Você abriu meus olhos
Me fez ver coisas
Em mim e em outras pessoas
Que eu nunca teria visto sozinho
Isso é o que você faz
Você faz o mundo ver coisas
Esse é seu dom
Você abriu meus olhos
Me fez ver coisas
Em mim e em outras pessoas
Que eu nunca teria visto sozinho
Isso é o que você faz
Você faz o mundo ver coisas
Esse é seu dom
Não tenho tempo
Pra dizer coisas
Que não quero
Posso estar errado
Até no que acho certo
Onde tudo começou
Não deixe
Que seus sentimentos
Se tornem dúvidas
O lago guarda a espada
Cetro e o trono
O que eleva é infinitamente
O coração que bate em você
Excalibur
Não é nada demais
Pra mim é importante
Ver a formiga levar
Tantas folhas
E tantos outros
Lugares que prendem
Ganham meu olhar
Indo e vindo sem parar
Quero você
Que não fala
Nem escuta
Não está presente
Habita na solidão
Demarra saudade
Desata sentimento
Quero você
O seu coração faz a diferença
Dar fome
Sem palavras escorre o olhar
Tem tempo sim
Que não vejo
Nem sei o que é
Sentir o mar
Beijando os pés
Sou alérgico
A falta de alegria
Alegria de viver
Espernear a vontade
O que não gosta
Voar alto
Pra descansar
Bem os pés
Sorrir forte no olhar
E abraçar forte
Um beijo na solidão e saudade
Melhor que está fica
Fica muito mais
Sou alérgico
Preciso de música
Me ajuda a pensar
Tira as fronteiras
Me sinto acampando
Olhando o céu
Um dia viro música
Você está em casa
Tranquilo relaxado
Segundos preciosos
Um paraíso de olhos fechados
Sabe-se lá
Quando de novo
Irá acontecer
Quebrando a casca do ovo
Faça o que momento
Permite e propicia
Se debruce na janela
O que bloqueia se afaste
Se não for possível
Saia da gaiola
Seu pássaro interior
Dará asas
Abrirá o sorriso
Que tanto esconde
Eu não escapo
Do seu sorriso
Que me contagia
Num pregador
No varal estou
Lavado e esperando
Secar pra poder
Te vestir de novo
Longas aventuras
Jeans surrado
Candelabro
Amadurece a vista
O que não se pendura
Clareia o caminho
Tempo das valsas
Baile a fantasia
Beijo na mão
Era cortesia
Um olhar para o alto
Candelabro
A estrela brilha
Não apenas nasce
O que morre
É como a largata
Demora a borboleta
O universo ama vestir
A gente de tantas virtudes
Não seria por acaso
A onda e o lugar
Encontro mágico
Adrenalina pura
Chega a queimar
Grande pulsar
Não seria por acaso
A onda e o lugar
Jogar cera no assoalho
Dar um brilho
Uma luz reflete
Porque escorrega tanto
Pra se chegar nesse brilho
O que falta pra sermos polidos
Tenha a lâmina afiada
Pra que possa sempre
Além de agilizar
Cortar as ervas daninhas
Que precisam sair
Sem a necessidade
Da dor e a tristeza
Deixe como estar
Mudar sem saber
Não vale a pena
Tire aquele olhar do bolso
Que há muito tempo
Guardou num canto esquecido
Lembre de limpar
Soprar a poeira
Pare de arranhar o coração
Desenferruje a esperança
Espero a lua brilhar
Escondida no frio
Se agasalha nas nuvens
A lareira na cabana
Não espera o sonho
Nem olhar da noite
As vezes precisamos bater
Muitas portas
E avistar janelas
Ninguém nunca disse
Que o telhado não tinha
Chaminé
O muro não se ergue sozinho
Mesmo que seja proteção
E quem sabe medo
De ser e abrir
Mensagem na garrafa
No mar que trouxe
Ainda sinto
Como um beijo
O por do sol
Namorando o mar
Do Arpoador ao Leblon
Um sorriso no olhar
Busquei com carinho
Trouxe aos seus pés
Estiquei os braços
Senti os galhos
Alguns partidos
E alguns com ninhos
Você muda de cor
Outras folhas
Frutos e sementes
Um balanço na árvore
Seria sensato arremessar
Esse peso pra longe
Conquistar o olhar perdido
É no que acredito
Quando vejo o fim do túnel
Se é de sua natureza
Esquentar com o vento
Espere a tempestade
Levar embora
O que te dava calor
Já percebi
Que nada tira
Sua atenção
Esse cara é faminto
Tem um alarme forte
Alerta todos os sentimentos
Do choro a alegria
Só se satisfaz por momentos
Quando tem prazer
Anima a vida com humor
Estômago
De tempos em tempos
A chuva varre e limpa
O sol aquece sem fim
É um olhar sofrido
Sem perder
A beleza de viver
E valente por natureza
Do mandacaru ao calango
No olhar do sertão
O que você olha
E não aprende
Precisa repetir
Tantas vezes
Desatar cada nó
De dar inveja
O marinheiro agradece
Se não tem a menor idéia
Cuidado então
A palavra tem poder
A quem ouse pensar
Pensar grande
O mar não fala
É minha praia
As ondas calam o coração
A gaivota namora meu olhar
É bom sentir a brisa
Serenar com carinho
Esse outro mar agitado
Um anjo não perde as asas
Nem recolhe o coração
Nunca se esqueça
Te acompanho em todos lugares
Habito em cada palavra
Pra saiba guiar sem dor
Mesmo quando pisa
Em pedras pontiagudas
Estarei ao seu lado
Anjo da guarda
Não deixe a alegria
Fugir de você
Não desista da alegria
Anime os olhos
Um beijo forte no coração
Mantém acesa a alegria
Como uma chama que aquece
Sempre em cada desafio
A alegria sempre será
O amor batendo a sua porta
Mar do Norte
Águas geladas
Ainda lembro
Penhasco e trovão
Era comum
Cavalgar em dragões
Espada e aldeia
Outros deuses
Mar do Norte
Pra começo de conversa
Espero não perder o ritmo
Animar a mesa
Levar mais adiante a inspiração
Aguardando o namoro
Do cavaquinho e tamborim
Não é nada demais
Vira tempestade
Bola de neve
E some
Como se nunca
Tivesse existido
Nem te conto
Preciso ficar aqui
O tempo que for necessário
Talvez seja pouco
O que peço
As estações levam
E trazem de volta
O que já foi um dia
Tente contar
De uma vez
Ou se cale
Pra sempre
Quem se afoga
Perde as lágrimas
Volta a tona
Mais forte do que antes
Preciso ir a um lugar
Senão me atrasarei
Descontar a raiva na parede
Distribuir o perdão
De deixar tanto tempo
Mágoas no coração
Tem dia que é óbvio
Ficar quieto
Como casca de banana
Pisar na jaca
Se torna comum
É um ambiente propício
Hospício de tantos chatos
E olha que o gato preto
Fica com medo
Isso não tem hora
Pra acabar
Quem sabe fique
Pronto logo
Que nem bolo caseiro
Se tirar antes
Muda o sabor
Espada de fogo arde
Corta o ar
Desbrava com fé
O canto ecoa
A canção das matas
Leva pra bem longe
Anima o coração
A lenda do caçador
Vou deixando
O sincero tomar contar
Sorrir sem culpa
Lágrima distante
Não dar saudade
O tempo onde tudo
Tudo faltava
A chama veste a vela
Na noite distante
O castelo brilhava
Atrás dos muros
Um soberano olhar
Sentimento dourado
Plebeus e nobres
No auge a fogueira
Mostrava num clarão
Clarão da lua
Os pés rodeavam
A aldeia sabia
Quando era
A estação da colheita
O que se via na palma da mão
O abraço não foi esquecido
Aquecido no coração
Um aperto de saudades
Numa peneira de sol
Onde os raios tiraram
Afastando o perigo
Um farol no mar
Não te disse ainda
Só sei que não demora
O relógio marca sorrindo
Sem o tic tac virou digital
O sentimento ainda é analógico
O que estava atrás
Foi pra frente
Sente a brisa
Insistia a gaivota
Entre as ondas
Ganhando um beijo do mar
Não gosto de muros
Parecem fortalezas
Lembram bem
Gaiola de sentimentos
Que tem o prazer
De isolar
Namorar de perto
Solidão azul
Tive um sonho
Que em tudo
Era só acreditar
Que acontecia
Brotava no coração
E saía pelo mundo
Espalhando a paz
Qualquer que seja
O desafio tem a essência
Que cada um pede
Espera o momento
Pra que possa
O que era árido prospere
Uma ferramenta boa
Nasce a perseverança
Você passa a verdade
Que não percebo
Falta enxergar
De tão perto
Que estou
Perco os detalhes
O todo me engole
Não seria exagero
Subir esse morro
Presenciar a cidade
Descobrir novas paisagens
E personagens instigantes
Que não tem boa vida
E moram na cobertura
Foi de um lugar ao outro
Fingiu ser um eco
Olhar desinteressado
O lamento no samba
A roda cheia
Onde o sentimento samba
Nada ocupa o seu lugar
O quintal ainda tem árvores
A essência não se perde
Ganha outro rosto
Retrato na sala
O assoalho de madeira
O vinil ainda existe
Não precisa me dizer
Que sempre estarei
Assim encostado
Ao seu lado
Batendo forte
E lentamente esperando
Que repouse com meu olhar
Uma conversa com o coração
Eu me pergunto
Se você já
Superou o passado
Águas agitadas acreditam
Amansam o sentimento
O que vem do fundo do mar
O tempo todo
O que você é
Simpatia e desagradável
Se enrolam num mesmo olhar
As mãos querem direita e esquerda
Vou esquartejar o pensamento
E virar várias estações de rádio
O tempo todo o que você é
Nem todo mundo é cavalo
Ou perde a estribeira
Dia de fúria pode
Todo dia tem outro nome
Solavancos fortes
Sentimento implode
Ninguém deve ser
Privada de ninguém
Nem todo mundo é cavalo
Por mais que o sonho
Não despertasse
Lá estava eu confortável
Aguardando a mesa
O chopp descia gelado
De bar em bar
O vento me deu um palpite
Sobrou mansamente
Abraçou no coração
Como um anel e sentimento
Buscou o dedo
Que o horizonte apontava
Coração batendo forte
Quem nem passarinho
Saindo da gaiola
Só assim o dia brilha
Até repousar o olhar
Quem admira a vista
Sabe o seu lugar
Temos tantas defesas
Que se desarmar
Se tornou inútil no cotidiano
Regras e muitas leis
E fora e dentro
Muitas máscaras e fantasias
Tem que criar
Senão enferruja
O barco afunda
Não fique no raso
Só porque não tem lua
O sol se esconde na chuva
Aprenda a não deixar
Aos mãos vazias
Abrir ou fechar os olhos
Não muda o mundo
Todos estão no direito
Direito de mudar
Mesmo que a ferrugem
Queira que nunca mude
Nesse momento
De poucas palavras
Um vazio e tanto
Ocupa o espaço
Não largo
A lembrança
Tranças do destino
Vai sim
Montanha russa
Fôlego pra que
Cadeira de balanço
Na memória um liquidificador
O que não bagunça
O tapete tenta esconder
Nesse baralho existe uma dama
Que enlouquece com a música
Vai sim
Seus olhos me escapam
Como jabuticabas vivas
Devoram e calam
Abocanham a vida
Pra cima quem chama
Que venha a luz
O sentimento ali é o que vale
Mesmo que pensem num coração
Coração de pedra
O espelho também perde
Perde o reflexo
O que o outro não ver
Não quer dizer que não seja
Viver negando tem seu porque
E o tempo todo afirmando
Dizendo sim tem seu troco
Não amole demais a faca
Os extremos são afiados
Quando criança
Queria tudo
Só pra mim
Descubro com o tempo
Quem não adianta ter tudo
Se todos em volta
Não tem nada
No olho do furacão
Pego carona
Pipa sem linha
Nem a corrente segura
Detalhes não fazem diferenças
A diferença é o furacão
Eu não digo não o tempo todo
Construindo o mistério que abocanha
E se é pra separar o prato principal
Perde-se o prazer
Com o subir das cortinas
E o palco ganha luz
Sem suspense
O susto não nasce
Entre trilhos e paralelepípedos
Surge o bonde
Curvas e ladeiras
Até encontrar os arcos
Arcos da Lapa
Da boêmia a mistura
Mistura de tribos
Onde não se confunde
O lugar e natureza
Parque das ruínas
Morro dos prazeres
Santa Teresa
Rio de Janeiro
Eu deixei um pouco de você
Aqui espalhado pela grama
Pra ver se um dia cresce
E vire uma árvore
Que transforme a dúvida
Em verdade com o sorriso
Do sol ao se por no mar
Eu deixei um pouco de você
Poderia esconder
Não dizer pra ninguém
Namorar o rio
Até encontrar o mar
Esperar a maré
Levar e trazer
O que faz mais sentido
A vida ensina de graça
Voce é meu aliado
Desde dos tempos
Bons e dificuldades
Fez muitas festas
E também despedidas
Encantou-se com as ondas
Descobriu o tesouro
Que se escondia
No castelo de areia
Aguenta coração
Não me tire
Pra dançar
Sem ver antes
O que os olhos pedem
Os pés deliram
Aceleram o coração
Quero muito
Saber dançar
Ficar de lado
Sem consentimento
O tempo não perdoa
Faz chover no deserto
Nem lembra da sede
O oásis sai do sonho
Um olhar ao vento
Como uma pipa
A linha segura
Não sei como
Sendo tão frágil
Leva pra longe
Parece chegar
Lá nas nuvens
Que quase perco de vista
Um olhar ao vento
É bom te observar
Te ver crescer
Perceber os frutos
Reconhecer as sementes
Acima de tudo
Entre as folhas e galhos
Me desfrutar de sua sombra
E guardar na lembrança
A rede e o balanço
Daquela árvore
Linda mangueira
É bom estar no alto
Por cima das coisas
Combinar o dia
Como um passeio
Que brindando o momento
Celebra o coração
Uma saída da solidão
Não se esfrega na cara
Não sei o que quero ouvir
Nem se quero a saída
O indeciso tem muitos lados
Se encurrala em busca de labirintos
As vezes é o que desejo e não falo
Sem degrau
A escada esconde
O caminho necessário
A arrogância ganha
Enfraquece a luz
Que é ser voce
Olhar sem encarar
Relaxar com o tempo
Me sentindo um saco vazio
Nem soprando enche
De onde vem o desânimo
Seca pimenteira
Inundar a consciência
Abismo perigoso
Descer a montanha
Sem cordas
Perceber a altura
Não esquecer
Que depende dos pés
As asas agradecem
Pra bem perto
Vem o teu calor
Que aquece sem
Sem tirar nada
Doando sempre
O que irradia
Aqueço teu dia
Mesmo entre as nuvens
E foi de mãos dadas
Cabana no alto do penhasco
A águia repousava
Havia um ninho tão próximo
O olhar brilhava
Em noites de lua cheia
Era pra ser assim
Sem prazo
Parecendo uma janela
Que aos poucos
Vai perdendo
A cor do horizonte
Onde ficou aquele amigo
Tem gosto de saudade
Viagem inesquecível
Coração que dispara
Como um susto
Engole a surpresa
Não devolve
O sentimento perdido
Olhar que aconchega
Dar um abraço
Pede silêncio
O mundo é puro barulho
Assusta quem chega
É novo nesse mundo
Lá dentro era diferente
Útero
A cigana tem seu lugar
Próprio com a natureza
Não espera raízes
Como as estações
E com as estrelas sonha
Como qualquer um
Ninguém muda porque quer
Nas linhas mãos
Muitos calos da vida
A cigana tem seu lugar
Conhece alguém
Que tenha dúvidas
Fôlego perdido
Não tem como esquecer
O mar já me fez
Beber muita água
Nunca entendi
O que a preguiça tem
Tem de valor
De que serve o acomodar
Lápis sem ponta
A borracha não apaga
O que deixou de fazer
Deliberadamente me finjo de morto
Amarro a saudade dando um nó cego
Enxugo o mar como gelo
Esperando a tempestade
Levar com o tempo
Por outros olhos
Quando se vai longe demais
O perto está em todo lugar
Absorvendo o pensamento
Destilando o olhar
A emoção deixa de ser
Lágrimas de alegrias
Quando se vai longe demais
Ficar debaixo dos lençóis
É conforto de momento
E saber voar sem asas
Reconhecer a tempestade
Antes de confundir o coração
Nasce o sentimento
Amadurece o melhor amigo
Gostaria de saber
Onde coloquei
A gota de esperança
Que vivia invadindo
O oceano que era
Meu coração com ondas
Ondas agitadas
O que é sério também tem sorriso
Quando não se sai
Da superfície esquecemos
De ler e ser
E ficamos só na capa
Ilustrações e cores
Mergulhar é coragem
De se descobrir
Perder e se achar
As páginas amarrotadas
Falam mais que palavras
A cigarra calou o canto
Na lagoa a multidão ouvia
A chegada dos músicos
Num único som após a praia
Momento bem mágico
A música passeava no coração
A cigarra calou o canto
Essa loucura
Que se expande
Pura adrenalina
Vai além dos poros
Faz um giro no olhar
Um delírio sempre
Bastante é o sentimento
Tentaria lembrar
O que te faz sorrir
De que já vai aprontar
Bagunçar o dia
Nem sei mais
Onde se esconde
Aquele olhar de criança
Sinto que sou parte
Que se estraçalha
Bagunça a ferida
Pensa na cura
Sem mudar
Perturba o mundo
O grito que escapa
Cria um silêncio
O que devora
Renova meu lugar
A cicatriz não tem cara de tatuagem
Rasga o tempo e perde a cor
Não abandona o sentimento
Que marca pela vida toda
É triste como um samba
Que alegra o cotidiano
Com a fantasia do sorriso
Que não esquece de calar
Era um tanto curioso
Essa bolinha vazia
Que empresta
Sem ter valor nenhum
Tenho pena
Nem tem peso
Coitado do zero
Não pode me deixar aqui
Abandonado a própria sorte
Entre tantas escolhas
O ouro que faz brilhar
No que o dono esquece de ser
Sem graça
Perdendo a vontade
Tem gente que vive assim
Olhando pra os lados
Namorando o encostamento
Lubrificando tudo
Menos o óleo do coração
E depois que enferruja
Chora porque tudo pára
Como sair do estacionamento
Se viemos ao mundo assim
Acredito que aprender
É o que falta somente
Não precisamos de muito
E qualquer acúmulo distrai
O colecionador fica triste
Porque nasce pelado
E sai sem nada
Não é a falta de luz
Que cria a sombra
Nada nasce sem querer
O acaso não traduz a coincidência
Nem tão pouco
Une o sentimento
Que precisa sempre
De novos abraços
Pra não enferrujar
Liberei a preguiça
Joguei humor no coração
Animei as mãos
Me enturmei com meus pés
Icei a vela do olhar
E disse ao vento
Pode sobrar a vontade
Serei a sua tempestade
Não é de plástico
Enverga como bambu
Dando curvas
Ângulos estranhos
Que através da idade mudam
Só descansa quando deito
Nem sentado tem sossego
A coluna agradece
O que provoca
Uma dedicação intensa
Delírio entre o chocolate
E o café cremoso
Que se esparrama
Com a sede de um olhar
Que nunca se acostuma
Com o ontem e o futuro
De ponta a cabeça
Lembra tanta coisa
Parece que tá tudo
Fora do lugar
Ou o lugar ficou de fora
A vida nos veste sempre
Viemos pelados
E criamos cada moda
Sorrir é a escolha
Por que chorar cansa
Estou de ponta a cabeça
Vivia desenhando os momentos
Momentos que revelavam
Nuvens que escondiam segredos
Me acabava subindo em árvores
Catando mangas e goiabas
Onde foi parar esse tempo
Tenho um nariz rebelde
Que se dana a espirrar
Parece um saxofone desafinado
Um desespero só
Qualquer sinal de mudança de tempo
É uma agonia louca
Tudo começa a entupir
E respirar se torna um alívio
Tenho um nariz rebelde
Meu telhado é de estrelas
Tomara que não chova
Por um bom tempo
Não tenho saudade
Das goteiras na panela
Espalhados em todos cantos
Meu telhado é de estrelas
Nada parece fazer diferença
Quem pensa
Que passa despercebido
Não conhece o tapete
Que nada esconde
Só disfarça pra próxima vez
Já percebi
O quanto mais reclamo
Desconfio que atraio
Tanto desconforto
Como coceira e sarna
Será falta de banho
De uma vez por todas
Não espere a música
A inspiração pede
Quem não insinua
Perde a cor do cabelo
Começando a semana
Uma trajetória longa
Que só percebemos bem
Em plena sexta feira
E a noite de domingo
Alguns nem isso tem
O plantão devora
Devora os fins de semana
E vamos que vamos
Vida que segue
Começando a semana
Dentro de um abraço
Encontro um lugar
Inesquecível momento
Que aquece a vida
Espero que não demore
Desamarre bem
Dentro de um abraço
Ser carioca é
Descobrir o sorriso
Onde antes não existia
Saborear o momento
Como fosse único
Abraçar toda tristeza
Com todos ritmos
Também o samba diz
Cadenciar o coração
Na batucada do olhar
Com a feijoada
Que a vida pede
E gritar pr valer
Eu sou rio de janeiro
Desculpas pelo que disse
Não mudam
Farpas passadas
Nem as cicatrizes
Ficam doces
Arde muito antes
De curar
A água salgada
Não existe preguiça
Pra quem quer as coisas
Nem descanso merecido
Tudo está em seu lugar
Quando almejamos mais
O fogo não queima a toa
Pai e mãe se unem
Pra que venha
Cada ser
Com a essência
Abrir novos caminhos
A lição começa assim
Ensina a vida
Nada define mãe e pai
Todo pai é o que precisa ser
Quem sabe eu seja
Essa utopia crua
Que insiste no melhor
Na igualdade e equilíbrio
Que cada um cresce
Diferente e evolui
Porque demora tanto?
A vida tem o humor
Onde a comédia reina
Enquanto existir
O palhaço interior
Que encara
O sentimento de fazer
Sorrir com naturalidade
Parece que você sabe
Do que está falando
Nada útil
Talvez seja
Como fazer
Palavras cruzadas
Mensagem em uma garrafa
Jogada no mar
Sinais de fumaça
Código Morse
Telégrafo
Onde vamos parar
Conversar ficou longe
Longe demais
Meu quintal era o mar sempre
Um passeio longo na essência
Do surf ao frescobol
Frescobol da praia do diabo
Do posto 6 ao Arpoador
Eterno surf
O sentimento amadurece
As ondas mudaram meu coração
Acho que não estou sozinho
O sol e a lua me perseguem
Um abismo sem ponte
Que quero muito atravessar
Isso me faz recordar
O brilho das ondas
O amor do mar
Perdemos o combustível
E entramos num cansaço
Bem sobrenatural
Difícil de digerir
Perceber que o tempo
Deixa enferrujar
Preciso de alongamento
Quanto tempo resisto
Quero tentar outra vez
Aquela onda com sol
Um passeio guardado
No coração do surfista
Temos nossas diferenças
Intermináveis desacordos
Entre uma pausa e outra
Eclipse no pensamento
O vulcão surge
Quando vem a tempestade
Esperando momentos de paz
Do silêncio um olhar
O que aprendo
Com a saudade
Um abraço confortável
Sentimento das manhãs
O eterno nunca se cansa
Não perde a hora
Tá nem aí
Se tá com pressa
Mergulha no infinito
Acredita no coração
Não se atravessa
O que está dentro
Nem é confiável
O que está fora
O coração só se abre
Quando encontra o puro
Puro de coração
Mar vermelho
Dando passo largos
Está lá o abismo
Um eco profundo
Passeia entre o vale
Reconhece a altura
Respeita a montanha
Ganha o momento
Sair de cena
E deixar o palco
Isolado e vazio
Esperando a platéia
Que de longe
O explodir de aplausos
Como quem aguarda
O espetáculo da vida
O absurdo complica a razão
Dá um verdadeiro tapa na cara
Esculacha qualquer equação
Torna o lugar comum
Uma batalha de vários pesos
Sempre que possível
Escolha você
É no café da manhã
Que mergulho o pensamento
Arrastado aguardando
Que acene com gratidão
O sorriso do dia
O bem te vi na janela
Do jeito que ama
Tudo muda de figura
Sem dar desconto
Toda sede do mar
Ganhando ondas
O coração lembra
Do jeito que ama
O que se precipita
E não sei
Caminha sem os pés
Nas asas de um anjo
Repousa no coração
O poeta voltou
Escreva pra que todos vejam
Os que não entendem
Ainda precisam dos desafios
Sem escolhas as diferenças
Não existiriam
O momento é de aterrisar
Não decole tanto
Na beira do rio
Se esconde a cachoeira
Espere a correnteza levar
A coragem está presente
Quando se caminha com a luz
Não fico de prosa
Encaro o olhar
As entranhas do ser
E o que momento pode dizer
Não fique sem graça
O descansado perde a vez
Se fosse sempre que pena
Só as vezes lembramos
Abraça no amanhecer
E dar saudade no por do sol
Quem é você
Que brilha em mim
Quando fecho os olhos
Um descanso acontece
Até o tempo esquece
De mim por um tempo
Sinto a roupa leve
Respirar com a pele
Pena que abro os olhos
E quero tudo de novo
Não ousaria admitir
Mas, deve ser isso mesmo
Por falta de espaço
Inventamos apertado
Fica o pensamento
Que de fôlego
Já se perdeu
Não sei se posso
Fazer essa escolha
Por você
Tem que decidir
Por si mesmo
Ou nunca se perdoará
Me sentindo um calhambeque
Gostaria muito de dizer
O que não consigo
Palavras prendem
O sentir que pede o solto
Onde a folha cai
A árvore sorrir
É um espreme espreme
Danado de emoção
Odores variados
Olhares em silêncio
Ficar em pé direto
Nada se compara
A qualquer academia
O luxo e manjar dos deuses
Viajar sentado
Enquanto não chega
O horário engolido
Ônibus, trem e metrô
Pra levantar
Sair da cama
Despencar o olhar
Difícil demais
Como não desejar
Ficar mais
Entre os lençóis
Ainda com sono
O que não transparece
Mas, vai dar no caminho
Onde não sei
Que não acomoda
Assimila o equilíbrio
De tornar renovado
Na batida do coração
Não seria
Nada difícil
Encarar essa paisagem
Que desafia cada sonho
Como um monumento
Que não pára de mudar
De lugar em lugar
A vida ganhando
Novos olhares
Deixe a música
Tocar bem mais
Mais alto em voce
Só queria saber
Quem foi que inventou
Onde acordar cedo
É sempre bom
Parece que bateu
Forte a cabeça
Parafuso solto
Não tem idéia
E olhe lá
Sempre cedo o sol
Enigma sem pirâmide
Um grito ecoa
O sentimento é esse
Subindo nas nuvens
Bonita estrela
Vem admirar
Enigma sem pirâmide
Muitas vezes não tenho
Boa vontade comigo mesmo
Vivo me sabotando
Dando passos calados
Levando a crer
Que sem esforço
Nada vai pra frente
Vamos dar uma volta
Rever o que faltou
Não deixar
A música terminar
Quem nunca dançou
Está perdendo
O melhor da vida
Vamos dar uma volta
Preciso esgotar o que sou
Pra ser outra coisa
Mais adiante
Que nem pele de cobra
E unha de águia
O que muda é crescer
Vontade maior
Que atravessa desafios
Preciso esgotar o que sou
Quem não sabe tem seus caprichos
De querer recortar o mundo
Olhares mais profundos
Ter mais tempo
O que for impróprio
Ser mais propício
Alimentar a vida
Com mais cores
Faltou sim
Aquele sorriso
Quando o dia fica
Fica nublado
E as nuvens admiram
O que tanto olha
Está em sua volta
O que está fora é o reflexo
Do que é dentro
O diamante brilha
Ofusca a luz
Cria a ilusão
Que tudo posso
Com pouco esforço
O suor não vem
Perco o valor
Ganho o que mereço
Ninguém esconde
O que é
Nem sempre alcanço
O coração e descanso
No conforto da lógica
Que repele o sentimento
E agracia o que parece
No momento a resposta
O estilingue lembra
Que atirar pra longe
Não é conquistar o alvo
Adiar o inevitável
Será o gosto azedo
Ou estou sendo
Disputando com limão
Esquecendo de adoçar
Nem lá nem cá
A vida não tem empate
O que é bonito
Nunca estraga
E por mais que as ilusões
Estejam e sejam
Nada pode mudar
Nem ser melhor
Como é bom tocar
Um instrumento
Sobe pelas ventas
Explode sem direção
Esquenta o peito
De um jeito assim
Arretado abespinhado
Tirando os espinhos do cacto
Só assim mata a sede
Sangue doido
Faça melhor
Não espere que façam
Por você o que ainda
Ainda não aprendeu
Nem a vida ainda
Ainda não apresentou
Faça melhor
O que me faz sorrir
Não vem de fora
Vem de dentro
Um assobio de um bem te vi
Que tem memória marcante
Tatuando todas as vezes
Foi assim que nasceu
O que antes era um sonho
Memorias de um bem te vi
Eu diria
Se soubesse mais
Onde se esconde a tristeza
Abriria o desejo
Como numa lata de sardinha
Tão devagar até contemplar
Ficando pra outra vez
Adeus tristeza
Desmancha que é uma delícia
Se guardar demais endurece
Tem a simpatia de um pão
Basta dar uma reboladinha
Na boca um sabor
Que os lábios agradecem
Acordando com sabor manteiga
Eu sou o que ver
Sem os olhos
Se puder
Fique um pouco mais
O pão na mesa
Não esquece os discípulos
Nem o vinho da vida
Eu obedeço as minhas idéias
É uma tirania imatura
Não deixando espaço
Atropelos que desafiam
Escuto a todos
Nem desconfio
Do que falam
Só preciso de uns dias
Ir embora de mim mesmo
Namorar a dor
Usar o prazer
Lamber a ferida
Em algum lugar
Que possa pensar
Só preciso de uns dias
Eu só queria dizer
Qualquer coisa
Por um amigo
Entre o espinho e a flor
Existe um jardim
Isso está demorando mais
Mais do que eu pensava
Ou apenas ignorava
E vivia perdendo
Pelo caminho sem ver
Como não levar um choque
Reparar o mal feito
Esquecer o que não deu
A água esfria o calor
O calor não esfria a água
Como não levar um choque
O que voce ver
E ninguém vê
Escapa do lugar
Da música que toca
Na mesa do bar
O olhar admite
Admite a ilusão
De estar junto
Cachaça da vida
Ser um ar agradável
Denota muita sensibilidade
Um lugar longe
Que parece um tanto
Inalcançavel na imaginação
Quem cansa
Sabe o que perdeu
Tem momentos que ficam
Tomam conta
Alegram demais
Não disfarçam
Entregam os sentimentos
Faz jorrar lágrimas
Esperando a saudade nascer