O sentimento é outro

O sentimento
É outro
Se você
For embora
Eu te mato
Caio no mato
Da solidão
Perco o ouro
Tesouro
De que serve
Um bolo frio
Quando sai
Do forno

Veio das estrelas

De quem faz o destino
Um sino ecoa
Pelo silêncio
Esquecido
Nos fins das tardes
Anunciando bem
Que o dia já foi
E em oração
A gratidão
Faz o olhar
Marejar
Veio
Das estrelas

Um passeio de amor

Olhei pra você
Sem jeito
Nem degrau
Perdi a escada
Quando os dedos
Tocam o vazio
Onde se segurar
É um desafio calado
Alimento a dança
Um passeio
De amor

Laço perdido

O que faço
Sufoca
O tempo
Me tira
O espaço
Laço
Perdido
Sem presente
Onde foi
Que esqueci
Os nós
Ou a gente

Voar tanto

De que adianta
Voar tanto
O que não ver
Tem sentido
Pra montanha
Que só pede
Que tenha
Altura sincera
De cada sentimento
Na vida
Solte
De verdade
O coração

Abraço do amor

Procurei vestir
Sentir a vida
Sem correr
Namorar
Os detalhes
Retalhos
Momentos
Percebi
A alegria
De está
Tão distraído
E ver a criança
Que todos somos
Quando descobrimos
O abraço do amor

Eu vi teu coração

Cruzamos nosso olhar
Não foi a primeira vez
Que a pele quis ficar
Mais um  pouco na imagem
Tatuagem fez
O sentimento
Nunca quis
Partir
Eu vi
Teu coração

Ponto fraco

Qual é
O teu
Ponto
Fraco
O que
Tanto
Escapa
No sorriso
Se eu for
Junto
Acontece
Inevitável
Curva
De muitos
Muitos
Destinos

Seja livre

É por aqui
Que me desmancho
Derreto as dobras
Da vida amarrotado
Dessamasso o desafio
De me tornar de novo
Vindo das cinzas
Surgindo das lendas
Venho em chamas
Aquecer teu coração
Seja livre

Seja paz

Não tive dúvidas
Soube que iria
Fazer o sol
Brilhar
Sereno
Momento
Que nasce
De todos
Mistérios
Vem
Dessa luz
Como milagre
Abrindo os olhos
Percebo
O quanto
De silêncio
É o despertar
Seja paz

Correnteza do coração

São de teus olhos
Que fico a admirar
Seria um sério
Abuso poder
Passear
Em tuas
Lágrimas
Nuas
De sentimentos
Na margem
Do rio
Tento
Descobrir
A correnteza
Do coração

Avesso da vida poesia

Muitas vezes
Penso
Que não
Funciono
Tão bem
Assim
Deixo
A desejar
Nunca sei
De lado
Fica
O avesso
Da vida

Pressa e poesia

Desde o princípio
Faltou você
Cheiro de mato
Terra molhada
Orvalho sempre
Não sabia
O quanto
Era feliz
Perdi
O silêncio
Da rede
Esticada
Entre as árvores
Escolhi
A pressa
De me esconder
Pela vida

Lá é longe

Lá é longe
Onde durante
Antes do horizonte
Se fosse uma ponte
Pularia no meio
Pra ver
De que altura
Atura o coração
Quando pede
Lá é longe

Pedindo coração

Com você
Ou sem você
Procuro
Dar tudo
E quero mais
O que faz
O cacto chorar
No deserto
Não são lágrimas
Vem da sede
De viver
Intensamente
Cada janela
Esquina
Uma rua
De multidões
Pedindo coração

Me tirou o chão

Me tirou o chão
Sentindo
Que não eram
Nuvens
Faltou
A chuva
Pra alagar
Apagar
Limpar
A solidão
Desse carinho
Afago
Onde
Me calo

Lente semente

O que me descreve
Vem da transparência
Da lente semente
Leio do lado b
O que não
Me pertence
Deixando cair
As folhas
Só assim
Saberei
Mudar
O trilho
A estação
Que habita
Abraça traz
Teu olhar

Incontáveis ondas

É do teu encarar
Reconheço a verdade
O brilho nos teus olhos
Saem da margem do rio
E através de muitas
Muitas cachoeiras
Avista encontra
O teu mar
De incontáveis
Ondas

Novos ares

Novos ares
São precisos
Transpiram
Suores odores
Diversos tipos
De prazer
Emoção
Que não
Disfarça
Na pele
A química
Do amor

O que diz teu coração

Se estive
Com medo
Talvez
A coragem
Tenha tido
Pressa
Com o amor
Que precisa
Do casulo
Sempre presente
E sente o momento
Da paixão
Pra que venha
O próximo
Passo
Olhe
De verdade
O que diz
Teu coração

Olhar amadurece poesia

Quando o olhar
Amadurece
Sai debaixo
Que vem
Sempre
Uma explosão
As páginas
Só viram
Pra quem
Se  cansou
De se esconder

Pousar no coração

Não estive
Preso
A você
Sei
Que voamos
Quando dava
Tão juntos
Assustando
As nuvens
Beijos
No vento
De fazerem
Os lábios
Ficarem
Secos
De saudade
Ousando
Pousar
No coração

Mergulho do amor

Eu amo
Te perturbar
Tirar o sono
Beliscar
A paciência
E são desses
Pequenos
Pedaços
De vida
Que retorno
De cada
Mergulho
Do amor

Oasis e poesia2

De suas
Particularidades
Inventei acreditei
Que nada tiraria
Fiquei sem casca
Pele esfolada
No deserto
O sol tinha
Que dar
A lição
Do oásis

Castelo de areia ou de cera

Não posso
Sem você
Respirar
Como antes
Dizer
Que o mar
É manso
E as ondas
Não parecem
Abandonar
A praia
Como uma ilha
Pode abraçar
Um sonho
De amor
Castelo
Sem areia
Ou seria
De cera

Desenrolando sentimentos

Depende das cores
costumo andar
de olhos vendados
pra só encontrar
o acaso pergaminho
perdido na solidão
que vivo criando
tecendo como
o artesão na vida
Desenrolando
Sentimentos

Deixando o sol sair

Te vejo
Tão solta
Como uma pluma
Que respira
Ao vento
Sem peso
Na consciência
Celebra a vida
Por instantes
A natureza
Pousa no silêncio
Que faz
Quando admira
A paisagem
Na poesia
Deixando
O sol sair

EU sinto muito tua falta

Quem ficou
Pra trás
Não viu
O barco
Que virou
Na maré
De tantos
Sentimentos
Perdeu o leme
Precisou içar
A vela
Pra que
Pudesse
Beijar
O vento
Sem âncora
Você partiu
Eu sinto
Muito
Tua falta

Se fosse poesia

Quem sabe
Eu seja
Feito
De muitas
Páginas
Escritas
Desenhadas
Em intervalos
Inusitados
Um buscar
Leve seria
Se fosse
Uma poesia

Cadê você poesia

Cadê você
Que não
Fala nada
Amansa
O horizonte
Quem sabe
Faça o dia
Se abrir
Sem nuvens
Vejo melhor
Teu olhar
Sorrir

Asas ao vento

Quando não olho
Não é que deixou
De ser importante
Se incomoda
Está aí
O que ofusca
O brilho
De toda amizade
O laço não prende
O presente
Só torna livre
O vôo do pássaro
Onde somos
Como asas
Ao vento

Pérolas poesia

De um pedacinho somos
O que já fomos
Virou poeira
Ou nome
Que esquecemos
Pelo caminho
Dos frutos
Só saberemos
Que nunca
É só
A semente
Da união
Veio o abraço
Um traço
De poesia
Feito colar
De muitas
Pérolas

Tanto amor na vida

Sei que veio
De tão longe
Pra nos visitar
Aquecer o dia
Conquistar
Com a clareza
Enriquecer
Com cores
Aromas
Essências
Quando
Criança
Pensava
Como faziam
Pra apagar
A chama
Incandescente
No por do sol
Pensava
Que adormecia
No horizonte
Do mar
Era poesia
E nem imaginava
Tanto amor
Na vida

Xícara e poesia

A xícara quase virou
Respingou no pires
O transbordar
De quem queria
Um pouco mais
Doce foi o balanço
De sabores
Um namoro
De olho
Nas estrelas
Não tem tempo
Pra acabar
Como não sorrir
Pra você

Esse tal de amor

Difícil negar
O quanto mexe
Enche sem ver
O desejo não cai
Balão que sobe
Atravessa
As nuvens
Quem disse
Que é de  algodão
Tempera a lua
Com queijo
Deixando
Os lábios
Cheios d'água
Receita inesquecível
Esse tal de amor

Ventos selvagens

Tenho visto
Caminhos
Ruidosos
Estranhos
Me fizeram
Pensar
Nos sentimentos
Enraizados
Serem arrancados
Por tormentas
Ventos selvagens
No coração

Outros pascoas

De onde vem
A esperança
Sempre
O renascer
Faz a vida
Gerar
Muitos
Renascimentos
Verdadeiros
Milagres
Entre
Lágrimas
E sorrisos
Não escapam
Os detalhes
Na caminhada
Dedique mais
Na prática
Outras pascoas
Creio que seja
A lição da lição
Do amor

Tem sua cara

A certeza é o sol
Que nos dar
A clareza
Do caminho
Animando
O horizonte
De novas
Descobertas
Esperanças
Trazendo
De volta
O sorriso
De um
Novo dia
No coração
Acredite
Esse dia
Tem sua
Cara

Incansável de amar

Eu te procurarei
Nas estrelas
Nos confins
Das constelações
Tem um olhar
Feito ilha
Que não
Se cansa
De sonhar
Do outro
Lado tem
Teu brilho
Que faz
Sorrir
Muito
Desejo
Incansável
De amar

Pelo avesso poesia

Encontre alguém
Que pareça
Mais distante
De você
Arranque
A ferida
Acredite
Na cura
Qualquer
Sinal
Fechado
É um desafio
O que precisa
Ser descoberto
Gosta de sair
Pelo avesso

Talentos e poesia

Qualquer
Que seja
Teu caminho
Você dará
Conta
Não esconda
Os tantos
Talentos
Que existem
Melhores
Que alavancas
Verdadeiras
Pontes
De inspiração
Na vida

Voar na vida poesia

Essas coisas
Que a gente
Guarda
No tempo
O vento
Um sacrifício
O preço
Como um pássaro
Consegue voar
Na vida
Por amor

Banho de chuva e samambaia

Banho de chuva
Com certeza
De um beijo
Te encontrei
Olhando
Na janela
Pendurada
Uma samambaia
Louca pra fazer
Um embaraço
No coração
Que não se cansa
De sorrir pra você

Tartaruga poesia

Tentei chorar
E não consegui
Como pode
A saudade
Ser uma concha
E cachoeira
De toda fruta
Conheço a semente
Impossível ficar
Em paz
O que tem
De tão importante
Tem no casco
Da tartaruga

Tão azul

Teu abraço
Não sei
Aonde está
Se faltou
Luar
Tem outro
Olhar
Quieto
Gritando
Solidão
Sem eco
Tudo
Em volta
Me lembra
Teu tom
Tão azul
Pensando
Em você
Quando
Vai voltar

Cruz poesia

Somos
que nem pontes
e muitas vezes
esquecemos
de atravessar
o que ainda
somos na vida
a fé remove
a montanha
da ilusão
que insistimos
em criar
Além da Cruz

Estrela de Belém

A riqueza está
Nos olhos
De quem
Ver
O cálice
De madeira
Nem tudo
Que reluz
Serve
De estrela
Guia
Estrela
De Belém

Rei dos Reis

Veio dando
O sinal único
Divisor das águas
Que cerceiam
A ilha
Do coração
Ensinou
O amor
Sendo
A própria
Lição
Fez o caminho
Entre a cruz
E espada
Ergueu a fé
Mostrou
O dom
E o talento
Pra que possamos
Também ser
Na luz eterna
Rei dos Reis

Prato poesia

O prato foi servido
Pra não queimar
Quem tinha
Muita pressa
Soube no arder
Da língua
Como pimenta
Encontrar
A sede
Longe
De casa

Entre a dor e o amor

Eu sei quem
Me derruba
E me levanta
Entre a dor
E o amor
Surge
A flor
Eu sou
O que vem
Dentro
Do coração
Foi nas ruas
Que descobri
O valor
Da poesia
A palavra
Sincera
Une

Só nas margens

Eu sou apaixonado
Por suas linhas
Trechos
Como descreve
Escreve profundo
Olhar além
Das palavras
Arriscando
Rabiscando
Os sentidos
Bem adormecidos
Afloram
Quando vem
O rio
Não tem como
Ficar
Só nas margens

Bolo perdido

Teu pedaço
De bolo perdido
Recheio esse
Que me faz
Delirar
De tantos
Desejos
Cobertura
Onde os dedos
São lambidos
Escondidos
Marcas
Pegadas
De quem
Esteve
Presente
No forno
Da vida

Sentimentos ciganos

É de tua cor certamente
Nua crua destila a leveza
Bem mais nas noites
Enluaradas na fogueira
Nas brasas que incendeiam
Invadem os sentimentos
Ciganos ilhas
Que me fazem
Lembrar o vento
Pra mim
És única

Casulo vida poesia

Você acredita
em encontros
e despedidas
desejos e escolhas
entre a fé
e a tradição
por onde corre
o rio sem saber
que o mar existe
quem não sai do casulo
demora mais a sorrir
na vida

O teu início

Da pura essência
Vem a busca
Ajuda necessária
No acaso a coincidência
Ver a prosa nascer
De muitas vertentes
Sem a correnteza
O rio deixa de existir
O mar perde
O teu início

Cores você poesia

Você é feito
De todas
Todas
As cores
O efeito
Está
No teu
Jeito
De amar
Eu respiro
Junto
Quando
Escrevo
Pra você

Mãe Terra

Se vejo
Tudo verde
É que tenho
Que amadurecer
Ser a esperança
No que o fruto
Abraça a semente
E faz a folha cair
Pra retornar
Como alimento
Mãe Terra

Diferença com poesia

O sempre igual
Muda de lugar
Pra que
Aprendamos
Com o amor
Que existe
No que
Chamamos
De diferença

Se faltou amor

Se faltou amor
Como pedir
O que já sou
E demoro
A aprender
Com a chama
Da paz
Escolhi
A roupa
Pela cor
Dos teus olhos
Deu nisso
Criei uma saudade
Vestida de sol
Esperando
Que venha
Me buscar

Outras pontes

No que absorvo
Vem o sopro
O corvo
Escondido
Num vôo
Sem saber
Onde pousar
Admite
O abismo
Dos pés
De quem
Quer chegar
Escolhendo
Outras pontes

Perdido nas nuvens

Colorindo o coração
Fiz inveja ao arco-íris
Nem precisei
Do pote de ouro
Louco quem
Não quis
O desejo
De ver
Cada amanhecer
Como uma ponte
De muitos sentimentos
E para  brilhar merecer
Eu me vesti
Com teu sorriso
Perdido nas nuvens

Ser um filme

Foi num  toque
Despertou
De vez
O que era
Vontade
Virou
Sentimento
Água escorrida
Na janela da chuva
Uma cachoeira
De lágrimas
Uma correnteza
Que fazia a vida
Ser um filme
Que não parava
De passar
Sempre

Muitas saudades

Se não tive chance
Deixei explodir
A certeza
Que batia
De frente
Ao peito
Um tambor
De enlouquecer
Qualquer solidão
De tanto silêncio
Um sorriso
Enigmático
Nasce
Do teu sorriso
Vejo um rio
De muitas
Muitas saudades

De se amar na vida

Do que tanto
Quer se libertar
E vive constantemente
Preso num lugar
Sem paredes
E nem grades
A desculpa
Sempre a mesma
Cortei as asas
Os pés e as mãos
Só não perdeu ainda
Os olhos do coração
Será que dar tempo
De se amar na vida

Uma flor no deserto

Nunca estarei ocupado
Bastante para você
Nenhuma palavra
Tem lugar ao sentimento
Que me chama  tanto
A atenção de observar
Em momentos únicos
De que vale o tempo
Se ignoro a paisagem
Que vive dando vida
Ao que mais preciso
Para crescer
Uma flor no deserto

Vou gritar por você

De um cristal
Eu preciso
Todo azul
Na pele
Tatuar
Ninguém
Permite
Que encoste
A solidão
Sem silêncio
Dessa vez
Vou gritar
Por você

O amor é presente

Devo ir ao futuro
O mais longínquo
Que pareça
Os tentáculos
Envolvem
Quaisquer
Que forem
Os sentimentos
Forjados serão
Eternos com amor
O resto passa
O amor é presente

Luz e poesia

Quem acendeu
A luz
Véu do mistério
Escondeu a lua
Guardou as estrelas
Espalhou tantas cores
E sons numa essência
Que nunca se repete
Se fosse  contar
Onde tudo começou
Já teria a resposta
Quem acendeu
A luz

Nada ficou pra tras

Vem me visitar
Só não vale chorar
Sei que mudei muito
Da última vez valeu
Os cabelos na ventania
Davam o charme
Inesquecível
Desejo
De voltar
No tempo
Pra não perder
O beijo
Que deixei
Tocando
Violão
Nada ficou
Pra trás

Amor sempre Amor

De onde vem a fábula
A tábua da volta redonda
Água que não seca do graal
Espadas lanças símbolos
Ousados pra o alquimista
Eterno dragão
Que voa na magia
Do coração
A intocável
Chama
Novas tribos
Amor sempre Amor

Poesia estranha

Tenho visto
Muitas coisas
Estranhas
Na vida
Tartaruga
Que voa
Peixe
Namorando
O deserto
Beijo sem boca
Nunca dormi
Na cama
De um porco espinho
Natural seria
Não estranhar
Nada disso

Dejavus poesias

Não são de memórias
Do que sou feito
Recheio esse
Que ganha forma
Em cada vida
Que preencho
De lições
Onde os reencontros
Liberam muitos
E variados
Dejavus

Escada poesia

Como pedir ao outro
O que ainda não é
E talvez não seja
Preciso ser
Como subir
A escada
Sem reconhecer
O próprio degrau
De onde se encontra
O corrimão até segura
Um pouco pra que descanse
Até que canse de chorar
E volte a caminhar

Outras épocas

Corpo perde vigor
De outras épocas
O que amadurece
Saindo do casulo
Um dia já foi
Fantasia magia
Sonho espelho
A xícara
Encontra
O café
Que não teima
Insiste em queimar
Além da língua
Saboreia
Com amor

Projota

Olhei pra lua
Outro jeito
Metade
Espalhei
O eixo
Quebrou
Dancei
Ganhei
A dor
Das ruas
Nas quebradas
O homem
Que não tinha
Nada
Ouvindo
Projota
No meio
Fio

Sem aplausos

Respira forte
De tirar o fôlego
Roupa no varal
Nem espera
Secar o sentimento
Destila a emoção
Sincera de quem
Abre o palco
Da vida
Sem aplausos

Princípio Poesia

Do princípio
A torneira
Pingava
Passou
A jorrar
Derrubar
A barreira
Da solidão
Virou
Um lago
Onde
Tento
Pescar
O que
Sobrou
Do princípio

Tímido e poesia

Sem receio
Uma prosa
Encontro
De olhares
Insinuava
Um destino
De um vale
Cercado
De dúvidas
Bastava
Vencer
O que tanto
Alimentava
O tímido

Sabe teu lugar

Sei que não adianta
Me esconder
Do que tanto
Sinto sem ver
Um tato diferente
Que faz a pele
Arrepiar
O que nunca
Sai do coração
Sabe teu lugar

Sobrancelha poesia

Espanando o tempo
Deslizo no teu olhar
Descubro a sobrancelha
Sombreado é teu  sabor  
Desenhada de propósito
De toda cor
Pra que não perca
A paisagem que seduz
Quando pisca
De muita emoção
Quase me faz chorar
De saudade
Daquele amor

Nas mãos da poesia

Nuvens
Que me fazem
Calar lembrar
Que à fruta
Mergulha
Ao som
Do apetite
De um sonho
Que nasceu
Da semente
Lá trás
Nas mãos
Da poesia

Semente nuvens

Não sei mais
O que eu sou
Uma semente
Que muda
De lugar
Terras estranhas
De tantos forasteiros
Teu jeito me diz
Quando ouço
A chuva cair
Eu saio
De tuas
Nuvens

Espelho quebrado

Comecei a prestar
Mais atenção
Nos detalhes
Parei de correr
Como uma barata
Tonta sem caminho
Nesse deserto
Nada se cria
Cansei de ficar
Aqui dando voltas
Espelho quebrado

Um gole de você

Pra deixar fluir
Seguir em frente
Rosto no vento
Passeio sentido
Que faz  valer
Cada momento
Como único
Um gole
De você

Olhar de coruja

Quando tentei fugir
Dei um jeito
Um beijo
De encontrar
O chão  fechar
As asas
Dar um pouco
De solidão
Ao que pedia
Muito no olhar
Olhar de coruja

Amar você

Deslumbrado fiquei
Me arrependi
De ter criado
Muitas tempestades
Um ninho de ignorância
Depositei no coração
Acordando do pesadelo
Descobri de verdade
Que a ilusão devora
Fora joguei
O que me impedia
De amar você

Nós na poesia

Quando o sol se por
Vou esperar o farol
Descobrir as estrelas
E com você namorar
O que tanto diz
A lua escondida
De nós na poesia

Queimando meu coração

Por sua vez
Encontrei
O desejo
Contando
Com a sorte
Enquanto
A chuva
Não vem
Aprecio
Teu sol
Morena
Não me deixe
Assim
Queimando
Demais
O coração

Lábios em silêncio

Tenho minhas  suspeitas
Que foi virando a esquina
Num horizonte de curvas
Caleidoscópio de luzes
Nasceu uma ventania
Afugentou aquelas
Folhas tingidas
Da cor do sol
Restou teu olhar
Um namoro
De lábios
Em silêncio

Imenso amor

Longe o cabelo ao vento
Insinuava a certeza
Do que ficou no passado
Nas sombras de um sol
Que me fazia sorrir
Inteiramente
Com as ondas
Eu nunca fui
De seduzir
Tua maré
É de um mergulho
Intenso imenso
Amor

Filmes que andei criando

Capaz de ser feliz
Voar sentindo
O outro lado
Da calçada
Que nunca
Chega
Sem pé
Nem cabeça
São os melhores
Filmes que andei
Criando na vida

Tempo e poesia

Algo se soltou
No tempo
Grão de areia
Ampulheta
Tic tac
Cadê o cuco
Óbvio
Que não existe
Alarme
Para o amor
Como onda vem
Se esparrama
No coração

Acenando com amor

Da ponta de um iceberg ao outro
Sinto um frio arrepio na espinha
Que se espalha sem cerimônia
Desce do altar e observa
Pra que se encontre o cume
Não são só de asas
Que a águia precisa
Pra vencer a montanha
É quando o coração vem
Acenando com amor

Bússola no ninho

De um princípio simples
Veio a flor criar o jardim
Espalhar muitas pétalas
Que seja o amor
Entre tantas folhas
Perdidas ao vento
Escolhi teu olhar
Bússola no ninho
A amizade
É uma lembrança
Duradoura no coração

Varal de borboletas

Nem sempre mantenho
Os olhos abertos
Preciso piscar
Entre segundos
Perco teu desejo
De me encontrar
Sorrindo pra vida
Nesse varal
De borboletas
Que descubro
Que mudar sempre
Tem o seu valor

Eu guardei você

Não saberia
Lhe dizer não
Como tirar
Do colo
Sem arrancar
Do peito jeito
Lindo de girassol
De tantos olhares
Que me faz ser
Com a inspiração
De um amigo
Em silêncio
Eu guardei você

Eu nem lembro das palavras

Eu nem me lembro
Das palavras
Do sentimento
Jogado fora
Do balde
De água
Fria
Que foi
Descobrir
Que o amor
Não precisa
De pernas
Nem asas
Pra chegar

Penso que faz de propósito

Penso que faz
De propósito
O próprio
Nome já diz
Na falta de
Amor
Aperte
O botão 🔳
Da saudade
Se tiver
Quebrado
Espere
No próximo
Andar
Que a escada
Da paixão
Nunca
Está ocupada
Sempre
Cabe mais um
Distraído
Na vida

Pousada dos poetas

Na pousada
Dos poetas
Os versos
São simples
As rimas
Seguem
Com amor
Se o som
Passar
Despercebido
De cada palavra
O amor une
Com um olhar
Pensativo
O que tanto
Escreve
E não precisa
Dar nome
Ao sentimento
Que irradia
Na gratidão
Da poesia

Laranja e poesia

Foi na casca
Da laranja
Amargo
Suco
Escondido
Semente
Pronta
Lembrando
Que em cada
Gomo tem
Um sabor
Bem diferente
Sem se arrepender
Pulei o muro
Um quintal
De poesias

Olhar de nuvens

Um desejo
Que não sai
Da cama
Quem
Amolece
Não é
O corpo
Ouvindo
O galo cantar
Olhar de nuvens

Maçã perdida

Uma maçã perdida
No pomar
Tem outro gosto
O charme desaparece
A cor muda de figura
Faltou a mordida
Na estação
O trem levou
O que era verde
Amadureceu
Com a vida

Detalhe cresce com amor

Sincero fui
Quando vi
O que podia
Fazer
Beijar
Cada flor
Com amor
Uma solidão
Cheia
Um sorriso
No olhar
A emoção
De sempre
Voar livre
No amanhecer
O detalhe
Cresce
Com amor

Mais um dia

É de se estranhar
Cair do galho
Sentir um estranho
No ninho
Que antes
Pendurado
No vento
Não sabia
Pousar
Na grama
Do desejo
Que não se esconde
Vamos somos
Mais um dia

Não é o lugar

Estou tão só
Que nem vejo
Minha sombra
Reparei
Quando
Parei
De correr
De mim
Mesmo
De um lugar
Ao outro
Descobri
Quem faz
O lugar
Não é
O lugar

Enxergo uma flor

Do teu desenho
Enxergo uma flor
Cores e curvas
Cheias de prazer
De ser
Gracioso
Rosto escondido
De tantas emoções
Faz por merecer
O descanso
Onde fica
Teu jardim
Mesmo