Pedi pra acreditar
Vestir o arco íris
Voar sempre
Quando eu canto
Vem junto
Todos os pedaços
O menino e o violão
Pedi pra acreditar
Vestir o arco íris
Voar sempre
Quando eu canto
Vem junto
Todos os pedaços
O menino e o violão
Será que haveria um jeito
De conhecer o que faz tanto
Tanto o sol sorrir sem separar
Talvez a chuva possa esquecer
Um pouco o que a lua namora
O que esfria nunca é o coração
Sem poesia a criança muda
Muda de brinquedo
Gosto de abrir espaço
Observar quem está
Ao lado tão perto
Que não vejo
Só sinto o arrepio
Tive a impressão que te conhecia
Deixei passar o momento de aprender
Soltar o coração e ir de encontro
De encontro com as estrelas
Você se foi
Ficou o silêncio
Outra dimensão
Passeio no olhar
Quando será
Que de novo
Saudade infinita
Levei um susto daqueles
Parecia que o céu despencava
Senti que os olhos demoravam
A perceber a paisagem na janela
Gostaria de repetir o sonho
Então que seja em você
A vida é poesia
Quando se tem coração
Os lugares mudam
Conforme seu olhar
Acorda pra vida
A ilusão é um sono
Sono bom de se ficar
Quem esquece de sair
Sabe o que está perdendo
Nunca me verá chorar
Descer o olhar
Castigar o coração
E se o desabafo
Entupir o horizonte
Eu vou atrás da lua
Que se esconde
No por do sol
Será que deu tempo
De conhecer a cachoeira
O mar de tantas ondas
A montanha acima das nuvens
Só sei que o lugar existe
Ainda fico inventando
Sem o abrigo me perco
Despenco no abismo
De ilusão acredito
Que sair do conforto
Doi como a saudade
Que amadurece
Quando cansamos
De viver chorando
Por um instante
Sinto o infinito
Como uma despedida
Dessa dimensão
Lágrimas presas
Por um instante
O que determina a virtude
Vem da alma não tem vitrine
Ganhando uma nova pele
O manequim sem roupa
Esperando a vez de viver
Outra fantasia
Se o lugar cria a diferença
Ainda precisa da ilusão
Do conforto das águas paradas
Até que venha a mudança
Não existem dias iguais
A ferrugem é sinal de mudança
Que algo vem a caminho
Crescendo pra dar flores
Pra que o jardim saiba
O quanto antes
O que precisa no coração
A semente brota na poesia
O caminho que tira o árido
Dando calor pra dar impulso
Pra conseguir chegar na árvore
A fruta namora seu olhar
É muito saber
Que está entre nós
Por mais que a escuridão
Pareça tirar o entusiasmo
Ninguém perde a graça
Quando aprende
Que o sorriso
Nasce no coração
Deixei os braços
Serem abertos
Dando arrepios
Do frio na janela
Estação que pede
Uma lareira na cabana
Olhar com sono
Digo que estou
Além do vento
Que assombra
Teus cabelos
Do medo
Bem dentro
Preciso sair
Sair do ninho
Não sei se estou de passagem
Ou pra ficar perto mesmo
Despir as nuvens
Embaraçar o vento
Tirar a cortina do horizonte
E agradecer por mais esse dia
Como um lindo presente no coração
Não fique sozinho
Almeje um canto
Um instante
Estique o arco
Sinta a flecha
Não fique sozinho
Olhei as conchas
Espalhadas na memória
Algumas voltaram
Ficaram quietas
Esperando abrir
Sem esconder a pérola
A vida acontece
Tive o momento de sentir
Beber os detalhes
Pimenta no céu da boca
O que arde vem
Vem abrindo o sorriso
Acompanhado de muitas
Muitas sobremesas
Nem que seja
Um pouco de luz
Deixe ficar perto
Beijar a pele
Se faltar o suor
Caminhe mais
Não sei como agradecer
Que venha o inverno
Agora sim
Sei onde quer
Quer chegar
Demorei a descobrir
Em qual constelação
Você brilhava
Se soubesse antes
Não fugiria do coração
Não perca o sentimento
Saiba que a ilusão
Tem seu lugar
E nada acontece
Sem o coração saber
Mesmo que não veja
Tem um profundo olhar
Chinelo velho
Pé cansado
Detalhe qual a cor
Que desbota
Capim subindo
O que plantei
Chinelo velho
Pé cansado
Ei me dê um abraço
Diga logo onde está
Não se esconda na chuva
Pensei que fosse um nevoeiro
Vi o céu escurecer hibernar
O coração continua quente
Não deixe o inverno passar
Pra onde que vai
Deixando as estrelas
Tão nuas
Alguns sabem
Que da lua nasce
O desejo do poeta
O rei está nu
Devendo a presença
Ficou longe
Não fez por merecer
Entre a sede e a fome
A coroa esqueceu a majestade
O rei está nu
Pego espelho pra ver
Se me vejo melhor
Aprendo com o reflexo
Nem assim acontece
O que preciso mudar
Duelo forte teimando
Não peça tempestade
Quando a brisa só quer ajudar
Entre um destino e outro
Encontrei o que parecia
Ser o bastante
O que mundo não sabia
Que a fome não tem lugar
Está onde não somos de verdade
Não perca o valor que tem seu coração
Gostaria de dispersar
Da grosseria que sou
No momento que silencio
Diante do carvão
Olho de longe
O sorriso do diamante
Por onde vou pisando
A terra entre os dedos
Uma troca forte
Desperta bem
Nada contra o sapato
Pé no chão
O sonho vem da essência
Que une o universo
De um foco de luz
Que sai de dentro
Dentro você
Pra essa realidade
E tecer a vida
Acho que caiu
De rachar o asfalto
Esborrachou bem
Bem o que sobrou
Veio lá e do alto
Havia um terraço
Na altura do ego.
Queria buscar o sentido
Das águas que levam
Pra que possa secar
Só com a vontade
Após a estação cheia
O que precisou ir
Queria buscar o sentido
Ouvi sua música
Esqueci de dizer
Que lembrei
Tive saudade
Esperando outro
Quem sabe momento
Ouvi sua música
Brincar pela vida
É levar a sério
Sem esquecer
De aprender
Soltar as amarras
Libertar o amor
O amor de se conhecer
Se precisar chorar
Não se afogue
Deixe a alegria
Ser o caminho
Quero o puro
Perco a questão
O chão mudou
A incerteza cai
Entre o ter e ser
O meio conhece
Que não existe lado
Coroa de espinho
Que a verdade seja dita
Assim bate o coração
O sentimento alcança
Lança que abre
Dando passagem
De outras vidas
Que venha o momento
De ser feliz
A mão não tem olhos
Nem o coração asas
Ou pé pra chegar
O que quero fazer
Precisa antes passar
Pelo que é necessário
Garimpando o sol
Não esqueça
Você é uma chama
Não uma vela
Nem palito de fósforo
Muito mais do que parece
Levando uma chamada na poesia
Se jogue pra cima
Balance a sapucaia
Descubra o recheio
Quando encher o saco
Seja simples
Voltando a ver
A luz do sol
Delirava com as ondas
Tombos de quase perder
Perder a vida
De esquentar o coração
Guardo bem o sentimento
O tubo de água
A caverna perfeita
Era muito amor
Saudade infinita
Mar do arpoador
Não te vi passar
Só senti o vento
Querendo dizer
Que o beijo serviu
Pra vestir o coração
Sem preocupar a saudade
É no vazio
Que encontro
O espaço escondido
Perdido o pensamento
Abandona o princípio
Abismo de ideias
Não levam a lugar nenhum
Se fosse pra descobrir
Esqueceria a preguiça
Cada nó tem a transparência
Jeito de desafio sempre
Tira do sério mesmo
Enfrenta a paciência
E caminhar faz sentido
O preço é muito alto
Ninguém deve viver
De aparência
Não insista
Não dar pra gritar
Pra o mundo inteiro
Que quem não muda
Não sabe
O que está perdendo
Que venha a poesia
Estive perto
Senti o calor
Flor e semente
Vestindo o dia
Uma roupa na memória
Tantos lugares
Ficou um na saudade
Estive perto
Desde de antes
Qualquer começo
Pedaço de pizza
Olhar de conforto
O que não mata a fome
Um deserto na multidão
Pra onde que tanto correm
Amor ímpar
Ninguém pode
Sacode o dia
Puxar tanto
O que você tem
Como um ninho
Bem guardado
Pega o fôlego
Quem dar asas
Beija a vida
Gaiola sem grade
Num delírio só
Vem a poesia
Olhar quieto
Beijando o silêncio
Na dança do vento
Quero pousar
Cadê o violão.
Nada me diz
Saiu por aí
Sem deixar pista
Semente coração
Estrela do mar
Que venha
O por do sol
Abraçar a lua cheia.
Se só existe
O que desanima
Tem quer ver a força da fé
Acender a chama
Entre a terra e o mar
Eu estou pra aprender
Agradeço a poesia
Lembrando de onde sou
Eu devia saber
De tão salgado
Fiquei distraído
Com as ondas e as gaivotas
Onde foi parar
As pegadas na areia
Esqueci.
Papel amassado
Escondido no baú
Teia de aranha
Quando a poeira
Sempre diz
Que estive longe
Um amor além do tempo.
Tive a impressão
Que estava do meu lado
Senti muito a presença
Do lugar acordar
Se dentro está assim
Imagina fora
Se for de alegria
Venha pra cá
Aconchegue o paladar
Tome um café de sentimentos
Pra acordar o acomodado
Que não sai da sombra
O sol não é pra todos
Só pra os que ousam caminhar
É bom te sentir leve
Voar em cada sentimento
Sem pousar respirar
Provar com olhar
Olhar de águia
Esqueci de ficar
Um pouco mais
Sentindo o colo
Tirei do avesso
De cada beijo
O gosto de viver
Café com canela
Eu sei como rasgar
Partir o sentimento
Devorar o que incomoda
E quando vem o furacão
Segurando o olho
Solto tudo pra que saibam
Na essência nasce o poeta
Estive em lugares distantes
Que até perdi de vista
O que tinha era o horizonte
Acenando sempre
Crie o caminho
Estou me sentindo um lixo
Preciso reciclar
Soltar o corpo
Voar de verdade
Não ficar preso
Preso a palavra
Abrir a jaula
Parar de me esconder
Esconder tanto o coração
Seria pouco se não fossem
As lágrimas para limpar
Deixar o dia seguir
O que de tão urgente
Não pode esperar
Lá vem o sol
Já te pedi de volta
Aquele sol lua
Nuvens mar
Fruta no pé
Bola de meia
Sobremesa
Sempre pavê
Sorriso de criança
Outras saudades
Incrível como não passa
Por mais que o tempo leve
Entre a tempestade
E a calmaria
Existe um lugar
Incrível como não passa
Antes que me faça de esquecido
Preciso te lembrar da saudade
Que faz quando nasce
E aguarda em silêncio
Atravessa o dia até o entardecer
Pra de novo aqui está
Outras luas
Acho que peço demais
Descasco a banana
Escorrego na lareira
Mesmo assim encaro
Na teimosia você
Acredito que não seja
De nenhum lugar
Sentimento louco
Alegria descontrolada
Que inunda cada solidão
Inquieta o triste
Que desiste
Dar a vez
De ser feliz
Não deixe acabar
Mate a fome
Com muita saudade
O ansioso perde a chance
Ficando ocupado demais
Detalhes são como retalhos
Quem costura sabe o valor
O que eu desejava que fosse
Como um quadro pendurado
Sem sair da parede
Tivesse emoção
Como um troféu
De outros tempos
Quem sabe algum dia
Acorde nesse lugar
Não tem nada demais
Ficar apreciando o embaraço
Um ritual de olhares
Quase uma dança sem música
Querendo soltar a voz
Grito de liberdade
Que as pessoas fazem
Quando entardecer vem
Dei uma disfarçada
A pele arrepiou
Corrente de ar
Veio forte
Tento entender
Qual o sentimento
De quem ama o frio
Ninguém é tão distante assim
Que não receba um pouco
Um pouco de luz no coração
Por mais que escureça
O sol não esquece você
No bonde do tempo
Encontrei o que mais queria
E não o que precisava
Encantado pelo que via
Preso pelo brilho
O trilho tinha sentimento
Parecia não sair do lugar
Na verdade estava mirando em você
Perdi a pontaria pra ilusão
Quem tem boa paisagem
Uma roupa de muitas cores
Pena que o vento bateu
Espalhou entre as folhas
O que restou de mim
Você tem um jeito
Fugitivo de ser
Uma ilha no coração
Que atravessa o oceano
Sem dizer se volta
Lua e mistério
Eu sei que ficou pra trás
Virou passado
Ganhou outra cor
O sentimento não mudou
O que mudou foi o lugar
Cresceu o olhar
Abrindo a janela
Perdi o medo
Medo de sorrir
Sempre assim
Todo dia é diferente
Quando o dia amanhece