
As palavras
Não escondem
O que ecoa
No coração

2 de jul. de 2018

De suas águas

Sei
Que nunca
É demais
Esquecer
Nem batendo
Com a cabeça
Não tem como
Largar
De suas águas
Não me canso
De nadar
Quem sabe
Morra na praia

Pássaro sem asas

Quero ter
Complicações
Na vida
Sair do berço
Ver o que acontece
Fora do castelo
O que tem
Atrás dos muros
Que todos
Parecem evitar
E se for pra queimar
Aos mãos
Que seja
Me perder
Enlouquecer
O sentimento
É triste
Um pássaro
Sem asas

Sem encostar um dedo

Nunca entendi
Alguém tão bem
Na minha vida
De tantas marés
Ouso afirmar
Que dessa vez
O vento encontrou
A brisa do mar
Sem encostar
Um dedo

Coração de papel

Não me diga
Que não foi tentador
Te amar
O tempo inteiro
Conhecer a fruta
Sem o pecado
Da gula
Atravessar
O mundo
Num olhar
Tento
Não pintar
Demais
Meu coração de papel

Sentimento

Ainda ouço
O amor
Que vem
De você
No cair
Das folhas
No vento
Nas nuvens
Toda vez
Quando a lua
Se despede
Do sol
Estou sou
Sentimento
Lugar
Semente
Solidão
Mar

Poesia no coração

Me sinto uma bengala
Levada pelo tempo
Onde o equilíbrio
Não esqueceu
Os pés
Ainda tenho asas
Que me fazem ver
Como tudo tem
Poesia no coração

Sem paredes

Sem sedução
A vida ganha
O tédio
Sem a criatividade
De amar
Uma camisa
De força
Que só falta
Enforcar
O que tem
De melhor
Cada coração
Se você quiser
Não te escondo mais
Sem paredes

Poesia nua

Tá quase
Vou assumindo
O espaço
O que não falta
É a vontade
De te encontrar
Sempre
Sorrindo
Com saudade
Em cada amanhecer
Guardo assim você
Poesia nua

1 de jul. de 2018

Só ficou o amor

Você sentou
Perto de mim
Pode me ouvir
Sentir a poesia
A voz a música
Por um tempo
Momento soube
Ninguém para
A vida nem o mar
Nem as estrelas
Só ficou o amor

O beijo tem cor

De cabelos soltos
Queria ser rebelde
Mas como ando
Um tanto careca
De pensamentos
Ouvindo teu canto
Desperto o silêncio
Era bom andar descalço
Sem medo de pisar
O beijo tem cor