Percebi que o lago
Olhava pra cabana
Sem entusiasmo
A lenha na fogueira
Se fosse um quadro
Esconderia a parede
Infinito azul
Percebi que o lago
Olhava pra cabana
Sem entusiasmo
A lenha na fogueira
Se fosse um quadro
Esconderia a parede
Infinito azul
Gostaria de levar
O que é invisível
Aos olhos um pouco
Esse conta gota
Puro colírio
No galpão da vida
Só tenho guardado
Há muito tempo
Como num filme
Que por mais
Já saiba o final
Um brilho
Que não se apaga
Anima com a saudade
Importa muito
Poeira das estrelas
É bom saber
Que faz sentido
Descobrir o dia
Folhas no chão
Chuva distraída
Dedos soltos
Querendo a solidão
Cadê o abraço
Diz o que vem no pensamento
Um mergulho e tanto
Tanto mar
Um olhar na serra
Na alegria vem a lágrima
A saudade voltou
Despertou o coração
Preciso falar pouco
Conhecer a ostra
O silêncio ajuda
Não existe a solidão
Quando acompanho
O rio sem perder
A margem da vida
Precisa a canção ecoar
Vestir a mesa com alimento
Que ninguém ver e sente
O perfume corre sempre
Com esses detalhes
Vai conhecendo
Um toque a cada dia
Ao redor do coração
Sendo poesia
Porque distrai
Tem um ar
Inquieto
Que não sossega
Se fosse uma pipa
Namoraria o vento
Pra te alcançar
Desejar um coração
Por essa não esperava
Ficar de língua de fora
Abandonando o fôlego
Quem sabe em cheio
Encontrei o olhar
Pão amanhecido
Estou feliz em saber
Que tem mudado
Outras flores
E frutos
Raízes novas
Os lugares são espelhos
Alguns adoram o reflexo
E tem alguns que preferem viver
Estou longe de mim
Querendo acreditar
Que já estive
Em outro lugar
Perto demais
Nem notei
A poesia
Antes que fosse buscar
Gostaria de fazer um pedido
Caso voltasse algum dia
Que trouxesse um pouco
Do que viu na caminhada
Sei que irá levar
O que faz pulsar
Estrela amiga
Inquietante silêncio
Ecoa um prazer
Sem palavras
Como esticar
O arrepio que prolonga
Cada sentimento
Destino
O que nos leva
A lugar nenhum
Reclamar como pretexto
Assumir desculpas
Como escudo
A vaidade se orgulha
De ser o que não é
O espelho sorri
Sem parar
A ilusão saiu da vitrine
O presente não cabe
No bolso do olhar
O aniversariante só pede
Que aprenda a mudar
O Natal de verdade
É dentro
Como se não bastasse
Ainda somos confusos
Damos muitas cabeçadas
E por mais difícil
Que pareça o espinho
A estrela de Belém anuncia
Que não há presente melhor
Que a lição que nos deseja
Sempre um caminho de amor
Jesus Cristo Natal
Acho que nunca tive tempo
De acordar pra os detalhes
Agora busco o silêncio
Escondido das conchas
Do olhar que toca
O mais profundo desejo
De estar ao seu lado
Dejavu
Pegando leve
Alguns diriam
Suave
Quem sabe
Delírio
Uma mensagem
Que vem
Dando saudade
Aprendendo com a dor
O que tem
Debaixo do tapete
Caiu escondido
Ou botei lá
Pra ninguém ver
Até que em algum dia
Saia do mistério
Calado camaleão
Se fossem pedaços
Como mastigar
Cadê o sabor
Engarrafado olhar
O que mais posso
Está derramado
Distante coração
O que me faz lembrar
Que a lenha vira brasa
Se queima
Passou do ponto
Pronto viu
Você sorriu
Tomei um chá de palavras
Engoli o sentido
Do que era
Amargo e doce
Acho que já sabia
Que a pressa
Tira o sabor
De cada dia
Já tive tantos medos
Que perdi o absurdo
A ignorância correu
Fiquei sozinho largado
Sem saber o que fazer
Altos e baixos
O ego vira poesia
Poeira pura
Pra que limpar
Sem folhas
No chão
Tem um toque
Que espalha
Por todas estações
O ego vira poesia
Estou onde você
Menos espera
Nada é perdido
A lembrança traz
Dar um mergulho
Te faz respirar
Melhor cada vez
Que descobre
O sorriso de viver
Queria descansar
Esqueci de parar
Fiquei na ponte
Sentindo saudade
Do tempo que não perdia
O fôlego tinha a vontade
Queria descansar
Esqueci de parar
Fiquei na ponte
Sentindo saudade
Do tempo que não perdia
O fôlego tinha a vontade
Esqueci de fechar a porta
O vento fazia a festa
Parecia explodir
Com a parede tremendo
De tantas pancadas
Faltou coragem
De levantar
E perder a soneca
Que seja livre
O gesto de acenar
Lá de longe
Como uma ilha
Tímida que parece
Que o mar engole
Tá lá esperando
Que venha pedir
Sua presença
Passou correndo
Nem lembro a sede
Outro caminho
Tinha que ser
A música trouxe
O tempo todo
A beleza
Teu jeito de lua
Bem leve
A folha solta
Sabe o caminho
O vento mexe
No galho a dança
O ninho descobre
Quem tem asa
Conhece o medo
De ficar no chão
Gostaria de ouvir
Esperar o olhar
Ver o coração bater
Se eu merecer
Um pouco de café
Não existe o contra
A corrente sabe
Quem prende
Se afoga no raso
Quando a ignorância
Pede passagem
Pra que fugir
Inevitável encontro
Nuvem passageira
Parece que esconde
Tem tempo
Que não te vejo
Sorrir de verdade
Estou tão perto
Que esqueço
De agradecer
Dar um abraço
Invisível aos olhos
Assim é a vida
Estou boquiaberto
Um mágico olhar
Nem de longe imaginei
Que soubesse de verdade
Nada faz mais falta
Do que esquecer
O próprio coração
Apagar a dor
Sentir a ferida
Desvendar o momento
O que parece impossível
A lágrima descobre
Que tudo passa
A pele arde tanto
Exagerei muito
Em assistir sentir
Um pouco de suas ondas
Vale sempre o preço
Muito sol
Não vou deixar
Esquecer o amor
Do sol nas ondas
Mesmo que demore
A me ver entre as ondas
Uma gaivota buscando
Onde você está
Acredito que tenha perdido
A vontade de esquecer
O quanto é bom
Admirar os pés molhados
Quando a maré vem
Lembrar a vez
Nem tudo o mar leva
Muitas ondas na memória
O que se faz
Quando o dia sorri
Abraçando o silêncio
Pedido de gratidão
Numa taça de vinho
Vejo o que torna
O que antes era
Uma doce ilusão
Alguma coisa parece
Está fora do lugar
Como se estivesse
Faltando a cor
Que não veio
Se escondeu
Na solidão
Pedi um olhar
Veio uma flor
Pedi um beijo
Veio um desejo
Pedi o perto
Veio um horizonte
Olhar flor beijo
Desejo horizonte
As vezes preciso
Fechar os olhos
Abrir mais
O que confunde
Um labirinto
Sem saída
Olho do furacão
Venho de um lugar
Que não lembro
Só sei que preciso
Voltar pra descobrir
A falta que faz
E diz muito
Aqui dentro
No coração
Ninguém permite
Que o pássaro voe
As palavras prendem
O medo de amar conhecer
Dança sem música
Dando um beijo na saudade
O intervalo preenche
Com silêncio a boca
Que percebe os lábios
Vazios de palavras
Um tesouro que brilha
Que pra desenterrar
Só abrindo o coração
Reconheci a música de longe
Corri pra alcançar o violão
Uma saudade que invade
Aquece olhar
Ainda canto toco
Sentindo a paisagem
Que pede o coração
Indo pra onde você está
Espero encontrar um pouco
Daquele lugar se ainda existir
Quando o coração muda
Não esquece o que conheceu
Sabe que a pintura
Não perde a inspiração
Só um pouco de chuva
Pra molhar a garganta
Tirar o seco do olhar
Que sem lágrimas
Não tinha como chorar
Só um pouco de chuva
Deixa pra lá
Sacode a poeira
Se não deu
Fica pra próxima
O certo é que nunca
O mundo para pra você
Entre o sol e chuva
Existe o arco íris
O pote se chama viver
Vamos de novo
Espero a brisa
Sem sombra
O calor castiga
A pele sofre
Pede descanso
Se fosse fácil
Não seria vida
Cairia facilmente
Semente no olhar
Brotar no chão
Quando o deserto
Em volta tenta
Alcançar o oásis
Tenho muita sede
Estrela guia
Se eu pudesse voar
Iria ver o que tem
Nas nuvens quando
Chove trovão relâmpago
Quem sabe um choque
Pra acordar
Matrix
Tem o dom
De me dar
Opções difíceis
Querer o engano
O brilho da ilusão
O coração escolhe
Cálice de madeira
Soube que as vezes
Existe o encontro
O deslumbre e magia
De ver mesmo
Por um instante
Um amor de eclipse
Chamei até perder a voz
Esqueci que o eco
Não se calava
Veio um silêncio
Abraçado uma luz
Se despedindo
Na poesia um por do sol
O que faz do caminho
Um lugar melhor
Talvez seja
O sentido
Que busco
Quando quero
Soltar as amarras
Se tivesse visto
Acreditaria
Que a ilusão
Está no espelho
Que torna o sonho
Uma viagem sem escala
De um jeito
Ou de outro
Foi bom
Sentir
Que o que corre
Não é o tempo
De chegar
São as pessoas
Que não desistem
De aprender
Que sorrir
Acontece
Mesmo dando voltas
Soltando as correntes
Dando beijo na âncora
Libertando a saudade
Deixando a brisa do mar
Ganhar no olhar
O horizonte
Na mesa do coração
O bolo vira poesia
Agradecendo parabéns
Queria te dizer
O quanto faz
Falta não te ver
Só imaginar que
Ainda não sei
Quando o tempo
Vai trazer
Você de novo
Se fosse pra ficar sério
Descobriria os lábios
Que escondem o sorriso
Iria além dos sentidos
Como pode o sol
Guardar tão bem
Nublado amor
Vou correr
Pra ver
Se alcanço
O que tanto faz
Quando o vento
Encontra a curva
Quando o pescoço doi
Deve ser porque
Se cansou
De olhar
Tanto os pés
E os lados
Solte o que não precisa
Abra a gaiola
Pra tirar o delírio
Olhar o retrovisor
Demorar um pouco
Pra admirar o mar
Não deixar passar
A melhor onda
No coração
Por um momento
Passei um susto
Como areia molhada
Moldada a pegada
A maré levou
Com a memória
O sentimento
De alma lavada
Virando página
Você disse muito
Acreditei no pouco
Só confiei nos olhos
Perdi o que estava
Atrás do sol
Estava ali
Sem querer
Encostado
Esperando
O vento
Soprar
No galho
Solto
Quase
Caindo
Vem
Com o tempo
Pensei estar num lugar
Que aceitasse a luz
Como um castelo de areia
Fiquei de mãos vazias
Num mundo largado
Coração vagabundo
Cansei de bater na porta
De gritar pra fechadura
De enrolar a fechadura
Dando voltas sem fim
Acordei quando parei
De insistir com o reflexo
Aprendendo a sorrir
Como se não bastasse
Escorreguei na casca
Pisei onde estava
A banana da vida
Com a curva aprendi
Quem nem tudo é reto
Na vida só o coração
Consegue ver mais
Que que tem
Fugir um pouco
Olhar pra gota
Que cai das nuvens
E galhos da árvore
Onde o ninho sabe
Que você vai passar
Quase esqueci
Quem demora
Não sente
O tempo passar
Quem espera
Segura a paciência
Quem observa
Namora os extremos
De que lado fica
A emoção de viver
Ver o sol voar
Pelo horizonte
Rebelde raio
Que insiste
Ir além das nuvens
Quando chove
Vejo teu arco íris