31 de ago. de 2015

Esse é seu dom

Você abriu meus olhos

Me fez ver coisas

Em mim e em outras pessoas

Que eu nunca teria visto sozinho

Isso é o que você faz

Você faz o mundo ver coisas

Esse é seu dom

Onde tudo começou

Não tenho tempo

Pra dizer coisas

Que não quero

Posso estar errado

Até no que acho certo

Onde tudo começou

Excalibur

Não deixe

Que seus sentimentos

Se tornem dúvidas

O lago guarda a espada

Cetro e o trono

O que eleva é infinitamente

O coração que bate em você

Excalibur

Indo e vindo sem parar

Não é nada demais

Pra mim é importante

Ver a formiga levar

Tantas folhas

E tantos outros

Lugares que prendem

Ganham meu olhar

Indo e vindo sem parar

Quero você

Quero você

Que não fala

Nem escuta

Não está presente

Habita na solidão

Demarra saudade

Desata sentimento

Quero você

Sentir o mar beijando os pés

O seu coração faz a diferença

Dar fome

Sem palavras escorre o olhar

Tem tempo sim

Que não vejo

Nem sei o que é

Sentir o mar

Beijando os pés

30 de ago. de 2015

Sou alérgico a falta de alegria de viver

Sou alérgico

A falta de alegria

Alegria de viver

Espernear a vontade

O que não gosta

Voar alto

Pra descansar

Bem os pés

Sorrir forte no olhar

E abraçar forte

Um beijo na solidão e saudade

Melhor que está fica

Fica muito mais

Sou alérgico

29 de ago. de 2015

Um dia viro música

Preciso de música

Me ajuda a pensar

Tira as fronteiras

Me sinto acampando

Olhando o céu

Um dia viro música

Quebrando a casca do ovo

Você está em casa

Tranquilo relaxado

Segundos preciosos

Um paraíso de olhos fechados

Sabe-se lá

Quando de novo

Irá acontecer

Quebrando a casca do ovo

Abrirá o sorriso que tanto se esconde

Faça o que momento

Permite e propicia

Se debruce na janela

O que bloqueia se afaste

Se não for possível

Saia da gaiola

Seu pássaro interior

Dará asas

Abrirá o sorriso

Que tanto esconde

28 de ago. de 2015

Jeans surrado

Eu não escapo

Do  seu sorriso

Que me contagia

Num pregador

No varal estou

Lavado e esperando

Secar pra poder

Te vestir de novo

Longas aventuras

Jeans surrado

Candelabro

Candelabro

Amadurece a vista

O que não se pendura

Clareia o caminho

Tempo das valsas

Baile a fantasia 

Beijo na mão

Era cortesia

Um olhar para o alto

Candelabro

A estrela brilha não apenas nasce

A estrela brilha

Não apenas nasce

O que morre

É como a largata

Demora a borboleta

O universo ama vestir

A gente de tantas virtudes

Não seria por acaso a onda e lugar

Não seria por acaso

A onda e o lugar

Encontro mágico

Adrenalina pura

Chega a queimar

Grande pulsar

Não seria por acaso

A onda e o lugar

Joga cera no assoalho

Jogar cera no assoalho

Dar um brilho

Uma luz reflete

Porque escorrega tanto

Pra se chegar nesse brilho

O que falta pra sermos polidos

27 de ago. de 2015

Tenha a lâmina afiada

Tenha a lâmina afiada

Pra que possa sempre

Além de agilizar

Cortar as ervas daninhas

Que precisam sair

Sem a necessidade

Da dor e a tristeza

Desenferruje a esperança

Deixe como estar

Mudar sem saber

Não vale a pena

Tire aquele olhar do bolso

Que há muito tempo

Guardou num canto esquecido

Lembre de limpar

Soprar a poeira

Pare de arranhar o coração

Desenferruje a esperança



26 de ago. de 2015

Olhar da noite

Espero a lua brilhar

Escondida no frio

Se agasalha nas nuvens

A lareira na cabana

Não espera o sonho

Nem olhar da noite

Chaminé

As vezes precisamos bater

Muitas portas

E avistar janelas

Ninguém nunca disse

Que o telhado não tinha

Chaminé

O muro não se ergue sozinho

O muro não se ergue sozinho

Mesmo que seja proteção

E quem sabe medo

De ser e abrir

Mensagem na garrafa

No mar que trouxe

Ainda sinto como um beijo

Ainda sinto

Como um beijo

O por do sol

Namorando o mar

Do Arpoador ao Leblon

Um sorriso no olhar

Um balanço na árvore

Busquei com carinho

Trouxe aos seus pés

Estiquei os braços

Senti os galhos

Alguns partidos

E alguns com ninhos

Você muda de cor

Outras folhas

Frutos e sementes

Um balanço na árvore

Fim do túnel

Seria sensato arremessar

Esse peso pra longe

Conquistar o olhar perdido

É no que acredito

Quando vejo o fim do túnel

Se é de sua natureza

Se é de sua natureza

Esquentar com o vento

Espere a tempestade

Levar embora

O que te dava calor

Estômago

Já percebi

Que nada tira

Sua atenção

Esse cara é faminto

Tem um alarme forte

Alerta todos os sentimentos

Do choro a alegria

Só se satisfaz por momentos

Quando tem prazer

Anima a vida com humor

Estômago

No olhar do sertão

De tempos em tempos

A chuva varre e limpa

O sol aquece sem fim

É um olhar sofrido

Sem perder

A beleza de viver

E valente por natureza

Do mandacaru ao calango

No olhar do sertão

25 de ago. de 2015

O marinheiro agradece

O que você olha

E não aprende

Precisa repetir

Tantas vezes

Desatar cada nó

De dar inveja

O marinheiro agradece

Pensar grande

Se não tem a menor idéia

Cuidado então

A palavra tem poder

A quem ouse pensar

Pensar grande

O mar não fala

O mar não fala

É minha praia

As ondas calam o coração

A gaivota namora meu olhar

É bom sentir a brisa

Serenar com carinho

Esse outro mar agitado

Anjo da guarda

Um anjo não perde as asas

Nem recolhe o coração

Nunca se esqueça

Te acompanho em todos lugares

Habito em cada palavra

Pra saiba guiar sem dor

Mesmo quando pisa

Em pedras pontiagudas

Estarei ao seu lado

Anjo da guarda

A alegria sempre será o amor batendo a sua porta

Não deixe a alegria

Fugir de você

Não desista da alegria

Anime os olhos

Um beijo forte no coração

Mantém acesa a alegria

Como uma chama que aquece

Sempre em cada desafio

A alegria sempre será

O amor batendo a sua porta

24 de ago. de 2015

Mar do Norte

Mar do Norte

Águas geladas

Ainda lembro

Penhasco e trovão

Era comum

Cavalgar em dragões

Espada e aldeia

Outros deuses

Mar do Norte

Cavaquinho e tamborim

Pra começo de conversa

Espero não perder o ritmo

Animar a mesa

Levar mais adiante a inspiração

Aguardando o namoro

Do cavaquinho e tamborim

Nem tem conto

Não é nada demais

Vira tempestade

Bola de neve

E some

Como se nunca

Tivesse existido

Nem  te conto

O que já foi um dia

Preciso ficar aqui

O tempo que for necessário

Talvez seja pouco

O que peço

As estações levam

E trazem de volta

O que já foi um dia

Mais forte do que antes

Tente contar

De uma vez

Ou se cale

Pra sempre

Quem se afoga

Perde as lágrimas

Volta a tona

Mais forte do que antes

Mágoas no coração

Preciso ir a um lugar

Senão me atrasarei

Descontar a raiva na parede

Distribuir o perdão

De deixar tanto tempo

Mágoas no coração

E olha que o gato preto fica com medo

Tem dia que é óbvio

Ficar quieto

Como casca de banana

Pisar na jaca

Se torna comum

É um ambiente propício

Hospício de tantos chatos

E olha que o gato preto

Fica com medo


Se tirar antes muda o sabor

Isso não tem hora

Pra acabar

Quem sabe fique

Pronto logo

Que nem bolo caseiro

Se tirar antes

Muda o sabor

23 de ago. de 2015

A lenda do caçador

Espada de fogo arde

Corta o ar

Desbrava com fé

O canto ecoa

A canção das matas

Leva pra bem longe

Anima o coração

A lenda do caçador

Tudo faltava

Vou deixando

O sincero tomar contar

Sorrir sem culpa

Lágrima distante

Não dar saudade

O tempo onde tudo

Tudo faltava

Plebeus e nobres

A chama veste a vela

Na noite distante

O castelo brilhava

Atrás dos muros

Um soberano olhar

Sentimento dourado

Plebeus e nobres






O que se via na palma da mão

No auge a fogueira

Mostrava num clarão

Clarão da lua

Os pés rodeavam

A aldeia sabia

Quando era

A estação da colheita

O que se via na palma da mão

Um farol no mar

O abraço não foi esquecido

Aquecido no coração

Um aperto de saudades

Numa peneira de sol

Onde os raios tiraram

Afastando o perigo

Um farol no mar

O sentimento ainda é analógico

Não te disse ainda

Só sei que não demora

O relógio marca sorrindo

Sem o tic tac virou digital

O sentimento ainda é analógico

Ganhando um beijo do mar

O que estava atrás

Foi pra frente

Sente a brisa

Insistia a gaivota

Entre as ondas

Ganhando um beijo do mar

Solidão azul

Não gosto de muros

Parecem fortalezas

Lembram bem

Gaiola de sentimentos

Que tem o prazer

De isolar

Namorar de perto

Solidão azul

Espalhando a paz

Tive um sonho

Que em tudo

Era só acreditar

Que acontecia

Brotava no coração

E saía pelo mundo

Espalhando a paz

Nasce a perseverança

Qualquer que seja

O desafio tem a essência

Que cada um pede

Espera o momento

Pra que possa

O que era árido prospere

Uma ferramenta boa

Nasce a perseverança

22 de ago. de 2015

O todo me engole

Você passa a verdade

Que não percebo

Falta enxergar

De tão perto

Que estou

Perco os detalhes

O todo me engole

Não seria exagero subir esse morro

Não seria exagero

Subir esse morro

Presenciar a cidade

Descobrir novas paisagens

E personagens instigantes

Que não tem boa vida

E moram na cobertura

Onde o sentimento samba

Foi de um lugar ao outro

Fingiu ser um eco

Olhar desinteressado

O lamento no samba

A roda cheia

Onde o sentimento samba

O vinil ainda existe

Nada ocupa o seu lugar

O quintal ainda tem árvores

A essência não se perde

Ganha outro rosto

Retrato na sala

O assoalho de madeira

O vinil ainda existe


Uma conversa com o coração

Não  precisa me dizer

Que sempre estarei

Assim encostado

Ao seu lado

Batendo forte

E lentamente esperando

Que repouse com meu olhar

Uma conversa com o coração

21 de ago. de 2015

O que vem do fundo do mar

Eu me pergunto

Se você já

Superou o passado

Águas agitadas acreditam

Amansam o sentimento

O que vem do fundo do mar







O tempo todo o que você é

O tempo todo

O que você é

Simpatia e desagradável

Se enrolam num mesmo olhar

As mãos querem direita e esquerda

Vou esquartejar o pensamento

E virar várias estações de rádio

O tempo todo o que você é

Nem todo mundo é cavalo

Nem todo mundo é cavalo

Ou perde a estribeira

Dia de fúria pode

Todo dia tem outro nome

Solavancos fortes

Sentimento implode

Ninguém deve ser

Privada de ninguém

Nem todo mundo é cavalo

De bar em bar

Por mais que o sonho

Não despertasse

Lá estava eu confortável

Aguardando a mesa

O chopp descia gelado

De bar em bar

O vento me deu um palpite

O vento me deu um palpite

Sobrou mansamente

Abraçou no coração

Como um anel e sentimento

Buscou o dedo

Que o horizonte apontava

Sabe seu lugar

Coração batendo forte

Quem nem passarinho

Saindo da gaiola

Só assim o dia brilha

Até repousar o olhar

Quem admira a vista

Sabe o seu lugar

Muitas máscaras e fantasias

Temos tantas defesas

Que se desarmar

Se tornou inútil no cotidiano

Regras e muitas leis

E fora e dentro

Muitas máscaras e fantasias

Aprenda não deixar as mãos vazias

Tem que criar

Senão enferruja

O barco afunda

Não fique no raso

Só porque não tem lua

O sol se esconde na chuva

Aprenda a não deixar

Aos mãos vazias

Abrir ou fechar os olhos

Abrir ou fechar os olhos

Não muda o mundo

Todos estão no direito

Direito de mudar

Mesmo que a ferrugem

Queira que nunca mude

20 de ago. de 2015

Tranças do destino

Nesse momento

De poucas palavras

Um vazio e tanto

Ocupa o espaço

Não largo

A lembrança

Tranças do destino

Vai sim

Vai sim

Montanha russa

Fôlego pra que

Cadeira de balanço

Na memória um liquidificador

O que não bagunça

O tapete tenta esconder

Nesse baralho existe uma dama

Que enlouquece com a música

Vai sim

Seus olhos me escapam

Seus olhos me escapam

Como jabuticabas vivas

Devoram e calam

Abocanham a vida

Pra cima quem chama

Que venha a luz

O espelho também perde o reflexo

O sentimento ali é o que vale

Mesmo que pensem num coração

Coração de pedra

O espelho também perde

Perde o reflexo

Não amole demais a faca, os extremos são afiados

O que o outro não ver

Não quer dizer que não seja

Viver negando tem seu porque

E o tempo todo afirmando

Dizendo sim tem seu troco

Não amole demais a faca

Os extremos são afiados

19 de ago. de 2015

Que não adianta ter tudo se todos em volta não tem nada

Quando criança

Queria tudo

Só pra mim

Descubro com o tempo

Quem não adianta ter tudo

Se todos em volta

Não tem nada

A diferença é o furacão

No olho do furacão

Pego  carona

Pipa sem linha

Nem a corrente segura

Detalhes não fazem diferenças

A diferença é o furacão

18 de ago. de 2015

Sem suspense o susto não nasce

Eu não digo não o tempo todo

Construindo o mistério que abocanha

E se é pra separar o prato principal

Perde-se o prazer

Com o subir das cortinas

E o palco ganha luz

Sem suspense

O susto não nasce

Santa Teresa Rio de Janeiro

Entre trilhos e paralelepípedos

Surge o bonde

Curvas e ladeiras

Até encontrar os arcos

Arcos da Lapa

Da boêmia a mistura

Mistura de tribos

Onde não se confunde

O lugar e natureza

Parque das ruínas

Morro dos prazeres

Santa Teresa

Rio de Janeiro

Eu deixei um pouco de você

Eu deixei um pouco de você

Aqui espalhado pela grama

Pra ver se um dia cresce

E vire uma árvore

Que transforme a dúvida

Em verdade com o sorriso

Do sol ao se por no mar

Eu deixei um pouco de você

O que faz mais sentido a vida ensina de graça

Poderia esconder

Não dizer pra ninguém

Namorar o rio

Até encontrar o mar

Esperar a maré

Levar e trazer

O que faz mais sentido

A vida ensina de graça

17 de ago. de 2015

Aguenta coração

Voce é meu aliado

Desde dos tempos

Bons e dificuldades

Fez muitas festas

E também despedidas

Encantou-se com as ondas

Descobriu o tesouro

Que se escondia

No castelo de areia

Aguenta coração

Saber dançar

Não me tire

Pra dançar

Sem ver antes

O que os olhos pedem

Os pés deliram

Aceleram o coração

Quero muito

Saber dançar

O oásis sai do sonho

Ficar de lado

Sem consentimento

O tempo não perdoa

Faz chover no deserto

Nem lembra da sede

O oásis sai do sonho

Um olhar ao vento

Um olhar ao vento

Como uma pipa

A linha segura

Não sei como

Sendo tão frágil

Leva pra longe

Parece chegar

Lá nas nuvens

Que quase perco de vista

Um olhar ao vento

Linda mangueira

É bom te observar

Te ver crescer

Perceber os frutos

Reconhecer as sementes

Acima de tudo

Entre as folhas e galhos

Me desfrutar de sua sombra

E guardar na lembrança

A rede e o balanço

Daquela árvore

Linda mangueira

Celebra o coração

É bom estar no alto

Por cima das coisas

Combinar o dia

Como um passeio

Que brindando o momento

Celebra o coração

16 de ago. de 2015

As vezes é o que desejo e não falo

Uma saída da solidão

Não se esfrega na cara

Não sei o que quero ouvir

Nem se quero a saída

O indeciso tem muitos lados

Se encurrala em busca de labirintos

As vezes é o que desejo e não falo

Sem degrau a escada esconde

Sem degrau

A escada esconde

O caminho necessário

A arrogância ganha

Enfraquece a luz

Que é ser voce

Seca pimenteira

Olhar sem encarar

Relaxar com o tempo

Me sentindo um saco vazio

Nem soprando enche

De onde vem o desânimo

Seca pimenteira

As asas agradecem

Inundar a consciência

Abismo perigoso

Descer a montanha

Sem cordas

Perceber a altura

Não esquecer

Que depende dos pés

As asas agradecem

Mesmo entre as nuvens

Pra bem perto

Vem o teu calor

Que aquece sem

Sem tirar nada

Doando sempre

O que irradia

Aqueço teu dia

Mesmo entre as nuvens

15 de ago. de 2015

O olhar brilhava em noites de lua cheia

E foi de mãos dadas

Cabana no alto do penhasco

A águia repousava

Havia um ninho tão próximo

O olhar brilhava

Em noites de lua cheia

Onde ficou aquele amigo

Era pra ser assim

Sem prazo

Parecendo uma janela

Que aos poucos

Vai perdendo

A cor do horizonte

Onde ficou aquele amigo

Não devolve o sentimento perdido

Tem gosto de saudade

Viagem inesquecível

Coração que dispara

Como um susto

Engole a surpresa

Não devolve

O sentimento perdido

Útero

Olhar que aconchega

Dar um abraço

Pede silêncio

O mundo é puro barulho

Assusta quem chega

É novo nesse mundo

Lá dentro era diferente

Útero

A cigana tem seu lugar

A cigana tem seu lugar

Próprio com a natureza

Não espera raízes

Como as estações

E com as estrelas sonha

Como qualquer um

Ninguém muda porque quer

Nas linhas mãos

Muitos calos da vida

A cigana tem seu lugar

O mar já me fez beber muita água

Conhece alguém

Que tenha dúvidas

Fôlego perdido

Não tem como esquecer

O mar já me fez

Beber muita água

Nunca entendi o que a preguiça tem de valor

Nunca entendi

O que a preguiça tem

Tem de valor

De que serve o acomodar

Lápis sem ponta

A borracha não apaga

O que deixou de fazer

Por outros olhos

Deliberadamente me finjo de morto

Amarro a saudade dando um nó cego

Enxugo o mar como gelo

Esperando a tempestade

Levar com o tempo

Por outros olhos

Quando se vai longe demais

Quando se vai longe demais

O perto está em todo lugar

Absorvendo o pensamento

Destilando o olhar

A emoção deixa de ser

Lágrimas de alegrias

Quando se vai longe demais

Amadurece o melhor amigo

Ficar debaixo dos lençóis

É conforto de momento

E saber voar sem asas

Reconhecer a tempestade

Antes de confundir o coração

Nasce o sentimento

Amadurece o melhor amigo

O que é sério também tem sorriso

Gostaria  de saber

Onde coloquei

A gota de esperança

Que vivia invadindo

O oceano que era

Meu coração com ondas

Ondas agitadas

O que é sério também tem sorriso

As páginas amarrotadas falam mais que palavras

Quando não se sai

Da superfície esquecemos

De ler e ser

E ficamos só na capa

Ilustrações e cores

Mergulhar é coragem

De se descobrir

Perder e se achar

As páginas amarrotadas

Falam mais que palavras

14 de ago. de 2015

A cigarra calou o canto

A cigarra calou o canto

Na lagoa a multidão ouvia

A chegada dos músicos

Num único som após a praia

Momento bem mágico

A música passeava no coração

A cigarra calou o canto

Bastante é o sentimento

Essa loucura

Que se expande

Pura adrenalina

Vai além dos poros

Faz um giro no olhar

Um delírio sempre

Bastante é o sentimento

Existe sim

Existe sim

Um lugar comum

Que te dar paz

Um sossego quase esquecido

Existe sim

Onde se esconde aquele olhar de criança

Tentaria lembrar

O que te faz sorrir

De que já vai aprontar

Bagunçar o dia

Nem sei mais

Onde se esconde

Aquele olhar de criança

13 de ago. de 2015

O que devora renova meu lugar

Sinto que sou parte

Que se estraçalha

Bagunça a ferida

Pensa na cura

Sem mudar

Perturba o mundo

O grito que escapa

Cria um silêncio

O que devora

Renova meu lugar

A cicatriz não tem cara de tatuagem

A cicatriz não tem cara de tatuagem

Rasga o tempo e perde a cor

Não abandona o sentimento

Que marca pela vida toda

É triste como um samba

Que alegra o cotidiano

Com a fantasia do sorriso

Que não esquece de calar

Coitado do zero

Era um tanto curioso

Essa bolinha vazia

Que empresta

Sem ter valor nenhum

Tenho pena

Nem tem peso

Coitado do zero

O ouro faz o brilhar no que o dono esquece de ser

Não pode me deixar aqui

Abandonado a própria sorte

Entre tantas escolhas

O ouro que faz  brilhar

No que o dono esquece de ser

Como sair do estacionamento

Sem graça

Perdendo a vontade

Tem gente que vive assim

Olhando pra os lados

Namorando o encostamento

Lubrificando tudo

Menos o óleo do coração

E depois que enferruja

Chora porque tudo pára

Como sair do estacionamento

O colecionador fica triste porque nasce pelado e sai sem nada

Se viemos ao mundo assim

Acredito que aprender

É o que falta somente

Não precisamos de muito

E qualquer acúmulo distrai

O colecionador fica triste

Porque nasce pelado

E sai sem nada



12 de ago. de 2015

Une o sentimento que precisa sempre de novos abraços

Não é a falta de luz

Que cria a sombra

Nada nasce sem querer

O acaso não traduz a coincidência

Nem tão pouco

Une o sentimento

Que precisa sempre

De novos abraços

E disse ao vento pode sobrar a vontade serei sua tempestade

Pra não enferrujar

Liberei a preguiça

Joguei humor no coração

Animei as mãos

Me enturmei com meus pés

Icei a vela do olhar

E disse ao vento

Pode sobrar a vontade

Serei a sua tempestade

A coluna agradece

Não é de plástico

Enverga como bambu

Dando curvas

Ângulos estranhos

Que através da idade mudam

Só descansa quando deito

Nem sentado tem sossego

A coluna agradece

Com o ontem e o futuro

O que provoca

Uma dedicação intensa

Delírio entre o chocolate

E o café cremoso

Que se esparrama

Com a sede de um olhar

Que nunca se acostuma

Com o ontem e o futuro

De ponta a cabeça

De ponta a cabeça

Lembra tanta coisa

Parece que tá tudo

Fora do lugar

Ou o lugar ficou de fora

A vida nos veste sempre

Viemos pelados

E criamos cada moda

Sorrir é a escolha

Por que chorar cansa

Estou de ponta a cabeça

11 de ago. de 2015

Onde foi parar esse tempo

Vivia desenhando os momentos

Momentos que revelavam

Nuvens que escondiam segredos

Me acabava subindo em árvores

Catando mangas e goiabas

Onde foi parar esse tempo

Tenho um nariz rebelde

Tenho um nariz rebelde

Que se dana a espirrar

Parece um saxofone desafinado

Um desespero só

Qualquer sinal de mudança de tempo

É uma agonia louca

Tudo começa a entupir

E respirar se torna um alívio

Tenho um nariz rebelde

10 de ago. de 2015

Meu telhado é de estrelas

Meu telhado é de estrelas

Tomara que não chova

Por um bom tempo

Não tenho saudade

Das goteiras na panela

Espalhados em todos cantos

Meu telhado é de estrelas

Só disfarça pra próxima vez

Nada parece fazer diferença

Quem pensa

Que passa despercebido

Não conhece o tapete

Que nada esconde

Só disfarça pra próxima vez

Será falta de banho

Já percebi

O quanto mais reclamo

Desconfio que atraio

Tanto desconforto

Como coceira e sarna

Será falta de banho

Quem não insinua perde a cor do cabelo

De uma vez por todas

Não espere a música

A inspiração pede

Quem não insinua

Perde a cor do cabelo

Começando a semana

Começando a semana

Uma trajetória longa

Que só percebemos bem

Em plena sexta feira

E a noite de domingo

Alguns nem isso tem

O plantão devora

Devora os fins de semana

E vamos que vamos

Vida que segue

Começando a semana

9 de ago. de 2015

Dentro de um abraço

Dentro de um abraço

Encontro um lugar

Inesquecível momento

Que aquece a vida

Espero que não demore

Desamarre bem

Dentro de um abraço

Ser carioca é

Ser carioca é

Descobrir o sorriso

Onde antes não existia

Saborear o momento

Como fosse único

Abraçar toda tristeza

Com todos ritmos

Também o samba diz

Cadenciar o coração

Na batucada do olhar

Com a feijoada

Que a vida pede

E gritar pr valer

Eu sou rio de janeiro

Arde muito antes a água salgada

Desculpas pelo que disse

Não mudam

Farpas passadas

Nem as cicatrizes

Ficam doces

Arde muito antes

De curar

A água salgada

O fogo não queima a toa

Não existe preguiça

Pra quem quer as coisas

Nem descanso merecido

Tudo está em seu lugar

Quando almejamos mais

O fogo não queima a toa

Todo pai é o que precisa ser

Pai e mãe se unem

Pra que venha

Cada ser

Com a essência

Abrir novos caminhos

A lição começa assim

Ensina a vida

Nada define mãe e pai

Todo pai é o que precisa ser

8 de ago. de 2015

Por que demora tanto

Quem sabe eu seja

Essa utopia crua

Que insiste no melhor

Na igualdade e equilíbrio

Que cada um cresce

Diferente e evolui

Porque demora tanto?

A vida tem o humor

A vida tem o humor

Onde a comédia reina

Enquanto existir

O palhaço interior

Que encara

O sentimento de fazer

Sorrir com naturalidade

Palavras cruzadas

Parece que você sabe

Do que está falando

Nada útil

Talvez seja

Como fazer

Palavras cruzadas

Conversar ficou longe demais

Mensagem em uma garrafa

Jogada no mar

Sinais de fumaça

Código Morse

Telégrafo

Onde vamos parar

Conversar ficou longe

Longe demais

As ondas mudaram meu coração

Meu quintal era o mar sempre

Um passeio longo na essência

Do surf ao frescobol

Frescobol da praia do diabo

Do posto 6 ao Arpoador

Eterno surf

O sentimento amadurece

As ondas mudaram meu coração

O amor do mar

Acho que não estou sozinho

O sol e a lua me perseguem

Um abismo sem ponte

Que quero muito atravessar

Isso me faz recordar

O brilho das ondas

O amor do mar

Preciso de alongamento

Perdemos o combustível

E entramos num cansaço

Bem sobrenatural

Difícil de digerir

Perceber que o tempo

Deixa enferrujar

Preciso de alongamento

No coração do surfista

Quanto tempo resisto

Quero tentar outra vez

Aquela onda com sol

Um passeio guardado

No coração do surfista

Momentos de paz

Temos nossas diferenças

Intermináveis desacordos

Entre uma pausa e outra

Eclipse no pensamento

O vulcão surge

Quando vem a tempestade

Esperando momentos de paz

Sentimento das manhãs

Do silêncio um olhar

O que aprendo

Com a saudade

Um abraço confortável

Sentimento das manhãs

7 de ago. de 2015

Acredita no coração

O eterno nunca se cansa

Não perde a hora

Tá nem aí

Se tá com pressa

Mergulha no infinito

Acredita no coração

O mar vermelho


Não se atravessa

O que está dentro

Nem é confiável

O que está fora

O coração só se abre

Quando encontra o puro

Puro de coração

Mar vermelho

Ganha o momento

Dando passo largos

Está lá o abismo

Um eco profundo

Passeia entre o vale

Reconhece a altura

Respeita a montanha

Ganha o momento

O espetáculo da vida

Sair de cena

E deixar o palco

Isolado e vazio

Esperando a platéia

Que de longe

O explodir de aplausos

Como quem aguarda

O espetáculo da vida

Sempre que possível escolha você

O absurdo complica a razão

Dá um verdadeiro tapa na cara

Esculacha qualquer equação

Torna o lugar comum

Uma batalha de vários pesos

Sempre que possível

Escolha você

O bem te vi na janela

É no café da manhã

Que mergulho o pensamento

Arrastado aguardando

Que acene com gratidão

O sorriso do dia

O bem te vi na janela

6 de ago. de 2015

Do jeito que ama

Do jeito que ama

Tudo muda de figura

Sem dar desconto

Toda sede do mar

Ganhando ondas

O coração lembra

Do jeito que ama

O poeta voltou

O que se precipita

E não sei

Caminha sem os pés

Nas asas de um anjo

Repousa no coração

O poeta voltou

Sem escolhas as diferenças não existiriam

Escreva pra que todos vejam

Os que não entendem

Ainda precisam dos desafios

Sem escolhas as diferenças

Não existiriam

A coragem está presente quando se caminha com a luz

O momento é de aterrisar

Não decole tanto

Na beira do rio

Se esconde a cachoeira

Espere a correnteza levar

A coragem está presente

Quando se caminha com a luz

O descansado perde a vez

Não fico de prosa

Encaro o olhar

As entranhas do ser

E o que momento pode dizer

Não fique sem graça

O descansado perde a vez

Quem é você que brilha em mim

Se fosse sempre que pena

Só as vezes lembramos

Abraça no amanhecer

E dar saudade no por do sol

Quem é você

Que brilha em mim

5 de ago. de 2015

Quando fecho os olhos um descanso acontece

Quando fecho os olhos

Um descanso acontece

Até o tempo esquece

De mim por um tempo

Sinto a roupa leve

Respirar com a pele

Pena que abro os olhos

E quero tudo de novo

Já se perdeu

Não ousaria admitir

Mas, deve ser isso mesmo

Por falta de espaço

Inventamos apertado

Fica o pensamento

Que de fôlego

Já se perdeu



Me sentindo um calhambeque

Não sei se posso

Fazer essa escolha

Por você

Tem que decidir

Por si mesmo

Ou nunca se perdoará

Me sentindo um calhambeque

Onde a folha cai a árvore sorrir

Gostaria muito de dizer

O que não consigo

Palavras prendem

O sentir que pede o solto

Onde a folha cai

A árvore  sorrir

Ônibus, trem e metrô

É um espreme espreme

Danado de emoção

Odores variados

Olhares em silêncio

Ficar em pé direto

Nada se compara

A qualquer academia

O luxo e manjar dos deuses

Viajar sentado

Enquanto não chega

O horário engolido

Ônibus, trem e metrô

Ainda com sono

Pra levantar

Sair da cama

Despencar o olhar

Difícil demais

Como não desejar

Ficar mais

Entre os lençóis

Ainda com sono

4 de ago. de 2015

Na batida do coração

O que não transparece

Mas, vai dar no caminho

Onde não sei

Que não acomoda

Assimila o equilíbrio

De tornar renovado

Na batida do coração

Mais alto em voce

Não seria

Nada difícil

Encarar essa paisagem

Que desafia cada sonho

Como um monumento

Que não pára de mudar

De lugar em lugar

A vida ganhando

Novos olhares

Deixe a música

Tocar bem mais

Mais alto em voce

Sempre cedo o sol

Só queria saber

Quem foi que inventou

Onde acordar cedo

É sempre bom

Parece que bateu

Forte a cabeça

Parafuso solto

Não tem idéia

E olhe lá

Sempre cedo o sol

3 de ago. de 2015

Enigma sem pirâmide

Enigma sem pirâmide

Um grito ecoa

O sentimento é esse

Subindo nas nuvens

Bonita estrela

Vem admirar

Enigma sem pirâmide

Que sem esforço nada vai pra frente

Muitas vezes não tenho

Boa vontade comigo mesmo

Vivo me sabotando

Dando passos calados

Levando a crer

Que sem esforço

Nada vai pra frente

Vamos dar uma volta

Vamos dar uma volta

Rever o que faltou

Não deixar

A música terminar

Quem nunca dançou

Está perdendo

O melhor da vida

Vamos dar uma volta

Preciso esgotar o que sou

Preciso esgotar o que sou

Pra ser outra coisa

Mais adiante

Que nem pele de cobra

E unha de águia

O que muda é crescer

Vontade maior

Que atravessa desafios

Preciso esgotar o que sou

Alimentar a vida com mais cores

Quem não sabe tem seus caprichos

De querer recortar o mundo

Olhares mais profundos

Ter mais tempo

O que for impróprio

Ser mais propício

Alimentar a vida

Com mais cores

O que está fora é o reflexo do que é dentro

Faltou sim

Aquele sorriso

Quando o dia fica

Fica nublado

E as nuvens admiram

O que tanto olha

Está em sua volta

O que está fora é o reflexo

Do que é dentro

2 de ago. de 2015

Ninguém esconde o que é

O diamante brilha

Ofusca a luz

Cria a ilusão

Que tudo posso

Com pouco esforço

O suor não vem

Perco o valor

Ganho o que mereço

Ninguém esconde

O que é

Adiar o inevitável

Nem sempre alcanço

O coração e descanso

No conforto da lógica

Que repele o sentimento

E agracia o que parece

No momento a resposta

O estilingue lembra

Que atirar pra longe

Não é conquistar o alvo

Adiar o inevitável

A vida não tem empate

Será o gosto azedo

Ou estou sendo

Disputando com limão

Esquecendo de adoçar

Nem lá nem cá

A vida não tem empate

Como é bom tocar um instrumento

O que é bonito

Nunca estraga

E por mais que as ilusões

Estejam e sejam

Nada pode mudar

Nem ser melhor

Como é bom tocar

Um instrumento

Sangue doido

Sobe pelas ventas

Explode sem direção

Esquenta o peito

De um jeito assim

Arretado abespinhado

Tirando os espinhos do cacto

Só assim mata a sede

Sangue doido

Faça melhor

Faça melhor

Não espere que façam

Por você o que ainda

Ainda não aprendeu

Nem a vida ainda

Ainda não apresentou

Faça melhor

Memórias de um bem te vi

O que me faz sorrir

Não vem de fora

Vem de dentro

Um assobio de um bem te vi

Que tem memória marcante

Tatuando todas as vezes

Foi assim que nasceu

O que antes era um sonho

Memorias de um bem te vi

Adeus tristeza

Eu diria

Se soubesse mais

Onde se esconde a tristeza

Abriria o desejo

Como numa lata de sardinha

Tão devagar até contemplar

Ficando pra outra vez

Adeus tristeza

Acordando com sabor manteiga

Desmancha que é uma delícia

Se guardar demais endurece

Tem a simpatia de um pão

Basta dar uma reboladinha

Na boca um sabor

Que os lábios agradecem

Acordando com sabor manteiga

1 de ago. de 2015

O vinho da vida

Eu sou o que ver

Sem os olhos

Se puder

Fique um pouco mais

O pão na mesa

Não esquece os discípulos

Nem o vinho da vida

Nem desconfio do que falam

Eu obedeço as minhas idéias

É uma tirania imatura

Não deixando espaço

Atropelos que desafiam

Escuto a todos

Nem desconfio

Do que falam

Só preciso de uns dias

Só preciso de uns dias

Ir embora de mim mesmo

Namorar a dor

Usar o prazer

Lamber a ferida

Em algum lugar

Que possa pensar

Só preciso de uns dias

Entre o espinho e a flor existe um jardim

Eu só queria dizer

Qualquer coisa

Por um amigo

Entre o espinho e a flor

Existe um jardim

Pelo caminho sem ver

Isso está demorando mais

Mais do que eu pensava

Ou apenas ignorava

E vivia perdendo

Pelo caminho sem ver

Como não levar um choque

Como não levar um choque

Reparar o mal feito

Esquecer o que não deu

A água esfria o calor

O calor não esfria a água

Como não levar um choque

Cachaça da vida

O que voce ver

E ninguém vê

Escapa do lugar

Da música que toca

Na mesa do bar

O olhar admite

Admite a ilusão

De estar junto

Cachaça da vida

Quem cansa sabe o que perdeu

Ser um ar agradável

Denota muita sensibilidade

Um lugar longe

Que parece um tanto

Inalcançavel na imaginação

Quem cansa

Sabe o que perdeu

Esperando a saudade nascer

Tem momentos que ficam

Tomam conta

Alegram demais

Não disfarçam

Entregam os sentimentos

Faz jorrar lágrimas

Esperando a saudade nascer