É fácil julgar
Jogar pedras
Só perceber
Erros alheios
Não conheço ninguém
Que fale do que não gosta
Em si mesmo
Que quebra o espelho e agradece
É fácil julgar
Jogar pedras
Só perceber
Erros alheios
Não conheço ninguém
Que fale do que não gosta
Em si mesmo
Que quebra o espelho e agradece
Isso fica entre
Entre você e eu
Uma porta aberta
Que as vezes fecha
Fecha o sentimento
Bloqueia a vida
A luz que poderia ser
O que se aproxima
Sempre muda
Quando se fala muito
Perde-se o sentido das coisas
O calar muito esconde as palavras
Sempre observar muito
Deixar de agir
Só pensar no caminho do meio
É nunca aprender
A lição das pontas
Os extremos existem
Para falar, calar, observar, agir
O muito só se consegue
Com pouco
Existe essa coceira
Que incomoda
Nas mãos dizem
Que é dinheiro vindo
No corpo é falta de banho
Coceira nas costas então
Dar um alívio
Quando dão uma mãozinha
A vida coça muito
A liberdade é tudo
Que não está preso
Preso a qualquer
Que seja o pensamento
É motivo de sobra
Pra qualquer criança sorrir
Sem motivo
É onde nasce a liberdade
A luz abre
Qualquer caminho
Quando olhamos
Que nada está fora
E o que desequilíbra
É gostar do espelho
E quem uem gera luz sabe
Que irradia paz
Entre tantos palpites
O melhor me escapa
Nem vem como sugestão
Um caminho tranquilo
Onde o descanso
Sempre poderia encontrar
Como saio do labirinto
Que criei
Sai assim solto
Esse desejo doido
A esperança sem sono
Pode ser sem medo
O presente só abre
Pra quem insiste
Esse ir mais além
Contente da vida
Nem as pedras incomodam
Deixa como está
Repare bem
Tem dois lados
A moeda quando cai
Nunca fica em pé
Não importa
O que sente
Deixa como está
Difícil é vencer a timidez
Nada representa
Ficar sem jeito
Se sentir tão observado
Ser centro de atenção
Coração se agita
Acompanhando a timidez
Começo a desprender
Revelando o sentido
Sentimento que vem
Vem no carinho
De caminhar pela areia
O olhar que abraça
Aquela luz no horizonte
Se veste de saudade
Não abandona as estrelas
Reconhecendo um outro dia
O que é difícil falar
Sobrecarrega o coração
Anima o silêncio
Leva no sentimento
O que não se abre
Desprende a vida
Sem elo
O amor une
Desde de pequeno
Escuto que dar
Pra ser feliz
Com muito pouco
Onde será que todos
Ainda não sabem
Me sentindo um objeto
Cheio de idéias
Os pensamentos jorram
As vezes se tornam
Um vaso quebrado
E também
Um filme distante
Um admirável novo mundo
É um absurdo
Esquecer do que mais precisa
E lembrar o que distrai
O que afasta do caminho
Tenho dúvidas que seja o outro
Nunca é o outro
É a gente mesmo
Que força a barra da vida
De uma lembrança
Nasce o sentimento
Simples de ver
O que o pensamento busca
E alcança bem além
As pessoas mudam
Os lugares ficam
A dor que sente não é
Por causa do que você é
É pela vida que você teve
Mas, a vida pode muda
Você pode se tornar melhor
Não tive tempo
De enxergar
Ver o que outro
Era de verdade
Talvez tenha esquecido
Que o orgulho e a vaidade
Se vestem do que ainda gosto
O que me distrai
Tira as forças
Do que desejo
Ocupando espaço
Do que não preciso
A montanha não dar voltas
Está lá firme
Meus instintos dizem
Que há um capítulo inteiro
Que acho que não li
Vem com o aprender
Sentir o cotidiano
Reparar o passado
Como uma alavanca
Que as vezes demora
Clareia mais adiante
Já fui assim
Olhar distraído
Tímido demais
Desengonçado
Deslocado
Coração deslumbrado
Já fui assim
Já fui assim
Olhar distraído
Tímido demais
Desengonçado
Deslocado
Coração deslumbrado
Já fui assim
Já fui assim
Olhar distraído
Tímido demais
Desengonçado
Deslocado
Coração deslumbrado
Já fui assim
Já fui assim
Olhar distraído
Tímido demais
Desengonçado
Deslocado
Coração deslumbrado
Já fui assim
Nem lembro mais
Como era antes
Ou se tinha importância
Quem sabe perdeu
Mudou de lugar
O que a balança não perdoa
Vive desequilibrando
Eu não sabia a diferença
Mudamos o mundo
Todos os dias
É algo bacana
De se pensar
Até que eu fizesse
A diferença para alguém
Não existem espaços
Mas, lugares não vistos
E de tão despercebidos
São um mundo a parte
Onde a solidão existe
Ocupando a saudade
Estranho está numa festa
Onde não se conhece ninguém
E não ser penetra
Ser convidado especial
Festa de criança
Queria muito descobrir
O que faz o João de barro
E quem o bem te vi viu
A nossa casa é onde
Onde a gente está
Rindo a toa
Abre o verbo
Desperta o humor
Será que nunca passa
Essa sensação de pobre
Encher a cara
Fazendo poesia
É perigoso
Destila o sentimento
Momento etílico
A inspiração voa
Sem aterrisar
Já tive dúvidas
E certamente escolhi
E não encolhi
No escuro ou chute
Intuição é pra os de coração
Coração forte
O que foi mesmo
Sussurrou escondido
Algo parecido lembrou
Um zumbido de pernilongo
Que enlouquece
Qualquer sono
Em descompasso
Trajetória simples
O que está solto
Entre os pólos
Um eixo que entorta
Desmancha o sentimento
Será que existe
Ladeira acima
Jogar pra longe
Não afasta a saudade
O céu amanhece
Ninguém desce
Ou sai da cama
Sem pisar o chão
Sentindo o sonho
Acordar no olhar
Cadê o despertador
A mágica existe
Quando os olhos não alcançam
E as mãos perdem os sentimentos
E o que atrás vem
É pra lembrar
Quem abre o caminho
A mágica existe
Quem já deixou
Esquecido num canto
Uma saudade perdida
Ocupando espaço
Largando de vez
Quem já deixou
Esperando a lua
Escondida nas nuvens
Um olhar pequeno
Sem intenção
A luz do dia adormecer
Dando aos mãos
Pra noite com saudade
No entardecer
Fico aqui buscando
Pra ver se acho
A música que acelera
Cria a oportunidade
Sorrir com lágrimas
Filme que se renova
No interior de cada um
Quem sente
Escuta bem o coração
São pessoas intensas
Que poem a alma pra fora
Dilaceram os sentimentos
Numa melodia que namora
Namora a harmonia de cantar
Cantar além
Descendo aquela escada
Chego ao chão
A magia se perde
O elevador decola
Voa sem subida
Brincadeiras da vida
Sobe e desce
Talvez quem sabe
Seja especial
A fruta que cai
Amadurece assim
Ganhando o sabor
Da direção e escolha
E conhecer outros lugares
De tanto me fechar
Esqueci a saída
Só olhei a parede
Esqueci a janela
Nem lembrei da porta
O que salvou
Foi nadar pra fora
Entre um suplício e outro
Nasce o esforço
O conforto no olhar
De quem visita sempre
Mesmo não estando presente
Um lugar aqui dentro
Pra que deixar quieto
O que pode ficar tarde
Quem sabe passar do ponto
Ir de encontro
Morno o sentimento
Entre aquecer e esfriar
Não perca o paladar
Você não está bem
O que está havendo com você
Quem está bem
Não some
No meio de uma conversa
O que está havendo com você
É assim
Sem dizer nada
Que as coisas mudam
Mudam de lugar
Ganham outros olhares
Algo se desprende
E silenciosamente
O dia acorda
Não quero mais
Viver assim
Descobrir e perder
O passado que persegue
E fico dando voltas
Até cansar
De soprar
Como um vento
Que leva a folha
Num leve sorriso
Olhando pela janela
Atravessando mundos
Indo além dos sonhos
Despindo a ilusão
Encontro mais
Mais desse olhar
O pensamento cativa
É é de se estranhar
O que muda na paisagem
Quem conforta
Perde o rumo
A gaiola esquece o encanto
Vira cativeiro
O pensamento cativa
Seja com amor
Anime o coração
Atenção aos detalhes
A costura segue a linha
Através dos botões
Que soltam e prendem
Com amor seja
Olha que posso gostar
Virar abóbora
Ou carruagem
Após meia noite
Além das estrelas
Um luar assim na madruga
Há um vazio que sinto
Que infecta
Cada pensamento meu
Fica mais fácil com o tempo
Mas, isso nunca se vai
Vai ser tornar uma parte
De como se lembra
Eu seria sincero
Se pudesse ver
Seus pés voarem
Atingir o que espero
Ver o que tem
Do outro lado ponte
Perguntas são armadilhas boas
Pra conseguirmos respostas
Saem além do pensamento
Brincam com a inspiração
Sem lugar certo
Acertam o coração
Esta é a única hora
Que fico em paz
Não é mais comigo
Sei o que quer dizer
Nem tudo são flores
Difícil reconhecer
Orgulho e a vaidade
De mãos dadas
Se entrelaçam
Com o tempero da arrogância
Nada que a ilusão
Não possa auxiliar com eficiência
Difícil reconhecer
Fazer acontecer
Seria impróprio
Impossível não perceber
Virar a página
E marcar mais
Uma vez o que aprender
Sem receita de bolo
Coração seco
Seco de emoções
Tomate seco
Amargo que esquece
O doce pelo seco
O que seca
Não é a vida
Mas, o coração seco
Ser diferente bagunça
Esculhamba a ordem
O que parecia natural
Perde a certeza
É dar um nó
Sem perder
E ficar bem na foto
Como se meus sentimentos
Fossem grandes demais
A margem de um rio
Esperando ser mar
A vezes o dia
Vira uma noite
Que se completa
Está entre palavras e olhares
Tudo o que voce tenta não dizer
De quem não está escutando
Então estaria tudo bem
Esse não é você
Uma trilha sonora
Que beira a perfeição
Me fazendo sentir
Cada curva e abismo
Adrenalina constante
Deixando música tocar
Encostar bem mais
O melhor lugar
Se cria sempre
Por maiores que sejam
Os seus passos na vida
Nada tem o sabor especial
Aquele que nunca acaba
Que pede mais
Porque sabe
O que seu coração sente
Acho que os lugares
Se enjoam de mim
Me expulsam
Sem dar recado
Como num susto
Virando soluço
Ser razoável
Ter opinião
Pela metade
Se misturar na multidão
Acreditar que de alguma forma
O grito se sobressai
É um abuso
O tamanho desse mar
Me faça o favor
De retribuir
Onde faltou
Um bocado de verdade
Que não me falte
O bom senso original
Que se espelha na criatividade
Que afinal de contas
É justa toda solidão
Tudo em demasia
Entorna perde o jeito
Escorre a ladeira abaixo
Segue caminho perdido
O copo tem limite
Talvez a sede não
Aqueça o sentimento
Conquistando o que precisa
E não se prendendo
Apenas aos desejos
O desafio é você
Aproveite
Pois quando
Me calar
Será de vez
O silêncio rodeia
A espera
Onde a vida é a voz
Águas tranquilas
Boas escolhas
O que é bom pra todos
Somos tão diferentes
Pra que sejamos iguais
Onde fica a criatividade
O desafio deve ser isso
O amor reconhecendo
A diferença como igual
Não sei quanto
Já caminhei
E vi sem perceber
Invadindo tantas estações
Vendo o século virar
A linguagem mudou
A emoção ganhou muito
O pensamento quase telepatia
A brisa que namora
Eu e o mar
Uma sensação de paz
É dessa forma que sei
Em seu devido tempo
Corajoso ou tolo
A moeda tem o lado
Enquanto houver luz
O caminho não se perde
Uma sensação de paz
Acho difícil de acreditar
Talvez não esteja
Procurando no lugar certo
Sei o que vejo e o que sinto
Tenho esperanças
Voce tem que aprender
A se perdoar
Geralmente esqueço
Quando corro muito
Os detalhes que são muitos
É quase pintar um quadro
Esquecendo o valor das cores
O pincel pede vida
O cotidiano pede cinza
Insisto e vou mudando
Até clarear o dia
Isso machuca
As vezes sim
Um beliscão no coração
Nasce como saudade
Namorando a solidão
E num estalo
Está lá
Num louco olhar
Quando você vive
Em um aquário
Não existe isso de mudança
Fico dando voltas
Exagero que nada
Esquecer o aquário
Não é sair do aquário
Cãibra é um delírio doido
Um contorcer no olhar
Vai além da dor
Que parece sem fim
Dar um suor
Um susto no corpo
Não quero um pedaço
Nem inteiro
Se pareço confuso
Pode até ser
Porque não me ver
Sem sentir o óbvio
Ganhando a escultura
Coragem é o que pede a vida
Assim moldei você
Um silêncio gritando
Rompe pela brisa
Na beira de um olhar
Esperando a lua beijar
O mar com as marés
Um sonho antigo
O humor é a quebra
De alguma coisa
Que parecia
Ter sentido
Originalmente mudou
Graças ao humor
Sem perder
O lado sério da vida
Voltando a rir
Rir de mim mesmo
Me assegura
Um lugar ao sol
Noites de luar intenso
O pensamento nasce
Pelo dia sorrindo
De tão bobo que sou
Ser bobo é um dom divino
Esquecido pelos que acham
Que tem o poder
O bobo e suas virtudes
Decidir é ato solitário
Diante das escolhas
Ninguém sabe
O que se passa
Dentro de você
E por mais que seja
Válida a experiência alheia
Único no universo
Você é você
A espreita esperando
O que for
Ganha vida
Moldado por escolhas
Acertos e erros
Não existe
O que tudo satisfaz
Mantenha aquecida
A chama da compreensão
Lucidez necessária
O brilho dos olhos
Deixe o coração pulsar
Nem que voe em pensamentos
Ajude sempre
Uma proposta indecente
Está numa ilha deserta
Perder a memória
E se curvar ao momento
Pensamento longe
De se acordar
Acontecem nos sonhos
Aproveitando o momento
Com essa luz que me inspira
Alguns insistem
Que seja tão pálida assim
No inverno um luar
Voce sorrir
Quando ler
Empresta a interpretação
Opinião e sentimento
Ensaia um namoro
Uma faísca sempre
Presente com amor
A lentidão gera paciência
Outra lente de se ver
Ver a vida
Respiração diferente
Detalhes esquecidos
Na infância um olhar
Brincar em cada momento
Sem perder o lado sério
Onde ficou o equilíbrio
Abri mão
Quase perdi os pés
O chão
Abracei a solidão
E conquistei a saudade
Os dedos ainda sentem
O abraço abandonado
Abri mão
Isso é fácil
É algo que posso fazer
Não vai substituir
Nem trazer de volta
Serenamente sei
Que o vento namora
Antes da tempestade
Se pudesse
Botaria pra longe
O que distrai
E atrasa com prazer
Aprender nunca é fácil
Fácil é descobrir
O que vem depois
É assim mesmo
Esse olhar misterioso
Que não desconfia
Mergulha em cada abismo
Sem jeito
Rodeia o momento
Até aterrisar
A melhor imaginação
A princípio
Nem desconfio
De onde vem
Essa brisa
Maresia
E são nas ondas
Que as palavras escapam
E nascem os sentimentos
Mais distantes
A vida é atravessar o mar
E conhecer o mistério
Desvendar o que antes
Antes era segredo
Sério como as ondas
Que só leva e traz
O desejo da maré
Pode ser
Que eu não esteja
Mais nesse mundo
E até os lugares
Deixem de existir
E se assim for
Creio que o último suspiro
Tem o seu valor
Além da poesia
Só sei que vem
Vem sempre
Atravessa o coração
Vai pra longe
Até sumir no horizonte
E volta como se nunca
Nunca tivesse saído
Ainda descubro
Quem acende o sol
Me divertir nos lugares errados
Rasgar o sorriso pra valer
Desarrumar os sentimentos
Quem sabe assim
Descobrir de verdade
Quem estava errado
Estória nova e verdadeira
Momentos confusos
Embaraços que fazem bem
A panela não queima
Quando o fogo guarda
Com a lua namorando estrelas
Já fiz de tudo
Mas, creio que tudo
Tudo é pouco
Pra imensidão do mar
E por mais que imagine
A gaivota não se cansa
De dançar entre as ondas
Tudo tem vida
A memória não perde
Persegue cada momento
Faz o sentido de cada olhar
Um quebra cabeça
De muitas partes
Nem sempre sobra
Espaço pra esquecer
A festa de viver
Fico a espera
Da grande aventura
Que não acabe nunca
A onda perfeita
Onde o menino
Voava com sentimento
Explodindo o olhar
A onda é outra agora
Uma multidão sem fim
Vários lados
Estrada urbana
Luz e escuridão
Se confundem
Espalham idéias
Que se perdem
Uma multidão sem fim
De algum lugar
Veio o sorriso
Conquistando o impossível
Mesmo que tudo pareça
A solidão acompanha
Até despertar
Uma flor no olhar
São raras vezes
Que lembro
De lugares assim
Quietos me confortam
Dão um prazer inenarrável
Qualquer voz quebra
Como vidraça o coração
Perdi o quieto
É calado que ouço melhor
Me asseguro de dúvidas
Observo largamente
O pensamento em rodeios
A certeza abate a surpresa
O caminho é estreito
Esse tem endereço certo
Rio que desagua
Não espera o mar
Invade mais
Mais que as palavras
Que qualquer poeta
Possa se inspirar
Esse tem endereço certo
Me faça o favor grite
Voce pode ousar
Precipitar o sentimento
Destilar sempre
O furacão da vida
Não exige
Só pede
Que seja melhor
De lado me sinto
Esqueço de ficar
De frente
Perco a consideração
Até o reflexo do espelho
Vontade e espaço
Quando quiser
Pode se aproximar
Esse lugar existe
Como um eco
Que nasce
De um grito
Que se repete
Saudade de lá
Senão o vento leva
Bagunça o dia
Espalha o olhar
Por todo canto
Segredo e misterioso
De um jeito ou de outro
Senão o vento leva
Faça do passo seguinte
Um degrau, ponte
Até mesmo um outro dia
Descanse o pensamento
Enquanto não vem
Quem semeia
Reconhece o destino
Preciso de momentos
Que me façam chorar
Descobrir a emoção
Revelar o seco
O amargo escondido
Desembaraçar o coração
O tamanho pouco importa
Dessa montanha não te vejo
Nem sei como se esconde
Tão embaixo de mim
Talvez com o tempo
Descubra o pé de feijão
O tamanho pouco importa
Dessa montanha não te vejo
Nem sei como se esconde
Tão embaixo de mim
Talvez com o tempo
Descubra o pé de feijão
Não é
Que é divertido
Me distrai muito
Esse olhar perigoso
De brinquedo novo
Que devora a curiosidade
Aquecendo o coração
Deixando o peso
De bem antes
Leve pela vida
O caminho aberto
Prolonga o horizonte
Avista a ponte e o abismo
Requer suprema vontade
Perseverança plena
Geralmente só os humildes
Reconhecem a virtude da vida
Seria longe
Se te perdesse
De vista não sei
Porque além
É um lugar
Muito longe
Longe de se viver
Algo fora de foco
Habita o pensamento
Não quer ficar
Perturba mesmo assim
Sem nexo
A beira do bom senso
Algo fora de foco
Me divirto com os detalhes
Retalhos de vários momentos
Bagunço o prato principal
Nem quero sobremesa
Fico apenas no café
Acredito no jejum
Me divirto com os detalhes
Por não ficar em silêncio
Perdi muito mais do que ganhei
Confundi silêncio com inércia
Com não agir
Me prendi as aparências
A lição que ficou
Não tem efeito colateral
O silêncio age
De verdade com paz
Odeio quando acontece
E sei como parece
Um mundo de ilusão
Desaba sem pedir licença
Abrir a porta
Pensando na janela
Por isso
Não podemos
Tomar café
Trocar olhares
Matar a saudade
Rever o filme
Lembrar a vida
Eu era um pássaro
Livre pra ir
Aonde quisesse
Agora não sou mais
Estou nesse mundo
Pés e asas
Parecem que não combinam
É o que o meu coração
Pede o tempo todo
Estou de olho
Nessa ilha
Que me cerca
De tantos olhares
E dando voltas
A ilha namora
O que ainda sou
De um susto
Um alívio
Nada sossega
O inquieto ser
A curiosidade teima
Queima o coração
Nada passa despercebido
Ninguém passa a limpo
O passado é fixo
E só sujeito sempre
A nova interpretação
E colorir a vida
Nunca sai do pensamento
Página em branco
Quando a cor é verdadeira
E causa inveja e dor
O que irradia beleza
Beleza de viver
Invade cada olhar
Que brilhe como pessoa
E que a cor seja sempre
Além Majur
Jeito bom de sentir
Fluir o dia
Um agradecer no olhar
Desperta sempre
Alimenta bem
O que o outro não ver
Só brincar é fácil
Levar as coisas a sério
Tem outro colorido
Um preto e branco
De razão e lógica
Que esconde a intuição
E o prazer da vida
Ainda descubro o porque
Porque a vida separa tanto
O que parece ser junto
Não era minha praia
Mesmo assim insisti
Fiquei triste
Coração pesado
Naufragando o pensamento
O mar não ignora nunca
O que não tarda
Um dia chega
Que o diga a esperança
Não se cansa
De apontar
Sempre novos desafios
Pra que possamos
Não só erguer e também
Descobrir o sorriso da vida
Se é pra olhar
Que tudo se desnude
Como as folhas caem
As lágrimas sabem
Na margem do rio
A cheia leva
Sem pena
O que a lua namora
Será que não ligo
Ou não vejo bem
Que a paisagem só muda
Quando a janela é outra
Melhor ainda
O coração pede assim
Sem beira
Levanta a cabeça
Sacode a poeira
Chuta o que perturba
Pra um canto
Onde ninguém merece
Se atreva a acordar
Acorde o mundo