30 de jun. de 2017

O menino e o violão

Pedi pra acreditar

Vestir o arco íris

Voar sempre

Quando eu canto

Vem junto

Todos os pedaços

O menino e o violão

Sem poesia a criança muda de brinquedo

Será que haveria um jeito

De conhecer o que faz tanto

Tanto o sol sorrir sem separar

Talvez a chuva possa esquecer

Um pouco o que a lua namora

O que esfria nunca é o coração

Sem poesia a criança muda

Muda de brinquedo

Só sinto o arrepio

Gosto de abrir espaço

Observar quem está

Ao lado tão perto

Que não vejo

Só sinto o arrepio

De encontro com as estrelas

Tive a impressão que te conhecia

Deixei passar o momento de aprender

Soltar o coração e ir de encontro

De encontro com as estrelas

29 de jun. de 2017

Saudade infinita

Você se foi

Ficou o silêncio

Outra dimensão

Passeio no olhar

Quando será

Que de novo

Saudade infinita

A vida é poesia quando se tem coração

Levei um susto daqueles

Parecia que o céu despencava

Senti que os olhos demoravam

A perceber a paisagem na janela

Gostaria de repetir o sonho

Então que seja em você

A vida é poesia

Quando se tem coração

Os lugares mudam

Os lugares mudam

Conforme seu olhar

Acorda pra vida

A ilusão é um sono

Sono bom de se ficar

Quem esquece de sair

Sabe o que está perdendo

28 de jun. de 2017

Nunca me verá chorar

Nunca me verá chorar

Descer o olhar

Castigar o coração

E se o desabafo

Entupir o horizonte

Eu vou atrás da lua

Que se esconde

No por do sol

Ainda fico inventando

Será que deu tempo

De conhecer a cachoeira

O mar de tantas ondas

A montanha acima das nuvens

Só sei que o lugar existe

Ainda fico inventando

27 de jun. de 2017

Quando cansamos de viver chorando

Sem o abrigo me perco

Despenco no abismo

De ilusão acredito

Que sair do conforto

Doi como a saudade

Que amadurece

Quando cansamos

De viver chorando

26 de jun. de 2017

Pra que correr

Pra que correr

Se posso

Te alcançar

Sem pressa

A poesia não sabe

Esticar a vida.

Por instante

Por um instante

Sinto o infinito

Como uma despedida

Dessa dimensão

Lágrimas presas

Por um instante

Outra fantasia

O que determina a virtude

Vem da alma não tem vitrine

Ganhando uma nova pele

O manequim sem roupa

Esperando a vez de viver

Outra fantasia

Não existem dias iguais

Se o lugar cria a diferença

Ainda precisa da ilusão

Do conforto das águas paradas

Até que venha a mudança

Não existem dias iguais

25 de jun. de 2017

O que precisa no coração

A ferrugem é sinal de mudança

Que algo vem a caminho

Crescendo pra dar flores

Pra que o jardim saiba

O quanto antes

O que precisa no coração

A semente brota na poesia

A semente brota na poesia

O caminho que tira o árido

Dando calor pra dar impulso

Pra conseguir chegar na árvore

A fruta namora seu olhar

Que o sorriso nasce no coração

É muito saber

Que está entre nós

Por mais que a escuridão

Pareça tirar o entusiasmo

Ninguém perde a graça

Quando aprende

Que o sorriso

Nasce no coração

24 de jun. de 2017

Olhar com sono

Deixei os braços

Serem abertos

Dando arrepios

Do frio na janela

Estação que pede

Uma lareira na cabana

Olhar com sono

23 de jun. de 2017

Sair do ninho

Digo que estou

Além do vento

Que assombra

Teus cabelos

Do medo

Bem dentro

Preciso sair

Sair do ninho

Como um lindo presente no coração

Não sei se estou de passagem

Ou pra ficar perto mesmo

Despir as nuvens

Embaraçar o vento

Tirar a cortina do horizonte

E agradecer por mais esse dia

Como um lindo presente no coração

Não fique sozinho

Não fique sozinho

Almeje um canto

Um instante

Estique o arco

Sinta a flecha

Não fique sozinho

Sem esconder a pérola a vida acontece

Olhei as conchas

Espalhadas na memória

Algumas voltaram

Ficaram quietas

Esperando abrir

Sem esconder a pérola

A vida acontece

Muitas sobremesas

Tive o momento de sentir

Beber os detalhes

Pimenta no céu da boca

O que arde vem

Vem abrindo o sorriso

Acompanhado de muitas

Muitas sobremesas

22 de jun. de 2017

Que venha o inverno

Nem que seja

Um pouco de luz

Deixe ficar perto

Beijar a pele

Se faltar o suor

Caminhe mais

Não sei como agradecer

Que venha o inverno

21 de jun. de 2017

Não fugiria do coração

Agora sim

Sei onde quer

Quer chegar

Demorei a descobrir

Em qual constelação

Você brilhava

Se soubesse antes

Não fugiria do coração

Tem um profundo olhar

Não perca o sentimento

Saiba que a ilusão

Tem seu lugar

E nada acontece

Sem o coração saber

Mesmo que não veja

Tem um profundo olhar

Chinelo velho pé cansado

Chinelo velho

Pé cansado

Detalhe qual a cor

Que desbota

Capim subindo

O que plantei

Chinelo velho

Pé cansado

Não deixe o inverno passar

Ei me dê um abraço

Diga logo onde está

Não se esconda na chuva

Pensei que fosse um nevoeiro

Vi o céu escurecer hibernar

O coração continua quente

Não deixe o inverno passar

20 de jun. de 2017

O desejo do poeta

Pra onde que vai

Deixando as estrelas

Tão nuas

Alguns sabem

Que da lua nasce

O desejo do poeta

O rei está nu

O rei está nu

Devendo a presença

Ficou longe

Não fez por merecer

Entre a sede e a fome

A coroa esqueceu a majestade

O rei está nu

19 de jun. de 2017

Não peça tempestade quando a brisa só quer ajudar

Pego espelho pra ver

Se me vejo melhor

Aprendo com o reflexo

Nem assim acontece

O que preciso mudar

Duelo forte teimando

Não peça tempestade

Quando a brisa só quer ajudar

Não perca o valor que tem seu coração

Entre um destino e outro

Encontrei o que parecia

Ser o bastante

O que mundo não sabia

Que a fome não tem lugar

Está onde não somos de verdade

Não perca o valor que tem seu coração

18 de jun. de 2017

O sorriso do diamante

Gostaria de dispersar

Da grosseria que sou

No momento que silencio

Diante do carvão

Olho de longe

O sorriso do diamante

Pé no chão

Por onde vou pisando

A terra entre os dedos

Uma troca forte

Desperta bem

Nada contra o sapato

Pé no chão

O sonho vem da essência

O sonho vem da essência

Que une o universo

De um foco de luz

Que sai de dentro

Dentro você

Pra essa realidade

E tecer a vida

17 de jun. de 2017

Na altura do ego

Acho que caiu

De rachar o asfalto

Esborrachou bem

Bem o que sobrou

Veio lá e do alto

Havia um terraço

Na altura do ego.

Queria buscar o sentido

Queria buscar o sentido

Das águas que levam

Pra que possa secar

Só com a vontade

Após a estação cheia

O que precisou ir

Queria buscar o sentido

16 de jun. de 2017

Ouvi sua música

Ouvi sua música

Esqueci de dizer

Que lembrei

Tive saudade

Esperando outro

Quem sabe momento

Ouvi sua música

Brincar pela vida

Brincar pela vida

É levar a sério

Sem esquecer

De aprender

Soltar as amarras

Libertar o amor

O amor de se conhecer

Se precisar chorar

Não se afogue

Deixe a alegria

Ser o caminho

15 de jun. de 2017

Coroa de espinho

Quero o puro

Perco a questão

O chão mudou

A incerteza cai

Entre o ter e ser

O meio conhece

Que não existe lado

Coroa de espinho

Que venha o momento de ser feliz

Que a verdade seja dita

Assim bate o coração

O sentimento alcança

Lança que abre

Dando passagem

De outras vidas

Que venha o momento

De ser feliz

Garimpando o sol

A mão não tem olhos

Nem o coração asas

Ou pé pra chegar

O que quero fazer

Precisa antes passar

Pelo que é necessário

Garimpando o sol

14 de jun. de 2017

Levando uma chamada na poesia

Não esqueça

Você é uma chama

Não uma vela

Nem palito de fósforo

Muito mais do que parece

Levando uma chamada na poesia

Voltando a ver a luz do sol

Se jogue pra cima

Balance a sapucaia

Descubra o recheio

Quando encher o saco

Seja simples

Voltando a ver

A luz do sol

13 de jun. de 2017

Mar do Arpoador

Delirava com as ondas

Tombos de quase perder

Perder a vida

De esquentar o coração

Guardo bem o sentimento

O tubo de água

A caverna perfeita

Era muito amor

Saudade infinita

Mar do arpoador

Sem preocupar a saudade

Não te vi passar

Só senti o vento

Querendo dizer

Que o beijo serviu

Pra vestir o coração

Sem preocupar a saudade

Se fosse pra descobrir esqueceria a preguiça

É no vazio

Que encontro

O espaço escondido

Perdido o pensamento

Abandona o princípio

Abismo de ideias

Não levam a lugar nenhum

Se fosse pra descobrir

Esqueceria a preguiça

Ninguém deve viver de aparência

Cada nó tem a transparência

Jeito de desafio sempre

Tira do sério mesmo

Enfrenta a paciência

E caminhar faz sentido

O preço é muito alto

Ninguém deve viver

De aparência

11 de jun. de 2017

Que venha a poesia

Não insista

Não dar pra gritar

Pra o mundo inteiro

Que quem não muda

Não sabe

O que está perdendo

Que venha a poesia

Estive perto

Estive perto

Senti o calor

Flor e semente

Vestindo o dia

Uma roupa na memória

Tantos lugares

Ficou um na saudade

Estive perto

Amor ímpar

Desde de antes

Qualquer começo

Pedaço de pizza

Olhar de conforto

O que não mata a fome

Um deserto na multidão

Pra onde que tanto correm

Amor ímpar

Gaiola sem grade

Ninguém pode

Sacode o dia

Puxar tanto

O que você tem

Como um ninho

Bem guardado

Pega o fôlego

Quem dar asas

Beija a vida

Gaiola sem grade

10 de jun. de 2017

Cadê o violão

Num delírio só

Vem a poesia

Olhar quieto

Beijando o silêncio

Na dança do vento

Quero pousar

Cadê o violão.

Que venha o por do sol abraçar a lua cheia

Nada me diz

Saiu por aí

Sem deixar pista

Semente coração

Estrela do mar

Que venha

O por do sol

Abraçar a lua cheia.

Lembrando de onde sou

Se só existe

O que desanima

Tem quer ver a força da fé

Acender a chama

Entre a terra e o mar

Eu estou pra aprender

Agradeço a poesia

Lembrando de onde sou

9 de jun. de 2017

Esqueci

Eu devia saber

De tão salgado

Fiquei distraído

Com as ondas e as gaivotas

Onde foi parar

As pegadas na areia

Esqueci.

Um amor além do tempo

Papel amassado

Escondido no baú

Teia de aranha

Quando a poeira

Sempre diz

Que estive longe

Um amor além do tempo.

Se dentro está assim imagina fora

Tive a impressão

Que estava do meu lado

Senti muito a presença

Do lugar acordar

Se dentro está assim

Imagina fora

O sol não é pra todos só pra os que ousam caminhar

Se for de alegria

Venha pra cá

Aconchegue o paladar

Tome um café de sentimentos

Pra acordar o acomodado

Que não sai da sombra

O sol não é pra todos

Só pra os que ousam caminhar

8 de jun. de 2017

Olhar de águia

É bom te sentir leve

Voar em cada sentimento

Sem  pousar respirar

Provar com olhar

Olhar de águia



Café com canela

Esqueci de ficar

Um pouco mais

Sentindo o colo

Tirei do avesso

De cada beijo

O gosto de viver

Café com canela

7 de jun. de 2017

Na essência nasce o poeta

Eu sei como rasgar

Partir o sentimento

Devorar o que incomoda

E quando vem o furacão

Segurando o olho

Solto tudo pra que saibam

Na essência nasce o poeta

Crie o caminho

Estive em lugares distantes

Que até perdi de vista

O que tinha era o horizonte

Acenando sempre

Crie o caminho

6 de jun. de 2017

Estou me sentindo um lixo

Estou me sentindo um lixo

Preciso reciclar

Soltar o corpo

Voar de verdade

Não ficar preso

Preso a palavra

Abrir a jaula

Parar de me esconder

Esconder tanto o coração

Lá vem o sol

Seria pouco se não fossem

As lágrimas para limpar

Deixar o dia seguir

O que de tão urgente

Não pode esperar

Lá vem o sol

5 de jun. de 2017

Outras saudades

Já te pedi de volta

Aquele sol lua

Nuvens mar

Fruta no pé

Bola de meia

Sobremesa

Sempre pavê

Sorriso de criança

Outras saudades

4 de jun. de 2017

Incrível como não passa

Incrível como não passa

Por mais que o tempo leve

Entre a tempestade

E a calmaria

Existe um lugar

Incrível como não passa

Outras luas

Antes que me faça de esquecido

Preciso te lembrar da saudade

Que faz quando nasce

E aguarda em silêncio

Atravessa o dia até o entardecer

Pra de novo aqui está

Outras luas

Acho que peço demais

Acho que peço demais

Descasco a banana

Escorrego na lareira

Mesmo assim encaro

Na teimosia você

Dar a vez de ser feliz

Acredito que não seja

De nenhum lugar

Sentimento louco

Alegria descontrolada

Que inunda cada solidão

Inquieta o triste

Que desiste

Dar a vez

De ser feliz

3 de jun. de 2017

Quem costura sabe o valor

Não deixe acabar

Mate a fome

Com muita saudade

O ansioso perde a chance

Ficando ocupado demais

Detalhes são como retalhos

Quem costura sabe o valor

O que eu desejava que fosse

O que eu desejava que fosse

Como um quadro pendurado

Sem sair da parede

Tivesse emoção

Como um troféu

De outros tempos

Quem sabe algum dia

Acorde nesse lugar

2 de jun. de 2017

Quando entardecer vem

Não tem nada demais

Ficar apreciando o embaraço

Um ritual de olhares

Quase uma dança sem música

Querendo soltar a voz

Grito de liberdade

Que as pessoas fazem

Quando entardecer vem

Qual sentimento de quem ama o frio

Dei uma disfarçada

A pele arrepiou

Corrente de ar

Veio forte

Tento entender

Qual o sentimento

De quem ama o frio

O sol não esquece você

Ninguém é tão distante assim

Que não receba um pouco

Um pouco de luz no coração

Por mais que escureça

O sol não esquece você

No bonde do tempo

No bonde do tempo

Encontrei o que mais queria

E não o que precisava

Encantado pelo que via

Preso pelo brilho

O trilho tinha sentimento

Parecia não sair do lugar

O que restou de mim

Na verdade estava mirando em você

Perdi a pontaria pra ilusão

Quem tem boa paisagem

Uma roupa de muitas cores

Pena que o vento bateu

Espalhou entre as folhas

O que restou de mim

1 de jun. de 2017

Lua e mistério

Você tem um jeito

Fugitivo de ser

Uma ilha no coração

Que atravessa o oceano

Sem dizer se volta

Lua e mistério

Cresceu o olhar

Eu sei que ficou pra trás

Virou passado

Ganhou outra cor

O sentimento não mudou

O que mudou foi o lugar

Cresceu o olhar

Abrindo a janela

Abrindo a janela

Perdi o medo

Medo de sorrir

Sempre assim

Todo dia é diferente

Quando o dia amanhece