28 de fev. de 2018

Precisei chorar

Precisei chorar
Desentupir permitir
Que a lembrança
Virasse saudade
Uma despedida
Que doi muito
Jeito manso
Quieto de ficar
Nos cantos
Um sorriso lindo
Precisei chorar

Ouse amar

Quer que invente
Uma mentira
Vista a fantasia 
Acredite se quiser
Estou do outro lado
Como um espelho
Que só engana
Quem não olha
O que reflete
Cada coração
Ouse amar

Pra se libertar

Pra se libertar
Amar o tempo
De mudar
Olhar quieto
Paisagem sempre
Por onde passa
Um jeito urgente
De ser no coração
Não abafa nem esfria
Tenta abrir
Descobrir a poesia
Pra se libertar

27 de fev. de 2018

De olho virado

To de olho virado
Lugar certo
Pra aprontar
Bagunçar bem
Encruzilhada sem fim
Pra conseguir alcançar
De novo mais
Mais o coração
Te olho virado

Toque mais alto

Toque mais alto
Até explodir
Fazer sair
Pelo peito
Ir na garganta
Dar uma volta
Formigar as mais
Arrepio doido
Subindo nas costas
Onde não alcanço
Será que tenho chance
Toque mais alto

Furacão

Furacão
Moinho de vento
Vem arrancar
Tirar as raízes
Plantar de novo
Semear a vez
Que fila doida
Ninguém sai
Do lugar

Se passei não vi

Se passei não vi
Um pouco de alegria
Na fogueira  que ficou
O carvão virou brasa
Aquecendo mais
O sentimento aquietou
Se passei não vi

Abrindo o livro

Abrindo o livro
Que seja o inadequado
As páginas não escondem
Se for pra brigar
A opinião flutua
Encontra margem
Um olhar longo
Diga a pura imaginação
Me leia com prazer
É o meu maior desejo
Abrindo o livro

Pra que correr da vida

Sabe o que mais
Sinto muita saudade
De cada tropeço
Que dei por não ver
Que sem pressa
Estaria longe
De muitas dores
Pra que correr
Da vida

Espero que esteja bem

De onde vem
Cheiro de um lugar
Que não vejo
Perfume que esconde
A pele sempre
Tem dias
Que não passam
Parecem morar
De tão devagar
Espero que esteja
Bem

26 de fev. de 2018

Tirando a paciência

Quando tive dúvida
Olhei pra ponte
Senti o abismo
Mesmo sem asas
Segui em frente
O que ficou
Ainda perturba
Tirando a paciência

Não deixei de sonhar

Cada vez
Que espero
Sinto saudade
Gota de chuva
Sombra na árvore
Formiga nos pés
Sem preocupação
Com o tempo
Não deixei
De sonhar

25 de fev. de 2018

Luz no coração

Já fui capaz
Resisti a tempestade
Afundei na raiva
Pra sair uma âncora
Tive que largar
Pra subir
Ser com a superfície
Ainda não sei
Como pude
Acreditar
No que era
Tão pequeno
Luz no coração

Escolho memórias

Escolho memórias
Labirinto doido
Até fico tonto
De tanto pensar
Não vejo a hora
De sair por aí
E voltar a viver
Escolho memórias

E veio a poesia

Hoje percebo
Que não tenho
Ninguém
Que tudo passa
As lembranças ficam
Retrato paisagem música
Por mais distraído
Que fique
Os que pareciam  perto
O tempo levou
E veio a poesia
Pra juntar
Animar o coração
Dar muito mais vida
Escrevo pra que saiba
Aproveite enquanto
Estou aqui

24 de fev. de 2018

Zona de conforto

Com leveza respirar
O que entope
Precisa sair
Não prenda
Solte
Não deixe
O tempo passar
Como esvaziar
Quando a mente
Insiste na gaiola
Zona de conforto

Pra que solidão

Qual o quadro
O que ver
Pensa e reflete
Sem encaixe
O embrulho é aberto
Não existe presente
Passado futuro
Viver vários mergulhos
Nada pode tirar
O sentimento
De crescer aprender
Pra que solidão

Olhar com nuvens

Sair do cobertor
Encontrar diferente
Corpo espreguiçante
Interessante ângulo
De ver o mundo
Sem cair da cama
Olhar com nuvens

23 de fev. de 2018

Apaixonado pela vida

Essa coisa no peito
Que escorrega e diz
Dar um frio na barriga
Sacode o esqueleto
Estalo no pensamento
O coração ganha do tambor
Num desabafo de fazer
Inveja a qualquer
Apaixonado pela vida

Só me resta namorar você

Não tiro a ostra
Distraio o caminho
Bocadinho tem gosto
Que foge na língua
Se fosse tudo misturar
Já estaria no liquidificador
Só me resta namorar você

Poesia e violão

Momentos fortes
Quando os dedos
Encontram as cordas
A tensão aumenta
E no auge vem
Muitos sentimentos
Poesia e violão

Descontente

Jeito selvagem
Encarar a paciência
Gostaria de conversar
Nunca dar tempo
O que a desculpa
Não cria
O sentimento descontente
Acerta em cheio
Se a pressa resolvesse
Estaria em dia



Os dias nunca são iguais

Remexo bagunço
Tiro do lugar
Perco sempre
Pra de novo
Encontrar diferente
Os dias nunca são iguais

22 de fev. de 2018

Pérola negra

Arrepia a pele
Desperta o suor
O calor do coração
A respiração ofegante
Um mergulho doce
Difícil de distinguir
A ilusão do espelho
O corpo dança
Pérola negra

Correndo o sentimento

No pensamento
Como nuvens
Quem sabe chuva
Ou dando sombra
Deixando o sol
Também descansar
Na espera da vez
Correndo o sentimento

A poesia e rapadura

Se fico distraído
Nada vejo
Cada esquina
E curva
Tranquilo leve
Quase enxuga gelo
Se fosse derreter
Perderia a manteiga
A poesia e a rapadura

Pedaços de vida

Acredito que as pessoas
Passaram a viver
Como geladeiras
Para sofrerem menos
Esquecendo que sem o calor
O calor do coração
Parece que tudo faz falta
Pedaços de vida

O beijo é infinito

De que adianta
Abrir os olhos
Se fecha tanto
Tanto o coração
Deixa escapar
As cores
Foge do que faz
Faz brilhar
O brinquedo muda
Quando acordamos
O beijo é infinito

21 de fev. de 2018

Sorrir com a paisagem

De algum jeito
Você veio
Despiu a dúvida
Ganhou bem
Encontrou a sombra
Sem perder o sol
Apreciou quem passava
Só não contava com a  surpresa
De sorrir com a paisagem


Espírito do amor

Pareço distante
Só queria que soubesse
Que não sou indiferente
Sinto saudade também
Ao ponto dos olhos
Entenderem as lágrimas
Como ponto de partida
Reconhecer cada passo
Quebra cabeça forte
A poesia busca
O que o sentimento
Em cada momento pede
Espírito do amor

Águas rasas

Águas rasas

Como descobrir

O mais profundo

Se perco o fôlego

Nem consigo

Encarar teu coração

20 de fev. de 2018

Areia movediça

Sei que é dificil

Engolir o olhar

Desligar o coração

Dizer que tá tudo bem

Sem ao menos prestar atenção

Uma areia movediça

Parece afundar

Cada sentimento

Que tinha por você

Oportunidade

Esperei sentado

Sabia que ia demorar

Tinha perdido a esperança

Até havia esquecido

Só que veio num momento

Que nada parecia dar certo

Alguns chamam de sorte

Outros milagre

A poesia acredita

Quando a oportunidade vem

Só do coração

Olhar nublado

De sono despencando

Folha de árvore

Que semeia

As mãos tentam

Soltar e não conseguem

O que está dentro

Não precisa de dedos

Só do coração

Amanhecer

Seria pouco

E de verdade

Abrir a janela

Tirar o mistério

O que se esconde

Vem sorrindo

Corro pra ver

Não me canso

Nunca repete

Tem um jeito

Tão simples

Amanhecer

19 de fev. de 2018

Sombra louca

Uma sombra louca

Me persegue

Sem trégua

Nem bandeira branca

Entra sempre

Com uma vontade

Uma fome

Arrastando saudade

18 de fev. de 2018

A poesia é meu espaço

O espaço não se desfaz

Não se sente em pedaços

Engole tudo que ver

Toma conta

Não cria embaraço

Sem espera ou fila

A poesia é meu espaço

17 de fev. de 2018

16 de fev. de 2018

Aquela vez única com você

Quando escrevo

Algo se solta

Perco o desembaraço

O preço da vez

Inquieto cheio

De tantos lugares

Sem saber

Onde esqueci

Aquela vez

Única com você

Deslizando no lápis

Difícil foi tirar do papel

Sem ter escrito nada

E perceber o macio

Ficar leve

Entregar o pedido

Que vem

Deslizando no lápis

Arrepio sincero

Arrepio sincero

Folha seca

A chuva passou

Sobrou a pegada

As marcas do tempo

Ainda não sei

O que faltou

Arrepio sincero

15 de fev. de 2018

Compositor

Quando ouço

As lágrimas se soltam

Atravessam os sentidos

Túnel do tempo

Como pode tudo

Tudo passar

E a música ficar

Compositor

A paz sabe o que faz

Disse jamais

Tudo veio à tona

Arrisquei um nunca

E dessa água bebi

Onde a boca fechada

Tem seu valor

Ninguém entra

Sem ser convidado

A paz sabe o que faz

14 de fev. de 2018

Como vagalumes

Como vagalumes

Escondem a escuridão

De dia não vejo

O que não preciso

Estão lá a espreita

Esperando o por do sol

Como vagalumes

Último sorriso

Sinceramente

Não lembro

Do último sorriso

Olhar aberto

Abraço solto

Querendo agarrar

O próximo desejo

Onde foi parar

O último sorriso

13 de fev. de 2018

Querendo você

Querendo você

Como sair do mar

Qual ilha

Se fosse o horizonte

Ia desvendar o mistério

O mergulho que faz

As ondas voltarem

Querendo você

Beijando o furacão

Parece que foge

Vem forte o encontro

Que dispara em pedaços

O fôlego pede

Pra que venha

Beijando o furacão

O que tanto bate no coração

Me fechei

Pra o que não gosto

E perdi a chave

Está estranho

Caminhar sem sentir

Nem aumentando a música

Consigo silenciar

O que tanto bate no coração

A sorrir pra você

Queria ter coragem

Acho que deixei

Em lugar esquecido

Dando um descanso

Pra assim que voltasse

Outra chance

Pra continuar

A sorrir pra você

O cigano e o mar

Tentando fazer a diferença

Arriscar a zona de conforto

É da essência da natureza

Até as pedras mudam

A lua não se esconde

Só espera o sol se por

O cigano e o mar

12 de fev. de 2018

Bom te encontrar

Queria provocar

Perdi o compasso

O ritmo fugiu

E pra incendiar

Fui atrás

Do por sol

Quem sabe

A lua cheia

Não esvazie

O desejo sempre

Bom te encontrar

Um beijo pelo seu pensamento

Um beijo pelo seu pensamento

Difícil de acreditar

Como voa

Acena com silêncio

Esperando o sol sorrir

Estou de volta

Em cada lugar

Um beijo pelo seu pensamento

Degraus

Nem todas vezes pude

Me despedir dos momentos

Momentos bons

Sabia que tinha

Que prosseguir

Mais e mais

Essa escada

Não se cansa

Vive me dando degraus

Na poesia um espelho

Do espelho não tiro

Por mais que queira

Persegue cada olhar

Outras maneiras

A peneira muda

Tento encarar

Quem eu vejo

Está do outro lado

Na poesia um espelho

11 de fev. de 2018

Como é seu beijo

Fiquei perdido

Querendo saber

O sabor sempre

Uma salada de ideias

Azedinho doce

Como é seu beijo

Quer ser meu beija flor

Quer ser meu beija flor

Reconhecer o desejo

Beijo com cor

Voar com asas invisíveis

Descrever a vida

Indo de flor em flor

Quer ser meu beija flor

Diferente na poesia

Perco a vontade

Quando a maré leva

O que estava tão perto

Como elástico que estica

O que não arrebenta volta

E o que volta fica diferente

Diferente na poesia

O que falta pra gente ser feliz

Será que falta tempero

Prego na parede solto

Quadro torto

Se aumentar o passo

Perco a janela

Acho que demorei

Entendi o segredo

Não são as pessoas

Nem os lugares

Dando um beijo

Na paciência

O que falta

Pra gente ser feliz

Rosa azul

Sorte de principiante

Pular o precipício

Esquecendo a ponte

Sem paraquedas

Ou asas

Só contando

Com o sorriso

De cada espinho

Rosa azul

Como uma lenda

Tive que  costurar

Sentir os pedaços

Aprender com a dor

Criar a amizade

A ponte que une

E não se desfaz

Sair da poeira

Ressurgir

Fênix

Como uma lenda

10 de fev. de 2018

Da ponta dos pés

Seria capricho insinuar

Assim quase sem querer

Corri e alcancei

O que cada segundo

Não sabia

Que da ponta dos pés

Descobri o ciúme

Que tinha do tempo

Estrela nua

Estrela nua sumiu

Não te vejo

Cade o sorriso

Que nada escondia

Exibia a lua

Quando a dança termina

Tinha você no céu

Te contava muitos segredos

Estrela nua

Além do Carnaval

Ninguém deixa pra trás

A folia vem junto

No bloco da vida

Arracando a bateria

O surdo explode

A culpa é do tamborim

Que sacode o pandeiro

E de tantos outros

Escolhi o cavaquinho

Que chora pela alegria

De ver a gente insistir

Se o tambor bater forte

Tem jeito sim

Que o Brasil volte

A sorrir

Além do Carnaval

9 de fev. de 2018

Pele de mulher

Arrepia em silêncio

Desliza sem ambiente

Tem muitas cores

Calores e frios

Faz inveja

A qualquer pimenta

Arde dando sede

Enlouquece desejo

Semente

Pele de mulher

O que beija o olhar ama

Em teu abandono

Sinto saudade

Do colo amigo

O que beija

O olhar ama

Cortina da vida

Em seus olhos

Um encontro

Desejo escondido

Detalhe sempre

Além da cor

Querendo mais

Não se cansa

De descobrir

O que tem atrás

Da cortina da vida

Olhos quase verdes

Como é isso

Quase amadureceu

Estava procurando

Uma foto

Um dom

Olhos quase verdes

Abraçando a poesia

Muitos humores

Qual praia ou montanha

Quem desfila na vida

Sem perder mais

Aprender é o ganhar

Os pequenos momentos

São como tesouros

Grãos de areia

Abraçando a poesia

Quando o olhar diz muito mais

Quero discutir

Engulo a saliva

Decoro a garganta

Com palavras secas

Quando o olhar diz

Muito mais

Café e poesia

Quase parti

Bati as asas

Beijei a canção

Que sem letra

Sofria num assobio

Quase desafinando

Desafiando o amanhecer

Café e poesia

Sentindo o coração

Se houvesse como

Lhe daria outra vez

O tempo não leva

Só mostra o que precisa

Quem não ver

Sem querer

Ainda escolhe

O caminho das pedras

Sentindo o coração

8 de fev. de 2018

Estrela do norte

De um carinho estico

Sinto o dedo e o passeio

Acompanho o luar

No intervalo das nuvens

Menina do igarapé

Estrela do norte

De onde estou alcanço você

A flor não perde a pétala

Vejo dançar beijar o vento

O que restou como caminho

De onde estou

Eu alcanço você

A janela mudou

Os momentos escapam

Namoram os detalhes

Encontro das cores

Tenho ainda o desenho

O medo de ir

A janela mudou

O amor une

Quando fico em silêncio

Você vem como cachoeira

Lágrimas que falam

Para que acredite

Por mais longe

Possa ser

O amor une

A solidão não espera

Porque te olho tanto

E não atravesso

Não chego no coração

Rodeio em palavras

Fujo como tímido

Lembra muito

A solidão não espera

Rumo ao mar

A verdadeira visão

É um caminho sem volta

Ecoa no coração

Como nas margens

De um rio

Sente e sabe

O inevitável encontro

Rumo ao mar

7 de fev. de 2018

Ninguem perde o que não é

Nada contém

Quando a sede

Guia o desejo

Por mais cheio

O vazio ganha

O lugar sempre

Ninguém perde

O que não é

Dando vida a poesia

De um segredo disfarço

Encontro um tesouro

Um jeito especial

Observar o detalhe

Que a chuva sabe

Como ninguém

Dando vida a poesia

6 de fev. de 2018

Frio na barriga

Frio na barriga

Vontade de sair

Sair correndo

Atravessar a parede

Esconder a cabeça

No buraco mais profundo

O medo ficou no coração

Frio na barriga

Algumas roupas

Algumas roupas

Caem bem

Dão um novo olhar

Escondem o triste

Debaixo do tapete

A pele ganha luz

Quando sai da vitrine

Algumas roupas

5 de fev. de 2018

Cheio é um lugar

Me aproximo do céu

Tempestade nas alturas

A águia atura a montanha

De cada mergulho um pouco

Um pouco para sobreviver

Cheio é um lugar

O coração parece um tambor

Me sinto escondido

Perdido nesse mundo

De escudos e espelhos

E de tantas fantasias

Desfile de multidões

Bloco de rua

O coração parece um tambor

Quem corre entende a pressa

Veio um nervoso

Um  soluço maluco

Suor delirio

Pele arrepiada

Emoção solta

Quem corre

Entende a pressa

De estar com você

Escolhi os pingos da chuva

A poesia escorrida

Escrevendo na janela

Lembram lágrimas

Uma sede esquecida

Desejo livre

De amar

De estar com você

4 de fev. de 2018

Eu não sou real

Eu não sou real

E qual sua desculpa

Nua verdade

Fantasia e ilusão

Beber cada olhar

Só descalço

Sinto o chão

Onde posso pisar

Eu não sou real

Sonhei que dançava com seu coração

Se quiser

Não esqueça

O último gole

Vinho na mesa

Olhar apertado

Sonhei que dançava

Com seu coração

Alma de músico

Não escutei

Perdi a música

Aguardei o silencio

Olhei a solidão

O eco salvou

Fui atrás

Com muita fome

Matei a saudade

De que o dia passa

E as noites brilham

Muitas inspirações

A música é sempre

Alma de músico

Pelado no mundo

Vi o filme dançar

Beijando o espaço

O sol namorar  a pele

Nada pra se vestir

Sorrir na vitrine

Pelado no mundo

Saudade de você

Difícil de esticar

Só me resta encolher

Ficar num canto qualquer

Peso de papel

Relógio de bolso

Grampeador que doi

Quando o dedo insiste

Em virar espeto

Saudade de você

3 de fev. de 2018

Muro invisível

Não vejo

O que tem

Atrás da porta

Desconheço a chave

Como abrir

Muro invisível

Atravessando a ponte

Se não fosse delirar

Abriria uma exceção

Sem provocar o beijo

O vento ousou

A voz calou

Um jeito manso

Atravessando a ponte

Café com ensaio

Café com ensaio

Ainda tá na semente

A música voz de ressaca

Como uma flor

Vai encontrando

Onde pousar ousar

Café com ensaio

Nas pedras existe poesia

Nas pedras existe poesia

Basta um olhar sincero

Unir ou separar

E  ser em cada momento

O humor é um barco

Sem  âncora liberta

Nas pedras existe poesia

2 de fev. de 2018

Uma mãe e tanto

Espalho no vento

Pedaços de folhas

Se misturam

Fazem um monte

Que cresce mexe

Pés inquietos

Quero saber

O que tem no colo

Uma mãe e tanto

Numa constelação encontrei você

Pensei que era margem

De um rio calmo

Quando avançou

Descobri de verdade

Que só quer dançar

Até que passe a tempestade

Um olhar assim

As estrelas invejam

De tanto amor

Numa constelação

Encontrei você

Gol da vida

Esqueci que o sossego

É quase um intervalo

Que nem bola parada

Todos correm pra pegar

O motivo está longe

Disputei com coração

O gol da vida

1 de fev. de 2018

Iemanjá

Não sei seu nome

Nem onde está

Apenas imagino

Que possa brilhar

Invadir o céu

De nuvens

Como lágrimas

Quando cansei

Descobri de verdade

Que não adiantou correr

Pra voltar ao começo

Estrela do mar

Iemanjá

Luz azul

Será que to voando

Não tenho asas

Sinto tão solto

Leve no ninho

Tudo um caos

Em volta

De onde que vem

Luz azul

A vida é infinita

De um sonho

Nasce a ponte

Que vem com vontade

Unindo sempre

Um pouco e muito

Do que faz no caminhar

Quando terminar de juntar

Comece outra vez

Quando ousamos com amor

A vida é infinita