31 de dez. de 2017

Infinito azul

Percebi que o lago

Olhava pra cabana

Sem entusiasmo

A lenha na fogueira

Se fosse um quadro

Esconderia a parede

Infinito azul

No galpão da vida

Gostaria de levar

O que é invisível

Aos olhos um pouco

Esse conta gota

Puro colírio

No galpão da vida

Poeira das estrelas

Só tenho guardado

Há muito tempo

Como num filme

Que por mais

Já saiba o final

Um brilho

Que não se apaga

Anima com a saudade

Importa muito

Poeira das estrelas

30 de dez. de 2017

Cadê o abraço

É bom saber

Que faz sentido

Descobrir o dia

Folhas no chão

Chuva distraída

Dedos soltos

Querendo a solidão

Cadê o abraço

29 de dez. de 2017

Diz que vem no pensamento

Diz o que vem no pensamento

Um mergulho e tanto

Tanto mar

Um olhar na serra

Na alegria vem a lágrima

A saudade voltou

Despertou o coração

Preciso falar pouco

Preciso falar pouco

Conhecer a ostra

O silêncio ajuda

Não existe a solidão

Quando acompanho

O rio sem perder

A margem da vida

Sendo poesia

Precisa a canção ecoar

Vestir a mesa com alimento

Que ninguém ver e sente

O perfume corre sempre

Com esses detalhes

Vai conhecendo

Um toque a cada dia

Ao redor do coração

Sendo poesia

28 de dez. de 2017

Porque distrai

Porque distrai

Tem um ar

Inquieto

Que não sossega

Se fosse uma pipa

Namoraria o vento

Pra te alcançar

Desejar um coração

Pão amanhecido

Por essa não esperava

Ficar de língua de fora

Abandonando o  fôlego

Quem sabe em cheio

Encontrei o olhar

Pão amanhecido

E tem alguns que preferem viver

Estou feliz em saber

Que tem mudado

Outras flores

E frutos

Raízes novas

Os lugares são espelhos

Alguns adoram o reflexo

E tem alguns que preferem viver

27 de dez. de 2017

Estou longe de mim

Estou longe de mim

Querendo acreditar

Que já estive

Em outro lugar

Perto demais

Nem notei

A poesia

Estrela amiga

Antes que fosse buscar

Gostaria de fazer um pedido

Caso  voltasse algum dia

Que trouxesse um pouco

Do que viu na caminhada

Sei que irá levar

O que faz pulsar

Estrela amiga

26 de dez. de 2017

Destino

Inquietante silêncio

Ecoa um prazer

Sem palavras

Como esticar

O arrepio que prolonga

Cada sentimento

Destino

O espelho sorri sem parar

O que nos leva

A lugar nenhum

Reclamar como pretexto

Assumir desculpas

Como escudo

A vaidade se orgulha

De ser o que não é

O espelho sorri

Sem parar

25 de dez. de 2017

O Natal de verdade é dentro

A ilusão saiu da vitrine

O presente não cabe

No bolso do olhar

O aniversariante só pede

Que aprenda a mudar

O Natal de verdade

É dentro

24 de dez. de 2017

Jesus Cristo Natal

Como se não bastasse

Ainda somos confusos

Damos muitas cabeçadas

E por mais difícil

Que pareça o espinho

A estrela de Belém anuncia

Que não há presente melhor

Que a lição que nos deseja

Sempre um caminho de amor

Jesus Cristo Natal

23 de dez. de 2017

Dejavu

Acho que nunca tive tempo

De acordar pra os detalhes

Agora busco o silêncio

Escondido das conchas

Do olhar que toca

O mais profundo desejo

De estar ao seu lado

Dejavu

Pegando leve

Pegando leve

Alguns diriam

Suave

Quem sabe

Delírio

Uma mensagem

Que vem

Dando saudade

Aprendendo com a dor

Calado camaleão

O que tem

Debaixo do tapete

Caiu escondido

Ou botei lá

Pra ninguém ver

Até que em algum dia

Saia do mistério

Calado camaleão




22 de dez. de 2017

Distante coração

Se fossem pedaços

Como mastigar

Cadê o sabor

Engarrafado olhar

O que mais posso

Está derramado

Distante coração

Você sorriu

O que  me faz lembrar

Que a lenha vira brasa

Se queima

Passou do ponto

Pronto viu

Você sorriu

Tomei um chá de palavras

Tomei um chá de palavras

Engoli o sentido

Do que era

Amargo e doce

Acho que já sabia

Que a pressa

Tira o sabor

De cada dia

Altos e baixos

Já tive tantos medos

Que perdi o absurdo

A ignorância correu

Fiquei sozinho largado

Sem saber o que fazer

Altos e baixos

21 de dez. de 2017

O ego vira poesia

O ego vira poesia

Poeira pura

Pra que limpar

Sem folhas

No chão

Tem um toque

Que espalha

Por todas estações

O ego vira poesia

Sorriso de viver

Estou onde você

Menos espera

Nada é perdido

A lembrança traz

Dar um mergulho

Te faz respirar

Melhor cada vez

Que descobre

O sorriso de viver

20 de dez. de 2017

Fôlego

Queria descansar

Esqueci de parar

Fiquei na ponte

Sentindo saudade

Do tempo que não perdia

O fôlego tinha a vontade

Fôlego

Queria descansar

Esqueci de parar

Fiquei na ponte

Sentindo saudade

Do tempo que não perdia

O fôlego tinha a vontade

Soneca

Esqueci de fechar a porta

O vento fazia a festa

Parecia explodir

Com a parede tremendo

De tantas pancadas

Faltou coragem

De levantar

E perder a soneca

Que seja livre

Que seja livre

O gesto de acenar

Lá de longe

Como uma ilha

Tímida que parece

Que o mar engole

Tá lá esperando

Que venha pedir

Sua presença


19 de dez. de 2017

Teu jeito de lua

Passou correndo

Nem lembro a sede

Outro caminho

Tinha que ser

A música trouxe

O tempo todo

A beleza

Teu jeito de lua

Bem leve a folha solta

Bem leve

A folha solta

Sabe o caminho

O vento mexe

No galho a dança

O ninho descobre

Quem tem asa

Conhece o medo

De ficar no chão

Se eu merecer um pouco de café

Gostaria de ouvir

Esperar o olhar

Ver o coração bater

Se eu merecer

Um pouco de café

Cais da vida

Me tranquei

Num lugar

Não muito bom

Aqui dentro

De mim

Preciso sair

Cais da vida

18 de dez. de 2017

17 de dez. de 2017

O próprio coração

Estou boquiaberto

Um mágico olhar

Nem de longe imaginei

Que soubesse de verdade

Nada faz mais falta

Do que esquecer

O próprio coração

A lágrima descobre que tudo passa

Apagar a dor

Sentir a ferida

Desvendar o momento

O que parece impossível

A lágrima descobre

Que tudo passa

16 de dez. de 2017

Muito sol

A pele arde tanto

Exagerei muito

Em assistir sentir

Um pouco de suas ondas

Vale sempre o preço

Muito sol

Onde você está

Não vou deixar

Esquecer o amor

Do sol nas ondas

Mesmo que demore

A me ver entre as ondas

Uma gaivota buscando

Onde você está

Muitas ondas na memória

Acredito que tenha perdido

A vontade de esquecer

O quanto é bom

Admirar os pés molhados

Quando a maré vem

Lembrar a vez

Nem tudo o mar leva

Muitas ondas na memória

Doce ilusão

O que se faz

Quando o dia sorri

Abraçando o silêncio

Pedido de gratidão

Numa taça de vinho

Vejo o que torna

O que antes era

Uma doce ilusão

15 de dez. de 2017

Fora do lugar

Alguma coisa parece

Está fora do lugar

Como se estivesse

Faltando a cor

Que não veio

Se escondeu

Na solidão

14 de dez. de 2017

Pedi e veio

Pedi um olhar

Veio uma flor

Pedi um beijo

Veio um desejo

Pedi o perto

Veio um horizonte

Olhar flor beijo

Desejo horizonte

Olho do furacão

As vezes preciso

Fechar os olhos

Abrir mais

O que confunde

Um labirinto

Sem saída

Olho do furacão

Aqui dentro no coração

Venho de um lugar

Que não lembro

Só sei que preciso

Voltar pra descobrir

A falta que faz

E diz muito

Aqui dentro

No coração

Dando um beijo na saudade

Ninguém permite

Que o pássaro voe

As palavras prendem

O medo de amar conhecer

Dança sem música

Dando um beijo na saudade

13 de dez. de 2017

Só abrindo o coração

O intervalo preenche

Com silêncio a boca

Que percebe os lábios

Vazios de palavras

Um tesouro que brilha

Que pra desenterrar

Só abrindo o coração

Sentindo a paisagem que pede o coração

Reconheci a música de longe

Corri pra alcançar o violão

Uma saudade que invade

Aquece olhar

Ainda canto toco

Sentindo a paisagem

Que pede o coração

Sabe que a pintura não perde a inspiração

Indo pra onde você está

Espero encontrar um pouco

Daquele lugar se ainda existir

Quando o coração muda

Não esquece o que conheceu

Sabe que a pintura

Não perde a inspiração

12 de dez. de 2017

Só um pouco de chuva

Só um pouco de chuva

Pra molhar a garganta

Tirar o  seco do olhar

Que sem lágrimas

Não tinha como chorar

Só um pouco de chuva

O pote se chama viver

Deixa pra lá

Sacode a poeira

Se não deu

Fica pra próxima

O certo é que nunca

O mundo para pra você

Entre o sol e chuva

Existe o arco íris

O pote se chama viver

11 de dez. de 2017

Se fosse fácil não seria vida

Vamos de novo

Espero a brisa

Sem sombra

O calor castiga

A pele sofre

Pede descanso

Se fosse fácil

Não seria vida

10 de dez. de 2017

Estrela guia

Cairia facilmente

Semente no olhar

Brotar no chão

Quando o deserto

Em volta tenta

Alcançar o oásis

Tenho muita sede

Estrela guia

Matrix

Se eu pudesse voar

Iria ver o que tem

Nas nuvens quando

Chove trovão relâmpago

Quem sabe um choque

Pra acordar

Matrix

Cálice de madeira

Tem o dom

De me dar

Opções difíceis

Querer o engano

O brilho da ilusão

O coração escolhe

Cálice de madeira

Um amor de eclipse

Soube que as vezes

Existe o encontro

O deslumbre e magia

De ver mesmo

Por um instante

Um amor de eclipse

9 de dez. de 2017

Na poesia um por do sol

Chamei até perder a voz

Esqueci que o eco

Não se calava

Veio um silêncio

Abraçado uma luz

Se despedindo

Na poesia um por do sol

Soltar as amarras

O que faz do caminho

Um lugar melhor

Talvez seja

O sentido

Que busco

Quando quero

Soltar as amarras

Viagem sem escala

Se tivesse visto

Acreditaria

Que a ilusão

Está no espelho

Que torna o sonho

Uma viagem sem escala

8 de dez. de 2017

Dando voltas

De um jeito

Ou de outro

Foi bom

Sentir

Que o que corre

Não é o tempo

De chegar

São as pessoas

Que não desistem

De aprender

Que sorrir

Acontece

Mesmo dando voltas

Agradecendo parabéns

Soltando as correntes

Dando beijo na âncora

Libertando a saudade

Deixando a brisa do mar

Ganhar no olhar

O horizonte

Na mesa do coração

O bolo vira poesia

Agradecendo parabéns

7 de dez. de 2017

Quando o tempo vai trazer você de novo

Queria te dizer

O quanto faz

Falta não te ver

Só imaginar que

Ainda não sei

Quando o tempo

Vai trazer

Você de novo

Nublado amor

Se fosse pra ficar sério

Descobriria os lábios

Que escondem o sorriso

Iria além dos sentidos

Como pode o sol

Guardar tão bem

Nublado amor

Quando o vento encontra a curva

Vou correr

Pra ver

Se alcanço

O que tanto faz

Quando o vento

Encontra a curva

Abra a gaiola

Quando o pescoço doi

Deve ser porque

Se cansou

De olhar

Tanto os pés

E os lados

Solte o que não precisa

Abra a gaiola

Melhor onda no coração

Pra tirar o delírio

Olhar o retrovisor

Demorar um pouco

Pra admirar o mar

Não deixar passar

A melhor onda

No coração

6 de dez. de 2017

Virando página

Por um momento

Passei um susto

Como areia molhada

Moldada a pegada

A maré levou

Com a memória

O sentimento

De alma lavada

Virando página

5 de dez. de 2017

4 de dez. de 2017

Vem com o tempo

Estava ali

Sem querer

Encostado

Esperando

O vento

Soprar

No galho

Solto

Quase

Caindo

Vem

Com o tempo

3 de dez. de 2017

Coração largado

Pensei estar num lugar

Que aceitasse a luz

Como um castelo de areia

Fiquei de mãos vazias

Num mundo largado

Coração vagabundo

2 de dez. de 2017

Aprendendo a sorrir

Cansei de bater na porta

De gritar pra fechadura

De enrolar a fechadura

Dando voltas sem fim

Acordei quando parei

De insistir com o  reflexo

Aprendendo a sorrir

Na vida só o coração ver mais

Como se não bastasse

Escorreguei na casca

Pisei onde estava

A banana da vida

Com a curva aprendi

Quem nem tudo é reto

Na vida só o coração

Consegue ver mais

Que você vai passar

Que que tem

Fugir um pouco

Olhar pra gota

Que cai das nuvens

E galhos da árvore

Onde o ninho sabe

Que você vai passar

Namora os extremos

Quase esqueci

Quem demora

Não sente

O tempo passar

Quem espera

Segura a paciência

Quem observa

Namora os extremos

1 de dez. de 2017

Sem nó

Sai do pé

Quem cola

Cadê a saudade

Espaço existe

No olhar

O que aperta

Anda descalço

Sem nó

Vejo teu arco íris

De que lado fica

A emoção de viver

Ver o sol  voar

Pelo horizonte

Rebelde raio

Que insiste

Ir além das nuvens

Quando chove

Vejo teu arco íris